Rumando entre Marés escrita por Catherine


Capítulo 3
3 - As Minhas Questões Idiotas e a Profecia Idiota




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/86533/chapter/3

            Bem, se descobrires que és filho de um titã, vou-te avisar do que deves fazer. Corre! Esconde-te seja lá onde for, ou Zeus pega-te com os seus raios do mal! Certo, agora que acabei a minha dramatização, vamos á realidade. Vou ser fritada até á ponta das raízes, estou certa disso. E hey, eu nem gosto de peixe frito. Okay novamente as minhas piadas estão péssimas, por isso vou passar o assunto á frente antes que piorem mais que isto.

            Neste momento eu encarava Quíron que encarava o Sr. D, que encarava Annabeth que por sua vez encarava Apolo – que não descobri como foi ali parar do nada – e que me encarava a mim. Ou seja, uma reuniãozinha simpática, wee!

 

            - eu vou ter direito a últimos desejos? – como podem ver, nas ultimas horas eu apenas fazia perguntas idiotas, e Dionísio ainda não tinha recuperado a do traseiro de cavalo, ou seja, recomeçou a rir. Quíron olhou para ele aborrecido, e Apolo continuou a olhar para mim, agora de sobrancelha arqueada demonstrando curiosidade ao mesmo tempo que Annabeth balançava a cabeça de incredulidade. Revirei os olhos.

 

            - vou dizer uma coisa, no concelho vou votar para a deixarem viva – disse Dionísio ao mesmo tempo que gargalhava de novo, mais um pouco e enfartava, a sério, faltavam segundos para ele começar a tossir os pulmões – a garota têm piada.

 

            - sim, sim, suponho que também vote para que fique viva, ainda é minha neta afinal das contas – resmungou Apolo, olhei para ele chateada, óptimo, o meu avô de dezoito anos ainda se perguntava se me deixava ficar viva ou não. Que desilusão a minha mãe deve estar a levar agora lá do Elísio. Será que têm tv lá? Certo, mais perguntas idiotas. O meu cérebro deve ter uma lista longa delas.

 

            Continuámos ali a encarar uns aos outros durante segundos em silêncio até que uma garota ruiva desceu as escadas e parou na minha frente com um ar suspeito. Devo confessar, estava a pontos de lhe dar uma bofetada quando ela abriu a boca e uma fumaça verde começou a sair dela. Dei um pulo para trás de susto e apontei para ela de olhos esbugalhados.

 

            - deuses, o que fumam por aqui ?! Tinta ?! – praticamente gritei de susto quando a fumaça preencheu o lugar e ela olhava para mim com uns olhos brilhantes anormais. Apolo riu, Annabeth passou a mão pela cara antes de rir também, Quíron mordeu os lábios para não rir, e o Sr. D, mais uma vez estava  a pontos de perder os pulmões. Pela centésima vez, senti-me o bobo da corte naquele sítio de doidos. Acho que vou abrir um negócio: Piadas Serina, Queira Rir Como Um Deus, talvez tivesse sucesso, pelo menos entre os deuses acho que teria.

 

            - faz a pergunta – ordenou a ruiva com uma voz esquisita. Mas eu apenas continuava a olhar para ela de olhos esbugalhados enquanto os outros paravam de rir.

 

            - que pergunta? Fumas tinta? Porque parece que já tenho a resposta – resmunguei antes de dar um olhar feio a todos os outros na sala. A tipa da maconha olhou para mim de novo como se eu não tivesse falado nada.

 

            - pergunta o teu destino – olhei para o céu com incredulidade. Agora Zeus mandava a garota do tarou? Aquilo só podia ser alguma espécie de brincadeira antes dele começar a torrar-me a cabeça.

 

            - certo, certo, qual é o meu destino? – perguntei ainda desconfiada pela fumaça que ela deitava. A sério, abram umas janelas para deixar o vento entrar, daqui a nada tropeço por não ver nada com a fumaça verde nos meus olhos.

 

            - O objecto desaparecido irás achar

Acompanhada de outros cinco partirás

Rumando no rio de fogo te perderás

E o caminho pelo filho do mar irás encontrar

No final, uma escolha terás que fazer

Trair ou ser traída, o que irás escolher?

 

            - hey hey, espera aí um segundo! – gritei antes de ver a fumaça desaparecer de volta a ela. Olhei para os outros que pareciam pensar no que ela havia dito, quer dizer, todos menos Dionísio que parecia demasiado divertido a rir-se de mim do que a pensar em mais alguma coisa – ouve uma coisa, eu não sei o que fumas aqui, mas eu não vou achar nada perdido de ninguém okay? Eu nem o meu telemóvel fui capaz de achar, andou perdido durante quatro semanas antes que a minha mãe o achasse por mim! Ouve, sou melhor a perder coisas que achá-las – disse exasperada antes de ouvir novamente a gargalhada de Dionísio. Olhei para ele irritada e revirei os olhos. Neste momento eu devia estar num programa de comédia do Olimpo, pelos vistos sou boa a fazer os deuses rirem. Vergonhoso. A garota ruiva olhou para mim confusa e sorriu antes de olhar para Annabeth. Oh boa, ignorem-me, eu adoro.

 

            - eu disse uma profecia de novo, certo? – perguntou ela e Annabeth apenas confirmou acenando com a cabeça, então a garota olhou para mim com um sorriso – bem, boa sorte no que for, o meu nome é Rachel, sou o oráculo de Delfos.

 

            - oh boa – resmunguei mais para mim mesma antes de encarar o céu – deves estar-te a dar uma boa gargalhada agora não é, Sr. Relâmpago Infiel? Manda um raiozinho mas manda de uma vez e termina com esta palhaçada! – ouvi um raio do lado de fora da Casa Grande e olhei de novo para o céu de olhos semicerrados – isto é o quê, os Apanhados do Olimpo? – continuei a resmungar enquanto o resto da sala olhava para mim e os raios do lado de fora continuavam – e que história é essa do rio de fogo e de navegar? Eu nunca naveguei um barco! Ainda por cima vou-me perder! Mas agora é que nunca vou entrar nem arrastada por ciclopes! – Apolo olhou para mim confuso e a sorrir, Dionísio parecia roxo, e Annabeth sorria juntamente com Rachel. Não encontrei Quíron, ele havia saído a 10 km/h na cadeira de rodas á cerca de cinco segundos depois da profecia  – e filho do mar? Já estou farta de peixe por um dia, deuses, o meu cérebro vai fritar antes que Zeus o faça por mim – ouvi novamente um raio e olhei para o céu – que foi agora ? – outro raio. E desta vez Apolo gargalhou antes de parar ao receber um olhar irritado meu.

 

            - hey, também lhe acho piada, vou votar para que fique viva – ouvi-o dizer para Dionísio que ria juntamente consigo. Passei a mão pelo rosto exasperada. Agora era a chacota dos deuses. Não podia piorar mais que isto, certamente não podia. 

 

            Vou ter que começar a ter pensamentos alegres, falo seriamente. Na hora em que pensei que nada podia piorar, apareceu um velhote de barbas no meio da sala, e vou dizer já, ele tresandava a peixe.

 

            - Lord Nereu – disse Quíron. Olhei para ele de olhos esbugalhados, de onde tinha aparecido do nada? Será que posso fazer o mesmo? Os deuses podem, somos filhos deles. E o Quíron parece que consegue também ... ou isso ou é muito bom a disfarçar a sua presença numa sala cheia de gente. Porque estou a pensar em coisas idiotas de novo? Bem, porque sou idiota, é certo. Encarei o velhote de barbas com os olhos semicerrados e lancei as mãos ao céu em desespero, o que mandariam depois? A armada brigante de carneiros em fúria? Deuses.

 

            - eu apenas vim aqui porque preciso que ela encontre algo para mim – disse enquanto apontava o dedo engelhado na minha direcção. Claro que automaticamente olhei para trás de mim esperando que estivesse lá alguém. Nada, a não ser que ele fosse capaz de falar com uma estátua de Afrodite.

 

            - não! Não vou procurar nada, deuses, e se aquela história de me perder é verdade? Odeio estar perdida, é secante! Além do mais, detesto fogo! A sério, que brincadeira de mau gosto – resmunguei enquanto cruzava os braços. Apolo reviro os olhos enquanto olhava para mim, Dionísio havia voltado a jogar pinochle desinteressando no assunto, Quíron jogava com ele ocasionalmente enquanto olhava para o velhote, e Annabeth e Rachel encaravam-me como se eu acabasse de atropelar um animal com uma mota.

 

            - bem, a Pérola é bastante importante, e está perdida á já alguns séculos .. – ele começou lentamente enquanto olhava para mim de forma esperançosa. Naquele momento tive vontade de mandar o velhote jogar cartas com Dionísio de deixar-me em paz de uma vez – além disso, se a encontrasses, Zeus não te fritaria – certo, ele tocou no ponto. Revirei os olhos enquanto lançava os braços para baixo em derrota.

 

            - o que preciso de fazer? – perguntei a Quíron que sorria visivelmente contente.

 

            - escolher cinco meios-sangue para te acompanharem na missão, além de que tens que preparar as coisas, oh e vejo que o teu pai te deu um presente – falou apontando para um pendente prateado com uma pedra azul escura que havia  no meu pescoço. Eu encarei-o incrédula, como havia aquilo ido parar ali?

 

            - eu quero ir na missão, e acho que o Percy também deve ir, ele é o filho do mar de que fala a profecia, tenho certeza – olhei para Annabeth, ela era louca, queria ir numa missão suicida que eu evitaria com todos os cabelos na minha cabeça se tivesse hipóteses e Zeus não ameaçasse fritar-me até aos ossos.

 

            - Percy? Quem por diabos é o Percy? – perguntei novamente exasperada.

 

            - o único filho semi-deus de Poseidon – respondeu sorrindo para mim. Passei a mão pelos olhos irritada.

 

            - porque ele tem que ir? Não gosto de Poseidon, sério, esquecem-se de que o meu pai quer ocupar o lugar dele? É automático, está-me no sangue! Não gosto de Poseidon, e muito menos do filho idiota dele! E quem disse que vou encontrar o caminho de volta por causa dele? Nereu pode ter um filho! – apontei freneticamente para o deus primário na minha frente enquanto todos me olhavam divertidos.

 

            - bem, lamento desapontar-te, não tenho filhos com mortais, cunhadinha – encarei-o de olhos cerrados, oh claro, eu era meia-irmã da mulher dele, óptimo. Maravilha, agora faço favores entre familia. Mais alguém aqui está a ver a exploração á minha pessoa?

 

            - bem, não conheço o Percy, mas sei de uma coisa, só pode ser um idiota! – gritei enquanto emburrava e me sentava no sofá de braços cruzados.

 

            - não tanto quando uma filha de Oceanus – resmungou alguém ao entrar na porta da frente. Encarei-o mal humorada. Ele tinha cabelos escuros ondulados e olhos azuis-esverdeados como o mar, a pele era morena e ao olhar para mim não parecia contente. Maravilha, sentimento mútuo. Aquele só podia ser o filho idiota de Poseidon. Encarei o chão irritada, agora que já tinha dois acompanhantes na missão, faltavam mais três. Mas como ia escolher se não conhecia ninguém no acampamento? Que dilema.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Tentei compensar o tempo com o capitulo maior >—_
Alem de que nao sei quando volto a postar x-x
Vou ficar um tempo indeterminado sem net porque mudei de casa e estou agora a postar do pc do meu primo xD
Tenho algo para vocês também
Quem quiser pode criar um personagem que entre na fic (vai ser um dos três que irão na missão) e basta apenas colocar isto:

Nome:
Nome do pai/mãe mortal e divino:
Idade:
Aparência:
Personalidade:
Capacidades especiais herdadas do parente divino:
Arma Especial(têm ou não):
Capacidade de luta:
Par amoroso (pode colocar, eu depois aviso se não der ou tiver que mudar):
Outras informações (acrescente o que quiser ):