Rumando entre Marés escrita por Catherine


Capítulo 16
16 - Zoey vira do Bem; A Cruel Verdade de Zack




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Zoey tinha uma certa vantagem sobre mim ao lutar de lança, e a meio da luta, já tínhamos ambas bastantes cortes, mas agora que eu quase não lhe dava tempo lhe ordenar a terra, os tremores haviam parado, e no momento, andávamos em roda, tentando captar o pouco fraco uma da outra. Coloquei um sorriso de canto no rosto quando olhei rapidamente na direcção do meu pai e o vi sorrir divertido. Provavelmente achava que eu perderia contra a filha de Gaia, e eu não lhe daria esse gosto. Atirei Atlantis para o chão assim que o meu corpo começou a aquecer. Era como se a minha pele pegasse fogo e tudo á minha volta carbonizasse. Os meio-sangue deram alguns passos para trás, e apenas o Sr. D ficou no mesmo sitio, assistindo enquanto bebia uma Coca Diet.

- então, vamos brincar de poderes? - perguntei de forma sarcástica enquanto o calor de expandia e carbonizava a relva e o espaço de cinco metros ao meu redor. Zoey havia-se afastado, e encarava-me de olhos arregalados.

- pensei que fosses filha de Oceanus - ela disse recuperando do choque e começando a rodar a sua lança com as duas mãos.

- e sou, mas tenho a bênção de Hipérion - respondi piscando-lhe o olho enquanto avançava um passo e ela recuava dois.

- oh, estou a ver - pensou em voz alta e então começou a murmurar novamente para a terra. Soltei uma gargalhada ao notar que o meu sangue titã começava a sobressair-se, e estiquei a minha mão na sua direcção, fazendo o seu corpo começar a aquecer. Ela gritou ao sentir a pele arder levemente, e atirou-se á terra, tentando absorver energias. Os seus olhos brilharam de forma mais verde e ela começou de novo a falar com a terra, criando agora terramotos mais fortes e abalando todo o acampamento - não é muito junto usares a tua bênção - falou semicerrando os olhos. Eu sorri e deixei o calor desaparecer com os poucos.

- tudo bem, consigo ganhar normalmente - respondi antes de levantar os braços no ar - agora sente o que é a verdadeira fúria do oceano! - gritei antes que um enorme tsunami aparecesse do nada e a atingisse, levando-a de embate a uma arvore, soltando um guincho agudo de dor. Não tive tempo de procurar Atlantis, e apenas criei uma lança a partir da água, atirando-a na sua direcção e prendendo o seu casaco castanho contra o tronco. Zoey cuspiu um pouco da água enquanto os seus olhos fechavam levemente. Apoiei-a e passei o seu braço pelos meus ombros. Ela abriu momentaneamente os olhos e olhou-me surpresa.

- sou tua inimiga, não me vais matar? - disse como se eu não tivesse notado antes.

- credo, não sou uma assassina e não quer dizer que eu deixe os meus inimigos morrer de cansaço, qualquer coisa que estejas a fazer deve ter justificativa e vamos saber depois - sorri - além disso, acho Gaia de mais, e aquilo dos terramotos? É altamente - ela sorriu um pouco antes de fechar novamente os olhos.

- obrigada Serina, estou em divida para contigo - respondeu antes de eu a sentir desmaiar por completo. Annabeth correu para mim e ajudou-me a segurar a garota, até que Percy veio junto com Chris e a levaram, seguidos de Annabeth.

Olhei para Zack e sorri sarcasticamente. Ele parecia arder de raiva, assim como Céos, que havia tomado o combate por ganho. Hécate piscou-me o olho contente de eu ter vencido apesar de estar irritada de não me juntar ao lado deles, já o meu pai, ria ás gargalhadas, como se acabasse de ver o melhor dos espectáculos e nada disso o afectasse.

Respirei fundo e olhei para os outros, cortando qualquer ideia que tinham de partir para cima deles. Só então voltei a olhar para Zack. Céos parecia ter notado que eu queria conversar a sós com o filho de Zeus, e afastou-se, levando o meu pai - que não saiu sem acenar antes - e Hécate - que parecia descontente em não ouvir a conversa, como se tudo fosse uma novela mexicana.

Aproximei-me da subida e andei até ele, parando na sua frente um pouco nervosa. Ele suspirou e a sua espada desapareceu, tomando o formato de uma pulseira dourada com o sinal de Zeus. Fez sinal na direcção das árvores e pediu que o seguisse. Concordei um pouco relutante mas acabei por segui-lo, sentindo o meu corpo ser prensado contra uma árvore no momento em que desaparecemos da vista de todos. Deixei escapar um suspiro de surpresa e ele sorriu de canto, passando o olhar pelo meu corpo e humedecendo os lábios.

- mudaste bastante desde que nos conhecemos não? - perguntou aproximando o seu rosto. Ergui a sobrancelha ao dar-me conta do que fazia e soltei uma gargalhada, o Zack tentava distrair-me com outras coisas para não falar sobre o seu pai, e notava-se em seu rosto o quão frustrado havia ficado quando eu ri.

- bem, tu também não costumavas fugir das conversas - respondi no meio de uma risada enquanto passava a mão pelo seu rosto e tocava na pequena cicatriz que tinha ao lado da sobrancelha. Quase me havia esquecido dela. Zack havia 

- porque não vens comigo? Eu contava-te toda a verdade - tentou desconversar enquanto me soltava e dava alguns passos para trás. Mordi o lábio encarando-o com atenção. Sempre tinha gostado de Zack, na verdade, ele fora dos primeiros namorados de quem havia gostado de verdade, mas de repente, ele desaparecera da escola e toda a gente parecera ter-se esquecido que ele sequer existia. Claro, eu na altura não fazia ideia, mas aquilo era apenas o uso da névoa sobre os humanos, e eu era a única que me lembrava dele, do seu sorriso, da sua atitude sarcástica mas divertida e do seu mau feitio matinal.

Parei de pensar no momento em que me dei conta que puxava sentimentos antigos. Céus, o aparecimento dele apenas me confundia, e eu não podia esquecer que os deuses haviam confiado em mim, e principalmente, que a pérola de Nereu continuava no bolso das minhas calças.

- eu lutei com a Zoey, então vais contar-me toda a verdade de qualquer das formas - frisei com um sorriso curto enquanto o encarava. O Zack parou de andar e encarou-me de volta, ficando uns segundos em silêncio antes de dar um longo suspiro.

- certo, eu disse que falava , apenas queria que viesses comigo - bufou enquanto cruzava os braços e se encostava a um pinheiro - a minha mãe era neta de Atena e de Apolo, filha de dois meio-sangue - começou por explicar enquanto eu me aproximava um pouco - era bastante raro os monstros virem atrás dela, pois o seu sangue divino era muito pouco, e nunca havia sequer existido a necessidade de vir ao acampamento. Bem, isso mudou quando ela conheceu Zeus - humedeci os lábios tentando imaginar o que se tinha passado e estaquei, a dois metros dele, encarando as suas feições de rosto e os seus olhos azuis, que naquele momento estavam um pouco acinzentados de acordo com o seu humor - então eu nasci e todos os problemas dela começaram. Vários monstros apareciam, nós trocávamos de casa muitíssimas vezes, e a única vez em que conseguimos estar mais tempo em um lugar foi quando te conheci - sorriu dirigindo o seu olhar para mim - os dois anos que passei em Manhattan foram os mais calmos na verdade, mas então uma manticore apareceu, a minha mãe tentou defender-me e acabou por morrer, a gritar pela ajuda de Zeus, dá para acreditar? - questionou com um olhar triste mas enfurecido - e o que ele fez? Ficou sentado no trono dele como se nada se passasse? Como se ela fosse lixo? É isso que as mulheres mortais que engana são para ele? Lixo? - rosnou, ouvindo-se um forte trovão de fundo - e então tive que viver sozinho desde os quinze anos! Aprendendo a manipular a névoa para facilitar as coisas porque o idiota nem sequer enviou alguém para me ajudar! - gritou enquanto começava a chorar e cerrava os pulsos de ódio. Os raios continuavam a cruzar o céu e eu apenas abri a boca sem saber o que dizer. Para falar a verdade, não me passava sequer pela cabeça que a sua mãe tinha morrido. Tinha-a conhecido quando começara a sair com o Zack, Allea, e ela era bastante cheia de vida, como uma pequena fada pois era de estatura baixa, os seus cabelos bronze sempre pareciam voar em seu redor e quando sorria, os olhos cinzentos tinham um brilho diferente.

- Zack, por favor pára, não preciso ouvir mais nada - murmurei sentindo os meus olhos marejarem. Céus, eu nem sequer sabia porque também chorava. Apenas parecia tudo tão injusto. Tão complicado para ele. A minha mãe também havia morrido por causa de um monstro, e eu de certa maneira entendia um pouco pelo que ele havia passado, mas haviam-me ajudado, e eu não guardava rancor pelo meu pai. No caso dele, era totalmente diferente, e depois de saber toda a história, não sabia mais o que fazer. O meu ex-namorado e o meu pai precisavam de mim, mas os meus amigos e os deuses Olimpianos também. Então para que lado eu deveria ir? Vida de semideus nunca foi fácil mas a de semi-titã é bem pior meus amigos, podem acreditar.


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Notas finais do capítulo

Oi aí pessoal :D
Espero que tenham gostado do capitulo ^.^
Quando o escrevi não tava muito com cabeça de prolongar muito a luta, então acelerei um pouco as coisas tá? >..

Beijos :D