Barulhento Silêncio escrita por Dark_Hina
A troca de olhares era tensa, deixando o ambiente da sala nenhum pouco agradável, os olhares perscrutadores de respostas e de reais intenções tornavam obvio como aquilo era constrangedor para o doutor.
–Poderia dizer como era o relacionamento do seu filho com a mãe? - Começou Brass.
–Éramos uma família.
–O senhor saberia algum motivo para seu filho fazer isso com a mãe?
–Capitão Brass não é mesmo? -O homem o olhou lhe encarando com olhos amistosos. -Minha mulher era a melhor mãe que eu já conheci. Assim que recebeu a notícia que estava grávida largou o emprego, começou a se dedicar a casa e a família. Ela era uma grande profissional, do tipo que largava tudo e ia de cabeça no trabalho, mais ela colocou a família em primeiro lugar. Não sei de absolutamente nada que poderia ter feito aquele ingrato fazer algo tão desprezível com a própria mãe...
–Tem alguma coisa no relacionamento de vocês dois que poderia provocar algo assim? - Interferiu Grissom. -Talvez ele soubesse de alguma coisa em particular? - O doutor colocou a mão na cabeça e soca a mesa.
–Se houvesse alguma informação envolvida desse gênero era para eu ser o morto! - O homem se calou. Respirou fundo. -Acho que não me contentei com o que eu tinha... Perdi uma das pessoas que mais amei na vida. E a última coisa que fiz por ela foi traí-la. - Jim arqueou as sobrancelhas e Grissom se inclinou para trás.
–Queremos o nome dela. – Disse Brass.
–Sílvia Leal...
–Ela seria loira? - Perguntou Grissom.
–Sim, por quê?
–A pergunta que eu vou lhe fazer é bem pessoal. Mais é de fundamental importância. - Continuou Grissom. -Ela foi recentemente a sua casa?
–Isso é invasão de privacidade! - O homem se levantou bruscamente alterando o tom de voz.
–Tenho motivos para lhe perguntar isso. - Grissom encarou o homem ainda sentado.
–Me dê um.
–A não ser que sua casa tenha um trânsito frequênte de mulheres loiras... Encontramos fios de cabelos loiros na cena do crime. - Grissom suspira. -Acho que seu filho não matou a mãe sozinho. - Lúcio voltou a sentar-se.
–Onde ele está?
–Por ser menor seu filho tem que está com a presença dos responsáveis ou advogado. - A porta foi batida. Catherine se encontrava com vários papéis na mão e um sorriso animado.
–Acabei de voltar do legista, morreu por causa do tiro, mais adivinha, ela tinha resíduos de pele nas unhas com sangue. Mandei comparar, o mesmo DNA da saliva e do cabelo. Também mandei a bala para análise. - A expressão de Grissom estava animada. - É impressão minha ou as coisas estão fáceis hoje?
–Compensações. Ele acabou me dizer que tinha uma amante, peça um mandado e vá com Sofia atrás dela.
–Está bem...
~♥~
No relógio do quarto era marcado 3:00 da manhã. A moça acordou tonta, tudo girava inclusive seu estomago, o álcool estava a fazer efeito. Sua cabeça doía e tudo ficou escuro quanto tentou saber onde estava e se lembrar de com havia chegado lá. Ao correr os olhos pelo local reconheceu seu apartamento mais ainda não sabia como havia ido parar lá. De repente seu estomago começa a revirar e não pode deixar de sair em disparada para o banheiro pondo para fora toda a mistura de líquidos que faziam mal a seu corpo.
–Aahhuu! - O garnido ecoou alto quando o líquido saiu do seu organismo e foi colocado no vaso sanitário. Ela lavou a boca e respirou fundo, andou em direção a cama e jogou-se na mesma, não queria saber de mais nada excerto dormir.
~♥~
O dia seguinte começou com Catherine ao lado de Sofia, ambas com um mandato em frente a um apartamento. A policial tocou a primeira vez na campainha, nada de resposta, na segunda um grito dizendo “Já vai!” foi escutado. Alguns minutos foram esperados até o terceiro toque.
–CASO NÃO ABRA VAMOS ARROMBAR A PORTA AGORA! - Gritou Sofia impaciente. Instantes depois uma mulher, seminua, loira, alta, magra, olhos castanhos, tinha um arranhão no rosto e abria a porta. -Polícia de Las Vegas.
–O quê?
–Bom dia, meu nome é Catherine Willows, criminalista. Podemos entrar?
–Não, não podem.
–Temos um mandado. - Sofia estava mesmo impaciente.
–Caso não nos deixe entrar vai presa por obstrução da justiça. - Catherine tentava manter o controle que a outra havia deixado em casa, ou apenas ser a policial boazinha da história. A moça se rendeu, se afastou da entrada e deixou que eles vasculhassem sua residência.-Srtª Sílvia você conhece Dr. Lúcio?
–Sim, somos colegas de trabalho.
–Colegas de trabalho que dormem juntos?
–Temos um caso, isso é contra lei?
–Não, mais assassinar a mulher dele é.
–Como é a história? - Catherine pegava em seu kit uma pinça, uma sacola plástica, com uma etiqueta em branco e sua mão já possuía luva.
–Seu corte é recente?
–Sim.
–Como foi?
–Para quê precisa saber disso?
–Curiosidade, se importaria se eu pegasse uma amostra?
–Sim.
–Nós temos um mandado. - A mulher virou a cabeça de forma tão brutal que jogou suas melenas no rosto de Catherine, que percebe rapidamente, após um fio de cabelo entrar em sua boca que toda vez que a médica mexia em seu cabelo eram caídos alguns fios. Esse insulto e o corrido no contexto do crime, a perita deixaria passar por hora. Com a pinça retirou uma película do ferimento e colocou-a no saco preenchendo a etiqueta na mão e deixando em sua maleta. –Abra a boca.
–Eu não preciso fazer isso.
–Sim, precisa. Temos um mandado para seu DNA, também. - A mulher mesmo relutante fez o que a perita pediu. E prontamente quase se vingando da 'rabissaca-cabeluda', Catherine introduz o contonete pela garganta da mulher provocando uma tosse por parte da moça.
–Por que vocês estão fazendo isso? O garoto não já confessou que foi ele que matou a mãe?
–Como você sabe disso?
–Eu quero um advogado.
–Vai precisar mesmo... Você teria alguma arma?
–Sim, tenho. Defesa pessoal, vocês não fazem seu trabalho direito e por isso pessoa inocentes tem que andar armada. - Por mais que soubesse que aquilo tinha sido para ela, Catherine fez ouvido de mercador. Saiba que quem tinha levado as dores do insulto era a policial ao seu lado.
–É, tem razão, por nossa incompetência futuros assassinos ficam armados. Sofia, deixe a moça vestir uma roupa e a leve embora. -A policial prontamente se encaminhou para a mulher, com uma das mãos, ela deu leves empurrões para que andasse mais rápido. Para a mulher era a gota d'água.
–Ora sua...! - A moça cospiu na roupa de Sofia que respingou em Catherine. Sophia já iria reagir caso Catherine não segurasse seu braço.
–Você costuma cuspir nas pessoas quando fica com raiva? - A mulher voltou a cuspir só que na roupa de Catherine. Certas coisas começavam a fazer sentido na cabeça da perita.
–Catherine eu vou levantar uma queixa por desacato! - Sofia estava farta da situação. A mulher continuava sua ofensa oral, e em cada movimento mais fios de cabelos eram deixados ao chão.
–É o seguinte, você vai trocar de roupa, a detetive aqui vai ficar esperando você volta. - A mulher cessou o fogo, quer dizer, a saliva, enquanto Catherine falava. -Todo mundo acalma e vai para a delegacia. E Sofia, caso não queira ir com sua roupa cheirando a saliva é melhor não algemá-la. - Novamente a doida voltou a cuspir, só que no rosto das duas oficiais.
–Grande conselho Catherine... - A perita ficou calada, pega um lenço em seu bolso para si e outro para a detetive.
–Caso não queira sair daqui com uma focinheira pare de fazer isso já! - A mulher não parou, deixou as mulheres tão cheias de saliva que Sofia perdeu a pouca paciência que levou. Avançou com tudo para cima da mulher e deu-lhe uma tapa no rosto, para uma simples busca aquilo havia se transformado em luta livre do qual Catherine era obrigada assistir, e levar respingos da violência, literalmente...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Próximo capítulo dia 21-08-2010