Respirei fundo. A única coisa que teria de fazer era uma trilha. Uma trilha com Yamanaka Ino. Nunca havia sido muito bom com emoções, mas aquela loira desgraçada despertava o poir em mim.

Acampamento de verão desgraçado! Tudo o que eu queria era passar todo o verão dentro de um quarto fechado desenhando, mas não... Calma Sai, nada de mortes, pelo menos não ainda...

Respirei fundo.

Além de acordar as 05h00min da manhã, junto com os passarinhos, eu ainda teria de fazer uma trilha com a loira mais azeda da cidade?

- Parece que sim anêmico.

Virei-me quando escutei a voz, eu havia falado em voz alta.

- O quê que foi Ino? – A loira me olhava da soleira da porta do acampamento masculino.

- O quê que foi você branquelo! Como ousa me chamar de loira azeda?! Como me insulta assim? – Os olhos normalmente azuis dela estavam vermelhos e pareciam que iam me fritar, do mesmo jeito que o Super-homem fez diversas vezes com os bandidos, porém dessa vez os papeis estavam trocados. Eu era o mocinho e ela era a sádica que deveria ir direto para o hospício.

- Olha, Eu só te chamei de loura azeda, que é a mais nua e crua verdade. Por outro lado você já me chamou de anêmico e branquelo. No quesito insulto você está ganhando.

Tinha certeza que ela ia avançar no meu pescoço, e na pior das possibilidades arrancar meus olhos com as unhas, porém ela não fez nada disso.

- Me siga Sai no baka. – Foi tudo que disse antes de dar as costas e seguir a passos firmes em direção as trilhas. Dando de ombros peguei minha mochila, se ela não havia me matado agora mão mataria depois. Ou não.

Caminhamos em silêncio morro acima durante séculos, até que uma pequena lagoa se assomou a nossa frente.

- Vamos parar para almoçar. – Avisou a carrasco, vulgo Ino.

Dei de ombros e sentei-me perto da margem, o que eu não imaginava é que aquele brilho no olhar da Ino não era tão inocente quanto eu imaginava.

Abaixei-me para sentar num pequeno tronco de árvore, no momento que eu ia encostar minha arredondada popança no tronco a filha-da-mãe loira a chutou. Cai em cheio dentro da lagoa.

- Vaca! – Eu gritei e atirei um punhado de água em cheio no rosto maquilado dela.

- OMG! – Foi tudo o que ela conseguiu dizer enquanto a maquiagem escorria pelos seus dedos.

Arregalei os olhos quando um sorriso se formou em seu rosto, ela se abaixou e pegou um punhado de areia, não tive nem tempo de reagir, só senti quando a areia arranhou o meu rosto.

Aquela vaca desgraçada... Mas parecia que esse acampamento não iria ser tão ruim assim.

Fim!