Reset escrita por Razi


Capítulo 2
Inferno


Notas iniciais do capítulo

Que comece a tensão.



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Acordei sentindo dor no pescoço por ter dormido de mau jeito. Bocejei enquanto seguia para o banheiro ao tempo que já ouvia movimento na cozinha. Logo depois vesti uma roupa qualquer e amarrei meu médio cabelo castanho ondulado num rabo de cavalo.

Como maquilagem coloquei apenas brilho incolor nos lábios rosados.

-Apresse-se informou mamãe quase gritando

Peguei minha mochila e desci indo para a cozinha onde mamãe colocava as torradas na mesa e papai bebia seu café como sempre amargo.

Dei-lhe um beijo na bochecha rosada e logo me sentei na mesa.

Enquanto pegava uma torrada notei que ele tinha leves olheiras.

-Não dormiu direito, papai? indaguei dando uma mordida na torrada

-Trabalho demais explicou ele dando um fraco sorriso.

Olhei de soslaio mamãe que detinha uma expressão opaca.

Era obvio que tinha algo á mais do que trabalho podia ser que ambos estivessem juntos á mais de 30 anos, só que isso não quer dizer que o velho não tenha ousado da confiança da mamãe.

O resultado são dois filhos fora do casamento que recebem uma gorda pensão alimentícia.

Agora devo me perguntar por que minha velha não se separou dele?

Bom, o caso é que quase metade das mulheres gosta de homem cafajeste.

Além do mais minha mãe não se preocupa mais com as traições, a deixariam acabada, apenas devem ocorrer longe de seus olhos e ouvidos.

Isso se papai quiser ter um rosto sem cicatrizes.

-Soube do acontecimento de ontem disse ele me olhando nos olhos

Estava levando outra torrada á boca, assim deixei que ela morresse no meu prato novamente.

-Papai disse constrangida

-Scalat disse ele serio Espero que não se machuque com esse rapaz, apenas isso.

Assenti com a cabeça enquanto o via pegar sua xícara novamente.

Terminei meu café e beije-os antes de ir novamente para o meu Opalla.

Bocejei enquanto dava a partida no carro. Coloquei numa estação qualquer enquanto seguia para o colégio.

O que aconteceria comigo hoje?

Depois de alguns minutos estacionei em frente ao colégio e desci do carro ao tempo em que uma brisa gélida passou por mim fazendo meus pelos ficarem eriçados.

Bati a porta do meu carro com o pé e me encaminhei para a sala onde assistiria aula de Historia.

Para chegar lá enfrentei esbarroes, piadinhas medonhas e os afins.

Não encontrei Martin o que me deixou entristecida.

Será que ele me daria às costas também?

Entrei na sala ocupando uma cadeira no canto da parede.

Olhei para o teto e depois para fora da sala esperando o tempo passar.

Logo o professor entrou todos os alunos tomaram seus lugares e conversando sem parar enquanto ele tentava dar aula.

Me afundei na cadeira. Seriam minutos longos.

As demais aulas se seguiram de forma lenta e nebulosa. Um estranho clima começava a povoar qualquer lugar que eu passasse.

O sinal para o intervalo ressoou.

Guardei minhas coisas e sai da sala.

O inferno estava então na minha frente.

Por toda a extensão do corredor havia nas paredes fotos minhas e de Martin sobre ontem. Eu estava em close, meu rosto prazeroso estava bem claro.

Passei pelo corredor correndo de cabeça baixa ouvia os risos de todos por minhas costas.

Entrei na cantina e foi outro erro que cometi.

Havia um telão na cantina que normalmente era usado para exibição de videoclipes, só que hoje não era isso que mostrava.

Minha imagem entrou em foco antes de mostrar meu corpo nu.

O ocorrido de ontem agora era novidade para todos que ali se encontravam rindo parecendo hienas.

Corri meus olhos por tudo até encontrar quem eu queria.

Ele estava com um braço ao redor do pescoço de Suzy que voltou seu olhar pra mim sorrindo me indicando com seu braço para que todos me olhassem.

Riam e muito da minha cara enquanto Martin vinha ao meu encontro, só que quando estava á poucos passos de mim, um vulto passou por mim acertando um soco no rosto dele.

-Isaac! gritou uma garota ficando ao meu lado

Olhei as costas dele. Ele não era daqui, seu uniforme denunciava isso.

Martin se levantou com a fúria estampada no rosto ao tempo em que o silencio caiu no recinto. O garoto virou seu rosto para o lado esquerdo me fazendo ver sua pele bronzeada.

-Tire-a daqui, Nemesis ordenou ele solene ao segundo que segurava o soco de Martin.

Duas mãos brancas estavam em meus braços e me guiaram para fora dali. Não sentia nada, estava oca. Meus olhos viam tudo passar turvo e meus ouvidos captavam as risadas de quem me via.

A estranha garota me levava para a diretoria pelo que pode notar.

-Fique aqui por um segundo murmurou ela antes de se afastar esvoaçando seu cabelo ruivo brilhante

Puxei minhas pernas de contra mim afundando minha cabeça entre meus joelhos enquanto ouvia a ruiva conversando com a diretora.

Não prestei atenção no que conversavam, me enterrava cada vez mais dentro de mim mesma.

-Scalat chamou a ruiva pondo sua mão em meu antebraço

Vi que ela trazia pendida em seu ombro minhas bolsa.

-Vamos disse ela me forçando a levantar - Vou te levar para casa.

Quis protestar, mas não encontrei minha voz de jeito nenhum.

-Venha insistiu ela = É melhor sair daqui.

Meu corpo a seguiu, deixando que me levasse para onde queria.

Já não ouvia os risos das pessoas, mas ouvia os gritos que alguém estava dando. Ao chegarmos ao estacionamento à garota estancou como se não soubesse para onde ir.

-É o Opalla informou alguém por minhas costas

Nemesis se voltou para trás enquanto me mantive na mesma posição.

-A levarei para casa informou ela Depois voltarei para o Instituto.

-Tudo bem concordou o rapaz de antes deduzi Informarei ao pessoal.

-Obrigada agradeceu ela me puxando para o carro Nos vemos depois.

-Cuide dela pediu ele

A ruiva apenas sorriu antes de parar na porta do Opalla.

-Eu...

-Irei dirigir ela me cortou abrindo a porta do carro Você não está em condições de fazer isso.

Mordi meu lábio inferior hesitante. A ruiva sorriu enquanto me empurrou para dentro do carro.

A olhei alarmada ao tempo em que ela já dava a partida.

-Casa dos Radcliffy anunciou Nemesis quando chegamos em casa.

-Como você sabia? perguntei a olhando surpresa

-Freqüento a livraria da sua mãe respondeu ela saindo do carro

Sai logo em seguida a vi dar instruções ao celular. Depois se voltou para mim entregando minha chave.

-Espero que fique melhor desejou ela me dando um abraço Cuide-se nos vemos depois.

Ela então se encaminhou para a limusine que chegara segundos antes. O chofer abriu a porta para que entrasse enquanto me voltei para casa.

A porta estava apenas encostada quando entrei vi minha mãe debruçada sobre a mesa olhando algumas contas ao me ver levantou-se enquanto corri para seus braços.

Foi então que desabei a chorar.


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Notas finais do capítulo

Bem, como puderam ver isso matou com a Scalat de vez na vida escolar.
Agora como irão ficar as coisas, sobre o casal que apareceu, eles tentarão seus papeis por aqui.
Novos cap. apenas na terça, mentira, segunda-feira estão por aqui.
Assim sendo até lá e reviews como deve se esperar são bem-vindos.
o/