Reset escrita por Razi


Capítulo 1
Momentos


Notas iniciais do capítulo

Aproveitei a ideia que me veio a mente e resolvi passar pro papel.
O resultado é o que vocês irão ler a partir de agora.



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-Você está ferrada – decretou Martin ao meu lado enquanto via Suzanne encharcada de calda de chocolate.

Mordi o lábio inferior enquanto sentia o sangue fugir do meu corpo.

Tudo até parecia estar em câmera lenta.

Suzanne mantinha-se boquiaberta enquanto a calda descia de seu rosto para sua roupa nova, todos nos olhavam chocados até parecia parar de respirar.

Martin segurava o resto da calda que sobrara antes que eu tivesse deixando cair o copo.

Só que não tenho culpa que por acidente a calda tenha caído em cima dela, na verdade, a culpa foi de quem colocou o pé para que eu caísse.

-O que tem a dizer em sua defesa, Scalat? – perguntou ela me olhando com raiva

-Desculpe – respondi timidamente

-Só isso que você diz? – indagou ela ríspida – Olha só o que você me fez, sua idiota!

Recuei um pouco intimidada. Não gostava quando as pessoas gritavam, me causava um pouco de choque.

-Não vai dizer nada? – indagou ela colocando as mãos na cintura

Permaneci calada enquanto via seu rosto sardento ficar cada vez mais vermelho

-Suzy – chamou seu namorado se aproximando dela – Deixe isso de lado e vá se limpar.

Ela o olhou com a mesma intensidade que me olhou. O seu namorado sorriu levemente e sussurrou algo em seu ouvido que a fez se voltar e ir embora.

Kimberly e Sandra, suas melhores amigas a acompanharam enquanto Chad, o namorado dela, me olhava com pesar e repulsa ao mesmo tempo.

-Vamos sair daqui – sugeriu Martin pondo suas mãos em meus ombros e guiando para fora do complexo.

Fiquei calada e encolhida enquanto via os olhares de todos sobre mim.

Martin me levou para um banco próximo á biblioteca onde deixei minha respiração ficar descompassada enquanto recobrava a calma.

Era algo que não tinha me acostumado ainda. Ser o peixe fora d’água.

Martin ao meu lado mantinha-se em silencio, esperando apenas que eu retomasse o controle das minhas emoções.

Fechei minhas mãos em punho sobre meu colo enquanto deixava minha mente em branco. Nada de pensamentos. Tinha que voltar á si.

-Pronto – informei depois de alguns segundos.

Ele apenas assentiu com a cabeça enquanto se levantava e estendia sua mão branca de dedos longos e esqueléticos para mim. A peguei hesitante enquanto Martin me puxava para perto de si.

-Não vamos mais pensar nisso – disse ele sussurrante

Olhei em suas pedras ônix que denominava olhos logo deslizei para suas boca delineada apesar do lábio inferior ser um pouco maior do que o superior.

Pisquei para afastar a idéia de querer tocá-los, mas não obtive sucesso.

-Quero fazer uma coisa – disse ele pausadamente

-O que? – perguntei receosa

Ele piscou uma única vez antes de levar sua mão a minha nuca e puxar minha cabeça, me beijando logo em seguida.

Fiquei sem reação.

O que tinha dado nele?

Nossas línguas se enroscaram, acredite fora involuntário, enquanto sua mão deslizava por minhas costas. Tentei me separar dele, mas não tinha muita força para fazer isso e nem vontade.

Então me deixei levar pelo momento, trocávamos caricias alternando os beijos, até que ele me puxou para irmos para um lugar mais reservado onde poderíamos ficar mais à vontade.

Me encolhi com a idéia, mas ele me incentivou com tal jeito que me fez concordar.

Não acreditava que o capitão do time de futebol estava ficando comigo, a estranha do colégio.

Era chamada assim apenas por conta do meu jeito de vestir ser igual de um homem, o cérebro inteligente, as feições delicadas e tudo mais.

Voltando o que importa, Martin estava me guiando para uma ala próxima á quadra.

Onde reiniciamos os beijos e as caricias, até que avançamos o sinal.

Você poderá achar que sou fácil, mas se tivesse no meu lugar, saberia que do modo como ele te entrelaçou seria capaz até de dar seu sangue.

Pode até ser um exagero da minha parte, mas é dessa maneira que posso descrever como ele era capaz de persuadir.

Gemi enquanto seus lábios tocavam minha nuca, agarrei um chumaço de seu cabelo negro com vontade.

Ele estava me deixando entorpecida.

Continuamos juntos por mais algum tempo, precisamente até o sinal ressoar pelo colégio inteiro. Nos arrumamos e logo seguimos para nossas salas.

Eu estava tímida demais para falar algo enquanto que ele detinha um sorriso triunfante nos lábios que acabei de beijar.

Quando chegamos à sala de química, Martin se despediu de mim com um beijo nos lábios e uma mordida na orelha, no mesmo instante fiquei vermelha que nem um tomate enquanto ele novamente riu triunfante.

Entrei na sala murmurando um “tchau” e depois fiquei quietinha na minha cadeira no meio da sala.

Prestei como sempre atenção em todas as aulas, apesar dos cochichos que sem gostar ouvia sobre o beijo que Martin me dera.

Imaginem se soubessem que rolou entre nós algo mais.

Mordi minha língua para afastar as situações que se gerariam caso soubessem.

O toque pro final do dia ressoou fazendo quase todos gritarem aliviados por saírem dali.

Ajeitei a alça da minha bolsa no ombro e sai da sala rumo ao estacionamento. Não vi Martin até o momento em que cheguei no meu Opalla. Ele estava acompanhado de mais alguns integrantes do time e olhavam algo na câmera de vídeo. Gargalhavam com vontade.

Realmente devia ser algo engraçado.

Esperei que ele voltasse seu olhar pra mim, mas não o fez. Então decidi que era melhor ir para casa, ligaria para ele depois.

Coloquei o som numa radio em que se tocava Russian Roulette da Rihanna.

A musica envolvia que comecei a cantar enquanto dirigia para casa. Cantarolei ainda enquanto saia do carro e acenava para senhora Ubridge, minha vizinha da frente.

Logo depois peguei minha copia da chave da porta da frente e entrei me deparando com o vazio.

Ninguém em casa.

Mamãe deveria estar na livraria agora enquanto papai com certeza estava terminando mais um julgamento.

Suspirei enquanto subia para o meu quarto para tomar aquele banho demorado.

Preparei meu almoço que não passou de lasanha e salada, cuidei de limpar a casa ouvindo um CD com algumas musicas legais. Limpei o suor que havia na minha testa enquanto subia para o meu quarto, navegar um pouco pela Internet.

Minha tarde seguia desse modo até o sol começar á despontar para que assim pudesse fazer um pouco de corrida.

Quando retornei para casa minha mãe acabava de chegar e retirava seus sapatos dando um murmúrio de alivio.

Ela nunca de acostumaria com isso.

-Scalat – a velha me cumprimentou com um sorriso – O que ocorreu de bom hoje no colégio?

Sorri do linguajar dela, poderia trabalhar numa livraria com todo aquele ar antiquado, mas seu vocabulário parecia de uma jovem de 17 anos do que para uma mulher de quase 50 enxuta.

-Acho que devemos tomar banho primeiro – sugeri sentindo que o suor descia de meu rosto

Mamãe assentiu com a cabeça enquanto subia para seu quarto desabotoando sua blusa creme de seda.

Tomei banho rápido, pois queria contar tudo para ela.

Nunca lhe escondi nada e não seria hoje que esconderia.

Fui para o seu quarto a encontrando penteando seu longo cabelo loiro em frente ao espelho dependurado na parede lateral branca do quarto.

-Detalhes – exigiu ela sem parar seu afazer.

Comecei a contar enquanto me acomodava na sua cama de casal. Ela quase me fulmina quando contei que transei com Martin, mas logo se acalmou, pois sabia muito bem que não era nenhuma garota imprudente á pondo de fazer isso sem os devidos cuidados. Ainda mais conhecia o fato que não sou mais criança nesse assunto desde meus 15 anos.

Falei sobre resto do dia no qual ela se ateve no fato dos amigos de Martin e ele gargalharem vendo um filme.

Não sei porque isso a interessou, mas que mamãe ficou com uma expressão estranha, isso ficou.

Depois disso fui ler um pouco enquanto ela cuidava do jantar.

Resumindo minha noite fora apenas ir á aula de ballet, conversar com meus pais e depois cama.

Amanhã seria mais um longo dia...


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Notas finais do capítulo

Acho que todo mundo deve ter sacado qual o acontecimento, por isso segundo cap. os espera.
Mais antes deixem suas opiniões sobre o que acharam, se houver erros podem me dizer para que eu não os cometa de novo.