Bloody Lips escrita por AppleOC


Capítulo 33
Let's party (part II)


Notas iniciais do capítulo

E a outra parte do capitulo, lembrando que no fanfiction ele estava postado inteiro e isso não acontece aqui, por que o Nyah tem limite de corpo de texto.



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Bella P.O.V

-Argh! – Gritei ao sentir algo estralando, abri os olhos sentindo meu pescoço dolorido. – Ai...

-E é assim que se acorda alguém com pescoço quebrado. – Alguém falou, eu estava completamente desorientada.

Então, lentamente fui tomando consciência da minha situação.

Primeiramente, eu percebi que estava amarrada em uma cadeira, tentei arrebentar as correntes, mas não consegui nada, devia ser prata ou algo assim. Então percebi que estava cercada por uns símbolos estranhos no chão, quase soltei um gemido. Ergui a cabeça olhando ao redor, eu ainda estava na escola, ao menos isso...

Meu olhar parou em Victoria, pisquei tensamente, enquanto a olhava hesitante. Ela estava pálida, super bonita e tinha olhos vermelhos.

Vermelho brilhante, ao contrario do vermelho-sangue escuro de Jane, os olhos de Victoria eram mais claros. Ainda assim, eram arrepiantes, o seu rosto era uma mascara de raiva.

E o pior é que eu mereço, de certo modo.

Ela gostava de James, era como um irmão ou algo assim. Ele era um idiota, um verdadeiro crápula, mas não merecia ser transformado em um demônio, ninguém merece isso. Além do mais, se eu tivesse o matado, ao menos minha mãe não seria morta por ele.

Pelo o que eu sei, James me perseguia quando foi atrás de minha mãe. Eu não era estupida, lembro que naquele dia em que soltei meu poder para queimar os lobisomens estávamos sendo perseguidos por James.

Afinal, as crianças disseram "homem branco" naquele dia e mais tarde Edward disse que tinha visto um vulto nas visões dele e tinha quase certeza de que era James. Depois daquilo eu usei todo o poder que eu tinha e fiquei inconsciente.

Em algum momento entre os quatro dias seguintes meus poderes aumentaram, efeito da morte de Renné.

-Vestido legal. – Victoria comentou friamente.

-Obrigada, seus olhos vermelhos também são legais, combinam com seus cabelos. – Respondi sem sorrir, estava sem a menor vontade de fingir.

-Antes que você tente algo. – Ouvi uma voz atrás de mim. – Saiba que os símbolos não chão te impedem de usar seu poder e ser ouvida, como se você não existisse. – Era um homem de trinta e poucos anos.

-O que vão fazer? – Perguntei temerosa.

-Vamos extrair a verdade de você. – De repente ele me bateu no rosto, fechei os olhos sentindo a dor na mandíbula. – Parte do acordo com Victoria aqui é vingar tudo o que fez com o pobre James.

-Pobre? – Ergui a sobrancelha.

-Você o deixou para morrer! – Victoria exclamou se aproximando raivosamente.

-Ele mereceu isso, tentou me estuprar.

-Mentirosa! – Rosnou aparecendo na minha frente em um piscar de olhos, seus olhos agora eram negros e suas presas estavam de fora. – Você quase o matou por que é uma vadia cruel e nojenta. – Cuspiu para mim e me deu um tapa.

E acredite se quiser, o tapa ardeu muito mais que o murro do homem, cheguei a sentir sangue na boca.

-Vão me tortura? – Perguntei suspirando. – Você é capaz disso, Victoria? Sempre me pareceu tão gentil.

-Você não merece nenhuma gentileza. – Rosnou para mim, pude ver o homem se movendo para uma bolsa que tilintava metais.

Que ótimo...

-Verdade. – Admiti erguendo as sobrancelhas para mim mesma. – Eu não fui gentil com James, por que seria comigo?

-É bom saber que entendeu o ponto, Bella. – Olhei para a Bella chocada. – Victoria está com sede de vingança, você sabe, e demônios particularmente gostam de dor.

Arregalei os olhos e senti minha boca se abrir.

-Angela?

Jane P.O.V

-Isso é estupido! – Rosnei impaciente para Nicolas. – Tem que ter algo que você pode falar!

-Continue tentando. – Respondeu simplesmente.

-Eu desisto! – Bufei impaciente.

-Não, você está desistindo. – Nicolas calmamente, como se tivesse certeza disso.

-Por que acha isso?

-Você nunca desisti. – Afirmou categoricamente, isso chamou minha atenção.

-Como sabe? – Olhei-o cético.

-Por que você me falou. – Olhei-o pensativa.

-Você já teve sentimentos por mim? – Perguntei encarando seus olhos claros, mesmo que ele não pudesse responder, eu veria a resposta ali.

-Sim.

E eu me calei sem saber o que dizer, ele disse com tanta leveza e ainda assim tão apaixonadamente... Franzi o cenho, o que eu estava pensando?

-Que tipo de sentimentos? – Ele me olhou frustrado. – Acho que isso responde... Você conheceu Alec quando humano?

-Ele queria a nova empregada da condessa para si. – Refletiu, fiquei tensa, ele se referia a mim. – Ele conseguiu?

Pensei em dizer que sim, esse lobisomem tinha tido algo comigo, ao menos é o que parece, parecia se importa comigo. Talvez, eu mesma tivesse me importado com ele. Mas ainda estamos em um guerra, não podia me deixar ter esse tipo de emoção agora.

Ainda assim, me vi dizendo...

-Não.

Escapou antes que meu cérebro pudesse processar, quase se alguma parte de mim estivesse ansiosa para deixar claro que nada aconteceu entre mim e Alec. Nicolas sorriu para mim me puxando para mais perto, eu franzi o cenho para mim mesma.

-Você dança bem para uma torturadora. – Nicolas comentou de repente.

-Só por que sou uma torturadora, não quer dizer que eu sou anti-social. – Resmunguei ofendida. – Para a sua informação, frequentei muitas festas.

-Imagino como foi os anos vinte para você. – Sorri involuntariamente com as lembranças da época. – Posso lhe pergunta algo?

-Pode pergunta o que quiser, mas não significa que eu vou responder. – Olhei-o sorrindo sarcasticamente.

-Você já foi livre?

-Livre? – Franzi o cenho.

-Sim, sem estar presa a um clã como os Volturis, simplesmente viajar por que quer conhecer o lugar.

-Por que pergunta? – Ele deu de ombros, parei para refletir. – Bem, eu já fiz isso, foi um pouco antes de viajar para a Italia e conhecer os Volturis. – Mordi os lábios, - Tinha sido enviada para Caius com Alec...

-Então, você estava com Alec? – Acenei com cabeça. – Então, você nunca foi livre para fazer o que quiser. – Franzi o cenho, pensei em discorda, mas ele tinha um ponto.

Eu nunca pude apenas viajar pelo mundo sem me importa com mais nada, meu dom nunca me deu esse privilegio. Mas nunca fiquei interessada, não é como se ter um dever me incomodava e eu viajei para vários lugares em nome dos Volturis.

-Tudo bem, nós nos conhecemos antes e você teve sentimentos por mim. – Olhei-o desgostoso pela escassez de informação. – Por que nunca me procurou?

-Certa vez eu conheci essa menina-mulher de belos olhos azuis que viraram vermelhos. Conhecíamos pessoas perigosas, que estavam no meio de seus próprios jogos de poder. - Suspirou olhando para cima, eu sabia do que ele falava, mas ao mesmo tempo não sabia. – Ela foi um dos danos colaterais.

-Você pensava que eu estava morta? – Perguntei surpresa, seria aquilo verdade?

Nicolas me olhou e sorriu amarelo, ele não podia responder.

-Eu sempre ouvi falar de Jane Volturi. – Comentou reflexivamente. – Apesar de nunca conhecido em pessoa. Joanne não é um belo nome? – Perguntou de repente, se eu fosse humana meu coração teria acelerado ou simplesmente parado.

Eu não ouvia aquele nome há tanto tempo. E fazia ainda mais tempo que eu não era chamada assim.

-Eu... – Algo atraiu minha atenção, inclinei a cabeça e ouvi.

Era um rosnado ou um gruindo, era estranho. Franzi o cenho, eu nunca ouvi algo parecido, mas eu sabia que não era humano.

Me afastei de Nicolas e me virei em direção ao som. Ampliei minha audição, mas não consegui detectar o som...

-O que foi?

-Shhh... – Calei Nicolas. – Ouça. – Olhei ao redor captando tudo, até o carro a duas quadras de distancia, então o rosnado veio novamente. – O que diabos é isso? – Perguntei para mim mesma.

Minha concentração quebrou quando percebi que Nicolas praguejou em tom baixo e agarrou meu braço tensamente.

-O que...? – Eu tentei falar, mas ele me arrastou para fora da pista. Nicolas era mais forte do que eu tinha suposto anteriormente.

Ele não parou até achar Alice e agarrar o braço dela bruscamente.

-Hey! – Ela exclamou tentando se soltar, mas sem sucesso, exatamente como eu. – O que é isso? Jane?

-Nem me olhe, eu também não consigo me soltar. – Rebati revirando os olhos, Nicolas no empurrou para uma das portas para o corredor.

-Que diabos, lobo? – Alice exclamou indignada. – Eu tenho coisas a fazer, sabia?

-Como soltar cães do inferno em uma escola?

-Foi isso que eu ouvi? Um cão do inferno? – Franzi o cenho. – Eles estão extintos! – Exclamei revoltada.

-E mesmo que tivesse cães por aqui, eu veria. – Alice cruzou os braços. – Eu já fui um demônio, posso ver criaturas do inferno. – Revirou os olhos.

-Você não pode ver se eles forem invisíveis. – Nós duas o olhando.

-Perdão? – Ergui as sobrancelhas, enquanto Alice exclamava boquiaberta.

-O que?

-Desde quando cães do inferno são invisíveis? Isso é mito!

-Não, não é, eles não existiam quando as duas nasceram, mas eu estava lá. – Nicolas olhou para Alice. – Agora, tem um motivo para eles não terem invadido a festa, ou melhor, a escola! O que você fez?

-Eu não poderia deixar ninguém sair daqui. – Alice suspirou entediada. – Estamos selados aqui dentro até o amanhecer.

-Não podemos sair? – Olhei-a arregalando os olhos, me virei para um das janelas e as abri. Quando tentei passar meu braço algo me impediu. – Eu vou arranca cada membro do seu corpo, sua vadiazinha! – Rosnei avançando para cima dela, Nicolas, infelizmente, me conteve.

-Hey! – Alice exclamou um tanto ofendida.

-Por favor, se recomponha Jane. – Olhamos para a direção da voz surpresos.

Marcus Volturi estava nos olhando divertido? O que é isso?

-Você cortou o cabelo? – Alice perguntou quebrando o silencio chocado, todos olhamos para ela incrédulos.

Victoria P.O.V

-Grite! – Angela exclamou raivosa dando um tapa na cabeça de Bella.

Mas ela permaneceu firme e forte, apenas chorando silenciosamente. Eu mal conseguia olhar aquilo, os ossos de Bella já tinham sido quebrados, já havíamos esfaqueado ela e nada.

Angela fez a maior parte do trabalho, ela me fez fazer algumas coisas, mas apesar de ser vampira e tudo mais, eu não tinha tanto sangue frio.

Na verdade, acho que estaria vomitando.

Então, eu olhei para Angela que estava realmente impaciente.

-Isso é o melhor que podem fazer? – Bella a olhou parecendo estar acabada, ela não parecia em nada com a Srta. Eu-sou-popular-e-não-me-importo. Totalmente pálida, cabelos desgrenhado e vestido sujo de sangue. Seus pulsos estavam meios vermelhos pela quantidade de vezes que ela tentou se soltar.

-Isso não é nem o começo, querida. – Angela sorriu e pegou uma faca afiada, fiquei tensa enquanto observava a lamina.

Bella começou a respirar mais difícil, enquanto via a lamina se aproximar de seu olho. Agarrei a base da mesa e me forcei a olhar aquilo.

Então Angela enfiou a faca no ombro dela, Bella parou de respirar e seu coração acelerou, eu mordi os lábios e segurando a vontade de chorar. Lentamente Angela começou a corta a pele de Bella, como se ela fosse um pedaço de carne, até que arrancou a pele do braço inteira.

Bella soltou um gruindo horrível, eu podia ver seu braço em carne viva. Oh meu Deus!

Lagrimas corriam pelo rosto de Bella que estava soltando soluços sufocados.

-Ao que parece isso arrancou algo de você. – Angela sorriu triunfante, ela largou a pele de Bella no chão e pegou o celular que vibrava. – Vou deixar você continuando, Vicky. – Me sorriu alegremente, enquanto me dava a faca.

No segundo que ela saiu eu senti algo em alerta, olhei para a porta.

-Algo está errado. – Comentei para mim mesma, eu me sentia em perigo, era estranho.

Mas de alguma forma eu sabia, estava em perigo.

-O que quer dizer? – Bella me olhou franzido o cenho.

-Nada. – Respondi friamente, enquanto me aproximava, eu não acredito que iria fazer aquilo.

Bella percebeu minha hesitação.

-Sem a demonia, você perde a coragem? – Me olhou brincalhona.

-Cale a boca.

-Por quê? O que vai fazer? Me morde? – Ergueu as sobrancelhas.

-Por que fez aquilo com James?

-O que? Quase mata-lo ou castra-lo? – Sentia a fúria crescer dentro de mim. – Sinceramente, eu nem ligava para ele, até que passou dos limites.

-Ele não estupraria uma garota! Você o provocou! – Exclamei me aproximando dela, quando vi estava inclinada a centímetros dela. – Como você pode?

-Foi fácil, humanos são frágeis, você sabe. – Eu dei-lhe um tapa, pude ouvir um estralo, ela cuspiu os dentes para minha surpresa. Eu era mais forte do que imaginava.

-Você não se arrepende de matar alguém? Violenta-lo aquele ponto? – Rosnei revoltada por sua frieza.

-Por que ele tentou me estuprar! – Rosnou de volta, seus olhos ficaram azuis-claros de repente e me movi para trás um pouco assustada. – Eu tenho 0% de tolerância com esse tipo de homem!

-Ele nunca faria isso! – Exclamei de volta. – Jamais se atreveria... – Diminuiu o tom de voz.

-Você amou ele, Victoria, isso não o faz perfeito. – Ele suspirou piscando para os olhos castanhos. – Eu lamento por não tê-lo matado, de verdade, não só por que ele matou minha mãe, mas por ele ter acabado como um demônio.

-Como tem coragem de dizer na minha cara isso? – Perguntei controlando os soluços, ela piscou com suas próprias lagrimas.

-Por que eu lhe devo a verdade. Sei que apesar de tudo, James foi importante para você...

-Ele ainda está vivo! Vocês o prenderam em algum lugar!

-Victoria...

-Pare de falar mentiras! – Gritei raivosa.

-Me escuta! – Me calei a olhando, Bella suspirou derrotada. – James se foi, tem um demônio dentro dele usando seu corpo. Sei que está com raiva, estou perfeitamente consciente de que eu mereço isso. – Apontou para si mesma. – Mas acredite quando digo, que não há ninguém que lamenta mais isso do que eu.

-E por que isso? – Bella desviou os olhos parecendo pela primeira vez machucada, toda o olhar determinado em seu rosto durante a tortura havia sumido.

-Por que ele matou minha mãe. – Congelei ao ouvi aquilo, seria verdade? Ela parecia tão quebrada... – O ódio que James sentiu por mim quando quase o matei ficou com o demônio quando possuiu o corpo. Por isso em vez de usar minha mãe para atrair, ele simplesmente a matou.

-Isso é realmente comovente, mas por que eu acreditaria em você? – Cruzei os braços me recusando a acreditar naquilo. – Quer que eu sinta pena de você!

-Eu não quero que você sinta pena de mim. Sei o que sou e o que fiz, estou assumindo meu crime a você e dizendo por que o lamento não ter terminado o que eu comecei.

Ouvimos um som no lado de fora da sala, senti algo em meu amago. A sensação de perigo aumentou de repente.

-Eu devia apenas mata-la. – Olhei para Bella.

-Mas você não vai. – Observou me olhando curiosa. – Você não consegue, por que apesar de vampira, ainda tem princípios humanos.

-Eu sou um monstro. – Ergui as sobrancelhas. – Não tenho princípios.

-Só ódio, certo? – Bella deu uma risada estranha. – Eu sei bem do que fala.

-Não, não sabe. Você nunca esteve na minha situação!

-Você não me conhece Victoria, só colocaram na sua cabeça que eu sou a vilã.

-Mas você é!

-Você percebe que você está ajudando demônios, certo?

-Eu sou uma vampira, não é como se fosse uma santa. – O som aumentou, Bella piscou olhando inclinando a cabeça, ouvindo.

-O que é isso? – Perguntou franzido o cenho.

-Provavelmente Angela. – Dei de ombros, me fingindo de indiferente.

Um estralo foi se ouvido na porta e nos duas olhamos tensa, meu coração teria se acelerado exatamente como o de Bella.

A porta caiu.

Edward P.O.V

Estava tudo bem, eu dançando com Rose e tudo mais. Então...

Tudo virou uma confusão sexual violenta.

Eric (de todas a pessoas) puxou Jessica de Mike e lhe deu um beijo e ela estava tão excitada que só correspondeu. Mike os separou e começou a se socar com Eric, as pessoas ao redor começaram a gritar felizes. Aos poucos tudo o que eu podia ouvir (em todos os sentidos) eram gritos, gemidos e palavras de baixo calão.

Isso sem contar os barulhos de sugação, penetração, masturbação... Bem, deu pra entender.

E o cheiro delicioso me bateu. Me afastei de Rose completamente perturbado com o espaço ao redor.

Era pior do que andar pelo Carpe Diem. Lá era humanos com Succubos e vampiros, aqui era apenas humanos. O alimento favorito dos vampiros.

Rose me empurrou pela multidão rapidamente antes que nós dois acabássemos no meio de uma orgia.

Então, eu percebi uma coisa ainda mais sinistra.

Era Jasper quem estava causando tudo aquilo. Agarrei o braço de Rose e apontei para o canto que ele se encontrava. Nós dois estremecemos quando sentimos as ondas de luxuria.

-Jasper. – Rose rosnou agarrando o braço dele, ele abriu os olhos.

-Oh desculpe. – E de repente, estava frio.

-O que está fazendo? – Perguntei.

-Alice. – Deu de ombros.

-Onde está ela? – Rose perguntou de repente. – Onde está Emmett?

-Onde está Bella? – Perguntei para mim mesmo olhando ao redor, uma musica e ela some.

Parei meu olhar em Nessie e Jake que dançavam bem grudados, quando Jake olhou para mim levantei a mão e os chamei. Instantes depois os dois se aproximaram.

-O que aconteceu? – Nessie perguntou parecendo perturbada pelas ondas de luxuria que Jasper emanava. Dei uma cotovelada no loiro que me olhou feio e parou os efeitos momentaneamente. – Cadê mamãe?

-Excelente pergunta. – Rose me olhou rabugenta.

-Alice deve saber. – Rebati. – E se não souber, irá nos alerta.

-Onde ela está então? – Jacob perguntou.

Suspirei e me pus a procurar a mente dela. Foi um pouco difícil, muitas mentes gritando até que a achei.

-Ela está entrando no salão com Jane e Nicolas. – Respondi, todos nos viramos para lá.

Jane estava visivelmente perturbada e Nicolas parecia normal. Isso é o maximo que eu poderia supor sobre os dois, já que suas mentes estavam protegidas por Bella - Ela falou algo sobre estar treinando seu proprio limite.

Entretanto, Alice andava apressada e berrava em muito bom som mental.

NOVO PLANO! NOVO PLANO!

-O que...? – Olhei-a confuso por um instante, então absorvi todas as informações.

Nicolas e Jane saíram para uma direção, enquanto Alice se aproximava de nós.

-O que foi? – Nessie me olhou em alerta. – Cadê mamãe, Edward? – Me olhou feroz, enquanto agarrava meu braço.

-Não se preocupe com isso. – Alice respondeu por mim, franzi o cenho e tentei ver o que estava acontecendo, mas ela se recusou a pensar sobre.

-Alice... – Olhei-a em aviso, ela me ignorou.

-Shh! – Ela me calou e contou mentalmente.

3... 2... 1...

O alarme de incêndio tocou, agua foi para todo lugar. Os gritos assustaram ainda mais os alunos, não era agua normal, era agua benta...

- O que estão esperando? Ataquem! – Alice berrou para nós. Jacob, Rose e Jasper desapareceram, mas eu continuei ali a olhando e Nessie estava segurando meu braço com certa força, ela estava preocupada com Bella.

-Onde está mamãe? – Nessie insistiu.

-Agora não. – Alice respondeu e agarrei seu braço.

-O que está acontecendo?

-Efeitos colaterais, Edward, efeito colaterais. – Ela me olhou suplicante. – Eles vão se reunir. – Apontou para os demônios que fugiam junto com os humanos. – Precisamos deixar os humanos aqui, separa-los! Por favor se foque!

Esme P.O.V

-Algo está errado, Esme. – Olhei para Athenodora sem saber o que dizer. – Os três estão brigando muito, eu não sei o que fazer.

Athenodora me convidou para ir a um café da cidade para conversa. Os lugares improváveis eram os melhores para se ter reuniões privadas. Mas quando chegamos lá, eu percebi que isso não era uma conversa diplomática, era um encontrou de amigas, afinal Athenodora estava desabafando comigo!

Eu não sabia se aquilo era um truque ou se era verdade. Isso me incomodava um pouco, por que se fosse um truque, eles estavam jogando sujo, se fosse verdade, eu estava desconfiada de alguém que não merecia.

-Por que está me contando isso? – Perguntei curiosa. – Eu poderia usar essas informações ao meu favor.

-Por que eu confio em você, Esme. Ao contrario da minha família, realmente acredito que vocês, Cullen, não querem poder como os dos Volturis. – Ela suspirou e mexeu em seu café intocado. – Quem iria querer tal carga é estupido e obviamente não viveu o suficiente entender que não leva a lugar nenhum.

-Você me deixa em uma posição difícil.

-Eu sei. – Sorriu um tanto triste. – Mas eu não tenho ninguém mais para conversa.

-E a esposa de Aro? – Athenodora me olhou.

-Ela não é a esposa dele. – Disse um tanto fria.

Sim, Sulpicia não era a esposa de Aro, ao menos não oficialmente, como Athenodora e Caius.

– Eu sei que vocês não tem uma boa relação, mas nessas horas, a família é com quem devemos contar. – Ergui as sobrancelhas.

-Você não tem ideia do quão sortuda você é. – Comentou asperamente olhando para a xicara. – Você pode contar com sua família. – Me olhou triste. – Você não espera traições.

-Você acha que eles vão trair um ao outro?

-Já fizeram. – Respondeu com uma risada sem humor algum. – Antes, agora e provavelmente no futuro.

-O que quer de mim? – Perguntei entrelaçando os dedos sobre a mesa.

-Um conselho.

-Eu sei que conversa sempre ajuda.

-Mesmo que a verdade seja dolorosa demais? – Perguntou, olhei-a intrigada. – Eu mantenho os Volturis juntos por mais de mil e quinhentos anos, me afastei deles diversas vezes, mas sempre voltei. – Me olhou. – Amor a Caius, você deve supor, mas também por que Aro e Marcus também são minha família.

-Amo minha família também.

-E é por isso que você entende que se fizer qualquer movimento contra nós, eu não hesitarei em aniquila-la.

-Pensei que confiasse em mim. – Olhei-a tensa.

-E confio. – Sorriu. – Isso não significa que os lideres Volturi confiem. Por isso lhe peço que tenha cuidado em seu movimento, não quero que sua família corra riscos.

-Estou confusa, nunca tentamos nada contra vocês.

-Esme, nós, Volturis, estamos em guerra, não só com os demônios, mas entre nós. – Ela segurou minha mão. – Isso torna Aro temperalmente paranoico, Caius ainda mais impaciente e Marcus mais rancoroso.

-Você está me deixando a par dos problemas com eles, para eu poder entender o por que da ameaça. – Compreendi de repente.

-Ao contrario do que vocês pensam, esmagar os Cullen é como matar um humano para os Volturis: fácil. – Endureci na cadeira, ela falou aquilo com tanta confiança. – Eu realmente agradeço ao fato de Edward e Bella irem se casar, isso torna as coisas mais suaves.

-Como assim? Acha que...

-Que o casamento dos dois irá manter a paz eterna entre os Volturis e Cullen? É claro.

-Não sabia que valorizavam tanto o casamento entre Edward e Bella.

-Você não faz ideia. – Ela sorriu cordialmente. – Mas me diga, onde comprou esse colar? É esplendido!

Kate P.O.V

-Eu não via tanta excitação sexual no ar desde... – Garrett parou de falar ao ver o meu olhar, felizmente, parou de sorrir também.

A agua tinha acalmado meu espirito felizmente. Eu estava furiosa comigo mesma!

Não sei como, mas o cheiro no ar me excitou como nunca antes e quando vi estava em um armário com Garrett, tentando não rachar a parede, enquanto ele me fodia com força.

Sim, nós transamos... Eu me odeio, é oficial.

A coisa é que nós vampiros somos realmente rápidos quando queremos, então durante aquela musica eu vim duas vezes e ia começar a terceira quando ouvi a gritaria.

Sai aos tropeços e parei dois demônios, que rolavam de dor no chão. O plano tinha entrado em ação e eu estava ocupada fodendo com meu ex no maldito armário de vassouras!

Eu era o pior membro dos Cullen, fato! Não é possível!

Ouvi as ordens de Rose de matar e foi o que eu fiz, arranquei cabeça após cabeça. Garret apareceu quando eu estava na quarta e me veio com esse comentário chinfrim...

-Parece que o resto fugiu. – Edward comentou se aproximando, ergueu as sobrancelhas para Garrett, sinal que o infeliz pensava em nossa rapidinha. – Quero que fique na porta, vamos direcionar os humanos para cá e quero que filtre os demônios.

-Ok. – Acenei com a cabeça indo em direção a porta com Garrett atrás mim.

-Então... E agora? – Ouvi Rose pergunta.

-Mantenha os humanos aqui com o seu dom. – Alice pediu.

-Onde está mamãe? – Nessie perguntou, um rosnado foi se ouvido logo depois que ela perguntou.

Me virei surpresa e vi Jasper entre Alice e Edward. Arregalei os olhos, ao ver Edward parecendo furioso e Alice perturbada.

-Como diabos isso aconteceu? – Ele estava tão nervoso que perguntou em italiano.

-Eles não podem sair. – Alice respondeu apressadamente em inglês. – Bella está com Victoria, sendo torturada...

-O que? – Nessie a olhou incrédula.

-Belo truque. – Nos viramos para a porta. – Não podemos sair e ninguém pode entrar. – Uma garota morena entrou na sala, sorrindo falsamente.

-Angela? – Rose perguntou. – Eu não vi essa vindo. – Comentou impressionada.

-Eu sou realmente boa no que faço, antes que pergunte Edward. – Angela sorriu para Edward. – Essa humana não tem consciência de que está sendo possuída.

-O que quer? – Edward perguntou.

-Quero sair. – Angela respondeu parando de sorrir. – Lhe ofereço um acordo, Bella em troca da saída de todos os demônios.

-Quem garante que vai cumprir o acordo? – Jasper perguntou.

-Lhe dou minha palavra de demônio, isso é sagrado para nós, como devem saber.

-Tem cães do inferno lá fora. – Alice estreitou os olhos. – É uma armadilha.

-Ofereci o acordo, decidam. – Se virou e sumiu.

-Não a sigam! – Alice exclamou. – Ela não viria aqui sozinha, deve ter bastante demônios ao redor para tal confiança.

-Então, cães do inferno? – Rose perguntou colocando as mãos na cintura.

-Bem, sobre isso... – Alice fez uma careta sem graça.

Emmett P.O.V

Sai de dentro da sala, eu já tinha feito meu trabalho e trocado a agua, não foi fácil (já que eu não sei bem como fazer isso), mas nada é impossível.

A gritaria chamou minha atenção, gritaram algo sobre fogo, mas eu não sentia cheiro de fumaça, então era só o sistema de incêndio fazendo o seu trabalho.

-Sr. Cullen! – Me virei para a minha querida professora de espanhol, a quem apelidados de uvas-passas, por que seu nome realmente não me interessa. – O que faz aqui? Há fogo na escola!

-Não, não há. – Respondi automaticamente, ela ergueu as sobrancelhas. – Olhe pelas janelas, professora. – Apontei. – Está chovendo, não tem como ter fogo.

-Hã? – Ela se virou e olhou, então gritou horrorizada.

-O que? – Me aproximei e vi três corpos no chão dilacerados, eram de funcionários da escola! Eles saíram antes de Alice ativar o feitiço.

Droga!

Minha audição captou algo vindo em minha direção, instintivamente ergui a professora na minha frente. Tudo o que ouvi foi o suspiro engasgado dela, fiz uma careta ao ver um dardo no meio de sua garganta.

Larguei o cadáver no chão e acelerei para cima do meu atacante. Era um humano, que ótimo! Na verdade, eu conhecia ele, era Eric!

O japinha sabe atirar?

-Você não vai querer fazer isso! – Exclamou sufocadamente, eu estava o prendendo contra a parede com as presas de fora. – Estamos todos com o sangue envenenado.

-Eu não preciso mata-lo. – Quebrei sua mão e ele gritou. – Você vai ser uma excelente fonte. – Agarrei seu braço e comecei a arrasta-lo em minha velocidade vampírica.

Abri a porta do salão de festa e empurrei o japinha no chão, uma entrada dramática, como eu gosto. Rose estava lá com Jane e Kate, o resto tinha sumido.

-Querida, olha quem matou a professora uva-passas! – Exclamei dado um chutei em Eric, que gemeu.

Quase tive pena do ser humano asiático lamentável.

-Eu me lembro de você. – Jane comentou se aproximando sobrenaturalmente (assustando ainda mais o japinha) e se agachando a sua frente curiosa. – Você deu em cima de mim na festa que o outro humano morreu.

-Eu sei a verdade! – O japinha criou coragem. – Vocês mataram Tyler! – Exclamou todo revoltado, então começou a gritar.

Jane se ergueu com uma careta de dor, Rose pegou seu braço rapidamente.

-Eu não posso usar meus poderes. – Jane resmungou em tom baixo.

-Então eu uso os meus. – Rose revirou os olhos. – Teria sido mais simples eu fazer isso, francamente. – Ralhou, enquanto se agachava perto do humano. – Oi. – Ergueu o queixo dele e o olhar do coitado vidrou. – Você vai dizer a verdade para nós, entendeu?

-Apenas a verdade. – Murmurou bestamente.

-Ele tentou me atacar também. – Disse a Jane. – Com o mesmo tipo de dardo que atingiu você e disse que tem o sangue envenenado.

-Isso é quase um consolo. – Ela cruzou os braços rabugentamente. – Essa é a arma dele? – Perguntou puxando do meu ombro.

-Sim, adaptaram e tudo mais. – Revirei os olhos.

-Essa não é a arma que me atingiu. – Jane comentou. – Foi lançado como um tiro de arco e flecha, por isso o som não foi capitado por mim, eu esperaria uma arma moderna e não a uma corda. – Entregou a arma para mim.

-Quem mais está por trás disso? – Rose perguntou.

-Eu não sei.

-Quem te disse sobre nós?

-Angela.

-Angela? – Ergui a sobrancelha.

-Ela já se revelou demonia e está com Bella. Alice, Edward e Nessie foram atrás deles. – Kate respondeu prontamente.

-Você sabia que Angela é um demônio?

-Não.

-O que pensa que estamos fazendo? – Jane perguntou.

-Prendendo a cidade e a transformando em sua comida. – Ele respondeu.

-Dificilmente. – Kate deu uma risada, nos olhamos divertidos.

-Onde está Angela?

-Em algum lugar na escola.

-Onde está Bella?

-Na escola também? – Seu tom era de duvida, ele não sabia.

-Quem são os vampiros?

-Os Cullen.

-Tem lobisomens? – Jane perguntou.

-Não, só vampiros. – Nos olhamos entendo que os demônios estavam manipulando os humanos apenas contra os demônios.

-E o que você acha que os Cullen estão fazendo com Bella Swan?

-Usando-a como brinquedo e comida.

-E sobre Nessie?

-Vampira. – O japinha respondeu.

-Por que acha isso?

-É irmã do Edward, certo?

-E o Black? – Jane perguntou cruzando os braços. – Ele não tem algo com ela?

-Também está na mesma situação de Bella. – O asiático nos olhou ansioso.

-Eles armaram direitinho. – Comentei cruzando os braços. – E agora? – Olhei para todos.

Carmem P.O.V

-Nós... – Aro e o general se calaram quando dei o toque na porta.

-Sim?

-Senhores? – Perguntei sem abrir a porta.

Em um click rápido a porta se abriu para mim, revelando Charlie Swan e Aro Volturi. O general tinha acabado de chegar e tinha ido se reunir imediatamente ao líder Volturi.

-Entre mina querida. – Aro sorriu para mim, desconfiança cresceu em mim.

-Entendo que pediram minha presença? – Olhei-os especulativa.

-Sim, sim... – Aro se levantou da mesa e se aproximou pensativo. – Pelo o que eu entendi, senhora Carmem, seu marido traiu os Cullen...?

-Ele não é meu marido. – Declarei triste. – Traiu a todos nós para os Romenos. – Me forcei a dizer.

-Eleazar é velho, Carmem, gostaria de saber se tem consciência de quão velho. – Aro me olhou.

-Seiscentos anos. – Respondi indiferente. – O que importa?

-Acreditamos que ele tenha tido relações com certos clãs que... Bem, que não existem mais. – Charlie se sentou a mesa parecendo cansado.

-O que querem de mim? – Perguntei grosseiramente. – Perdoe a minha falta de paciência, mas o tema que falam não é meu preferido.

-Entendo. – Aro acenou com cabeça. – Senhora Carmem, lembro que no dia em que Eleazar partiu da minha casa em Volterra com senhora, pensei que o amor era a força mais poderosa do mundo.

-E? – Murmurei não querendo olha-lo, Eleazar preferiu seguir o dever ao dever quando fingiu traição.

Não o culpava, mas não podia evitar o ressentimento.

-Ele está com os Romenos, traiu os Cullen e a senhora.

-Eu entendo o que ele fez, senhor. – Disse entre os dentes. – O que tem isso?

-Por quê? – Aro se inclinou em minha direção me olhando astutamente. Quase engoli meu veneno quando ouvi a pergunta, mas me controlei e mantive o controle completo sobre minha expressão.

-Me desculpe?

-Por que ele faria tal coisa se a ama desesperadamente você?

-Por que está fazendo isso? – Olhei-o tentando controlar minha magoa.

-Eu me perguntei isso na época que soube da traição dele... – Aro continuou me ignorando. -... Mas não consegui a resposta até Charlie trazer isso. – Ergueu um medalhão. – Ele encontrou com uma de nossas fontes que obteve com vampiro russo que morreu recentemente.

-O que isso tem a ver com Eleazar? – Olhei para o desenho do medalhão, algo antigo, é claro.

-Tem tudo a ver. – Aro sorriu para mim.

Então, ele fez seu movimento e, de repente, eu estava presa contra parede com o rosto de Aro a centímetros do meu.

-Seu marido é apaixonado por você e, certa vez, escolheu você em vez do dever. Por que as coisas seriam diferentes agora? – Ergueu as sobrancelhas. – E lhe respondo, minha senhora: fogo.

Ele sabia.

Aro me largou e eu escorreguei pela parede o olhando cautelosa.

-Fogo?

-A única coisa que pode nos matar, além do sol, mas ele nos queima, então... – Aro divagou e andou pela sala. – Eu lhe contaria a historia sobre a organização e como fênix surgiu dela, mas... – Me olhou sobre o ombro. – Você já sabe, certo? Ao menos a versão dela.

-Eu não sei do que fala.

-Claro que não sabe. – Ele revirou os olhos. – Seja lá o que contaram para você, saiba desde já: é mentira.

Olhei-o inexpressivamente.

-Me contaram?

-Mande uma mensagem minha. – Ele sorriu um tanto amargo. – Que os sacrifícios valham a pena.

Quase arregalei os olhos.

-Sério, eu não entendo. – Estreitei os olhos. – Quer que envie uma mensagem a Carlisle? – Fiz questão de olhar para o telefone na mesa.

-Eu quero que você mande um recado para a atual líder dos Fênix. – Então, era isso! Ele sabia.

Dei uma risada.

-Fênix não existe.

-Existe sim e você sabe disso... – Aro me olhou sorrindo. – Seu marido faz parte disso por que fez um juramento de sangue a muito tempo atrás, por isso desistiu de você para cumprir o dever e trair a todos.

Fiquei gelada com essa parte, disso eu não sabia.

Nessie P.O.V

-Tem dois lugares escuros, leste e sudeste. – Alice apontou. – O resto é uma verdadeira confusão e...

-O que fez? – Edward parou tenso. – Por que ele está aqui?

Alice olhou para Edward, minha cabeça se moveu para ele. De repente a expressão dele se clareou surpresa.

-O que? – Olhei-os ansiosa.

-Coisa nossa. – Alice disse olhando ao redor tensa.

Falar em voz alta não é seguro, certo? – Mandei para os dois e eles acenaram com a cabeça.

-Odeio ficar no escuro. – Suspirei disfarçando, dei uma piscadela sorridente para os dois que só me olharam (Edward de sobrancelha levantada, Alice de cima a baixo).

-Leste e sudeste. – Edward refletiu e os olhos perderam o foco. – O pessoal percebeu que o colégio está fechado, estão entrando em pânico...

De repente um som agudo ecoou e os dois fizeram uma careta, eu não por que tenho minha audição controlada (eu sou foda). O som de mão batendo em microfone apareceu, alguém estava na sala do diretor.

-Alô , som, alô? Alô? Isso está funcionando? – Esse era...

Mike?

WTF?

-Geeeente? – Alonguei minha fala os olhando incrédula, Alice ergueu a mão para me calar.

-Ah valeu! – Ele exclamou e pigarreou. – PARABÉNS ALUNOS DE FORKS HIGH SCHOOL! NÓS TE PEGAMOS!

Mentira...

-Por nós, eu quero dizer: nós, alunos do sênior! – Ele disse em tom arrogante. – Como todos sabem, sempre fazemos pegadinhas no começo do ano, mas dessa vez... – Uma risada do mal surpreendente boa para um almofadinha loiro de quinta categoria. – Resolvemos inovar e pegar todos duplamente desprevenidos!

Ao longe eu conseguia ouvir as vaias nas portas.

-Obrigado por ouvirem, divirtam-se na festa. – Ele acrescentou.

-Só pra acrescentar... – Ouvi Jessica. – É oficial! Eu e o Newton estamos namorando! Eu sou uma vadia indisponível, invejosos!

-Isso... Espera, o que? – Se ouviu a voz incrédula de Mike.

Minha boca se abriu com essa e olhei para os dois vampiros sentindo os cantos da minha boca irem para baixo em sinal de descrença.

-Rose, é esperta. – Alice comentou.

-Tadinho de Mike. – Retruquei voltando a andar, Edward agarrou meu braço e de repente era só rosnados para lá e pra cá.

Quando tudo deixou de ser um borrão, eu percebi Edward e Alice na minha frente em posições vampíricas de lutas.

Era meio engraçada na verdade.

Eles abaixavam um pouco as pernas, as afastavas, então os braços se abriam um pouco e iam para trás, enquanto o tronco se projetava para frente e eles rosnavam como dois animais muito furiosos. A coisa era, eu não estava vendo pelo ângulo assustador dele, veja bem, eu estava atrás dos dois.

Então eu basicamente olhava para suas bundas levemente empinadas para mim, deviei os olhos pensando no quão inútil era observa aquilo.

Quer dizer, tinha demônios na nossa frente.

E opa! Bella?

-Bella? – Perguntei ansiosa, ela me olhou sem expressão alguma.

Oh droga! Eu conhecia aquela expressão! Ela foi torturada, fatão! Tinha até lagrimas secas em seu rosto e sangue, o cabelo dela estava todo desarrumado e o vestido...

-Quem te torturou? – Alice perguntou, Bella olhou para Angela. – Você não só torturou minha amiga, acabou com o vestido dela, você definitivamente está morte. – Se endireitou retraindo as presas e cruzando os braços, Edward já tinha voltado ao modo humano também.

Olhei para Alice pensando que ela valorizava demais as roupas.

-Estou morrendo de medo. – Angela a olhou sarcasticamente.

Olhei para Bella de novo, mas dessa vez eu vi mais que minha mãe.

Eu vi quem a segurava.

-Victoria? - Abri a boca chocada. – Por que você tá com os demônios?

-Ela viu que salvamos a vida de James. – Angela rebateu pela ruiva, que estava bem bonitona por sinal.

Mas, vou te contar, aqueles olhos vermelhos eram muito brilhantes, quase laranjas, dá medo.

-Espera ai! – Exclamei quando captei o que Angela disse. – Me desculpe, eu acho que não entendi o que disse. Por um momento pensei que tinha dito que salvou James.

-Foi o que fizemos, Bella quase o matou e...

-Vocês gentilmente resolveram se apoderar do corpo dele como se fosse apenas uma roupa, certo? E então o fez sair por ai, sendo que ele não era exatamente ele e sim um demônio de verdade.

-Assim como você, queridinha. – Angela me cortou. – Nós apenas o mordermos, exatamente como Bella fez com você.

-E é por isso que agua benta faz efeito nele. – Olhei-a sarcástica. – Estranho, por que em mim e Bella não faz.

-Olhe...

-Voltando ao meu ponto, que você interrompeu. – Cortei-a impaciente. Eu zero paciência para essas merdas e por merda, eu quero dizer, demônios. – Ele simplesmente saiu por ai cerelepe e saltitante matando e caçando Bellinha ali. Vocês não o salvaram, vocês estupraram o corpo dele e se apoderaram de seu livro arbítrio.

Cruzei os braços e olhei sarcástica, por que estão em silêncio?

-Você acabou de dizer que estupramos James? – Angela me olhou estreitando os olhos, como se quisesse entender se eu estava brincando. – E como pode falar sobre sermos assassinos, quando você é uma assassina profissional?

Apertei a boca mal humorada.

-Eu não faço isso com prazer.

-E quando mata por se alimentar? – Ela sorriu. – Eu conheço a sensação, Nessie, dor e medo apenas dão um sangue extremamente saborosos. Então, senhores, não vamos fingir que somos criaturas humanas, temos diferente códigos de moralidade.

-Você não tem valores morais. – Olhei-a incrédula, ela ergueu as sobrancelhas.

-Claro que tenho. – Sorriu ainda mais malignamente, Bella não disse que ela era uma das pessoas mais doce que conheceu? – Matar lentamente e com muita dor. – Sua voz ficou rouca no final, cheia de prazer.

Que vadiazinha.

-Podemos ir direto ao ponto? – Edward a olhou todo sério.

-Ah sim, o seu noivo, hein? – Angela olhou para Bella. – Parece que lhe ensinei bem, não?

Bella estava pálida, mas ela ficou ainda mais, sério mesmo! Ficamos em silêncio confuso, ao menos, eu estava confusa, até que Bella olhou para Angela com o cenho franzido.

Sério, alguém pode clarear as coisas?

-Como?

-Sinceramente, eu sempre soube do seu potencial, nunca entendi o por que de terumq queda pelo estupido Harry.

Hã?

Os olhos de Bella se arregalaram, por quê? Por quê? O que estou perdendo?

-Irina? – Fiquei arrepiada quando Bella sussurrou o nome incrédula.

-Eu não contei? – Angela cantarolou fazendo um bico inocente. – Meu erro, eu assumo. – Deu de ombros.

Espera, espera, espera!

O-M-G!

- Essa é a puta da Irina? – Exclamei surpresa. – Mentira! Você é a maldita cadela dos infernos que nos meteu nessa enrascada de semi-demônio?

-Não é como se eu tivesse feito de proposito, você sabe, ela me matou. – Olhou em desagrado para Bella que não conseguia falar nada.

-Tem ideia do quanto ferrou com nossas vidas? – Rosnei querendo avançar nela.

-Ah que isso! – Sorriu como se eu estivesse a elogiando. – Assim você me faz corar. – Piscou teatralmente.

Um rugido assustador ecoou pelo corredor, não foi meu (embora eu estava quase a soltar um barulho parecido) foi de Bella. Quando vi Bella estava em cima de Angela a socando até a morte.

Victoria arrancou Bella pela cintura segundos depois e segurou o queixo dela.

-Um movimento e arranco a cabeça dela. – Victoria nos olhou em alerta, enquanto Angela levantava cuspindo sangue, sorri com isso, mas foi bem rápido.

-Tudo bem, voltemos aos negócios. – Angela disse limpando a sujeira imaginaria do vestido. – Passagem livre. Onde?

Edward os olhou se recusando a falar, Alice suspirou.

-Nos sigam. – Alice se virou e Edward me empurrou na direção dela, ficando entre nós duas e os demônios.

-Parece que ele realmente te ama, Bellinha. – Angela zombou. – Nem sequer tentou me atacar.

-Então, como foi ser morta por uma adolescente que não sabia nada sobre o mundo sobrenatural? – Edward perguntou acidamente, um rosnado baixo saiu dos lábios de Angela.

Kate P.O.V

Rosnei tirando a irritante criatura de cima de mim. Era muitos para mim, eram sete demonios de olhos negros!

Isso era covardia! Eles tinham poderes também!

-Isso é brincadeira? - Olhei-os revoltada.

O traste do Garrett resolveu aparecer nessa hora, arrebentando a cabeça de um e arrancando o coração de outro. Meu herói, revirei os olhos e dei choque em um engraçadinho que agarrou meu braço.

-Sentiu minha falta, fala a verdade! - Garrett sorriu para mim e acabou sendo empurrado para o chão por dois demônios, tirei os dois de cima del imediatamente.

-Cale a maldita boca, homem! - E ataquei as criaturas.

De repente, surigiu mais, vindo sabe-se lá da onde.

Jane e Nicolas cuidavam dos estudantes ao norte, enquanto Jacob e Jasper foram dar um jeito nos outro ao sul. E o resto dos meus companheiros de clã estavam espalhados pela escola, tirando os demônios de seus esconderijos.

De repente as criatura começaram a gritar ao nosso redor. Paramos quando vimos a bruxa loira se aproximar com adolescentes que também eram bruxos. Era o mais novo coven da família Karlec, primos de Bella Swan, foi ela quem localizou a lider loira, na verdade.

O nome dela era Emilye e estava provando que sabia o que fazia, os demonios estavam todos desmaiados ao nosso redor.

-Dois dos seus estão mortos. - Ela disse. - Lá fora tem cães infernais. - Apontou, pisquei digerindo o que ela disse. - Eles sairam antes de selarmos a escola, sinto muito. - O garoto atrás dela revirou os olhos.

-Garrett acompanhe eles até o ginásio, os humanos continuaram lá, enquanto estamos pegando os demônios, estarão seguros. - Falei para eles. - Eu tenho um bagunça para limpar. - Olhei ao redor segurando o suspiro.

Alice P.O.V

Suspirei chutando a porta para o terraço, era o único lugar para sair.

Mas tudo ia ficar bem.

Por que isso fazia parte do plano.

Sorri maldosamente para mim mesma e Edward olhou para mim quase que imediatamente, ouvindo meus pensamentos.

Mas não, eu não vou dizer o que está acontecendo. Estou muito ocupada tentando entender por que a futura miss universo é aquela miss.

Quer dizer, ela não é tão bonita quanto há...

-Então? – Angela perguntou impaciente, agora ela tinha uma faca na garganta de Bella.

-Pule e seja feliz. – Sorri para ela.

-Me desculpe? – Me olhou desconfiada.

Isso também era parte do plano.

-Pule e está fora, caso não percebeu tecnicamente estamos fora do colégio. – Apontei para a porta animadamente.

-Vão olhar. – Angela mandou um dos seis demônios para a ponta.

Pude percebe que ele focou algo lá embaixo, os cães infernais, é claro.

Senti Edward ficar tenso ao meu lado, eu não tinha mencionado antes sobre os cães... Desculpinha?

Ele me olhou inexpressivo e se focou no demônio.

-Pule. – Angela ordenou.

O demônio hesitou, como eu também previ.

Ela revirou os olhos e correu em direção a ele, o empurrando.

Demorou dois segundos até ela chegar a ele.

Esse foi tempo mais do que suficiente.

Um rosnado cortou o ar e todos reagimos rosnando de volta.

Eu tinha que disfarça.

Angela se virou logo depois de ter empurrado o demônio e arregalou os olhos incrédula, quando viu Victoria arrancar a cabeça de um de seus capachos com os dentes.

Os quatro demônios foram pular nela, mas alguém interferiu antes de chegarem nela.

Esse era Marcus.

Que matou todos com tanta facilidade que meu instinto de sobrevivência foi ao limite gritando perigo.

-Out... – Bella murmurou no chão, Victoria tinha empurrado ela. Edward acenou para Nessie e ela foi em direção a Bella.

-Agora... – Se virou para Angela parecendo ainda mais assustador, mas ela ergueu a mão e ele parou.

-Você não pode me atacar. – Ela sorriu para Marcus, ele mostrou as presas pela primeira vez.

Quer dizer, essa era a primeira vez que eu via as presas dele, ou de qualquer Volturi, na verdade.

Não pude deixar de notar que elas eram maiores do as minhas, ou de qualquer vampiro que conheço, na verdade.

-Não é tão forte assim. – Marcus comentou forçando um passo.

-Nessie leve Bella daqui. – Edward pediu em tom urgente, enquanto agarrava meu braço. – Ela está chamando os cães infernais.

-Pare-a! – Exclamei para Edward.

-Eu não posso, ela pode voltar contra o atacante seu próprio ataque. – Ele respondeu olhando ao redor.

-Escute o Cullen, senhor. – Angela rangeu os dentes.

-Os Cullen não tem um terço da minha idade. – Marcus rebateu indiferente, enquanto forçava outro passo.

-Volturi... – Ela arregalou os olhos por um instante e então sorriu como se tudo fosse uma piada. – Eu não posso acreditar nisso. Como vão os lideres?

Oh, então ela não sabia com quem falava.

Marcus parou e a olhou estreitando os olhos.

-Diga a eles uma coisa: obrigada. Se não fosse pela Didyme, nem sequer estaríamos aqui. – Olhou-o malignamente.

Pude sentir a tensão em Marcus.

-Sim, a lenda é verdadeira, meu amor.

Em um piscar de olhos, eu me vi sendo empurrada no chão e começar a gritar, enquanto era dilacerada. Oh droga!

Edward me empurrou antes que eu pudesse reagir. Pude sentir algo passando por cima de nós dois, nos erguemos e olhamos ao redor tensamente.

-Como vão lutar contra algo que não podem ver? – Angela fez beicinho.

-Victoria... – Marcus olhou sobre o ombro.

A ruiva estranhamente estava dentro da porta da escola.

-Eles não podem entrar na escola. – Ela olhou para nós com urgência. Edward agarrou meu braço e nos lançamos para a porta.

O que era aquilo?

Isso eu não tinha visto.

-Acho que isso é um adeus. – Angela sorriu para Marcus, ele deu outro passo. – Você não irá conseguir me atacar antes dos meus animais.

Mas eu sabia como aquilo terminaria.

-Não! – Exclamei. – Vão te pegar se for. – Marcus me olhou por um instante, não havia expressão nenhuma em seu rosto. – E tudo fica escuro.

Três rosnados se ouviram, estavam ao redor dele.

-Ouça a vidente, ela sabe bem o que fala. – Angela disse. – Você é o meu mensageiro, irá sobreviver se não me atacar.

Lentamente, Marcus acenou com a cabeça e começou a andar em nossa direção. Calmamente, na velocidade de um humano, como se não temesse nenhum dos rosnado ao redor.

Um pouco antes de chegar a porta ele parou, eu quase tive um ataque de nervos. Marcus tem uma veia suicida, só pode!

-Mande uma mensagem ao seu líder. – Disse sobreo o ombro. – Você não iram ter sucesso, exatamente como duzentos anos atrás, ou há dois mil anos. – Ela o olhou com atenção. – Diga que foi Marcus Volturi quem mandou. – Então, pisou na porta e a fechou atrás dele.

A ultima coisa que vi o olhar de choque de Angela.

-Vamos deixa-la escapar assim? – Nessie perguntou.

-Ela irá voltar. – Marcus agarrou o braço de Victoria. – Eles sempre voltam. – E sumiu de nossa vistas com a ruiva.

-O que ele foi fazer com Victoria? – Nessie perguntou confusa, enquanto olhava para Edward.

-Ela é dele agora, ou algo igualmente assustador. – Bella respondeu roucamente, Edward a ajudou se levantar.

-Como assim? – Ele perguntou olhando para mim.

-Eu pedi para ele não mata-la, então ele trocou sangue com ela. Então disse que ela era dele e lhe devia obediência, ela não teve muita dificuldade em obedece-lo em relação aos demônios, de qualquer maneira. – Suspirou recuperando o equilíbrio.

-Você pediu e ele simplesmente resolveu atender? – Olhei-a cética, ela deu de ombros.

-Eu sou uma pessoa muito persuasiva quando estou amarrada em uma cadeira em um estado lamentável. – Rebateu um tanto arrogante. – Agora, se me dão licença, eu vou trocar de roupa. – Se virou.

-Espera, o que? – Nessie a olhou incrédula.

-Eu tenho roupa reserva no vestiário. – Bella falou sem parar de andar.

-Eu vou com ela. – Edward tranquilizou Nessie.

-Não. – Bella se virou de repente, todos nós erguemos a sobrancelha. – Nessie vem comigo, você tem que lidar com todo mundo.

Nessie olhou para Edward meio sem graça e Bella pigarreou a chamando com a cabeça, Edward apontou para Bella, enquanto Nessie o olhava.

-Eu tenho mesmo coisas a fazer. - Edward deu de ombros.

As duas sumiram no final do corredor e esperamos até as duas se afastarem o suficiente. No instante que o fizeram, eu desviei do ataque de Edward.

Eu já esperava tudo aquilo, é claro.

Ergui as mãos como se quisesse acalmar um animal nervoso.

-Ed, seja bonzinho.

-Você sabia que ela ia ser capturada. – Ele rosnou para mim.

-Tinha que acontecer, eles achariam que estavam na vantagem, enquanto nós o pegávamos desprevenidos. – Sorri para ele. – Temos quase trinta demônios em nossa poder agora e sabemos dos humanos.

-Ela podia ter sido levada.

-Eu tranquei o colégio por um motivo, Edward. – Ergui as sobrancelhas. – Eu não esperava Marcus aqui, na verdade, nem os cães infernais. Victoria iria morrer hoje, ele alterou isso e os cães infernais foram embora com Angela, ela não arriscaria andar por ai desprotegida.

Não importa o quanto eu alterasse, alguém sempre matava Victoria hoje de noite, eu não a esperava sair viva até que ela atacou o demônio no terraço. Angela também foi uma surpresa, mas ela fez Bella ficar no escuro, então ela era habilidosa.

Aliais, ela era a demônia que transformou Bella. Muita informação para uma noite só.

-São onze e meia. – Edward comentou. – A noite nem começou ainda.

-Bem, então eu vou me diverti um pouco com os humanos. – Dei de ombros e olhei para o meu vestido, felizmente, ele tinha sobrevivido.

Bella P.O.V

Coloquei meu jeans e me sentei no chão do vestiário cansada. Muita coisa em pouco tempo.

Ao menos Victoria sobreviveu, eu não queria a morte dela sobre mim...

A porta caiu.

Um vulto passou e de repente Victoria estava de joelhos prestes a perde a cabeça.

-NÃO! – Exclamei tentando me soltar debilmente, olhei para quem o fazia e era Marcus.

-O que disse? – Ele me olhou intrigado.

-Não mate ela, não tem culpa. – Respirei mais forte, ele olhou para Victoria que estava assustada.

-Tem ideia de que ela não faria o mesmo por você?

-É ai que está, ela faria. – Suspirei engolindo o nó na minha garganta. – Eu te peço, salve-a.

-O que faz pensar que eu faria?

-O fato de que eu sou da sua família. – Ele me olhou por longos segundos.

-Como sabe?

-Um passarinho me contou. – Dei de ombros, Renné me explicou tudo naquele livro e eu realmente agradecia a isso. – Eu te imploro, salve-a. – Pedi sentindo a determinação queimando em mim.

Ele olhou para Victoria e a ergueu pelo pescoço, pude ver as unhas dela tentando se soltar, o sangue escorria, mas Marcus não parecia sentir nada.

-Como é que nenhum dos Cullen te pegou? – Ele perguntou a observando de perto, o olhar de Victoria vacilou, era realmente estranho ver um vampiro com medo.

De alguma forma, o fato de Victoria ter um dom que despistou os Cullen pareceu favorece-la. Em um movimento rápido - muito parecido com o bote de uma cobra – ele mordeu o pescoço dela. Eu facilmente poderia achar que ele estava a beijando se não fosse o som de sucção e a cara de choque dela. Então, ainda mais rápido que a mordida, ele mordeu o pulso e empurrou na boca de Victoria.

-Espero que valha a pena. – Me olhou sério.

-Eu farei valer. – Prometi com certo alivio.

Ele teve que arrancar o pulso de longe de Victoria, devia ter um gosto muito bom para ela rosna revoltada. Mas Marcus rosnou de volta ainda mais assustador, ele não parecia em nada com o vampiro indiferentemente entediado do aeroporto.

Então, Marcus começou a explicar que Victoria era dele e que ela devia obedece-lo. Ele me tirou da cadeira, enquanto explicava o que ela teria que fazer.

Basicamente deu tudo certo e agora estou aqui, me sentindo emocionalmente esgotada. Fui de amor a dor em menos de duas horas, era demais para mim.

Oh Deus! Eu disse amor?

Eu estou apaixonada, é diferente de amar.

Completamente diferente.

Bufei para mim mesma, eu precisava parar de me martirizar e sair dali.

Para minha surpresa Edward estava me esperando no lado de fora. Que droga! Por que eu incentivei Nessie ir atrás de Jake?

-Oi... – Disfarça Bella, pelo o amor de Deus, disfarça!

-Como é que está?

-Bem, eu acho. – Mudei de um pé para o outro desconfortavelmente.

-Não, não está. – Ele me olhou atentamente. – Não precisa ser forte, você sabe.

Isso me lembrou o quão forte eu fui na tortura, principalmente na hora que ela arrancou minha pele. Senti um arrepio ao me lembrar daquilo, e passei a mão distraidamente em meu braço, seu olhar caiu no local.

-Arrancaram minha pele. – Dei de ombros tentando me fazer indiferente, comecei a sentir o nó na garganta novamente. – Eu não gritei, ao menos. – Acrescentei tentando parecer orgulhosa.

Falhei miseravelmente, é claro, ninguém pode ser tão boa atriz assim.

-Sinto muito.

-Não é sua culpa. – Por que ele tinha que piorar as coisas?

-Eu devia estar te protegendo. – Ele rebateu se erguendo.

-Está tudo bem. – Suspirei querendo acabar com aquilo. – Eu já passei por coisas piores e sobrevivi, sempre faço. – Lembrei brevemente de Alice me falando isso.

-Precisa de algo? – Perguntou se levantando, dei um passo para trás e ele franziu o cenho de leve.

Não seja tão obvia, Bella.

-Não, eu só preciso checar Nessie... – Me virei para ir embora.

-Ela está bem, tenho um momento com Jake na verdade. – Edward respondeu as minhas costas.

Ok... É isso.

Eu não posso me deixar ter sentimentos por Edward.

Tenho que termina aquilo, agora!

Respirei fundo, coragem, Bella, coragem.

E me virei.

Fiquei assim.

De boca aberta, as palavras presas na garganta. Me vi percebendo que eu simplesmente não poderia termina nada.

Tudo bem, ele não me ama, provavelmente, nunca retornará o sentimento. Eu precisava matar aqueles sentimentos, eu sei bem disso, mas...

Eu não podia aproveitar?

Quer dizer, aquilo iria acabar me machucando de alguma forma, de qualquer maneira. Mas agora, Edward e eu tínhamos uma espécie estranha de relacionamento. Seria tudo mais fácil se eu apenas quisesse acabar com nosso trato de exclusividade.

Mas quer saber? Eu nunca gostei do caminho mais fácil, não era do meu feitio fugir.

Foi por isso que eu desisti de tentar acabar com aquilo.

Não teve nada a ver com o olhar preocupado dele.

Nada.

-Pode me levar para casa? – Perguntei com um suspiro. – Eu vim com Alice... – Ele acenou com cabeça se aproximando e colocando o braço ao meu redor.

Valha a pena, por favor, valha a pena.

Jane P.O.V

Estava finalmente tudo bem agora, por isso fugi aqui para fora, a festa lá dentro não me interessa realmente. Era um daqueles raros momentos em que relaxo, estava com os olhos fechados aproveitando a chuva e um parte da minha mente prestava atenção na musica que tocava...

I'm out on the edge and I'm screaming my name

Like a fool at the top of my lungs

Sometimes when I close my eyes I pretend I'm alright

But it's never enough

-Se divertiu? – Abri os olhos e olhei para o lado, obviamente era Nicolas vindo me importuna.

-O que você acha?

-Acho que poderia causar um acidente aqui fora com esse vestido molhado. – Olhei para mim mesma sem me importa.

-Ao menos teria comida. – Dei de ombros.

-Você não precisa ser assim. – Ele se encostou no carro em que eu estava sentada.

Olhei para ele.

-Você não me conhece. – Fui direta. – Pode ter conhecido uma vez, mas aquela era um versão jovem e até mesmo ingênua de mim. – Me inclinei em sua direção. - Aquela pessoa não existe mais.

- Eu não acredito em você. – Olhei-o incrédula. - Esquecer e deixar de existir são duas coisas diferentes. – E saiu andando.

-Não tanto quando nunca mais se lembra. – Respondi em tom baixo.

-Eu tenho uma pergunta. – Parou de andar, olhei para ele. – Quando foi a ultima vez que amou alguém?

Abri a boca para responder, mas nada saiu. Nos últimos anos, eu realmente nunca amei ninguém, mas eu mal me lembro da minha vida humana, ou de algumas partes da minha vida como vampira.

A musica pareceu mais forte em minha cabeça.

My shadow, shadow

Is the only friend that I have

-Por que tem tanta certeza eu sou já amei?

-Deve ter uma razão para estar viva até hoje, afinal uma eternidade sem razão para viver é pior que a morte. – Ele me lançou um ultimo olhar antes de ir embora.

E eu o observei desaparecer nas sombras, com o final da musica tocando...

Hello, hello

Anybody out there?

Thomas P.O.V

Abri os olhos cansado, eu sentia cada parte do meu corpo dolorida. Era horrível, cara.

Me ergui da cama confuso, eu lembrava daquele lugar, estava me prendendo ali!

Cambaleei até a porta, o que tinha acontecido? A ultima coisa que me lembro era... Dor.

Um barulho de algo se quebrando chamou minha atenção. Encarei a porta defensivamente e então abri-a bruscamente.

Ok, estou vivo até aqui.

Me inclinei e vi o corredor vazio, sai andando o mais silenciosamente que pude, andei em direção as escadas, ouvindo as exclamações abafadas no andar de baixo.

Parecia que estava havendo uma discussão.

Minha cabeça estava doendo pra caralho, meu! Tinha que ouvir discussão também?

Bem, é melhor que os gritos da cela Volturi.

-SAIA! – Ouvi a voz feminina gritar. – Eu não quero ouvir nada de você! Me deixe em paz!

-Leah...

-Por favor. – A voz pediu em um choramingo. Ouvi um suspiro e o barulho de porta se fechando.

Me aproximei cautelosamente, as coisas pareciam ter se acalmado. Vi uma mulher inclinada contra a pia de costas para mim, a ouvi suspirar e dei um passo.

Nhéque* - Torci o nariz ao ouvir o ranger da madeira.

Algo bateu ao meu lado segundos depois, congelei e olhei para o lado. Tinha a porra de um cutelo preso na batente da porta, bem ao lado da minha cabeça.

-O que diabos está fazendo aqui? – Olhei para ela de boca aberta.

Ela era bonita demais para lançar cutelos ao menor barulho... Espera, por tudo o que eu já aprendi até aqui, exatamente por ela ser bonita a faz ser suspeita de carregar armas entre os seios.

Jane, por exemplo, bonitona, maligna e nem precisava carregar armas, tinha a mente para isso.

-Eu... Hã... Eu... – Respirei fundo tentando encontrar as palavras. – Ouvi algo.

-E? – Ela me olhou ferozmente, tinha uma faca enorme na mão dela.

-Er... Eu achei que... – Tentei encontrar as palavras. – Só...

-Esquece! – Ela revirou os olhos. - O que quer Bryan?

-Bryan? – Olhei-a confuso, ela pareceu desconfiada.

-Qual é seu nome?

-Thomas. – Olhei-a estranho. – Cadê Jane? Nessie? Todo mundo?

-Não se lembra? – Ela me olhou analítica, neguei com a cabeça.

-Qual é o seu nome? – Perguntei em tom sem graça.

-Leah. – Respondeu curtamente, espremendo os lábios. – Sente-se, temos algumas coisas para conversa. – Apontou com a faca.

Eu não hesitaria em obedece-la com aquela facona.

Jake P.O.V

-Então, você está bem mesmo? – Nessi perguntou olhando para a ferida no meu braço.

-Sim, eu não vou virar um demônio. – Revirei os olhos. – Eles disseram que você sugou o veneno. – Sorri convencido.

Nessie estava comigo quando comecei a me sentir mal e ela percebeu que eu tinha uma mordida de demônio no ombro.

Quem diria que eu podia me torna um demônio?

Nessie nem hesitou em sugar o veneno da minha ferida.

Foi meio romântico na verdade. Assustador, bizarro, mas romântico também.

Quer dizer, estávamos os dois, chuvinha batendo de leve e ela salvando minha vida. Bem, não salvando, por que o veneno de demônio não iria me matar, mas acho que todos entenderam o ponto.

-Não fique convencido. – Bateu de leve em meu ombro e olhou para as próprias mãos hesitante.

Jasper veio até nós e afastou Nessie de mim, ela estava um pouco descontrolada, aparentemente meu sangue é delicioso. Ele nos levou ao hospital, ao que parece eles tinham controle sobre toda a cidade e ninguém hesitou em me dar assistência e questionou o fato de estar quase curada.

-De verdade, obrigado. – Toquei em seu rosto, ela ergueu os olhos um tanto assustada pelo meu toque, mas não se moveu para longe, como sempre fazia.

Era um progresso.

-Eu estou feliz por estar bem. – Sorriu docemente para mim, - E sinto muito se exagerei um pouco, faz um tempo que não tomo sangue fresco e você...

-Tenho um gosto bom. É, eu sei.

-Sabe? – Me olhou erguendo a sobrancelha.

-Jasper disse, não se lembra? Quando te tirou de mim.

-Eu estava meio chapada naquela hora. – Torceu o nariz de forma engraçada, dei uma risada.

-Eu percebi com todo aqueles rosnados e... – Afinei minha voz. - "Quero mais, quero mais, eu preciso de mais".

-Eu normalmente não sou tão psicopática, ok? E eu não falo assim! – Me olhou fazendo beicinho.

-Fala sim. – Rebati solenemente.

-Não! – Pareceu indignada. – Retire o que disse!

-Me dê um beijo e eu retiro. – Sorri convencido.

Não é que ela se inclinou e me beijou?

Não teve língua, nem foi intenso ou desesperado, como nossos beijos anteriores. Foi algo mais... Calmo, doce, arrisco dizer.

-Retire. – Sussurrou se afastando alguns centímetros e me olhando. Eu sentia seu hálito quente com cheiro doce, como chocolate quente. Estamos bem perto, nossos narizes estavam ainda juntos e eu senti meu coração se acelerando.

-Retiro. – Concordei, ela sorriu se afastando mais ainda.

-Vem, vamos te levar pra casa. – Estendeu a mão.

Minha casa era em La Push, eu sabia bem disso, mas a maneira que ela falou me fez esquecer esse fato. Era como se fossemos um casal voltando para casa.

Então, percebi que em La Push eu tinha uma casa, um bem material, um teto. O lugar que Nessie se referia não era apenas uma casa, era o meu lar.

Por que Nessie estava lá e ela era o meu lar.

Victoria P.O.V

Olhei ao redor completamente tensa.

Eu estava na casa dos Cullen, que era temporariamente ocupada pelos Volturis, como Marcus me explicou.

Estava, mais precisamente, no quarto de Marcus, sentada na ponta da cama dele sem saber bem o que fazer.

Eu estou apavorada!

Esse estupido vampiro fez alguma macumba comigo e me disse que eu pertenço a ele. Que merda isso deveria significar?

Eu sou escrava dele, ou algo assim?

Afundei o rosto nas mãos.

Aquilo era culpa de Bella! Ele ia me matar e ela pediu para me salvar. Só por isso ter significado que eu sai viva daquilo é que não sinto raiva dela agora.

Me pergunto como James está agora...

E minha irmã!

O que vou dizer a ela?

Hey, Rachel, se você vir sangue na geladeira, não ligue, é pra mim. Sabe como é, eu virei vampira e preciso disso, se não irei arrancar seu pescoço fora. Aliais, eu te falei que nosso vizinho e meu ex-namorado é um vampiro também?

Ela ia rir de mim, ou me interna em um hospício, ou talvez fazer os dois.

Ouvi o som leve e ergui a cabeça. Marcus tinha ido trocar de roupa ou algo assim, por que ele estava cheio de sangue nas roupas quando matou aqueles demônios...

Eu mesma devia estar com sangue seco na cara. Toquei meu rosto por um breve momento e depois parei de importa, não é como se eu quisesse ficar apresentável para ele. Esse vampiro matou os demônios com uma facilidade que me fascinou e me deixou assustada.

Um estralar de dedos era tudo o que ele precisaria para me matar!

Ele me olhou de cima a baixo com uma expressão inexpressiva, isso era outra coisa irritante sobre esse Marcus. Ele não transmitia emoção nenhuma no rosto!

-Você é uma recém-nascida... – Ele comentou se sentando ao meu lado, parecia tentar descobrir algo pelo modo que me olhava.

-Perto de você. – Revirei os olhos. – Você tem o que, um milhão de anos?

-Me referia a sua idade com vampira, tem apenas alguns dias, certo?

-Dois. – Confirmei desolada. Minha vida virou de ponta a cabeça a três dias atrás, parece ter sido a tanto tempo.

-Como fugiu do sol?

-Ele me queimou, mas eu corri para a floresta, era escuro o suficiente.

-Como sabia disso?

-Eu... – Franzi o cenho, ele pareceu estranhamente interessado. – Não sei, apenas sabia, instinto vampirico ou algo assim.

-E como fugiu dos Cullen?

-Como assim? – Franzi o cenho, ele suspirou parecendo entender algo.

-Você sabe quem é os Cullen? – Acenei com a cabeça. – Sabe os dons deles?

-Não. – Franzi o cenho.

-Bem, alguns vampiros tem certos talentos que os fazem ainda mais especiais. Os Cullen são conhecidos por todos os membros de sua família ter talentos. Edward pode ler mentes, Alice pode ver o futuro, Emmett tem uma força sobrenatural, Rose pode hipnotizar as pessoas, já Esme tem o dom da pirocinese e Carlisle pode controlar mentes.

-Quem é Esme e Carlisle? – Perguntei, os nomes não eram estranhos.

-Os lideres do clã. – Deveriam ser o Sr. E Sra. Cullen... – Você entende como eles são fortes?

-Sim. – Respondi me recusando a olhar para ele. Marcus devia ter algum poder também, me deixava completamente desconfortável e na defensiva, eu odiava aquilo. Mas ele não ia me matar por agora, de alguma forma, eu tinha certeza disso.

Caso contrario estaria pulando a janela.

-Mesmo com todos esses poderes, eles não puderam localizar você até que foi atrás de Bella. – Arregalei os olhos, o que aquilo significa? – Eu gostaria de entender como fez isso.

-Eu... – Neguei com a cabeça. – Não sei, sinto muito, mas não sei, eu juro...

-Eu acredito em você, menina. – Se levantou da cama e andou pelo quarto. – Está tudo bem, iremos descobrir o por que disso. Você... Entende o que significa ser minha?

Olhei para as minhas mãos tristemente.

-Eu sua escrava, ou algo assim?

-Não. – O tom pareceu levemente divertido, olhei para ele de sorrateiro. – Significa que... – Parou para refletir. – É como se eu tivesse te transformado, por eu ser mais velho, meu sangue prevalece e você pertence a mim. É minha progênie agora... – Olhou sobre ombro. – Um membro da família Volturi.

-Isso é boa coisa? – Perguntei levemente curiosa.

-Bem, você não está mais sozinha no mundo, mas também meus inimigos são os seus agora. – Se virou e eu desviei os olhos. – Então, não, não é uma boa coisa.

Ao menos ele era honesto.

Um copo apareceu na minha frente de repente, olhei para cima surpresa. Velocidade vampírica é sinistra!

-O que é isso? - Olhei para o copo intrigada.

-Sangue humano. – Me olhou entediado. – Não finja que não sabe o que é, seus olhos mostram que se alimentou.

-Não é verdade! – Exclamei revoltada, a expressão dele se mexeu um pouco, acredito que ceticamente. – Eu me alimentei de... – Parei de falar.

Eu tinha tomado sangue, só que de animal.

-Do que?

-Animal. – Respondi apressadamente. – Eu estava na floresta e ouvi o coração... – Senti o formigamento em minha gengiva, meus olhos se prenderam no cheiro tentador que vinha do copo.

-Beba. – Estendeu o copo e eu o peguei sem hesitar o virando rapidamente, três goles e acabou, olhei-o ansiosa. – Então, você não bebeu sangue humano até agora?

-Isso. – Respondi estendo o copo.

-Como aguentou a queimação na garganta com tantos humanos por perto?

-O sangue do animal pareceu ser o suficiente. – Olhei-o na defensiva.

-Isso explica o por que de ter estado tão avida por meu sangue.

Trinquei os dentes quando ouvi a menção ao seu sangue, era como o céu e ouro e...

Franzi o cenho quando senti meus dentes trincarem, passei minha língua e percebi que tinha presas. Prendi a respiração e me ergui correndo empurrando Marcus para fora do caminho e me olhando no espelho mais próximo.

Arregalei os olhos ao arreganhar os lábios e ver minhas presas e meus olhos e... E... Todo o resto!

Eu não tinha parado para me olhar no espelho. Quando acordei daquela dor infernal, Riley veio conversa comigo com Jasper e outra vampira de nome Heidi. Eles me contaram sobre James, sobre Bella, os Cullen e os Volturis. Todas as minhas emoções vieram com muita força para cima de mim e eu desliguei minha mente, atacando todos e fugindo.

Me lembro de segurar o grito quando sai pra fora e correr para a floresta ali, cinco segundos depois, eu estava bem. Meu instinto me levou pela sombra da floresta, onde o sol não entrava e quando parei só consegui me enrolar em uma bola e chorar.

Pisquei engolindo a vontade de chorar que se apossou de mim. Minha visão se focou em meu rosto perfeito.

Oh Deus! Eu era perfeita!

Me inclinei e toquei meu rosto assustada, eu sempre achei que Riley era areia demais para o meu caminhãozinho, mas agora... Bem, nós estávamos de igual para igual.

Mesmo com o sangue no rosto e o cabelo todo bagunçado, eu estava gostosa!

Ao menos ser vampira tem um lado bom, além das presas e dos olhos vermelhos.

Espera até minha irmã... Oh droga!

- O que foi? – Olhei para Marcus, ele deve ter ouvido meu engasgo assustado.

-Eu não vou poder mais ver minha irmã, não é mesmo? – Perguntei em um lamento.

Pela primeira vez o rosto dele se modificou em algo parecido com tristeza.

-Não hoje, seu controle está fraco. Irá aprender controla-lo e poderá voltar para sua irmã antes que o final de semana acabe.

-Não vai me impedir? – Perguntei surpresa.

-Eu jamais impediria alguém de ficar com a própria família. – Pareceu sincero, eu acho.

-Mas... Ela perceberia... – Apontei para minhas presas. – Eu estou mais bonita e meus... Olhos. – Balbuciei me olhando no espelho.

-Olhe para mim. – Disse em tom de ordem, olhei curiosa. Seus olhos vermelhos se tornaram negros e ele abriu a boca mostrando as presas, minha respiração parou. Então as presas sumiram e os olhos dele continuaram negros. – É uma regra dos Volturis manter nossa espécie no anonimato.

-Sim, me falaram. – Respondi me lembrando deles me explicando as regras.

-Os vampiros que podem andar no sol, se mantem com os olhos negros, deve ter conhecido Jane.

-Eu me lembro... – Disse lentamente. – Mas meus olhos são claros.

-Heidi usa lentes de contato, elas se dissolvem depois de doze horas, nosso veneno a derrete. Então sempre irá se manter com um par.

-Ok. – Andei até a cama e me sentei. – E sobre o sol?

-Isso não será problema também. – Marcus andou até a mesa e ficou de costas para mim. – Diga-me, Victoria, você sabe sobre o fato de que não precisa mais dormi?

-O que? – Olhei-o chocada, mas Marcus não se dignou a me olhar.

-Sim, nós ainda podemos cair inconsciente por efeito de alguma substancia, mas nunca será natural. Sangue nós da energia suficiente, é quase desagradável.

-Então, eu nunca mais vou dormi?

-Não por causas naturais como cansaço.

-Se você não dorme, por que tem uma cama aqui? – Perguntei antes de processar o que dizia.

Quis me bater quando entendi, era meio obvio o por que dele ter uma cama no quarto. Marcus nem sequer se preocupou em me responder apenas ficou em silencio, fazendo sabe-se lá o que naquela mesa.

-Tire sua blusa. – Ele falou de repente, gelei no lugar.

Meu Deus! Ele vai...?

Sério mesmo?

Quer dizer, Marcus não é feio (nenhum vampiro é), mas eu estou aterrorizada demais para aproveitar qualquer contato físico.

Nem mesmo se fosse Riley.

Pensar naquele traste me trouxe um onda de raiva.

-Não ouviu? Tire a blusa. – Olhei para Marcus.

-Não. – Cruzei os braços de defensivamente.

-Não vamos ter relações sexuais. – Ele rebateu com indiferente.

Wow, curto e grosso.

-Não. – Insisti, eu podia estar morrendo de medo, mas nunca ia ser obrigada a fazer algo que não quero!

Me jogava pela janela antes.

-Tire ou eu vou rasga-la. – Marcus se aproximou em instantes. – Eu sou mais velho.

-Não me importa.

-Me obedeça, ou sofrerá as consequências. – Meus instintos falaram mais alto.

De repente, eu perdi o controle e meus braços se mexeram automaticamente. Quando vi estava só de sutiã. Como se meu corpo obedece a meu senso de preservação, era estranho...

-Satisfeito? – Olhei-o carrancuda.

-Agora deite-se de bruços.

E aquilo ficou mais estranho ainda.

Lentamente, engatinhei sobre a cama, então senti a mão dele me empurrar contra o colchão e senti uma queimação no meio das costas, bem embaixo do meu sutiã.

Gritei involuntariamente, não era tão ruim quanto a queimação da transformação. Aquilo foi horrível! Eu gritei e gritei, ninguém ajudou, pensei que sairia toda queimada, mas quando acordei.

Tudo era a mesma a coisa e ainda assim, não era.

A luz ainda estava lá, mas era mais brilhante, assim como tudo era mais colorido e o cheiro era mais gostoso.

-Isso vai faze-la poder andar no sol. – Ele me informou, senti seu joelho sobre minhas costas, me impedindo de mexer.

Abri a boca para pergunta o por que dele estar me prendendo na cama, mas a queimação voltou.

Só que pior, mil vezes pior, e começou a se espalhar pelo o meu corpo. Tentei me mexer, aquilo tinha que parar, por tudo que há de mais sagrado.

Senti uma mão segurar minha cabeça contra o travesseiro, enquanto eu gritava cada vez mais alto.

Foi como voltar para o inferno que escapei há dois dias atrás.

Jasper P.O.V

-Meu bebê. – Esme deu tapinhas na face de Emmett. – Senti saudades de sua canalhice.

-E eu dos seus chicotes de fogo, mãe. – Emmett piscou para ela. – Então, o que eu perdi?

-Não muita coisa. – Ela comentou. – Agora, o que eu perdi?

-Alice acabou com os demônios da escola. – Respondi com certo orgulho de minha esposa, foram todos pegos, exceto a líder: Angela.

-Eu só não entendi o que Marcus fazia lá. – Emmett me olhou curioso.

-O cheiro de cães infernais o atraiu segundo Alice. – Respondi dando de ombros. – Marcus Volturi trocou sangue com Victoria, ela é um Volturi agora.

-Não uma Volturi qualquer. – Emmett acrescentou, Esme nos olhou pensativa. – Ela faz parte da família perturbada deles.

-Por que nós não somos perturbados, certo? – Esme brincou. – Talvez seja uma coisa boa, alguém novo na família pode controlar os ânimos.

-Só você para achar algo assim. – Comentei rindo, Esme estreitou os olhos para mim. – Falando em família... Emmett, você deveria ficar de olhou em Nessie, ela quase matou Jake hoje.

-Sim, eu estava meio distraído tentando manter ordem nos humanos. – Me olhou sarcástico.

-Temos que manter tanto Nessie quanto Bella bem alimentadas, não queremos nenhuma das duas descontroladas por ai. – Esme comentou.

-Edward está cuidando disso. – Informei espichando as pernas no sofá.

Um rosnado raivoso veio do lado de fora do quarto e Carlisle entrou completamente furioso, fechando a porta com tanta força que os retratos na parede caíram. Ele socou a parede e chutou a mesinha de centro para o outro lado da sala.

Então, nos olhou. Finalmente, eu decidi que acalma-lo não era mais tão perigoso.

-Já acabou? – Esme perguntou, ninguém tinha movido um musculo desde que ele entrou. – Importa-se de explicar?

-Os demônios que pegamos morreram, entraram em combustão espontânea ou algo assim. – Ele disse impaciente. – Só sei que no final, tudo o que sobrou foi uma massa de sangue e carne podre.

Oh Deus! Alice vai estar pirando de novo...

Athenodora P.O.V

Ignorei os gritos que vinha do quarto de Marcus, ele deveria estar fazendo alguma experiência de tortura ou se alimentando.

Olhei para Santiago e seus vampiros: Fred e Bree. Ambos novos, eu estava irritada com a irresponsabilidade de Santiago de criar outra vampira quando já tinha Fred há apenas um ano.

-Eu preciso achar a minha prisioneira, dois trabalham melhor. – Apontou defensivamente.

-Você tem carta branca conosco Santiago, mas está passando dos limites. – Caius estava mais do que furioso, estava possesso. Confesso que adorava vê-lo nesse estado, era quando vinha o melhor sexo.

Isso e quando ele fica romântico, mas a raiva vinha com mais frequência.

-Ela não irá causar problemas, irei encontrar Sasha o mais rápido possível. – Prometeu duramente.

-Espero que sim. – Caius cuspiu. – E que ela não cause nenhum estragos, temos o suficiente por agora.

-Envie-a para Heidi para treina-la melhor. – Pedi e Santiago visivelmente conteve o rosnado.

-Acredito que seja melhor eu ensina-la.

-Não, estará ocupado procurando Sasha, uma recém-nascida o atrapalhara. – Sorri falsamente. – Heidi pode cuidar dela aqui, enquanto você procura a prisioneira que deixou escapar. – Terminei em tom gelado.

Santiago era doente, para dizer o mínimo. Bree seria violentada varias vezes por ele e eventualmente iria se suicidar no sol.

Eu já tinha visto isso acontecer antes.

Sinceramente, só mantemos Santiago por que ele é útil, de resto...

Fred (a cria de Santiago), por outro lado, bem... Quando ele nos deixava vê-lo (o que era pouco, muito pouco)se mostrou cortes e amável, e incrivelmente mais racional do que Santiago. Acredito que Santiago só o forçou a tomar seu sangue para que pudesse manter seu dom por perto.

Por que, sim, Fred tinha o dom de fazer as pessoas a repudia-lo e se tornava invisível para nós. Agora, por exemplo, eu mal podia olhar para ele. Era magnifico! Aro concordava comigo, por isso ameaçou Santiago, se algo acontecesse a Fred, cabeças iam rolar.

-Se assim deseja, minha senhora. – Santiago disse forçadamente.

-Sim, eu quero. – Respondi curtamente. – Sua Bree irá me servi aqui, enquanto Heidi a treina, e o adorável Fred irá ajuda-lo. - Apontei para Fred, incapaz de olha-lo.

-Sim, senhora. – Santiago abaixou a cabeça rigidamente, sorri apreciando.

-Está dispensado. – Caius bradou e os vampiros sumiram. – Por que tanto barulho? – Reclamou mal humorado. – Eu teria uma dor de cabeça se pudesse.

Mas não pode, pensei revirando os olhos.

Meu marido poderia ser irritante.

-Irei olhar. – Tentei acalma-lo antes que algum vampiro perde-se a cabeça.

Rapidamente sai da sala e fui em direção ao quarto de Marcus, cinco segundos, foi o tempo que levei. Bati na porta educadamente e esperei os gritos pararem, mas Marcus abriu e os gritos continuavam atrás deles.

-Caius está um tanto irritadiço hoje. – Ouvimos o resmungo de Caius, ele odiava quando eu saia sozinha como fiz hoje a noite para me encontrar com Esme. – Poderia diminuir o volume?

-Eu preciso de sua corrente de prata. – Franzi o cenho.

– Quem você vai...?

-Minha progênie. – Apontou para uma beleza ruiva na cama, o empurrei para fora do caminho e invadi o quarto.

-Quando isso aconteceu? - Me virei para ele intrigada.

-Algumas horas atrás, falta pouco para o amanhecer, preciso do colar.

-Claro... – Olhei para a cama levemente perturbada pelos gritos dela.

Corri para o meu quarto e peguei o colar que nos fazia passar pelo ritual do sol. Passavamos o dia todo com ele no pescoço, aguentando as queimaduras do sol e quando escurecia tinhamos proteção contra o sol eternamente.

O processo começava horas antes, com a ingestão de uma poção horrível que me lembrou a minha transformação. Segundo a bruxa, ela preparava nosso corpo para aguentar o sol durante o dia todo e o colar fazia o resto do feitiço.

Entre novamente no quarto de Marcus e fui em direção a ela.

-Você é um sem coração. – Reclamei ao ver os braços dela presas por correntes de pratas. – Onde já se viu prede-la assim! - Repreendi-o indignada.

-Não é hora para isso, Athenodora. – Marcus disse entediado. – Coloque o colar nela, teremos que move-la para a floresta agora.

-Tem algum lugar em mente? – Perguntei enquanto prendia o colar em seu pescoço, ela não parava de se sacudir, então Marcus teve que segurar sua cabeça.

-O que diabos está acontecendo aqui? – Olhamos para a porta.

Aro e Caius estavam nos olhando com iguais olhares de pura descrença.

Carmem P.O.V

Me mantive imóvel, enquanto ouvia o jarro ser quebrado ao meu lado.

Ela estava furiosa.

-É isso, ele pediu por isso. – Rosnou quebrando uma cadeira com as próprias mãos.

-Se acalme... – Ariadne tentou controla-la. – Selene...

-Não! Ele vai fazer seu movimento!

-LYANNA! – Ariadne tinha o rosto determinado agora, finalmente, Selene parou de destroçar as coisas e a olhou.

-Não me chame disso.

-É o seu nome.

-Lyanna está morta.

-Assim como Didyme? – Ariadne retrucou ironicamente. – Nós temos que pensar, não está tudo perdido.

-Não está? Aro mandou uma mensagem para mim. – Apontou para mim. – Fugi dele todos esses anos e ele resolve me mandar um mensagem casual que nem sequer faz sentido!

-Que os sacrifícios valham a pena. – Ariadne recitou. – Ele mandou uma mensagem de morte.

-Sim, mas por que declarar guerra.

-Ele não declarou guerra, só deixou claro que não hesitará em matar todos. – Ariadne suspirou. – Ele está cego de poder.

Sinceramente, eu não estava preocupada com elas. Tudo o que eu podia pensar é que meu Eleazar estava se passando por inimigo por que fora obrigado por um antigo juramento de sangue.

Elas o tiraram de mim.

-E o que vamos fazer? – Selene perguntou impaciente.

-Nada. – Ariadne sorriu. – Mas eu não posso dizer a mesma coisa dos outros.

Olhei para ela tensamente.

O que ela queria dizer?


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Notas finais do capítulo

*Onomatopeia de madeira rangendo.
Musica: It is you (i have loved) - Dana Glover - Dança de Bella e Edward;
Echo - Jason Walker - Jane com Nicolas depois de tudo.
~|~
Então é isso!
Muitas emoções, certo? AUSHAUHSA' Ok, mandem ver nos reviews, meus amores!
Aqui está a preview do próximo capitulo:
*~*~*~*
"Jessica olhou para nós quando chegamos, mas perto e parou de chorar repentinamente. Li exatamente o que ela pensava, eu poderia ter parado sua ação, mas eu teria que entregar minha velocidade sobrenatural.
Por isso ela se ergueu e andou até Nessie determinada.
-É SUA CULPA! Nesse arregalou os olhos. LAUREN MORREU POR SUA CAUSA! Nessie abriu a boca, mas levou um tapa na cara."



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