Bloody Lips escrita por AppleOC


Capítulo 14
Fontes


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia da mentira!!!!!



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Capitulo 14

- Sangue - Edward respondeu me encarando.

Edward P.O.V

Bella franziu o cenho para a escuridão. O cheiro parecia estar em todo o lugar.

"Isso deve ser um truque do velho Coron"

- Não é um truque – Eu respondi ao pensamento de Jake.

- Não tem ninguém vivo, só um cadáver – Bella respondeu em tom inexpressivo – Meu escudo me permite "sentir" o que estou protegendo. Há um corpo aqui, mas não está vivo e nem morto-vivo ou qualquer coisa do gênero – Ela explicou quando viu nosso olhar interrogativo.

Ergui as sobrancelhas e andei para dentro da escuridão, graças a minha visão desenvolvida, via todo o caminho perfeitamente. Vi que Bella estava certa, havia um cadáver pendurado, não que o sangue não entregasse já que pelo cheiro percebi que o sangue já estava frio.

Achei o interruptor e liguei.

- Cacete! – Jacob xingou ao ver o Coron pendurado, nu e com a tripas de fora.

- O que fizeram com ele? - Bella perguntou chegando perto do corpo pendurado.

- Bom, penduraram pelo pescoço e o comeram – Respondi.

- Isso é nojento – Jacob flou torcendo o nariz.

- Eu faço quase a mesma coisa, a diferença é que eu não faço essa bagunça toda – Bella respondeu olhando para toda a bagunça que fizeram com o corpo do Coron.

- Ao julgar as mordidas, a violência e sujeira. Foram lobisomens, demônios deixariam o corpo irreconhecível e vampiros nem deixariam um corpo como prova - Eu conclui.

- Mataram Coron – Jacob constatou - A pergunta é: Por quê?

Ficamos em silencio enquanto pensávamos sobre o assunto. Bella se aproximou do corpo e o encarou refletindo, Jacob resolveu olhar ao redor. Estava divagando o assunto quando meu celular começou a tocar, era Alice.

- O contato foi morto por lobisomens – Falei assim que atendi.

- Limpem tudo agora! – Ela disse rapidamente.

- Como? – Franzi o cenho, Bella e Jacob olhavam na minha direção, todos nós podíamos ouvir os berros de Alice.

- Estávamos ouvindo as chamadas da policia local e mandaram uma viatura neste local, há suspeitas de assassinato. Bella já vai ser procurada por conta do desaparecimento de James, não vai ser bom ela estar envolvida em um assassinato.

Bella suspirou.

- Vocês tem meia hora, no máximo – Alice disse encerrando a ligação.

- Vem cá... – Jacob começou – Vocês dois mexerem com sangue representa algum grau de perigo para mim?

- Se o sangue fosse recente – Bella respondeu.

- O sangue está frio, não é tão apelativo quanto o quente e pulsante – Completei – Em resumo não há perigo.

Nós começamos a limpar tudo. Jacob cuidou de transportar todas as armas e coisas suspeitas para o carro. Bella limpava o sangue e os pedaços dos órgãos no chão, e eu retirava o corpo.

Colocamos tudo em sacolas e fomos ajudar Jacob no recolhimento.

- Temos que retirar o carro daqui – Jacob falou – Vão querer revistá-lo.

- Não dará tempo, cruzaremos com ele pela estrada. – Falei olhando para o relógio tínhamos apenas dez minutos. Se estivéssemos por conta própria e sem o carro seria mais rápido e conveniente. Nesse instante que captei pensamentos de alguém, e não era a policia.

- Jacob eles mandaram Sam para cá, vá pelo outro lado com o carro. Bella e eu ficamos com a moto, bem aqui – Bella virou a cabeça em minha direção – Temos que distrair os policiais – Respondi.

- Meu pai não é o xerife da cidade para todos os efeitos? – Ela perguntou parecendo se lembrar do fato agora.

- Chamaram a policia de Seattle – Jacob falou se dirigindo para fora.

- Tem algum lobisomem por perto? – Perguntei a ela. Nunca se sabe quando Bella está usando seu escudo na área.

- Nenhum. – Ela respondeu se se sentando à mesa que havia ali – O que vai dizer aos policiais?

- Queria privacidade, a mesma desculpa de sempre – Jacob apareceu na porta e me jogou a chave da moto de Sam.

- Os vejo mais tarde – Ele se despediu.

- Pelo menos não vou ter que cuspir em nenhum lugar - Bella comentou – Foram os lobisomens que chamaram a policia, né? – Ela perguntou em tom sério.

- Coincidência demais saberem do assassinato e ligarem logo na hora em que estamos aqui. – Eu respondi me aproximando da mesa.

Bella P.O.V

- Olha não seria ilógico eu estar aqui? Por que meu nome será envolvido no caso de James e aqui foi denunciado como um lugar onde ocorreu assassinato – Tagarelei enquanto ele se aproximava de mim.

- Só que aqui não tem rastro de sangue, ou um corpo pendurado por uma corrente agora – Edward me respondeu – Vai apenas parecer que estávamos procurando um lugar intimo.

Ergui a sobrancelha, sem responder nada.

- Então, me explique como eu fui capaz de ler sua mente hoje de manhã? – Ele perguntou em tom casual.

- Eu posso retirar o escudo da minha própria mente - Eu falei dando de ombros, foi um fato interessante ver os olhos de Edward ficarem negros, ele fica mais... Ameaçador, por que será?

- Então o fato de eu ter acesso a sua mente depende estritamente de você? – Ele perguntou enquanto colocava as mãos em minhas coxas e as afastava, ao fundo eu ouvia um carro estacionando lá fora.

- Meu escudo protege minha mente no automático, mas eu posso removê-lo quando quiser – Respondi encarando seus olhos, ele ficou entre minhas pernas. Uma parte da minha mente detectava duas pessoas saindo de um carro e destravando armas.

- Entendo que queira privacidade, mas me pergunto... – Ele disse se inclinando em minha direção e apoiando suas mãos na mesa

-O que? - Murmurei

– Se tivesse te conhecido quando era totalmente humana, eu seria capaz? – Eu o encarei enquanto ouvi passos se aproximando cautelosamente da porta garagem.

-Não, não seria – Respondi e Edward roçou nossos narizes exatamente no momento em que os policiais invadiram o galpão.

- POLICIA! – Berrou um homem apontando a arma para nossa direção, então olhou ao redor e depois voltou o olhar para nós. Ao perceber toda a situação ele bufou.

- Cadê o cadáver? – Perguntou o outro policial, enquanto isso eu descia da mesa e fazia expressão de assustada.

- O... O que está acontecendo? – Gaguejei um pouco, tinha que atuar bem, fazer o que?

- Eu queria apenas um pouco de privacidade, é pedir demais? – Edward murmurou em voz alta olhando para o teto.

- Hey! Os dois fiquem quietinhos – O policial "1" disse em tom raivoso, se ele soubesse com que estava se metendo...

Eu soltei um gemido baixo e virei meu rosto para o peito de Edward que me abraçou.

- O que está acontecendo? Que eu saiba, não estou infringindo a lei – Ele disse aos policiais.

- Sério? Pois me parece você é mais que essa garota que deve ser menor de idade – Ele retrucou em tom irritante.

- Eu sou maior de idade – Falei fazendo carranca para os policiais.

- Percebe-se – O outro policial comentou, maliciosamente, me olhando dos pés a cabeça. Bufei olhando para lado.

- O que está acontecendo? – Edward encurtou.

Os dois trocaram olhares, o policial 1, que era mais velho dos dois, fez um sinal com a cabeça para o outro policial. O policial 2 passou por nós olhando todo o galpão.

- O que faziam aqui? – O policial 1 perguntou enquanto mantinha a arma levantada, se ele soube que isso não pararia nenhum de nós.

- Você não consegue imaginar por si mesmo? – Edward perguntou ceticamente, prendi o riso, ele estava abusando da paciência do guarda.

- Ta limpo, Max – O policial 2 veio andando em nossa direção – Foi um trote.

De repente Edward me apertou forte, muito forte.

- Edward. - Murmurei e ele afrouxou o aperto, o interroguei pelo olhar, mas ele não me olhou.

- Nomes dos dois. – Max (policial 1) perguntou.

- Edward e Isabella.

- Bom, vamos detê-los por invasão de propriedade – Ele disse se aproximando de nós com as algemas.

- O que? – Perguntei incrédula.

- Não pode nos prender, a propriedade é minha – Edward falou mas o policial ignorou.

- Tem como provar? – Ele perguntou enquanto pegava no meu braço para colocar as algemas.

Soltei sua mão do meu braço imediatamente e o encarei hostil.

- Tenho sim! – Edward disse se colocando na minha frente – O vendedor vem daqui a pouco para assinarmos os papéis.

- E sobre "Você não consegue imaginar por si mesmo?"? Realmente espera que eu acredite nessa historia, rapaz?

- Por que não acreditaria? – Perguntou tranqüilo.

- Por que não tem provas – Max respondeu e Edward sorriu.

- É claro que temos provas – Edward retrucou e eu ouvi som de passos no lado de fora.

- Olá, Bella – Eu fique estática, Carlisle se aproximou entrou no galpão com roupas normais.

- Desculpe, o Sr é...? – O policial 2 perguntou.

- Bella, minha querida, poderia estender o seu escudo para Edward também? – Franzi o cenho e encarei os policiais que ainda conversavam com alguém invisível – Eu estou manipulando a mente de todos, exceto a sua por causa de seu escudo.

- Ah – Eu exclamei e estendi o meu escudo para Edward, na mesma hora o mesmo piscou.

- Alice me avisou sobre o que ocorreria – Carlisle nos disse – Vim garantir que esses seres insignificantes levem a mensagem correta.

- O que eles sabem? – Perguntei.

- Nada, mas se tivessem achado o corpo seria importuno, teria exposto nosso mundo a eles. – Ele comentou em tom insatisfeito - O policial quer prendê-los por ser manipulado por bruxaria, alguém está o controlando.

- Tem uma segunda voz na mente dele – Edward informou.

- Sim, eu posso sentir – Carlisle comentou – Estava o fazendo ter um monte de idéias sobre vocês.

- Isso é infantilidade – Exclamei e os dois me olharam – A tal voz sabe com quem está lidando, certo? Por que fazer um truque tão barato?

- É uma distração, estão colhendo informações sobre nós. – Carlisle respondeu. Então os policiais começaram a se retirar.

- Humanos são estúpidos, mas úteis – Carlisle comentou casualmente – O policial teve "contatos". Não foi uma denúncia foi uma instrução dada noite passada em uma boate, quero que vocês dois vão até lá – Ao completar suas instruções Carlisle se virou e foi embora.

- Isso foi estranho – Comentei – Como ele sabia disso tudo? – Perguntei.

- É o dom dele, manipular a mente das pessoas – Edward respondeu enquanto saiamos do galpão – Ele implanta memórias, cria ilusões, e pode nos fazer que queremos algo, quase como uma hipnose. O que ele não pode fazer é ouvir os pensamentos.

- Por quê?

- Manipulação acessa algo guardado nos cérebros e não algo tão rápido como pensamentos.

- O poder dele é bem amplo – Comentei enquanto nos aproximávamos da moto.

- Ele é nosso líder, tem que conseguir controlar a todos nós de alguma forma – Ele respondeu subindo na moto.

- Por que ele não usou esse dom no interrogatório?

- O poder dele enfraquece na mente dos lobisomens assim como Rose e eu, e também tem o fato dele gostar de tortura. – Ele acrescentou pensativo.

- Aonde nós vamos? – Perguntei subindo também.

- Seattle – Ele disse e acelerou a moto, tive que me segurar nele senão cairia no chão.

- Cuidado! Eu quase caí – Falei.

- Quem disse que me importo? Você não morreria de qualquer jeito – Ele respondeu dando de ombros

- Muito obrigada pela preocupação – Falei ironicamente.

- Se segura, por que eu quero chegar a Seattle ainda hoje – Ele disse aumentando a velocidade.

Sem outra saída, tive que me segurar em Edward e cada vez que afrouxava, ele acelerava, era óbvio que ele fez isso para me provocar. A viagem foi bem rápida considerando que a velocidade que Edward andava.

Chegamos a um lugar... Como dizer? Normal para o submundo, a escória para os humanos.

- Estamos atrás do que? – Perguntei.

- Um ser chamado Ellen – Ele respondeu.

- Nomes? – O segurança perguntou.

- Cullen – Edward respondeu e o segurança arregalou os olhos.

Sem mais palavras ele deixou Edward passar, mas me barrou.

- Só ele – O olhei por meio segundo e virei o olhar para Edward que acenou com a cabeça. Suspirei dando de ombros e me virei.

- Até logo, Cullen – Eu disse sobre o ombro.

- Bolso – Edward murmurou enquanto entrava.

Sai da rua da "boate" e procurei algo no meu bolso, achei um papel com um endereço e ao lado estava escrito "Fonte de Coron". Pelo que pude entender era para eu ir ao endereço e coletar informações, o problema é que eu não fazia idéia de como faria isso.

Meu telefone começou a tocar naquele exato momento.

- Bellinha – Emmett disse quando atendi.

- Como você tem meu número? – Perguntei franzido o cenho.

- Não interessa, Alice me ligou dizendo sua incerteza – Estreitei os olhos – Na família sou eu quem lida com essas pessoas, sabe como é, né? Meu porte intimida he he he.

- Foco Emmett – Cortei.

- Ah sim! Então, você deve intimidá-los, o Jasper também usa esse tipo de coisa. Você tem porte de demônio, não vai ser difícil descobrir o informante. E depois é só arrancar tudo que ele contou para Coron e matá-lo, seja rápida e se livre do corpo sem deixar vestígios, me entendeu? Não faça a mesma coisa que fez com James e...

- Eu já entendi – Eu o cortei novamente antes que começasse a tagarelar.

- E não se esqueça... Hey! – Ele disse.

- Alô? Bella? – Ouvi Jasper do outro lado da linha.

- Er... Oi? – Respondi.

- Cuidado! Não sabemos o quanto o informante possa saber de você, por isso não revele sua identidade.

- Isso vai ser fácil – Disse sorrindo de lado – Mentir é como respirar ara mim, mas não se preocupe ficarei em alerta.

- O resto é só seguir o conselho de Emmett – Ele disse – Boa sorte – Foram suas últimas palavras antes que ele desligasse.

Fui a pé até o endereço e encontrei um bar. Olhei o papel de novo para garantir o endereço e depois entrei no lugar.

Era meio mórbido lá dentro, havia uma mulher cantando Walk Away da Christina Aguilera, alguns estavam sentados sozinhos com um copo de bebida, outros tinham companhia, o bar estava relativamente cheio. O ar cheirava a uma mistura de cigarro, suor, sujeira e bebida. Analisei o lugar com atenção, não havia nada de incomum, corações batendo, cérebros normais, cor normal, cheiro normal... Aparentemente era um bar de categoria baixa e normal, mesmo assim não baixaria minha guarda.

Encaminhe-me ao balcão, onde havia uma mulher gótica servindo as bebidas.

- Você conhece Coron? – Perguntei assim que me sentei, a mulher levantou os olhos me analisando.

- Quem seria você? – Ela disse com um leve sotaque, alemã?

- Uma amiga – Respondi sorrindo docemente.

- Não conheço nenhum Coron, perdeu o seu tempo – Ela respondeu e voltou a cuidar do balcão.

Bom, seguindo o conselho de Emmett e Jasper eu basicamente teria que ser um demônio intimidante, mas considerando que temos testemunhas farei de outro jeito, um demônio sutil.

- Querida, me escute bem – Encarei seus olhos intensamente, um truque interessante dos demônios é que podemos deixar uma pessoa quase que hipnotizada, eu diria deslumbrada – Eu sou amiga de Coron e estou procurando por ele, a única coisa que eu quero é que você me responda se o conhecia.

- Eu conhecia um Coron – Ela balbuciou e depois arregalou os olhos, infelizmente o deslumbramento é temporário.

- Eu sou uma amiga dele, preciso saber se ele falava com alguém – Eu disse.

Ela me olhou hesitante, resisti a vontade de rolar os olhos, que humana lenta!

- Se você quer vê-lo terá que esperar um pouco, daqui a pouco uma pessoa que o conhecia chega – Ela disse olhando o relógio, isso era interessante – O que vai beber?

- Nada – Respondi e ela olhou para uma placa atrás dela "Para ficar tem que pagar".

Que raios de placa é essa? Suspirei e passei uma nota de cinqüenta dólares para ela.

– Pago para ficar aqui esperando, agora tchau. – Falei em tom ríspido, essa ia morrer depois do expediente. Afinal, eu não podia deixar testemunhas! Sorri maldosamente com o pensamento.

Basicamente fiquei ali por meia hora, então apareceu na minha frente uma outra garçonete. Ela era loira, tinha trinca e pouco, seus olhos pareciam cansados, unhas cortadas e no dedo do meio da mão esquerda era o único lugar em que havia um anel.

- Lisa disse que está procurando por alguém – Ela disse me olhando sem expressão.

- Lisa disse quem? – Respondi com uma pergunta.

- Disse – Ela respondeu depois de alguns instantes.

- E você é quem estou esperando? – Perguntei de novo.

- Eu não sei – Ela respondeu sem emoção.

- Normalmente eu sou uma pessoa muito paciente, mas hoje é um dia diferente – Disse piscando meus olhos azuis claros e sorrindo docemente para ela.

- Vamos lá fora – Ela disse andando em direção a porta, me levantei e a segui com todos os meus escudos ativos.

Quando chegamos aos fundos do bar, ela abriu uma porta para o fundo, era um beco. Ela arou no meio de costas ara mim e deu um suspiro alto.

- O que quer?

- Coron vinha falar com quem aqui? – Perguntei na lata, algo nessa mulher era diferente, ela parecia saber o que sou mais estava relativamente tranqüila, como se soube que eu não a mataria.

- Comigo – Ela se virou me encarando nos olhos – Sou a mulher dele.

- Mulher? E os informantes? – Perguntei me aproximando.

- Me prometa uma coisa – Ela disse e eu ergui a sobrancelha – Proteja eles.

Franzi o cenho.

- Eu sei o que você é... Bella – Ela falou, a mulher sabia quem eu sou e o que sou? O informante deveria ser muito bom – E eu não vou tentar algo contra você, eu preciso de você. Meu marido está morto e tudo que eu quero é que os responsáveis morram. – Acrescentou friamente.

Acenei com a cabeça sem modificar a expressão, não sabia se podia confiar nela, por isso estava totalmente alerta para qualquer coisa.

- Agora, vamos – Ela disse andando em direção a rua.

- Como posso confiar em você? – Perguntei sem me mexer.

- Tem razões para ficar desconfiada, mas você sabe identificar uma mentira melhor que ninguém, afinal é uma eximia mentirosa.

Eu suspirei e a segui, não havia outra opção. Por que todos têm essa coisa de dizer que eu minto bem? Sim, eu sei mentir, mas falam como se eu fosse uma mestra no assunto!

- Seu nome? – Falei quando fiquei ao seu lado.

- Mary – Ela respondeu olhando para frente.

De qualquer maneira andamos por dez minutos, até entrarmos em um prédio pobre. Ela andou até o segundo andar e abriu a porta, assim que entrei vi um garoto correndo em direção á ela

- Mamãe! – Ele tinha no máximo quatro anos. Tinha cabelos negros e tom de pele morena, seus olhos eram de um belo e profundo azul.

Assim que a mulher o pôs no chão, o mesmo se virou para mim e disse timidamente:

- Oi tia Bella – Eu deixei minha cabeça pender para o lado o olhando curiosa e incrédula. O garoto sabia o meu nome e ainda me chamava de tia, como se já me conhecesse. – Eu sou Peter.

- Vamos para a sala – Mary disse me guiado para uma pequena sala, o garoto se sentou na mesinha de centro, desenhando algo nos papeis.

- Então, o que tem a me dizer? – Perguntei

- Era comigo que Coron se encontrava no bar, eu era a informante do verdadeiro informante.

- Como assim? – Perguntei tentando entender.

- O informante, me dizia as coisas e eu as repassava para Coron – Ela respondeu.

- O que poderia levar a assassinarem Coron?

- Queriam o informante dele só para eles, mas Coron recusou, ele não poderia entregar sua fonte – Ela disse o final um tanto forçado como se não fosse as palavras certas para a frase.

- Quão boa é essa fonte?

- Você se parece com um demônio, se alimenta como um e varias vezes age como um, mas á humanidade em você. Seu nome é Isabella Swan e as criaturas que mataram meu marido querem seu sangue – Ela falou, olhei para Peter de lado, ele não parecia se importa com as palavras da mãe.

- Você sabe os nomes dessas criaturas? Onde posso encontrá-las?

- Infelizmente não, eu não sei onde pode encontrá-los. Eles mudavam de ponto de encontro sempre.

- Mãe, eu quero suco! –Peter pediu e sua mãe se levantou lhe dando um sorriso – Eu te amo! – Ele exclamou quando ela virou de costas.

- Eu também! – Ela respondeu.

Suspirei pegaria toda a informação dela e a mataria, sobre a criança não fazia meu estilo, mas teria que matá-la também.

- Sabe... – Peter disse se agarrando aos meus joelhos – Você não vai nos matar.

O encarei desconfiada, como um garotinho de quatro anos podia saber disso? A resposta apitou na minha cabeça.

- Você é a fonte de seu pai, certo? – Peter acenou orgulhosamente com a cabeça e depois seu sorriso desapareceu e ele olhou para cozinha sério.

Me virei a tempo de ouvir um som estridente seguido de um rosnado, logo após veio um grito e um uivo mais forte ainda. Me levantei em alerta e vi um lobisomem se lançar em minha direção mas no instante que ele tocou no meu escudo, virou pó. Sim, meu escudo também queima.

Peter se agarrou as minhas pernas e eu o peguei no colo, meu instinto dizia para salvá-lo, acho que no fim Mary estava certa, eu tenho humanidade em mim, afinal aquele devia ser meu instinto materno falando. E também havia a coisa dele ser a fonte do pai, ele tinha um dom que poderia ser útil para nós, não poderia matá-los.

Quando ia sair pela janela Peter me interrompeu.

- Espere! Minha irmã! – Eu o olhei por alguns segundos e corri para a porta que ele me apontou.

Ao abrir a porta encontrei uma menina de no máximo dois anos de pé no berço com os olhos cheios de lágrimas.

- Mama... – Ela chamou – Puque ela foi pro céu? – Eu a olhei sem saber o que dizer a garotinha também sabia do destino da mãe e isso corta o coração de qualquer um que tenha emoções. Mas agora não era hora pra se comover.

- Vem aqui – Disse estendendo o braço pra ela, a menina me encarou com seus olhos azuis lacrimosos e pegou minha mão na hora que a porta foi escancarada.

Mas eu era rápida, quando o lobo estava entrando no quarto eu estava atrás dele, encostada na parede segurando suas crianças. Ele olhou para o espelho e nos viu, em resposta eu dei um sorriso malicioso. A parte estranha foi que ele se virou calmamente e estendeu a pata como se eu fosse dar as crianças a ele, doce engano. Assim que ele se aproximou mais tocou no meu escudo e virou pó no segundo seguinte.

Aparentemente ver lobisomens morrer acalmou a garotinha no meu colo, já que a mesma estava rindo e batendo as palmas.

- Você é das minhas – Eu comentei e ouvi outro barulho lá fora. Havia pelo menos cinco se aproximando, eu não poderia transformar todos os lobisomens e pó. Dois eu agüentava, mas não podia fazer mais do que isso, estava começando a me enfraquecer, esse tipo de escudo era o que mais exigia energia.

Então, eu olhei para os lados e vi uma janela, sorri vendo minha porta de saída.

Edward P.O.V

Se Bella tivesse falado seu sobrenome o segurança a teria deixado entrar, mas a espertinha não falou, pelo menos isso. Se tivesse integrado uma Swan ali o pessoal lá dentro iria adorar da-lá aos lobisomens.

Afinal o general Swan não era conhecido pela gentileza e paciência. Mas eu sendo um Cullen era temido, pois nosso clã era independente dos que mandavam no nosso mundo, os Volturi. Isso era algo a se respeitar, e quem não respeitasse sofreria as conseqüências.

Quando entrei na boate vi que era bem de quinta, tinha umas dançarinas dançando todas manchadas de sangue, gente fumando e bebendo, encontros de negócios e criaturas que só estavam ali para passar o tempo. Parei no balcão e uma mulher veio atender.

- A+ - Falei e ela foi buscar. Sangue frio não era apelativo para nós, mas era quase tão bom quanto o quente e fresco.

Dei uma boa olhada nas mentes da boate e achei quem eu queria: Ellen. Peguei meu copo e andei em direção a ela.

- Ellen? – Ela levantou a cabeça e acenou – Acredito que possa me ajudar.

- Se você pode pagar o meu preço – Que lindo, uma prostituta! – Eu cobro caro, vampirozinho.

Eu segurei a mão dela e torci, a expressão dela não foi nada satisfeita, mas não falou nada já que meus olhos estavam negros entregavam que meu humor não estava nada bom.

- Vamos por partes: Primeiro não me chame de vampirozinho por que eu não sou como as criaturas que atende, segundo o preço que pagarei é deixa-lá com vida e desse por satisfeita e terceiro vamos sair daqui. – Me levantei e a puxei pelo braço.

Quando chegamos lá fora, a Succubus me olhou hostil. Ela acha mesmo que pode me meter medo?

- Olha só eu sou perigosa, rapaz – Ela disse enquanto mostrava suas asas negras para mim.

- Eu sei disso, Ellen, mas acontece que um vampiro de duzentos anos é mais forte que um Succubus e também tem o detalhe de que eu não durmo – Ela me olhou insatisfeita e abaixou as asas voltando para a forma humana. Cruzou os braços e me olhou mal humorada. – Que bom que chegamos a algum lugar.

- Quem é você?

- Não interessa – Cortei quanto menos ela soube de mim melhor – Você deu uma certa informação a um humano chamado Max.

- Não dei – Ela respondeu imediatamente, infelizmente para ela, os pensamentos não mentem.

- Deu sim, eu quero saber quem foi.

- Já falei que não sei do que está falando! – Ela explodiu e tentou passar por mim.

Eu nunca fui conhecido pela minha paciência, bondade ou gentileza, sabe? Por isso no segundo seguinte a prensei na parede pelo pescoço, ela ainda tentou se defender com as asas negras, mas foi inútil.

A joguei no chão de bruços e segurei uma das suas asas.

- Eu vou arrancá-las se não me falar – Disse dando um puxão forte e ela gritou em resposta.

- Ok, ok, ok eu falo – Ela disse e me levantei de suas costas, ela se apoiou nos cotovelos e me olhou com rancor enquanto passava a língua na boca ensangüentada. – Ninguém veio falar comigo, eu só tinha que avisar a ele – Comecei a ler seus pensamentos, a vi sentada observando o movimento da rua quando viu um carro policial.

Ela não se importou, olhou para o outro lado quando algo em seus pensamentos teve vontade olhar para o lado do policial, a succubus começou a achá-lo interessante e resolveu entrar em seus sonhos naquela noite. Mas algo gritou dizendo que não era para mexer nos sonhos do policial, pois fazia muito tempo que ela não fazia algo mais físico.

Então, ela resolveu segui-lo para dar o bote, porém de repente ela viu Coron pendurado pelo pescoço no balcão, foi então que percebeu que alguém estava em seus pensamentos.

Todas as criaturas sabem como é perigoso ter alguém comandando seus pensamentos, então ela decidiu seguir o que a voz dizia. A tal voz basicamente ordenou que ela falasse que Coron iria ser assassinato no balcão amanhã as 18:25.

Torci a boca refletindo sobre tudo.

- O que mais ela disse? – Perguntei.

- Ela tentou me fazer esquecer tudo – Ellen disse, era uma amadora! Só uma bruxa experiente conseguia fazer alguém esquecer as coisas a distância.

- Foi difícil falar? – Falei quando ela se levantou.

- Isso é tudo? – Ela perguntou mal humorada, pensei que poderia matá-la, mas achei um desperdiço e ela poderia muito bem ser controlada de novo, talvez nos levasse ao dono da voz.

- Vá e corte alguns pênis fora – Disse me virando e saindo.

Resolvi procurar Bella afinal já tinha feito o que tinha que fazer aqui. Meu celular começou a vibrar.

- O que foi? - Falei assim que atendi.

- Poderia vir a praça na frente da biblioteca central? – Bella perguntou.

- O que está fazendo ai? – Perguntei franzido o cenho.

- Vou encarar isso como um sim. – Então ela desligou na minha cara! Ninguém faz isso, a não ser alguém da minha família. Bella tem sorte de ser bonita, muita sorte.

De qualquer maneira fui até a tal praça, cinco minutos depois estava andando calmamente por uma praça cheia de crianças brincando. Bella estava parada na frente olhando atentamente para elas, cheguei por trás e passei meu braço por seu ombro.

- O que está fazendo aqui? – Perguntei, em resposta Bella abaixou seu escudo para mim.

Veio tudo de uma vez, Mary, a criança Peter contando que era a fonte do pai, o ataque, o lobisomem virando pó (uma parte bem interessante, diga-se de passagem) Bella pegando a segunda criança, Layla, a reação do lobisomem ao vê-la através do espelho e como eles pararam na praça.

- Tia Bella – O garoto, Peter, veio em nossa direção com a garota, Layla – Ele já chegou podemos ir agora?

Me virei lentamente para Bella sem expressão e ela deu de ombros.

- Ela disse para eu protegê-los, achei conveniente eles viverem – Bella respondeu dando de ombros.

- É vedadi! – Layla exclamou animada – Ela ia mata a gente – É interessante ver uma criança animada com a possibilidade de morrer.

- Os dois são...? – Perguntei, mas Peter me cortou.

- Somos sim – Ele sorriu orgulhoso.

Ótimo! Mas clarividentes para me atazanar a vida. Alice vai adorar isso.

- Ele é bunito – Layla disse sorrindo, Bella riu e a pegou no colo.

- Ele é sim – Isso me interessou.

- Você acha?- Dei um sorriso provocador, meu ego aumentou consideravelmente.

- Todos os vampiros são. – Ela respondeu revirando os olhos – Agora podemos sair daqui, consegui despistar os lobisomens, mas não sei por quanto tempo.

- É feio roubar! – Peter exclamou quando me aproximei de um carro, Bella e eu levantamos a sobrancelha para ele.

- E? – Bella perguntou indiferente.

- Mamãe não gostava – Peter falou cruzando os braços.

- Mama...- Layla murmurou e eu li seus pensamentos, foi ela quem previu a morte da mãe, a cena era grotesca.

- Sua mãe queria o melhor para vocês e o melhor agora é roubar o carro – Falei pegando Layla no colo – Traga o garoto – Bella acenou com a cabeça, enquanto o garoto fazia cara emburrada.

- Não é certo! – Ele reclamou dentro do carro.

- Eu vou ter que colocá-lo para dormir? – Perguntei me decidindo dar um soco na cabeça dele, o menino arregalou os olhos na hora, igualzinho a Alice. Sorri ao ver o silêncio que se fez.

- O que você fez? – Bella perguntou desconfiada.

- Por que acha que eu fiz algo? – Fiz minha melhor cara de inocente e isso só a fez parecer mais desconfiada – O que?

- Lobo grande! – Layla berrou e eu freei o carro.

- Onde? – Perguntei me virando para ela.

- Lobo grande! – Ela disse novamente olhando para os sapatos.

- Eu já sei, mas aonde? – Perguntei impaciente.

- Como é o lugar? – Bella perguntou.

- Homem branco – Ela fez bico e franziu o cenho, os pensamentos eram confusos, ela parecia mais sentir do que ver – Mal!

- O que ela quer dizer? – Bella perguntou confusa.

- Os lobos tão na mata! – Ela disse frenetica

- Não é na mata, é na praça – Peter falou a ela.

- Por que não disse de uma vez – Falei me virando e acelerando o carro, eles tinham encontrado nosso rastro

Layla aparentemente fica muito animada quando corre risco de vida, já que berrou animada a cada manobra que eu dava, até que ela parou quando eu estava na auto-estrada.

- Cuidado! – Peter berrou e eu parei o carro novamente.

- O que foi dessa vez? – Falei impaciente, mas não precisei esperar ele falar, vi os pensamentos d0s lobisomens mais a frente na estrada. – Bella, você consegue fazer seu escudo transforma em pó os lobisomens de novo? – O escudo dela era mais eficaz e eu jamais poderia lutar com os lobisomens, afinal é um vampiro contra um bando e o fato de ler pensamentos acabaria me confundindo ainda mais. Já que os lobisomens não são conhecidos por pensarem antes de atacar.

- De quantos estamos falando? – Ela perguntou olhando para frente

- Cinco? – Me virei para Peter.

- Tem dois atrás da arvore – Peter respondeu.

- Sete – Me virei a para ela, Bella respirou fundo.

- Vou precisar de sangue – Ela disse e Peter arregalou os olhos e Layla a olhou curiosa, provavelmente nem sabia o que é sangue.

- Agora? Não é meio fora de hora? – Perguntei erguendo as sobrancelhas

- Me dê seu pulso – Ela disse, eu a olhei sem emoção – Esse escudo me tira muita energia, não vou conseguir segurá-los, mesmo que eu os dê choque vão se levantar de novo e eles – Apontou para as crianças lá atrás - Não vão me alimentar o suficiente para deixá-los vivos.

- É bom você matar todos - Disse raivoso, mordi meu pulso e levei a boca dela antes que regenerasse

Peter fez sons de nojo e Layla ficou ainda mais curiosa, tanto que queria fazer também. Aparentemente meu sangue é bom, pois Bella chupou com ânimo até que eu retirei o pulso com força. Segurei seu queixo fortemente e olhei para seus olhos, agora azuis – Não vai atacar ninguém aqui?

- Não – Ela respondeu com os olhos voltando ao normal, Bella olhou para baixo se concentrado. Comecei a seguir a estrada – Pare aqui. – Ela disse já abrindo a porta.

Monitorei os pensamentos da dupla de vidente ali atrás, Bella parou a uma distância consideravelmente pequena dos lobos, sorriu provocante e os lobisomens vieram correndo em sua direção.

Ela esperou até todos estarem andando em sua direção, então quando um lobisomem ficou a cinco metros dela virou pó, e assim foi até o quarto lobisomem, ela suspirou forte e caiu de joelhos. Comecei a dirigir o carro e cheguei no instante em que ela se ajoelhava no chão, respirando forte.

- Ela ta bem? – Peter perguntou, abri a porta do carro e me lancei em direção ao lobisomem que ia ataca-lá.

Nossos corpos bateram e como o lobisomem foi pego de surpresa, eu sai ganhando e o segurei no chão pelo pescoço. Levantei a cabeça e vi outro correndo em minha direção, me concentrei e o lobisomem caiu no chão teria que ser rápido não o paralisaria para sempre. Arranquei a cabeça do que estava segurando sem qualquer dificuldade.

Caminhei em direção ao lobisomem no chão, andeicalmamente enquanto esperava o lobisomem atrás de mim me atacar. Assim que ouvi o rosnado tive tempo de sorrir, me virei e o vi mergulhando em minha direção. Caímos com ele em cima de mim, segurei sua boca e puxei assim arrancando sua mandíbula, logo em seguida torcia sua cabeça a fazendo dar um giro de 360 graus.

Me virei para Bella, com os sentidos atento ao lobisomem paralisado lá atrás.

-Bella? – Ela estava quase desmaiada no chão

-Hum...

-Você sabia o resultado disso. Deveria ter me dito que não agüentaria todos – Falei em tom de repreensão. Ela me encarou raivosa e de repente não havia nenhum lobisomem morto em nossa frente, Bella havia pulverizado todos de alguma forma

- Bella – Segurei seus braços e a levantei. Ela me olhou com um olhar cansado, estava ofegante e mal conseguia ficar em pé. Bella acabou desmaiando nos meus braços, a peguei no colo e a levei para o carro. – Ela vai ficar bem, Layla. Sim Peter, não vamos levá-la ao hospital. E não é por que eu não tenho dinheiro, ela só não pode ser atendida por médicos normais, já que ela não é normal. – Respondi aos pensamentos das crianças – E só para constar Layla, você não vai tomar meu sangue, mesmo que ele seja muito bom!

Com isso ignorei todos os pensamentos lá atrás e me concentrei em chegar a base com Bella viva, acho bom Alice tirar Charlie do caminho, senão o general vai declarar guerra contra mim.

Bufei exaspero esses lobisomens estão me dando mais dor de cabeça do que eu gostaria, e isso me irrita muito. Seja lá quem esta aprontando isso tudo, vai pagar muito caro por tudo, e isso é uma promessa!


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Notas finais do capítulo

Bem,por hoje é só, galera...