Another Case escrita por LittleFish


Capítulo 4
Problemas.


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela minha demora, mas a desculpa é sempre a mesma: Escola, trabalhos, provas.
Prometo tentar não demorar tanto assim...
Parece que algumas pessoas estão tendo dificuldades para ler o cap. Segundo informações, o Nyah não está mostrando o capítulo!
Caso isso ocorra, me informem por favor.

Receio ter me empolgado em escrever esse cap... Saiu levemente grande. Espero, sinceramente, que apreciem.
Enfim, boa leitura!



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Haviam se passado exatamente vinte e quatro horas dos acontecimentos do Clube Hoshigari. L estava observando de maneira despreocupada uma pilha de doces, mas pela primeira vez não conseguia retirar nenhum.

 

Aquele caso realmente o intrigara. Qualquer um poderia tê-lo matado. Ou simplesmente fora a pressão das dívidas? Nenhuma conclusão precipitada poderia ser tomada. Uma extensa lista de suspeitos estava a sua mão. Todos possuíam um álibi e um motivo. Basta saber se ambos seriam convincentes o suficiente para inocentá-los ou culpá-los.

 

– Quer, por favor, me contar o que está acontecendo aqui? – A impaciência de Onigiri distraiu o detetive de seus pensamentos.

 

– Qual é o problema? – Indagou.

 

– Você tem um aparato extremamente tecnológico, há doces em todos os buracos desse lugar... E ainda pergunta qual o problema? Um curioso não teria todo esse dinheiro.

 

L revirou os olhos. Supôs que Onigiri seria um parceiro essencial, mas também inconveniente. Não sabia quando e como fazer perguntas. Avaliou o homem de cima para baixo.

 

– Está pronto para ouvir a verdade?

 

O outro fez que sim.

 

– Sou agente da CIA, aqui no Japão – Mentiu novamente.

 

– Não acredito.

 

– Fico feliz. Significa que você é de confiança. Escute, já ouviu falar de L?

 

Onigiri se espantou.

 

–Aquele sujeito misterioso que ninguém sabe realmente de onde é?

 

– O próprio.

 

Ele riu.

 

– Qual a graça? – L perguntou.

 

– Sei de tudo.

 

O jovem detetive levantou as sobrancelhas.

 

– Sabe, é?

 

– Sim. Desde o começo eu suspeitava de algo parecido... E você, apesar de jovem, deve ter uma mente muito aguçada, já que L o contratou.

 

– Desculpe? – O próprio exclamou.

 

– Agora não adianta mais. Apesar de ser inteligente, você não é muito experiente, garoto – Onigiri inclinou a cabeça com certa presunção.

 

“Acho que agradeço por ele ser um pouco burro” – L pensou.

 

– Claro, claro. Fico feliz em ter alguém esperto e experiente ao meu lado...

 

O homem sorriu bondosamente. Apesar de tudo, o detetive concluiu que ele era uma boa pessoa, pelo menos até agora. Mas nunca fizera parte de seus planos revelar sua identidade para ele.

 

– Sabe que temos um compromisso com a Suwabe-san, lembra-se?

 

– Óbvio que me lembro! Como poderia esquecer uma mulher encantadora como aquela? – Onigiri parecia entorpecido.

 

O rapaz tornou a revirar os olhos.

 

– Você é tão facilmente manipulável.

 

– O que disse?

 

– Nada – Suspirou. Em seguida tocando um pequeno sino – Watari, poderia por favor trazer aquele endereço que lhe dei ontem?

 

O velho atente quase de imediato, entregando lhe um pequeno papel com uma caligrafia rebuscada e vistosa.

 

– 14 horas... Mas receio que teremos que chegar bem antes.

 

– Por quê?

 

– Quero observar umas coisas ao redor da casa – Disse simplesmente, colocando um bolinho na boca.

 

– Você não tem medo de diabetes?

 

– Do que está falando? Não mude de assunto.

 

–Está bem... Acha que ela pode revelar algo satisfatório?

 

– Creio que sim. Ela parece saber mais do que aparenta.

 

– Sim... – Disse novamente voltando aquele estado inebriado.

 

L suspira novamente, olhando para o relógio.

 

– Está quase na hora de irmos.

 

– Mas nem almoçamos!

 

– Eu já – E aponta para os doces.

 

– Essas crianças de hoje em dia... – O homem diz balançado a cabeça, o que provoca um sorriso com um quase humor do detetive.

 

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Como a casa de Namikawa Shinto, a morada de Suwabe Yuichi não era de longe modesta. Porém, esta era no típico padrão de casas japonesas.

 

– E pensar que o apartamento que eu moro não deve dar nem o banheiro deste lugar – Onigiri exclamou surpreso.

 

Realmente era verdade. Tornou-se cada vez mais raro haverem casas enormes no Japão, devido a falta de espaço do país.

– Watari, pode parar aqui.

 

– Sim, jovem senhor – E finalmente estacionou a frente da casa – Qualquer problema...

 

– Eu sei – E saiu do carro sem mais nada dizer.

 

– E-Ei, espera!

 

Segundos após, ambos estavam frente a frente com o lugar. Apesar de grande, era um tanto ameaçador. L abaixou-se e olhou atentamente para a grama do jardim.

 

– Que estranho... Como uma casa tão luxuosa tem um jardim tão... Morto?

 

 

– Vai que ela não tem talento pra jardinagem, oras – Onigiri disse.

L anotou mentalmente o fato para perguntar a mulher. E novamente tornou a olhar ao redor. Parecia tudo em perfeita harmonia, com exceção daquela pequena e restrita área de grama. Estava totalmente queimada, plantas e flores mortas pelos arredores, um odor de morte vinha daquela terra.

 

– É estranho... Donas de casa sempre costumam a cuidar muito bem de seus jardins.

 

– Mas quem sabe ela não seja uma dona de casa!

 

– Quer parar de defendê-la? – Disse perdendo a calma – Nem a conhece direito!

 

– Esses jovens insensíveis... Você não sabe o que é amar... – E começou uma tagarelice sem fim sobre “as várias virtudes de uma mulher”.

 

L levantou a mão para que se calasse.

 

– Vamos finalmente entrar na casa. Talvez assim você cale mais a boca – Disse, não irritado, mas intrigado.

 

Ambos andaram pelo pequeno caminho de pedras brancas que guiava até a porta envernizada. Onigiri tocou a campainha e em alguns instantes uma mulher vestida num kimono com adornos e de linhas douradas apareceu na porta.

 

– Mas ora... Okaeri! – Falou convidativa.

 

– Sinto importuná-la mais cedo, Yuichi-san – Onigiri sorriu.

 

– Nunca é um importuno ter visitas, principalmente para uma velha solteirona como eu.

 

– Solteira?

 

– Vai com calma, Romeo – L o cortou – Receio que terei que entrar sem ser convidado...

 

– Oh, que tolice a minha, Moriyama-san. Entrem.

 

A casa era rica em detalhes. Pinturas que provavelmente eram tão antigas quanto o Império. Mobília fina e cortinas de cores fortes estavam nas janelas. O ar lá dentro parecia mais abafado, como se a casa fosse uma chaleira velha.

 

– Uma bela casa – L afirmou.

 

– Arigatou – Sorriu.

 

– Muito grande para uma mulher que mora sozinha.

 

– Eu a herdei de meu falecido marido – Disse, agora sem o sorriso.

 

– A senhora era casada? – O detetive perguntou, sentindo um suspiro de desânimo de Onigiri – Então por que disse que era uma solteirona?

 

– Viúva, mais precisamente. Estávamos praticamente divorciados... Mas Lansquenet morreu antes, velho maldito. Mas se bem que agradeço, pois se não fosse por isso, eu estaria na sarjeta agora – Revelou secamente.

 

–Um francês, hein? - Onigiri comentou um pouco incomodado.

 

– Muito conveniente...

 

– Não está pensando que matei meu marido, não é?

 

– Obviamente que não. Mas gostaria de saber da causa de sua morte.

 

– Suicídio.

 

Não seria muita conhecidência?

 

– Moriyama... – Onigiri falou – Acho melhor não entrar neste assunto...

 

Mas L o ignorou.

 

– E ele matou-se por quê?

 

– Eu admito que o estava pressionando muito... E vou revelar-lhes algo que não quero que saia desta casa...

 

– Tem minha total lealdade, Suwabe-san – O rapaz disse.

 

– E a minha também – Concordou o outro.

 

Ela assentiu e continuou a narrativa.

 

– Meu marido tinha um caso com uma mulher. Nunca consegui descobrir quem era ela... Apenas soube do caso. E com isso dei um fim ao casamento. O pressionei todos os últimos segundos de sua vida para que saísse de casa, para que me deixasse tudo e fosse embora. Eu realmente era terrível com ele, deixava de dar seus remédios, ignorava seus pedidos por comida... Até que o encontrei morto, com um revolver nas mãos, em cima da cama.

 

– Intrigante... – O detetive disse como quem pedia para que continuasse, e assim ela fez.

 

– Gritei desesperada. Liguei para a ambulância, mas... Kami-sama... Ele já estava morto há uma hora. Foi terrível... Parece que todo o ódio que eu sentia por ele havia desaparecido assim que o vi completamente ensangüentado.

 

– Vira onde foi o tiro?

 

– N-Não me lembro com clareza, mas acho que foi no peito...

 

– No coração? – Arriscou.

 

– Não sei... Talvez... Eu estava muito abalada para ver direito.

 

L confirmou com a cabeça.

 

– Não precisa falar mais desse assunto... Por favor, entre no caso Namikawa.

 

– Sim, certamente... Eu conhecia a filha dele, Bishoujo Namikawa Mori. Ela sempre me convidava para ir a sua casa. Então foi aí que eu presenciei fatos muito... Estranhos.

 

– Estranhos como, senhora? – L perguntou.

 

– N-Não sei como dizer! Eram brigas constantes! Por motivos completamente banais! E estas eram... Tão diferentes de conflitos entre pai e filha!

 

– Diferentes como?

 

– Eram coisas como “por que chegou tão tarde?” ou “onde está minha parte do dinheiro”? E sempre havia xingamentos feios... Era terrível! E sempre tudo estava muito relacionado a dinheiro.

 

– Está dizendo que acha que a Namikawa Mori matou o pai? – Onigiri perguntou.

 

– Não estou acusando ninguém. Mas nenhum dinheiro foi levado, não é? Então não foi por motivos financeiros – Ela disse.

 

– Mas e a herança?

 

– Tudo seria, naturalmente, da filha. Nem havia necessidade para matá-lo. Só posso concluir que o assassino quer deixar claro o que houve, para que aqueles que conhecem sua identidade não se atrevam a nada fazer – L disse.

 

– Mas como assim, nada fazer?

 

– Não vê? O assassino não estava só. Foi algo premeditado... Mas apenas um disparou a arma.

 

– Não estou entendendo aonde quer chegar, Moriyama – Yuichi disse assustada.

 

– Por favor, não faça essa expressão ou vai matar Onigiri do coração. É só isso que sabe?

 

Ela hesitou.

 

– S-Sim.

 

– Está mentindo – Disse naturalmente e sem expressão.

 

– E do que mais eu saberia?!

 

– É isso que eu quero saber. Assim que quiser me contar... – E estendeu lhe um papel.

 

– Está bem...

 

– Ah, e uma última coisa...

 

– Diga.

 

– Por que seu jardim está tão morto?

 

A mulher riu triste.

 

– Não tive mais tempo de cuidar dele... Eu passava mais tempo na casa de Mori-chan do que na minha.

 

– Engraçado, ela nunca citou a senhora.

 

Ela arqueou as sobrancelhas.

 

– Que estranho...

 

– É só isso. Vamos Onigiri – Chamou-o e em seguida acenou para Yuichi, abriu a porta e saiu sozinho.

 

– Ei... Não fique assim. Vamos descobrir o que pudermos... Não ligue pro Moriyama... Sabe como são os jovens de hoje.

 

– Mas você mesmo não é muito velho...

 

– Ah, acho que apenas estou em boa forma – E riu nervoso.

 

E quase sem querer olhou pela janela e viu as sobrancelhas do parceiro levantarem com certa impaciência.

 

– Tenho que ir...

 

– Ah... Se puder, venha me visitar mais vezes! Sou um tanto solitária...

 

O homem sorriu bondosamente.

 

– Virei assim que puder. Sayonará.


– Sayonará, Maetsui Onigiri – Foi a última palavra que ouviu antes de fechar a porta.

 

                             ----------------- Continua ------------------


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Notas finais do capítulo

Um pequeno vocabulário:
—Bishoujo: Usado para garotas bonitas. Tendo significado quase igual.
— Okaeri: Bem vindo.
—Kami-sama: Deus.
— Arigatou: Obrigado (a).
— Sayonará: Adeus.

(a maioria deve ser do conhecimento de vocês, mas acho que auxilia qualquer coisa.)

Hum... Algum palpite? Acho que agora as coisas ficarão bem decisivas...
Reviews me fariam muito bem, para falar a verdade...^^