Another Case escrita por LittleFish


Capítulo 3
Fatos.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, mas é que o tempo está cada vez mais curto. Além que fiquei doente...
Enfim, ninguém quer saber disso, então vamos ao capítulo de hoje!
Boa leitura.



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O detetive mostrou o papel que recebera do garçom. Não confiava totalmente em Onigiri, mas era preferível mantê-lo por perto do que observá-lo de longe. As coisas finalmente estavam tomando um rumo.

 

Era o que pensava enquanto caminhava junto com o novo parceiro rumo aos outros suspeitos.

 

– Com quem vamos falar agora ? – Onigiri perguntou curioso.

 

– Escolha você.

 

– Que tal esse Bruce Wayne ?  - Sugeriu.

 

L não respondeu, mas avistou o homem que carregava este nome. Acenou para que Onigiri o seguisse e ambos pararam diante a mesa do homem corpulento que mais parecia um Leão marinho do que o Batman.

 

– Com licença, o senhor é Bruce Wayne ?

 

Os olhos dele saltaram das órbitas ao ouvir seu próprio nome ser chamado.

 

–Quem são vocês?! – Perguntou surpreso.

 

– Somos os cobradores de Namikawa Shinto.

 

O senhor soltou um suspiro de alívio.

 

– Por um instante pensei que fossem policiais.

 

– Qual o seu problema com policiais? – Onigiri perguntou ofendido.

 

Ele levantou uma sobrancelha desconfiado.

 

– É que eles sempre trazem surpresas desagradáveis. Mas sentem-se aqui. Falem do motivo de terem visitado a minha mesa.

 

– É simples, Wayne-san...

 

– Ah, não me chame com esses sufixos japoneses. Já não suporto mais ficar neste país! – Ele exclamou.

 

– Então... Mr. Wayne ? – L perguntou.

 

– Ah bem melhor – E tomou um gole generoso de um líquido transparente em cima da mesa – Pode falar.

 

– Namikawa-san gostaria de pagar as dívidas para com o senhor – O detetive mentiu.

 

– O que?! O que o velho Namikawa estava pensando?

 

– Por que diz isso, Mr. ? – Onigiri perguntou.

 

Well, você deve sabe muito bem. Esse homem nunca pagaria ninguém em vida.

 

“Isso eu já cansei de ouvir” – L pensou.

 

– Mas então ele lhe devia também?

 

– Devia ? – O homem soltou uma sonora risada – Por causa daquele salafrário a minha empresa faliu!

 

– Faliu ? Como ? – Onigiri apressou-se a perguntar.

 

“Esse cara é muito descuidado... Wayne poderia desconfiar a qualquer momento e tudo estaria perdido” – Pensou o detetive.

 

Mas Wayne estava se embebedando com tanta facilidade que provavelmente não notaria que estava sendo interrogado com tamanha indiscrição.

 

– Ele pedia empréstimos altíssimos a minha empresa. Dizia que ia compensar comprando ações, mas não foi bem isso o que aconteceu. Com o tempo a minha empresa não valia mais nada e acabou falindo.

 

– E o que você fez a respeito disso ? – O acompanhante de L perguntou.

 

– Ora! Eu fui à casa dele. O ameacei de morte.

 

L levantou as sobrancelhas. Seria tão óbvio?

 

– Isso é muito comprometedor sabia?

 

– Mas foi suicídio.

 

– Mas o senhor poderia tê-lo matado dando um jeito para que parecesse um suicídio – Onigiri continuou com sua indiscrição.

 

– Ah eu ameaço, mas não cumpro! – Falou perdendo toda a moral.

 

– O senhor claramente é alcoólatra e num momento de fúria poderia ter matado Namikawa – L respondeu calmamente.

 

– Mas eu não matei aquele desgraçado! Na verdade sou um frouxo. Não tenho coragem de matar uma mosca! Sempre me passam a perna. Acho que minha empresa faliu por que sou um incompetente – Começou a chorar se apoiando em L.

 

– Hã... Bom saber disso. Vamos indo Mr. Wayne – Ele tentou se desvencilhar do abraço do bêbado.

 

– Eu não agüento mais essa vida...

 

– Foi muito bom falar com o senhor também – Onigiri disse com desdém.

 

Ambos saíram, deixando para trás um bêbado chorão que outrora fora um respeitável empresário.

 

– Ok, me lembre de nunca mais interrogar um cara que bebe – Onigiri disse à L.

 

– É... Vale o mesmo para mim.

 

– Mas por que você disse que o Namikawa iria pagar as dívidas com o Wayne se  você nem sabia se ele estava devendo para ele?

 

– Namikawa deve a TODOS desse lugar, pelo que me parece. E todos aqui têm um ótimo motivo para matá-lo.

 

– Mas esse pobre alcoólatra não deve tê-lo matado...

 

– Não tire conclusões precipitadas assim. Ainda não falamos com o último da lista.

 

– E quem é?

 

– Suwabe Yuichi – L respondeu.

 

– E quem deve ser?

 

O detetive olhou para o mapa e identificou o ser que possuía aquele nome.

 

– Siga-me.

 

– Oe, por que eu sempre tenho que te seguir?! Por que você não pode me seguir?

 

– Deixe de complexos de inferioridade e vamos – L revirou os olhos.

 

O movimento dos dois havia chamado a atenção dos membros do clube. Todos os olhavam com uma face reprovadora. Não tinham muito tempo até serem expulsos dali.

 

– Com licença.

 

Uma mulher de meia idade, mas estando em total estado de conservação. Era magra, com os cabelos presos num coque alto, a expressão severa, porém delicada. Era alguém que se podia chamar de muito atraente. Então se virou para observar quem a havia chamado.

 

– Sim?

 

– A senhora é Suwabe Yuichi?

 

– Sou sim – Deu um sorriso bondoso – Em que posso ajudá-los?

 

– Gostaria de conversar sobre Namikawa Shinto.

 

A mulher arregalou os olhos. Será se todos faziam aquela mesma expressão?

 

– Esse é um assunto muito sério, meninos. O que jovens como vocês querem com um assunto tão obscuro?

 

– Obscuro? – Onigiri perguntou.

 

– Sim... Namikawa Shinto não era um homem que se possa julgar como Benfeitor.

 

– E como a senhora sabe de tudo isso? – L perguntou persuasivo.

 

Ela hesitou.

 

– Por que estão perguntando isso?

 

O detetive pareceu entender algo.

 

– Somos da polícia.

 

A mulher assentiu com a cabeça.

 

– Já imaginava que vocês viriam me procurar. Afinal, eu sei de mais e provavelmente seria a próxima a ser morta.

 

Finalmente eles estavam fazendo algum progresso. Finalmente poderia descobrir algo além de “ele deve à Deus e o mundo”.

 

–  É um assunto muito delicado para ser tratado aqui – Ela mordeu o lábio inferior – Por favor, compareçam nesse endereço amanhã às 14 horas, assim poderei explicar tudo.

 

A mulher tirou uma caneta e um papel da bolsa e começou a escrever algumas palavras com uma caligrafia fina e delicada.

 

– Por que está nos contando isso, senhora? – Onigiri perguntou com sincera curiosidade.

 

– Apenas para manter minha consciência limpa... E para provar que não estive envolvida neste crime bárbaro.

 

Então ela entregou o papel para L.

 

– Estaremos lá amanhã. Obrigado.

 

Ele acenou com a cabeça e puxou Onigiri pela manga, já que este parecia estar visivelmente interessado na mulher.

 

– Será que não poderíamos...?

 

– Não. Temos muito o que investigar – L o cortou.

 

– O que eu mais odeio nessa vida de policial é não poder me divertir.

 

O detetive levantou uma sobrancelha.

 

– Realmente não entendo.

 

– O que?

 

O mesmo balançou a cabeça.

 

– Deixe para lá. Vamos sair daqui – L avistou dois seguranças vindo na direção da dupla – Já descobriram nossa farsa.

 

– E para onde vamos?

 

– Venha comigo.

 

– Lá vai essa história de te seguir de novo...

 

Ambos conseguem despistar os seguranças e sair pelos fundos, se deparando com o carro de Watari.

 

– Como foi, senhor ? – Ele perguntou assim que viu as duas figuras entrarem no carro.

 

– Satisfatório... Mas creio que amanhã poderei tirar conclusões melhores.

 

– Hã... Tem certeza que é um ex-policial, Daisuke-san? – Onigiri perguntou surpreso com o aparato e tecnologia do carro.

 

– Amanhã eu esclareço tudo, Onigiri. Agora eu só quero ir para casa e comer uma pilha de doces. Watari, pise fundo.

 

– Mas as multas, senhor...

 

– Deixe para lá. Já está fazendo horas que não ponho nenhum açúcar na boca.

 

– Sim – Disse Watari pisando fundo no acelerador, indo rumo à base de L.

 

 

 

-------------- Continua --------------------


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Já que todos os suspeitos foram apresentados, alguém arrisca uma sujestão?

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