Another Case escrita por LittleFish


Capítulo 5
Morte.


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!

Finalmente o capítulo saiu. Acho que ele vai causar surpresa a muita gente... E mudar bastante as espectativas.
Espero que realmente gostem!



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– E então? O que concluiu? – Onigiri perguntou ansioso.

Haviam acabado de fechar a porta de Yuichi quando o homem começou a indagar o detetive.

– Que algo muito ruim está para acontecer... – E colocou o polegar na boca, como se pensasse em algo.

– Como você pode dizer isso? Sinceramente garoto, não te entendo! Quer ouvir uma das minhas brilhantes conclusões? – A modéstia realmente não era seu ponto forte.

L revirou os olhos e tirou uma tortinha do bolso. Ele tinha uma idéia quase fixa do que realmente acontecera. Apenas precisava prová-la. E esse que seria o grande problema.

– Garoto cinza?

– Quem você está chamando de cinza? – Olhou para o homemsem alterar a voz.

– Sabe, você devia sair de vez em quando para pegar uma corzinha... – Mas não concluiu.

O rapaz continuava a olhar para a grama seca e sem vida. Abaixou-se e tocou novamente a sua superfície, sem fazer qualquer expressão.

– Mas o que você tem com o jardim da mulher? – Exclamou.

– Há algo muito errado aqui... Aquela mulher não nos disse a verdade. Quer dizer, não totalmente.

– Está insinuando que a maravilhosa Yuichi-san é uma mentirosa? – Uma veia saltou de sua testa.

– Você realmente não consegue ser imparcial, não é Onigiri? Todos os fatos apontam para ela, apesar da própria ter um álibi convincente  – Disse calmamente.

– Então... Acha que pode ter sido ela? – Perguntou receoso.

– Não tenho certeza. Estou esperando o próximo passo do assassino para tirar uma conclusão concreta.

Onigiri se surpreendeu.

– Próximo passo? Quer dizer que o cara ainda está agindo? Mas ninguém morreu... – E coçou a cabeça em sinal de confusão.

– Ele continua se movendo sim. Está vendo essa grama? Suwabe-san disse que não cuida do jardim por que estava na casa de Namikawa Mori. As brigas que ela afirmou ter presenciado, segundo a própria Mori-san, aconteceram na semana do assassinato. Mas em menos de uma semana um jardim inteiro não poderia ter morrido dessa maneira.

Onigiri olhou espantado para ele.

– Mas então por que a grama está dessa forma?

– Houve uma queimada...

– Mas se isso tivesse acontecido, as plantas seriam dizimadas, reduzidas a pó! – Interrompeu.

L revirou os olhos.

– Você devia parar de me interromper. A grama em si não foi queimada e sim um objeto. Algo que alguém não queria que viesse a tona.

– O assassino?

– Talvez...

O homem ficou ainda mais confuso.

– Dá para responder algo com certeza? Estou na maior dúvida aqui... Você só sabe dizer talvez, talvez...

– Tenho uma idéia do que pode ter acontecido aqui... E não é tão simples quanto parece – Revelou, ainda com o dedo pressionado entre os dentes.

– E vai me dizer do que se trata? – Perguntou curioso.

– Provavelmente não – Disse completamente despreocupado.

Onigiri ficou com a cara, literalmente “no chão”.

– Por que não?! Somos parceiros né?

– Bom, mas sob tortura qualquer um revela informações... Por isso é melhor ficar sem saber de nada.

O ajudante arregala os olhos.

– E eu posso ser torturado?! – Espanta-se.

– Nunca se sabe... Penso em todas as alternativas antes de executar minhas ações. Por isso eu não vou contar-lhe nada. Apenas veja os acontecimentos.

Onigiri desdenhou.

– Droga de garoto cinza que fica fazendo suspense...

– O que disse? – Levantou levemente a sobrancelha.

– Nada, nada... Vai me contar para onde vamos depois daqui ou vai manter em segredo?

L olhou para os lados como se realmente cogitasse essa idéia.

– Vou procurar alguns fatos que confirmem minhas suspeitas. Você volta com Watari para a base.

– Mas o que foi isso de repente? Não vai me abandonar assim não é? E o que eu vou ficar fazendo com o projeto japonês do Alfred? – Indagou.

O rapaz revirou os olhos.

– Coma alguma coisa. Quando houver algo realmente importante, eu o chamarei.

– Assim vou perder toda a ação! – Reclamou.

Mesmo com os enormes protestos do homem, L acabou por empurrá-lo para dentro do carro. Enquanto comia um Cup Cake, dava instruções para Watari de onde seria sua próxima parada.

– Não fica muito longe daqui... – E em seguida descreveu o endereço.

Ninguém poderia estar mais perdido do que Onigiri. Ele olhava para tudo como se fosse uma criança largada uma terra estranha. A situação parecia realmente complicada de mais para suas “incríveis capacidades dedutivas”.

Não sabia para onde realmente estava indo. Só sabia que sua única alternativa seria confiar naquele misterioso rapaz que comia doces como se o mundo fosse acabar amanhã.

– É logo ali à frente – O detetive apontou.

Em poucos segundos o ambiente sufocante de mansões foi engolido por uma ruela mal cuidada com várias casas simples e sujas. Um brutal contraste era o que viam.

– Que lugar é esse, hein Moriyama? – Onigiri perguntou assustado.

– O lugar para onde vão aqueles que perdem tudo: Niwa o Ushinatta. Os habitantes daqui um dia foram pessoas riquíssimas de toda a parte do Japão – Explicou.


Watari parecia não ligar muito para o ambiente, mas o ajudante de L olhava tudo pasmamente, como se nunca tivesse visto tanta miséria em sua vida.


E o que fazemos aqui? – Perguntou.


– Vim fazer uma visitinha a Bruce Wayne – Disse simplesmente.

Parece que o dia ia ser cheio de surpresas para Onigiri.

– Ele não era rico?!

– Falou muito bem: era. Lembra-se que a empresa dele faliu?

– Mas como ele acabou por morar aqui? – Indagou.

O rapaz fez um sinal e o carro parou. Ele já abria a porta quando disse:

– É isso que vim descobrir – E a fechou.

--

“Onigiri do jeito que é tagarela ia acabar por me atrapalhar. Foi melhor deixá-lo em casa” – Pensou enquanto tocava a campainha.

A casa era rústica como as outras. O muro, outrora branco, agora estava encardido. No jardim não havia plantas e sim terra batida de fétida.

Enquanto reparava no ambiente ao seu redor, a porta se abriu revelando um homem muito gordo com as faces vermelhas.

What the...Oh, você é aquele cobrador do Namikawa – Disse esfregando os olhos.

– Claro... E então, Mr. Wayne? Posso entrar? – Perguntou.

O homem hesitou por um instante, mas acabou por abrir mais a porta e deixar o rapaz entrar. O interior da casa era tão decadente quanto o seu exterior. Móveis velhos e com cheiro de mofo estavam amontoados de qualquer maneira e em contraste com todo aquele ambiente, quadros luxuosos enfeitavam as paredes descascadas.

Percebendo o olhar de L, Wayne sorriu melancolicamente.

– A única coisa que sobrou da minha fortuna...

– Sinto muito por isso – Disse sem qualquer sentimento de pena.

– Já me acostumei com essa vida miserável mesmo. Não há o que fazer. Mas diga-me boy, o que veio fazer aqui mesmo?

O rapaz olhou ao seu redor novamente, dessa vez fingindo tédio.

– Estou tentando fazer com que seu dinheiro seja devolvido.

As palavras soaram como um milagre materializado para o homem.

– COMO? – Seus olhos estufaram.

– Há um testamento... E uma parte dele é para pagar as dívidas de Namikawa. Posso enquadrar o senhor nela, apesar do meu patrão ter uma lista realmente grande de dívidas.

– V-Você faria isso, boy? – Perguntou com  o rosto choroso.

– Claro – Disse naturalmente.

Obvio que tudo que ele dizia era mentira. Nem se quer sabia do conteúdo do testamento. Mas as circunstâncias pediam medidas desesperadas.

– Oh, nunca mais precisarei tomar vinho barato... Ou morar nesse bairro nojento... – Seus olhos estavam marejados.

– O senhor conhece uma mulher chamada Suwabe Yuichi? – E deu um toque em seu celular, que estava no bolso. O detetive realmente odiava aqueles aparelhos, mas em certas horas eles eram necessários.

Ele surpreendeu-se com a pergunta.

– Nunca ouvi falar...

– Ela dizia que freqüentava muito a casa de Namikawa. Você deveria tê-la visto lá.

O homem coçou a cabeça.

– Só entrei na casa daquele velhaco umas três vezes no máximo. Se a vi, não lembro.

L assentiu.

– Claro... E a filha dele? Conhecia?

– Não muito. Só a encontrei uma vez dessas três visitas que fiz a mansão.

As peças formavam-se aos poucos na cabeça do rapaz. Parecia que tudo finalmente parecia se encaixar.

– Providenciarei para que seu dinheiro seja ressarcido.

O homem sorriu e tornou a enchê-lo de conversas de quando ele era rico e jovem. Com passados exatos cinco minutos, o carro de Watari estava parado em frente à casa.

– Até mais, Mr. Wayne.

– Cuide bem de meu dinheiro – E acenou sorridente.

Ao entrar no veículo, Onigiri o encheu de perguntas.

– Acalme-se, homem. Vou lhe contar tudo no caminho. Watari dirija até a casa de Namikawa Mori. Tenho algumas coisas para lhe perguntar.

– Como o que?

– Coisas decisivas... Se ela responder tudo direito, pode ser que hoje mesmo posso dar o caso por encerrado.

--

Depois de alguns minutos de percurso, o carro parou em frente a mansão Namikawa. O lugar continuava a exalar aquela imponência que lhe era tão característica.

– Desça Onigiri. Quero sua companhia agora.

– Ah, agora você quer né? – Desdenhou.

– Watari, espere-nos aqui – Pediu.

O velho sorriu bondosamente e assentiu.

A dupla saiu do carro e L tocou a campainha. O mordomo atendeu e indicou o caminho com a mão. O ambiente abafado e caro só causou mais tensão em Onigiri, já que o detetive parecia não se abalar com absolutamente nada.

– A Namikawa-sama está no quarto. Aguardem aqui, por favor – Disse deixando-os a sós na sala de estar.

Os dois confirmaram e esperaram. Segundos transformaram-se em minutos... Longos minutos, até que o velho voltou ofegante.

– A mestra não abre a porta e nem responde... Não sei o que pode ter acontecido!

L arregala os olhos. Finalmente ele parece ter sido pego de surpresa. Junto com os três homens, corre para o quarto que pertencia a Namikawa Mori.

– Mori-san? – Chamou.

Nenhuma resposta veio.

– E agora? – Onigiri perguntou amedrontado.

Por sorte, L era mais decidido. Levantou a perna e esticou-a num chute potentíssimo, arrombando a porta. Os outros o olharam surpresos.

– O que estão esperando?

O aposento era tão abarrotado de móveis caros quanto o resto da casa. O papel de parede cor de rosa dava impressão de ser um quarto de princesa. Bonecas de porcelana com faces aterradoras jaziam em cima de várias estantes. Envelopes de vários tamanhos estavam em cima da mesa de apoio. A janela estava entre aberta.

Mas era do lado do provador de roupas que a cena era mais macabra. Pés flutuavam sobre uma cadeira... E eles pertenciam a Namikawa Mori. Seu pescoço pendia mole enrolado em um lençol que estava preso ao teto por um gancho. Seus olhos que nunca enxergaram, estavam firmemente fechados como se pudesse evitar qualquer contato com o mundo exterior. Hematomas estavam espalhados por seu rosto.

Kami-sama... – Onigiri sufocou um grito e pôs a mão na boca, como se fosse vomitar.

– Mestra! – O mordomo gritou descontrolado.

L apenas conseguia observar a figura morta da mulher pendurada. Todo o quebra cabeça mental havia se desmanchado. Toda sua primeira teoria tinha ido pelo ralo... Mas uma nova imediatamente apareceu.

Onigiri flagrou o olhar do detetive com uma expressão atônita.

Estaria, finalmente, na hora de suspeitar dos inocentes?

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Notas finais do capítulo

E estão? Surpresos?
Esperavam por algo assim? Acho que não, rs.
Reviews? Recomendações?

Acho que a fic está entrando na reta final. Mas ainda não consegui definir o número exato de capítulos... Podem ser 2 ou 3... Quem sabe mais.

Até a próxima o/