PDV THABATA

- Juliana, estou preocupada com a Karina. - disse baixinho à minha amiga empousai.

- Por que Thabata? Não vejo nada de diferente nela.

- Eu vejo. Tudo bem que ela foi criada ontem, mas está descontrolada demais, e o fato de ela ser nossa líder é péssimo.

- Por que?

- Porque agora não precisamos mais continuar recrutando pessoas, agora está na hora do ataque. E mesmo atacando precisamos de algumas pessoas vivas, mas, do jeito que ela está não vai sobrar ninguém vivo.

Juliana se tornou pensativa. Estávamos em um dos lugares mais escuros do Mundo Inferior. Agora que tinhamos uma líder, Perséfone ordenou que procurássemos a pedra o mais rápido possível, de preferência antes do nosso ataque, pois assim não teríamos interrupção.

- É, você tem razão. - disse Juliana - Mas, já passamos por isso Thabata. Sabemos como é. E eu admiro que Karina tenha se contentado com apenas uma presa. Já faz quase uma hora que caçamos, ela deveria estar com fome por ser uma recém-criada.

- Concordo. Mas, mude de assunto, ela está vindo aí.

Karina entrou no Tártaro com um olhar estranho. Ela estava terrivelmente controlada. Era natural de um recém-criado ter uma sede descontrolável por pelo menos 3 dias. la era diferente:

- Perséfone quer falar conosco. E não quer demoras, o assunto é importante.

Ela deu as costas e foi andando. Juliana e eu nos transformamos em empousai e fomos voando até o Palácio de Perséfone.

Chamamos de Palácio de Perséfone porque agora é ela que o ocupa, algum tempo atrás era de Hades. Perséfone estava sentada no trono de nosso antigo mestre e estava com uma expressão sombria.

- Nos chamou Perséfone? - perguntei.

- Chamei. - ela se levantou e começou a andar de um lado pro outro. - Fiquei sabendo que existem semideuses tentando atrapalhar nossos planos. E eu estou desapontada com isso. Se eles encontrarem a pedra, todas vocês estarão literalmente mortas. Não quero que permitam que eles cheguem até aqui.

- O que quer que façamos? - perguntou Karina.

Perséfone parou de andar, nos olhou e gritou:

- Quero que matem Percy Jackson, e quem estiver com ele.

PDV PERCY

Rachel acordou de sua profecia e viu nossas caras de espanto:

- O que foi que eu disse? - perguntou.

- Nada de bom. - disse Annabeth e saiu correndo.

Rachel estava mais branca do que quando citou a profecia:

- Ah, meu Deus. Percy eu falei que não queria citar essa...coisa.

- Tudo bem Rachel. Fez um bom trabalho. Obrigado.

Saí correndo atrás de Annabeth e Rany também. Eu sabia como ela estava se sentindo. Um de nós três iria morrer. Mas quem?

- Annabeth, espera. - eu disse pegando ela pelo braço.

- NÃO. - ela se virou e ela chorava T.T - VOCÊ ESCUTOU O QUE ELA DISSE PERCY? UM DE NÓS TRÊS VAI MORRER.

- Eu sei, escutei isso.

- ENTÃO SABE QUE ESSA SERÁ NOSSA ÚLTIMA MISSÃO JUNTOS.

- Na verdade essa é a nossa primeira missão juntos - disse Rany.

- E A ÚLTIMA TAMBÉM, RANY. Só dois de nós irão voltar. Mas quem? Eu e Percy? Percy e você? Eu e você? Não dá pra saber Rany. Não dá.

Abaixei a cabeça desejando nunca ter ouvido aquela profecia estúpida. Um de nós jamais voltaria e cara, como eu queria que fosse eu. Mas, sempre que dizem que alguém vai morrer nunca sou eu.

- Eu sei Annabeth. Mas o que tá feito tá feito. Pior do que saber o futuro é nós não podermos mudá-lo. Tá legal, dois de nós nunca mais verão alguém. Mas, até que essa hora chegue precisamos aproveitar nossos momentos juntos. Sem se preocupar com o que vai acontecer. Faremos tudo como se fosse a última vez, pra quando um de nós morrer, não se arrepender de nada e ter a certeza de que tudo o que queria foi feito. Está bem?

Silêncio. Annabeth secou as lágrimas:

- Tá bem.

Olhei pra Rany, ela balançou a cabeça afirmativamente:

- Tá bem.

- Então vamos. Precisamos encontrar uma casa pra dormirmos, como ninguém dormiu bem isso não vai ser difícil. Zeus disse que encontraríamos uma casa a dez quilômetros do Olimpo. Vamos lá.

Durante todo o caminho Rany e Annabeth ficaram conversando sobre tecnologia. Celular, notebook, internet, essas coisas. Como Rany não sabia de nada sobre isso ficou muito interessada e Annabeth prometeu que lhe daria um celular de presente após passarmos por uma loja cheia deles.

Finalmente chegamos a uma casa com uma plaquinha escrita aluga-se.

Era uma casa simples, devia ter uns cinco cômodos e tinha outra pequena casinha no fundo do quintal. Inquilinos, mas como não iríamos ficar por mais de um dia acho que tudo bem.

Olhei pra elas pra saber se aprovavam a casa. Elas me incentivaram com um aceno de cabeça. Toquei a campainha.

Quase imediatamente uma mulher ruiva saiu da casa dos fundos. Quando viu quem éramos deu um sorriso estranho. Era quase como se fosse um sorriso de maldade. Chamou por alguém e entrou novamente.

Dentro de um minuto saíram da casa: uma senhora idosa, a mulher ruiva e uma garota de cabelos castanhos escuros que devia ter cerca da nossa idade.

A senhora se dirigiu a nós:

- Posso ajudá-los, queridos?

- Sim, senhora. Queremos alugar a casa por um dia. Iremos embora de noite. Podemos? - perguntei

- Mas, é claro. - ela abriu o portão - Com apenas 50 dólares vocês podem passar o dia aqui.

- Obrigado. Podemos pagar assim que sairmos?

- Ah, claro. A próposito: sou Juliana, essa é minha filha Thabata - disse ela indicando a mulher ruiva - e minha neta Karina.

Dissemos oi para as três e Juliana nos entregou a chave da casa. Agradecemos e entramos.

A casa era simples. Tinha uma sala, cozinha, banheiro e dois quartos. Colocamos as mochilas em cima do sofá e saímos para o quintal onde as três nos esperavam.

- A casa é ótima, obrigado. - eu disse a elas.

- Ah, não tem de quê. - disse Thabata.

- Percy, eu e Rany vamos até a loja de celulares. Vou comprar um pra ela. Você vem? - disse Annabeth.

- Ah, não Annie. Eu estou meio cansado vou ficar e dormir.

- Tudo bem. Vamos Rany.

- Ah, com licença - disse Thabata - Será que podemos ir também? Estou precisando trocar meu celular também e prometi a minha mãe que compraria um pra ela.

- Ah tudo bem. Podem vir. - disse Annabeth.

- Ok. Karina você vem? - perguntou Thabata à menina de cabelos castanhos.

- Ah, não mãe. Tenho muito dever de casa.

- Então tudo bem. Se cuida. Tchau filha.

- Tchau mãe.

- Tchau Percy - disseram Annie e Rany (N.a//: parece até dupla sertaneja: "Com vocês Annie e Rany" ¬¬')

- Tchau meninas.

Elas saíram e eu fui pra um dos quartos. Me joguei na cama e logo estava dormindo.

Acordei com alguém batendo na porta. Assustado fui ver quem era. Olhei no relógio, fazia dez minutos que as meninas haviam saído. Levantei e abri a porta. Era Karina e ela estava chorando e soluçando. Ela entrou na cozinha como uma bala:

- Percy, aconteceu uma coisa terrível.

- Como sabe meu nome?

- Eu ouvi aquela garota te chamando assim.

- Ah, claro. - isso era o óbvio, eu estava tão preocupado por todos saberem meu nome que me alarmei por nada - O que aconteceu?

- Acabei de saber que meu pai morreu.

- Sinto muito.

- Ah, é muito gentil da sua parte. Será que eu poderia te dar um abraço? Só pra ver se eu me acalmo?

- Ah... tudo... bem.

Ela me abraçou soluçante. Era uma pena ver uma jovem triste daquele jeito. De repente senti uma dor lancinante no pescoço e empurrei Karina pra longe. Coloquei a mão no pescoço. Ele sangrava. Olhei pra Karina, ela era uma empousa e sorria pra mim:

- Ah, que pena. Não deu tempo o suficiente para ejetar o veneno. Mas, calma você vai morrer logo.

Destampei Contracorrente pronto para a luta.

PDV ANNABETH.

Juliana e Thabata disseram que tinha uma loja melhor em outro lugar e quiseram nos mostrar o caminho. Elas disseram que precisávamos passar por um beco pra chegar até lá. Nessa altura eu já estava apavorada.

O beco era sem saída. Nós paramos:

- Pera aí, esse beco não tem saída - disse Rany

- Ah que pena, erramos o caminho, mas tudo bem. Esse lugar é ótimo. - As duas se viraram e agora tinham sua verdadeira forma.

- Empousai - disse e saquei minha faca de bronze.

Rany sacou sua espada de prata.

- Ah, não dificultem as coisas. Vamos logo com isso.

Elas atacaram e Thabata veio na minha direção. Eu me abaixei deixando ela passar e chutei suas costas. Ela caiu no chão. Fui pular em cima dela, mas Juliana me pegou pelas costas e tentou me enforcar. Thabata levantou e atacou Rany que desviou do ataque e usou o cabo da espada para golpear seu pescoço.

Dei uma cotovelada na barriga de Juliana e ela me soltou. Vi seu ponto de Aquiles de relance. Um pouco abaixo do ombro.

Fui correndo e soquei seu rosto, chutei seu estõmago, fui por trás e com o cotovelo bati em suas costas fazendo ela cair no chão. O rio Estige tornava as empousa invulneráveis, só que mais fracas. Pulei em suas costas, puxei seu cabelo forçando o pescoço para trás e cortei seu ponto de Aquiles. Ela se transformou em areia dourada.

Olhei para Rany. Thabata tinha jogado ela no chão e estava pronta para morder, quando vi seu ponto de Aquiles um pouco abaixo da nuca. Saí correndo e transpassei a faca de bronze em sua nuca e ela também se transformou em pó.

Rany abriu os olhos e ficou aliviada ao ver que era eu.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer - eu ajudei ela a se levantar.

- Empousai. Como não percebemos antes?

- Espera, se elas duas eram... Ah meu Deus. Percy.

Eu saí correndo rua afora esperando que não fosse tarde demais.

PDV PERCY

- Eu sou a líder delas Percy. Não iremos mais recrutar. Iremos matar. E você e suas amigas serão os primeiros.

Nesse momento a porta foi arrombada. Eram Rany e Annabeth:

- Você morre aqui Karina.

Em um minuto nós três estávamos armados e prontos para o combate. Karina estava com medo, dava pra ver.

- Não lutarei com vocês agora. Estou em desvantagem, mas a hora de vocês vai chegar. O Exército de Empousa está pronto pra atacar.

Ela abriu um buraco no teto e saiu voando por ele. Olhei pra Rany e Annabeth:

- Vocês estão bem?

- Estamos, mas Percy o que ela disse? - perguntou Annabeth.

- Disse que ela é a líder e que agora elas só irão matar.

- Ah, meu Deus ela é a garota loira. Ela só mudou o cabelo. E se elas tem uma líder, não hesitarão em atacar. - disse Rany.

- É mais ela disse outra coisa que me preocupou. - disse Annabeth.

- O que?

- Ela disse que o exército está pronto para atacar. Será que elas já encontraram a pedra?

- Eu não sei, mas agora não tem mais como evitar. Os jogos começaram.