Make Me Wanna Die escrita por Aphroditte Glabes
Notas iniciais do capítulo
Finalmente, a ultima parte!
-Quem é você? – perguntou o homem, atirando-me contra a cruz – Quem é você?
Rosnei.
-Corajosa, mas ainda quero saber quem é você! – ele disse segurando meu pescoço.
-Ju-julie – arquejei quando ele me soltou.
-Ótimo. Já imagino quem seja seu pai. Meu sobrinho renegado, Hades, acertei?
Cuspi nos pés dele.
-É, acho que acertei – ele riu.
-Sobrinho? – perguntei, cautelosa.
-Claro. E você não acha que deveria ser ter mais respeito comigo?
-Quem é você? – perguntei.
-Ignorante. Eu sou Céos, o grande Titã da inteligência. Mas vejo que não fui tão inteligente, gerando esta filha imprestável.
A garota soluçou, abraçando as pernas.
-Você é um monstro – eu exclamei, tremendo.
Fechei os olhos com força, esperando acordar.
-Não será tão fácil, garota! – ele exclamou, puxando-me para frente.
Arquejei novamente, caindo. Bati com as mãos e os joelhos em cheio no chão de pedra, sentindo a ardência quando minha pele foi rompida.
-Pare – suplicou a ruiva, puxando meu braço.
-Garotas estúpidas – ele disse cuspindo no chão e sumindo em uma nuvem de fumaça.
Fiquei abraçada com a ruiva, enquanto ela chorava. Fiquei com pena dela.
-Qual, qual é seu nome? – perguntei, pois lembrei que ela não conseguira dize-lo antes.
-Alina, Alina Brown – ela disse, suspirando – E o seu?
-Julie, Julie Olivier – eu disse, suspirando também. Soltei-a.
POV Alina
-Julie, Julie Olivier – ela disse, suspirando e então continuou: - Como veio parar aqui?
Suspirei, incomodada.
-Há doze dias atrás Ele me procurou. Eu não sabia que eu era quem eu sou, fugi. Eu morava em Vegas, estava em um Cassino com a minha mãe. Ela é gerente. Fugi por onze dias, tentando chegar ao Acampamento Meio-Sangue, quando ele me pegou.
-O que ele quer?
-Não sei – murmurei miseravelmente – Apenas sei que não é ter uma conversa de pai e filha.
Concordei com a cabeça.
-Eu nunca vi meu pai.
-Normal. Meio-sangues normalmente não os vêem. Alias quantos anos você tem? – perguntei.
-16 – ela murmurou – E você?
-19.
Ela ficou em silencio.
-Julie, como veio aqui?
-Não sei – ela disse, rouca – Deitei na minha cama no chalé de Hades e acordei aqui!
-Você está cansada?
-Demais... Estou com vontade de dormir agora mesmo...
-Julie! – exclamei – Você viajou pelas sombras?
-Ahn? – ela perguntou, não entendendo nada – Eu viajei na maionese, isso sim!
-Julie. Filhos de Hades podem viajar pelas sombras, eu não sei como funciona, mas você desejou que estivesse aqui?
-Sim – ela disse – Então senti algo esqui-s-s-s-ito – ela disse, bocejando.
-Durma – murmurei – Você vai acordar depois de muito tempo.
-O que... – ela foi dizer, mas adormeceu.
POV Julie
Sentei o escuro tomando conta. Foi tudo. Apenas sei que acordei mais tarde, com a cabeça latejando. Levantei-me devagar, com a mão na cabeça. Eu estava deitada debaixo de um velho carvalho, com folhas aos meus lados. Olhei para cima e o céu estava escuro, iria chover. Puxei um galho para me levantar, mal sentindo minhas pernas. O que acontecera com Alina? Fui às tontas caminhando pela floresta. Aos poucos uma cabana surgiu a minha frente. Ela estava com fumaça saindo da chaminé, então notei que eu estava só de camisola. E com frio. Corri até a porta e toquei a campainha. Depois de alguns segundos uma velha senhora veio atender a porta.
-Qui êtes-vous? – ela perguntou, desconfiada.
-Desculpe senhora. Não entendo.
-Ah, americana! – ela disse sorrindo. (N/a: Affe veyh. Odeio isso, americanos são TODOS QUE NASCERAM NA AMERICA. Não só quem nasceu nos Eua. Mas claro se eu pusesse estadunidense ia ficar esquisito, então deixa quieto ¬¬’)
-Sim, por favor. Ajude-me – implorei me abraçando.
-Claro, claro – ela disse sorrindo – Entre. Como isso aconteceu com você?
Estremeci.
-Eu estava falando com uma amiga, apaguei e acordei embaixo de uma árvore.
-Estavam bebendo? – ela perguntou severamente.
-Não – encolhi os ombros.
-Humph – ela disse, indo a uma salinha trazendo um cobertor – Se enrole nisso, vou fazer um chá.
-Obrigada – murmurei, sentando em um sofá e me encolhendo.
Cinco minutos depois ela voltou com uma xícara quente de chá e biscoitos.
-Obrigada – murmurei novamente.
-Não precisa agradecer querida. Onde estão seus pais?
-Minha mãe na Pensilvânia – murmurei – E acho que meu pai está em Nova York.
-Hum, pais separados?
-Na verdade, eles nunca casaram – admiti veemente.
-Mas, como veio parar aqui?
-Como assim? – perguntei.
-Querida, onde você estava da ultima vez que se lembra?
-Long Island.
Ela suspirou.
-Bem, agora você está em Vancouver.
-O que? – perguntei, estática – Como assim?
-Sim querida. Eu moro em Vancouver – a voz ficou doce – Tome seu chá, pode dormir aqui se quiser. Minha neta tem algumas roupas que devem servir em você...
-Obrigada.
-Não há de que querida – ela saiu da sala, secando as mãos no avental.
Quando ela saiu da sala, levantei-me e curiosa fui ver os retratos nas paredes. Neles havia a senhora que me acolhera, que eu nem sabia o nome, uma mulher ruiva alta e uma adolescente ruiva. Alina. Era idêntica a ela, tinha a mesma cor de olhos e uma mancha de nascença no pescoço.
-Linda, não é? – perguntou a senhora, me dando um susto – Desculpe por te-la assustado. Essa é minha filha, Agnes e minha neta...
-Alina.
-Você a conhece? – ela parecia surpresa.
-Sim.
-Espere ai. Você disse Long Island... Acampamento Meio-Sangue?
O queeee? O que essa velha sabia sobre Meio-Sangues, alem da neta dela ser uma?
-Como... como sabe?
Ela suspirou.
-Minha filha era uma ótima pessoa – ela disse, azeda – Havia se formado em Medicina e estava empregada como enfermeira em um hospital local. Quando ela me contou que estava grávida daquele vagabundo eu a deserdei. Depois de vários anos ela trouxe Alina para mim conhece-la. Eu cometi um erro renegando-a. Na noite que ela veio aqui, tivemos uma briga. Agnes disse que nunca mais voltaria, desde então ela mora em Vegas com Alina...
-Alina estava mal quando eu a vi.
A senhora estava triste.
-Céos tinha pego-a.
-Ah, deuses – disse a senhora – Você precisa voltar para sua casa.
• • •
A senhora me pagou uma passagem de avião para Harrisburg e depois, para Wyomissing. Cheguei na frente da minha casa. O portão estava fechado, mas mesmo assim foi fácil de pular. A luz na sala estava acesa. Bati na porta, e mamãe a abriu, rindo.
-Mãe – eu a repreendi, tirando o sorriso da cara dela.
-Julie – ela murmurou, enquanto eu adentrava na casa dando um encontrão de propósito.
Passei pelo hall e cheguei à sala, onde um homem com cabelo escuros estava sentado. Quando entrei, ele se levantou do sofá e me encarou, com olhos negros que eu já vira em algum lugar.
-Mãe – chamei de novo e ela apareceu, sem rir na porta da sala.
-Julie – ela repetiu, me puxando pelo braço para o corredor dos quartos – Julie, o que faz aqui?
-Eu que devia fazer as perguntas! – exclamei raivosa – Quem é ele? O que está fazendo aqui? E você parece incrivelmente bem, mesmo sabendo que seus filhos correm perigo de vida!
-Querida...
-Mãe...
-Conte-me.
-Andei sonhando com uma garota ruiva. Eu não sei o que eu fiz mas não foi só um sonho, adormeci e acordei em Vancouver. Vancouver, perto da casa da avó da garota. Ela me ajudou a voltar para cá.
-Garota... – repetiu minha mãe sem graça.
-O que?
-Alina, certo?
-Certo, como...?
-Agnes, a mãe dela é minha irmã.
-O que? – perguntei sem entender nada – Você sabe quem é o pai de Alina por acaso?
-Sei – ela disse balançando positivamente a cabeça.
-Mãe – exclamei – Por que nunca me contou nada disso?
-Julie, eu sei que devia ter contado a você... e Brad pelo menos...
-Ah, agora você diz que deveria ter contado!
Alguém pigarreou as minhas costas. Minha mãe ficou pálida, torcendo os dedos.
-Anna – disse o cara que eu vira na sala – Conte a ela.
-Contar o que? – perguntei, voltando-me para ele e estreitando os olhos.
Mamãe suspirou.
-Querida, venha. Quero lhe contar tudo.
-O que... – fui tentando dizer ainda encarando o homem. Uma idéia me veio a cabeça, mas pareceu idiota. Um olhar de compreensão surgiu em meu rosto, eu acho.
-Ela sabe – ele disse, olhando para minha mãe, o que eu também fiz e quando voltei a olhar para o homem, ele tinha sumido.
-Acho que você já sabe que acabou de conhecer seu pai! – ela disse baixinho.
-Mãe – exclamei novamente, sem me conter – Quero que me conte, TUDO!
Ela suspirou.
-Quando engravidei de você, eu sabia quem era seu pai, eu também sabia sobre Agnes e Alina. Eu sabia de tudo. Dois anos depois que você nasceu, conheci um homem na praia... acho que você sabe quem é. Nove meses depois nasceu Brad. E a nove anos atrás... lembra quando você era pequena, tinha sete anos e viajamos para Orlando?
-Sim.
-Bem, você sabe que depois Charity nasceu...
-Argh mãe! Você está parecendo uma p***.
Ela baixou a cabeça.
-Julie... desculpe se te decepcionei!
-Decepcionou? – perguntei – Você era a pessoa que me inspirava, você era minha heroína! Agora descubro a merda que você fez... Mãe, eu sei que você não sabia disso no começo mas isso pega mal. Não estou falando de reputação nem nada, as pessoas falam. E falam mal.
-Julie. Quero que entenda. Quero que cuide de seus irmãos...
-Meio-irmãos.
-Que seja – ela replicou – Quero que cuide deles. Eles precisam que você cuide deles. Há 16 anos atrás havia uma profecia...
-Profecia? – perguntei cautelosamente.
-Sim, profecia. Mas agora não importa.
-O que....?
-Por favor, Julie. Não faça perguntas. Você precisa voltar ao acampamento. Agora.
-Mas, mãe. Posso passar a noite aqui? Por favor!
-Claro que pode querida – ela disse me abraçando calorosamente.
• • •
Naquela noite não consegui dormir bem, mas sem pesadelos. Graças aos deuses. Na outra manhã quando levantei, mamãe já estava fazendo o café da manhã e me cumprimentou com um abraço.
-Olá querida, fiz seu prato preferido... bacon.
-Obrigada mãe – eu disse, sentando-me na mesa, enquanto ela servia o bacon no um prato.
Ela ligou a TV e sentou ao meu lado, tocando meu cotovelo insistentemente.
-Que foi?
-Queria te pedir desculpas – ela disse, sincera – Sei que não devia ter escondido isso de você...
-Mãe, já entendi! Ok?
-Mas...
-Olha mãe, obrigada por me deixar ficar aqui, mas preciso voltar ao acampamento.
-Já?
-Sim. Preciso mesmo.
Fui até a sala e peguei a carteira dela, tirando duas notas de cem dólares. Tinha que dar pra uma passagem pra Nova York.
-Tchau, mãe – eu disse fechando a porta.
• • •
-Onde você esteve? – perguntou Jennifer, enquanto eu me esgueirava para dentro do chalé de Hades, tentando não fazer barulho.
-Eu... ahn....
-Ficamos preocupadas – disse Taylor.
-Nós também – disseram os garotos.
-Você sumiu por 15 dias.
-15 dias? – perguntei assustada – Mas faz dois dias que eu dormi e sumi.
-Não, faz 15 – disse Gabriela – O que aconteceu? Conte.
-Andei sonhando com uma garota ruiva. Um cara estava perseguindo ela, não sei como eu apareci onde ela estava. Ela disse alguma coisa como “viajar nas sombras”...
-Viajar nas sombras? – perguntou Jack – Uou.
-Sempre quis tentar isso! – disse Will encantado.
-Nunca nos deixaram – reclamou Karl.
-Que máximo! – disse Paul, com os olhos brilhando.
-Não importa – disseram as garotas.
Continuei:
-A ruiva era uma meio-sangue... filha do Titã Céos.
-O que? – perguntou Karl.
-Puta que pariu – reclamou Jack.
-Jack – repreendeu Jennifer.
-Merda – exclamou Gabriela.
-E o que aconteceu?
-Aconteceu que dormi e fui parar na casa da avó da garota. Peguei um avião, fui pra casa em Wyomissing e depois voltei pra cá.
-Nossa.
-E a garota? – perguntou Taylor.
-Não sei. O cara a torturou... E descobri que é a filha da irmã da minha mãe, ou seja, minha prima.
-Aai – gemeu Paul.
-Estamos f*didos.
-Caralh*, para de falar palavrão Gabriela. – reclamou Jack.
-Para você.
-Como era o nome dela? – interrompeu Karl.
-Alina Brown.
-Hm...
-Durma – disse Taylor, você precisa dormir.
Deitei na cama, encostando a cabeça suavemente no travesseiro.
-Te acordamos depois – prometeu Jack.
-Obrigada – murmurei, e foi a ultima coisa que lembro antes de adormecer, sem contar a eles sobre quem eu vira com minha mãe.
• • •
Sonhei novamente com Alina. Dessa vez eu a via na minha casa, com minha mãe.
-Alina, querida – dizia minha mãe – Não se preocupe, você precisa ir para o acampamento. Julie, Brad e Charity estão lá.
-Não, tia, não posso – ela disse chorosa – Créos me mataria.
-Você precisa. Quíron pode te ajudar.
-Não – balançou a cabeça Alina – Ele não pode mesmo.
-Alina, por favor.
-Não posso – ela chorou.
Então meu sonho mudou. Eu estava em uma sala escura e úmida, com duas pessoas conversando. Uma, na verdade conversando com o nada.
-Céos, você deixou a filha de Hades estragar meu plano.
-Você sabe que não fiz por querer. Aquela metidinha...
-Não quero ouvir desculpas.
Céos ficou em silencio.
-Você irá atrás dos filhos de Anna Olivier.
-Por que?
-Não posso contar ainda.
-Vai ser para jogar os deuses no Tártaro?
-Com certeza.
• • •
Acordei, suando. Os lençóis grudavam no meu peito, enquanto eu me desvencilhava e pulava até um baú com as roupas. Notei que estava escuro e os outros já estavam dormindo. Ah, ta. Iam me acordar mais tarde né? Okay.
Me enrolei em um róbe, e sai do chalé. Eu precisava pensar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!