Make Me Wanna Die escrita por Aphroditte Glabes
Quando acordei novamente, a luz do sol passava pelas cortinas. E o lugar não estava mais silencioso, e sim movimentado.
-Julie Olivier? – perguntou um cara com corpo de cavalo. CORPO DE CAVALO. Santo Zeus, o que é isso? Me perguntei mentalmente enquanto observava chocado o cara cavalo me olhar curiosamente.
-Sim – murmurei.
Um sorrisinho brincou pelos lábios dele.
-Sou Quíron – ele disse – Um centauro.
Ta me zoando né? Centauro foi o que ele disse? Eu fui parar em um manicômio por acaso?
-Hum, bem... O que eu estou fazendo aqui?
-Está aqui porque seu pai é um Olimpiano.
-Um o que?
-Um Deus grego.
-Eu sei, mas... isso é meio impossível – de repente, arquejei – Onde estão Charity e Brad?
-Não se preocupe. Eles já estão acomodados no chalé 11, de Hermes.
-O nosso pai é Hermes?
-Não, ainda não está determinado. O que é estranho, no entanto todos os meio-sangues não reclamados ficam no chalé de Hermes, o deus dos viajantes.
-É lá que vou ficar?
-Sim – ele concordou com um aceno de cabeça – Quando sentir-se melhor poderá ir.
-Isso é... estranho – eu disse, tirando a bandagem da minha cabeça.
-Sim – concordou Quíron – Logo vai se acostumar.
Eu estava com umas roupas normais de adolescentes. Um jeans claro, uma blusa branca gola ‘V’ e um tênis preto estilo adidas.
-De quem são essas roupas?
-Angelina Bianco, ela concordou em empresta-las.
-Ela é filha de...?
-Zeus.
-Ah – eu disse. Odeio quando as pessoas têm compaixão de mim.
• • •
O chalé de Hermes ficou silencioso quando cheguei, apenas Charity veio correndo me abraçar. Brad estava conversando com uma garota.
Essa garota tinha cabelos compridos até a cintura loiros com reflexos prateados e seus olhos eram mais azuis do que o céu depois de uma tempestade. Eles eram o azul mais puro que eu já tinha visto.
-Indeterminada – disse Quíron, enquanto os outros gemiam.
-Mais uma – murmurou um garoto que parecia ter uns dezenove anos – Sou Zack White.
Zack tinha cabelos castanhos dourados e olhos verdes. Fiquei vermelha.
-Julie Olivier.
Ele assentiu.
-É, sabemos. Pode ficar com aquele beliche - ele disse a apontou para um beliche no canto do chalé.
Fui até lá e joguei a mochila na cama, logo em seguida sentei na borda do colchão, observando o chalé. Os beliches estavam espalhados por ambas as quatro paredes, as vezes separados por escrivaninhas e estantes de livros ou outras coisas como cadernos, canetas e etc. E em uma parede, espadas enferrujadas eram expostas como se fossem coisas lendárias. Quando Quíron foi embora, um campista perguntou.
-Como vocês podem ser irmãos? Cada um é diferente do outro...
-Não te interessa – resmunguei deitando na cama, com o travesseiro na cabeça.
-Não se preocupe, ela se irrita sempre – ouvi Brad murmurar.
-Eu ouvi isso – sibilei, tirando o travesseiro do rosto. Ele deu uma risadinha, e me ignorou.
-Eu quero ir embora – Charity disse a Brad.
-Eu sei... – ele suspirou – Também não gostei muito daqui no começo, mas vamos nos acostumar...
Suspirei profundamente, fechei os olhos e sonolenta percebi que meu lugar não era ali, notei que antes de desmaiar, eu tentara lutar com o leão de Neméia. Que eu era uma guerreira, e que eu estaria ali para melhorar minhas habilidades. Estaria ali para encontrar meu lugar. Uma voz tirou-me de meus devaneios, era a voz de uma garota.
-Ei, você está bem?
Quando ela perguntou, levantei-me rapidamente e vi que o sol estava de pondo.
-Onde estão todos?
-Aulas de arco e flecha.
A garota era a mesma que estava com Brad antes de eu apagar.
-Então, está bem?
-Estou, eu acho – respondi pondo a mão na testa, espreguiçando-me. Enquanto arrumava meus cabelos, ela sentou na beira da cama.
-Queria lhe contar algo.
-Contar?Algo? – perguntei meio surpresa.
-Sim, eu... eu não sou igual aos outros meio-sangues... eu, eu tenho visões.
-Visões?
-Sim – ela concordou – E tive uma com você e seus irmãos.
-Conte!
Ela suspirou e continuou:
-Nas minhas visões existem três rosas. Uma vermelha, uma azul e uma branca, no sonho estão os Três Grandes, discutindo. Cada um briga por qual das flores irá escolher, é terrível. Eles ficam gritando ofensas e dizendo coisas sem sentido em grego. No final, cada um se decide. Hades fica com a rosa vermelha, Poseidon com a azul e Zeus com a branca. A rosa vermelha já está murchando, a azul está florescendo e a branca ainda é um brotinho. Pense nisso.
Pensei por um minutinho.
-Seu pai é Apolo?
Ela sorriu.
-Seu pensamento foi correto, mas mesmo eu tendo visões, não. Meu pai não é Apolo, meu pai se chama Albert e mora em Aurora, no condado de Denver no Colorado.
-E sua mãe?
-Hebe, a deusa da juventude.
Consegui guardar meu espanto para mim mesma, só então notei a semelhança. Hebe em gravuras tem os mesmo olhos azuis que seu pai, Zeus tem e cabelos prateados como sua mãe, Hera. Por isso achei que as conhecia.
-E o que você está fazendo no chalé de Hermes?
Ela sorriu tristemente.
-Sou a única filha de minha mãe atualmente. A filha “indesejada”. Hebe tem um chalé aqui, mas ainda não me reconheceu como filha. Por isso que eu estou aqui.
-E seu nome é?...
-Grace Fletcher.
• • •
Depois que ela saiu eu fui até o refeitório, fiquei em silencio. Não queria falar com ninguém muito menos sobre alguém. Quando entrei, o refeitório estava silencioso e de repente todos ficaram me encarando de bocas abertos, porque sobre minha cabeça, um ponto de luz brilhava. E era um símbolo, um símbolo que não reconheci na hora, mas que se revelou ser um bidente.
Meu pai era Hades.
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