Make Me Wanna Die escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 3
Capítulo 3 - Vão Para o Inferno




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Quando acordei novamente, a luz do sol passava pelas cortinas. E o lugar não estava mais silencioso, e sim movimentado.

-Julie Olivier? – perguntou um cara com corpo de cavalo. CORPO DE CAVALO. Santo Zeus, o que é isso? Me perguntei mentalmente enquanto observava chocado o cara cavalo me olhar curiosamente.

-Sim – murmurei.

Um sorrisinho brincou pelos lábios dele.

-Sou Quíron – ele disse – Um centauro.

Ta me zoando né? Centauro foi o que ele disse? Eu fui parar em um manicômio por acaso?

-Hum, bem... O que eu estou fazendo aqui?

-Está aqui porque seu pai é um Olimpiano.

-Um o que?

-Um Deus grego.

-Eu sei, mas... isso é meio impossível – de repente, arquejei – Onde estão Charity e Brad?

-Não se preocupe. Eles já estão acomodados no chalé 11, de Hermes.

-O nosso pai é Hermes?

-Não, ainda não está determinado. O que é estranho, no entanto todos os meio-sangues não reclamados ficam no chalé de Hermes, o deus dos viajantes.

-É lá que vou ficar?

-Sim – ele concordou com um aceno de cabeça – Quando sentir-se melhor poderá ir.

-Isso é... estranho – eu disse, tirando a bandagem da minha cabeça.

-Sim – concordou Quíron – Logo vai se acostumar.

Eu estava com umas roupas normais de adolescentes. Um jeans claro, uma blusa branca gola ‘V’ e um tênis preto estilo adidas.

-De quem são essas roupas?

-Angelina Bianco, ela concordou em empresta-las.

-Ela é filha de...?

-Zeus.

-Ah – eu disse. Odeio quando as pessoas têm compaixão de mim.

 

                                                 •   •   •

 

O chalé de Hermes ficou silencioso quando cheguei, apenas Charity veio correndo me abraçar. Brad estava conversando com uma garota.

Essa garota tinha cabelos compridos até a cintura loiros com reflexos prateados e seus olhos eram mais azuis do que o céu depois de uma tempestade. Eles eram o azul mais puro que eu já tinha visto.

-Indeterminada – disse Quíron, enquanto os outros gemiam.

-Mais uma – murmurou um garoto que parecia ter uns dezenove anos – Sou Zack White.

Zack tinha cabelos castanhos dourados e olhos verdes. Fiquei vermelha.

-Julie Olivier.

Ele assentiu.

-É, sabemos. Pode ficar com aquele beliche - ele disse a apontou para um beliche no canto do chalé.

Fui até lá e joguei a mochila na cama, logo em seguida sentei na borda do colchão, observando o chalé.  Os beliches estavam espalhados por ambas as quatro paredes, as vezes separados por escrivaninhas e estantes de livros ou outras coisas como cadernos, canetas e etc. E em uma parede, espadas enferrujadas eram expostas como se fossem coisas lendárias. Quando Quíron foi embora, um campista perguntou.

-Como vocês podem ser irmãos? Cada um é diferente do outro...

-Não te interessa – resmunguei deitando na cama, com o travesseiro na cabeça.

-Não se preocupe, ela se irrita sempre – ouvi Brad murmurar.

-Eu ouvi isso – sibilei, tirando o travesseiro do rosto. Ele deu uma risadinha, e me ignorou.

-Eu quero ir embora – Charity disse a Brad.

-Eu sei... – ele suspirou – Também não gostei muito daqui no começo, mas vamos nos acostumar...

Suspirei profundamente, fechei os olhos e sonolenta percebi  que meu lugar não era ali, notei que antes de desmaiar, eu tentara lutar com o leão de Neméia. Que eu era uma guerreira, e que eu estaria ali para melhorar minhas habilidades. Estaria ali para encontrar meu lugar. Uma voz tirou-me de meus devaneios, era a voz de uma garota.

-Ei, você está bem?

Quando ela perguntou, levantei-me rapidamente e vi que o sol estava de pondo.

-Onde estão todos?

-Aulas de arco e flecha.

A garota era a mesma que estava com Brad antes de eu apagar.

-Então, está bem?

-Estou, eu acho – respondi pondo a mão na testa, espreguiçando-me. Enquanto arrumava meus cabelos, ela sentou na beira da cama.

-Queria lhe contar algo.

-Contar?Algo? – perguntei meio surpresa.

-Sim, eu... eu não sou igual aos outros meio-sangues... eu, eu tenho visões.

-Visões?

-Sim – ela concordou – E tive uma com você e seus irmãos.

 

-Conte!

Ela suspirou e continuou:

-Nas minhas visões existem três rosas. Uma vermelha, uma azul e uma branca, no sonho estão os Três Grandes, discutindo. Cada um briga por qual das flores irá escolher, é terrível. Eles ficam gritando ofensas e dizendo coisas sem sentido em grego. No final, cada um se decide. Hades fica com a rosa vermelha, Poseidon com a azul e Zeus com a branca. A rosa vermelha já está murchando, a azul está florescendo e a branca ainda é um brotinho. Pense nisso.

Pensei por um minutinho.

-Seu pai é Apolo?

Ela sorriu.

-Seu pensamento foi correto, mas mesmo eu tendo visões, não. Meu pai não é Apolo, meu pai se chama Albert e mora em Aurora, no condado de Denver no Colorado.

-E sua mãe?

-Hebe, a deusa da juventude.

Consegui guardar meu espanto para mim mesma, só então notei a semelhança. Hebe em gravuras tem os mesmo olhos azuis que seu pai, Zeus tem e cabelos prateados como sua mãe, Hera. Por isso achei que as conhecia.

-E o que você está fazendo no chalé de Hermes?

Ela sorriu tristemente.

-Sou a única filha de minha mãe atualmente. A filha “indesejada”. Hebe tem um chalé aqui, mas ainda não me reconheceu como filha. Por isso que eu estou aqui.

-E seu nome é?...

-Grace Fletcher.

 

                                                      •   •   •

 

Depois que ela saiu eu fui até o refeitório, fiquei em silencio. Não queria falar com ninguém muito menos sobre alguém. Quando entrei, o refeitório estava silencioso e de repente todos ficaram me encarando de bocas abertos, porque sobre minha cabeça, um ponto de luz brilhava. E era um símbolo, um símbolo que não reconheci na hora, mas que se revelou ser um bidente.

Meu pai era Hades.


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Notas finais do capítulo

Mini-cap