A Vingança escrita por MisuhoTita


Capítulo 9
O Velório


Notas iniciais do capítulo

Está um pouco triste, mas acho que ficou bom.



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Naquela mesma noite, no castelo Sullivan, estão Cameron, seu pai Antony e sua mãe Mary. Todos estão usando trajes pretos, por causa do Luto por Lady Annie Elliot. Cameron estranha à ausência de sua irmãzinha, como noiva de Richard, ela deveria estar presente no velório.

Ele diz:

― Onde está Evelyn, mãe?

Mary olha para seu filho e diz:

― Está terminando de trocar-se. Mas, você sabe como estão as coisas no castelo Elliot?

Cameron diz:

― Não. É como eu disse, depois que levaram o corpo, voltei imediatamente para dar a notícia a vocês. Foi uma cena muito difícil de se ver. Imagino que Lorde Elliot também estivesse desesperado perante aquela cena, mas, manteve-se firme pelo bem de Richard.

Antony diz:

― Não deve estar sendo fácil para nenhum dos dois.

Neste momento, Evelyn chega e se junta aos três. Ela diz:

― Estou pronta.

Antony diz:

― Vamos.

Assim, os três seguem de carruagem para o velório, no castelo Elliot.

 

 

*****

 

 

No castelo Elliot tudo está preparado para o velório de Lady Annie. Pessoas de toda a Inglaterra estão presentes, para prestar sua última homenagem à senhora daquele castelo. Toda a sala do castelo fora arrumada para o velório e, a capela do castelo fora preparada para a missa de corpo presente. Simon está sozinho, recebendo as pessoas que não param de chegar, pois Richard, ainda está trancado em seu quarto, sem falar com ninguém. Quando alguém pergunta a Simon onde está seu filho, ele tem que responder que, ele ainda não está preparado para descer.

Em seu quarto, Richard continua deitado em sua cama, ainda com as mesmas vestes sujas com o sangue de sua mãe. Não queria descer, não queria ver o corpo de sua mãe em um caixão, não queria participar de uma missa de corpo presente, e, sobre tudo, não queria enterrar o corpo.

Em toda sua vida, não imaginara que este sofrimento fosse tão grande, perder a mãe. Nunca pensou que seu coração pudesse doer tanto. Sua mãe sempre estivera a seu lado nos momentos mais importantes de sua vida, com exceção dos momentos em que seu pai o havia ensinado a lutar.

Mas, fora isso, era ela quem sempre estava a seu lado. E, ela sempre fora quem o queria ver casado, e, por sua culpa, ela não iria vê-lo desposar Lady Evelyn e, nem realizaria seu sonho de segurar um neto nos braços.

Tudo por culpa de William Lancelot e sua maldita vingança. Se ele queria tanto uma vingança, deveria ter procurado resolver isso de homem para homem, e, não descontar em uma pessoa que não tinha nada a ver com isso.

Porém, ele resolvera lhe tirar a pessoa que mais amava nesta vida. E tudo por causa de sua maldade insana.

Continuando deitado em sua cama, lágrimas e mais lágrimas banham seu rosto, já inchado de tanto chorar.

 

 

*****

 

 

Duas horas depois, chegam ao castelo Elliot os quatro Sullivan, após desejarem os pêsames para Simon, logo procuraram se dirigir a pequena capela do castelo, para a missa de corpo presente. Porém, Cameron e Evelyn ficam para trás e, não acompanham seus pais.

Evelyn diz:

― Cameron, não vi Lorde Richard em lugar nenhum.

Cameron diz:

― Eu também não o vi em lugar nenhum.

Lorde Simon se aproxima dos dois e diz:

― Richard está trancado no quarto. Não sei o que fazer. Ele não responde ninguém.

Evelyn olha para seu futuro sogro, o sofrimento estava estampado em sua fisionomia, embora, por fora, parecesse calmo ao falar.

Ela diz:

― Vou tentar falar com ele.

Richard e Simon olham atônitos para ela e dizem:

― O que?!

Evelyn diz:

― Irei tentar falar com ele. Sou mulher, nestas horas nós temos mais tato que vocês, homens.

Simon diz:

― Lady Evelyn, você não pode ir ao quarto de um homem sozinha. Não é certo.

Evelyn sorri e diz:

― Lorde Elliot, seu filho não me escutará se algum de vocês for comigo, sei o que digo. Portanto, é melhor que eu vá sozinha. Todos estão se dirigindo para a capela, então duvido que alguém me note.

Cameron diz:

― Ficarei te esperando ao pé da escada, Evelyn.

Evelyn diz:

― Confie em mim, Lorde Elliot.

E, dizendo estas palavras, Evelyn sobe as escadas, e, anda pelos corredores do castelo, até encontrar uma porta trancada, teria que ser aquela. Ela bate na porta, mas ninguém atende.

Então, encosta-se a e na porta e diz:

― Lorde Richard, eu sei que está aí. Por que não abre a porta?

De dentro do quarto, Richard surpreende-se ao ouvir aquela voz. De todas as pessoas do mundo, não imaginaria que ela fosse aparecer ali. Porém, não queria abrir, queria continuar sozinho com sua dor.

Na porta do quarto, Evelyn diz:

― Escute, Lorde Richard. Não pense que eu vou te dizer que sei como você está se sentindo, porque eu estaria mentindo. Na verdade, não consigo nem imaginar a dor que deve estar em seu coração. Essa dor, só quem sabe é você. Mas, você não precisa ficar sozinho. Saiba que eu estarei com você, para o que você precisar. Você não precisa sofrer sozinho, pode compartilhar sua dor comigo.

Richard continua a ouvir aquela voz de anjo, nunca pensara nela desta maneira. Nunca imaginara que ela quebraria todos os tabus e, apareceria na porta de seu quarto, só para trazer um pouco de conforto a seu sofrido coração. Mas, ainda não tinha encontrado coragem. Então, continuou a ouvir aquela voz que parecia uma doce melodia:

― Eu estou aqui, quero ficar ao seu lado, basta que você permita. Não precisa sofrer sozinho, compartilhe sua dor comigo, abra seu coração. Eu estarei sempre com você.

Evelyn já estava quase desistindo, e, fecha os olhos, puxa o ar dos pulmões com força, para tentar mais uma vez. É então que, inesperadamente, a porta se abre, e, Lorde Richard surge em sua frente. Ela o encara por um breve momento, estava com o rosto inchado e, banhado por lágrimas, suas vestes estavam vermelhas, manchadas por um sangue que agora estava seco.

Tomado por um desejo que não sabia explicar, Richard a tomou em seus braços e a abraçou, então, mais lágrimas caiam de seus olhos, e, ela retribui seu abraço de uma maneira muito terna. E, ele começa a sentir o calor daquele corpo feminino. E, sentimentos começam a inundar seu interior. Um sentimento muito profundo de carinho por aquela mulher, aquela jovem Lady que agora está a seu lado.

Ele afasta-se um pouco dela, e, olha bem no fundo de seus lindos olhos azuis, que, sorriam para ele. Então, em um momento de profundo carinho, ele captura os lábios dela com os seus. Em um beijo repleto de sentimentos.

Evelyn se surpreende quando sente os lábios de Lorde Richard nos seus, e, no começo, não sabe o que fazer, pois nunca fora beijada por um homem. Mas, seu corpo parece reagir automaticamente e, involuntariamente sua boca se abriu e, sentiu a língua dele explorando sua boca.

Richard termina o beijo muito carinhosamente, e, olhando nos olhos dela, diz:

― Me desculpe, Lady Evelyn. Não sei o que me fez agir desta maneira.

Evelyn sorri para ele, e, coloca suas mãos no rosto de seu noivo. Ela diz:

― Não precisa pedir perdão. Agora, é melhor você se trocar, todos estão te esperando. Sei que deve estar sendo difícil, mas eu estarei com você. Não esqueça, você não está sozinho, você tem a mim.

― Você espera enquanto eu vou trocar minhas vestes?

― Claro.

Richard entra no banheiro, tira aquela roupa suja e, entra na tina de banho. Pela primeira vez naquele dia, estava começando a se sentir vivo, estava começando a encontrar uma razão para continuar a viver. Não poderia imaginar que as palavras de Lady Evelyn pudessem lhe tirar do torpor ao qual se encontrara, mas ela havia conseguido. E, de uma forma totalmente inesperada, estava começando a aquecer seu coração.

Ele termina seu banho rapidamente e, escolhe vestes negras, de luto. Então, sai do banheiro e, oferece seu braço para que Lady Evelyn o acompanhe, ela aceita o gesto dele sem nenhuma hesitação.

 

 

*****

 

 

Ao pé da escada, Cameron já estava preocupado com sua irmã, ele achava que ela já deveria ter desistido, pelo tempo que estava lá. Então, ele olha para a escada e, vê se aproximando sua irmã, de braços dados com seu melhor amigo. Ela realmente havia conseguido. Sem dizer uma palavra, segue na frente dos dois.

Na porta da capela, Simon está preocupado, a missa de corpo presente está prestes a começar, e, nem sinal de seu filho. É quando ele o vê se aproximando, junto daquela linda e jovem moça que seria sua futura nora.

Richard aproxima-se de seu pai, e, sussurra em seu ouvido:

― Peço que me desculpe, meu pai.

Simon diz:

― Não há o que desculpar, meu filho.

Todos entram na capela e a missa começa. Richard, o tempo todo, ao lado de sua noiva, Lady Evelyn. Seu coração ainda estava sangrando pela sua mãe. Porém, agora, não estava sozinho. Ela estaria a seu lado, e, a prova maior, fora aquele pequeno momento de intimidade que compartilharam, um curto momento que, fez com que algo mudasse dentro dele. Agora, lidaria com a dor e a perda de outra forma, pois, tinha alguém entre os vivos que merecia todo seu amor.

A missa terminou e, todos se dirigiram para o cemitério, onde, o caixão fora colocado sobre a terra. Richard colocou em cima dele uma rosa branca, que sempre fora a preferida de sua mãe.

Agora, era o momento da despedida, do adeus. Nunca mais veria sua mãe novamente, mas, sabia que ela não iria gostar de vê-lo chorando. Iria continuar sua vida, pois seria assim que sua amada mãezinha iria querer.

Murmurando um “Eu te amo, mamãe”, Richard viu o caixão sendo coberto pela terra.


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Notas finais do capítulo

Beijos e até o próximo! ^^



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