Seis meses se passaram desde os funerais de Annie Elliot, e, desde então, William Lancelot não dera mais sinais de vida. Neste tempo, o relacionamento de Richard e Evelyn evoluíra, e, o casamento havia sido marcado para o próximo final de semana.

Richard está no escritório do castelo, examinando algumas documentações quando seu pai entra no aposento.

Richard diz:

― Já de volta, meu pai?

Simon senta-se em uma poltrona e diz:

― Sim, Richard. Infelizmente, não trago boas notícias para você.

― Por quê?

― Estive no departamento de polícia e, as notícias não são boas, meu filho.

Richard olha para seu pai, imaginava que as notícias não seriam as que ele gostaria de ouvir. Porém, precisava ouvi-las. Ele diz:

― Continue.

― Por falta de provas, a polícia decidiu encerrar o caso do assassinato de sua mãe.

― Eu sei que ela foi assassinada por William Lancelot.

― Richard, infelizmente sua palavra não é uma prova.

― Isso é revoltante! Não dá para se conformar!

― Eu sei, meu filho. Mas, não foram encontradas provas de que William Lancelot matou sua mãe. Ele foi tão inteligente que fez a coisa toda sem deixar um rastro sequer.

― O pior é que eu sei que ele não vai parar por aí.

― Richard, esse homem não dá sinais de vida há seis meses. Vai ver ele já se sentiu vingado, depois de assassinar Annie.

― Eu duvido, meu pai. Meu sexto sentido me diz que William Lancelot ainda nos trará muitos problemas.

― Esqueça-o Richard. Pense eu você. Seu casamento já é sábado.

Richard sorri. A única coisa boa dos últimos seis meses, fora a evolução de seu relacionamento com Lady Evelyn. É claro que seu pai não sabia deste detalhe, e, nem os pais dela. Graças a sua grande amizade com Cameron, ele conseguira convencer o futuro cunhado a “acobertar” certos encontros dos dois, onde ele aproveitava e, beijava os lindos lábios de sua futura esposa.

Nestes encontros escondidos, fora onde os dois começaram a se conhecer melhor. Pois, nos encontros, “oficiais”, seu pai e, Lorde e Lady Sullivan sempre estavam presentes. Então, a conversa nunca girava para os dois. Mas, em seus encontros escondidos, eles conversavam sobre tudo. Seus planos para o futuro, filhos...

Richard diz:

― Grave minhas palavras, meu pai. Este homem ainda irá nos causar muitos problemas.

Dizendo isto, Richard guarda os papéis que estava analisando em uma gaveta e levanta-se, preparando-se para sair.

Simon diz:

― Vai sair, meu filho?

Richard diz:

― Sim, meu pai. Vou cavalgar Alma Branca. Preciso esfriar um pouco minha cabeça. Já atualizei todos os pagamentos de nossos empregados. Também atualizei nossos investimentos em Londres. Está tudo perfeitamente em ordem.

― Obrigado, meu filho.

― Até mais tarde, meu pai.

― Até mais tarde, Richard.

Richard vai até os estábulos, onde, Calebe já havia preparado Alma Branca para sua cavalgada. Ao avistar seu senhor, Calebe diz:

― Alma Branca já está pronto, milorde.

― Obrigado, Calebe.

Richard monta seu cavalo, e, parte dos estábulos. É claro que não ia dizer a seu pai que, estava indo para um de seus encontros “extraoficiais” com sua noiva. Seu pai jamais aprovaria algo do tipo. Porém, ele era um homem honrado e, jamais desrespeitou sua noiva. Até porque, Cameron estava sempre presente. Mas, o amigo fazia vista grossa para um beijo. E, as conversas e planos para o futuro eram maravilhosas.

Porém, antes de ir se encontrar com ambos, Richard parou em uma das roseiras do jardim de seu castelo e, colheu uma rosa branca. Depois, rumou para o cemitério da família Elliot e, desceu do cavalo, amarrou Alma Branca em uma árvore, e, andou um pouco até chegar a um túmulo em que a lápide marcava Annie Elliot. Ali, ele deposita a rosa que havia colhido.

Ele diz:

― Mamãe, faz seis meses que a senhora morreu, e, para mim, parece que foi ontem. Muitas coisas aconteceram desde então, e, infelizmente, a polícia encerrou o caso de seu assassinato, o que não me agradou nem um pouco. Mas eu vim aqui para falar de coisas boas. Sábado será o dia do meu casamento com lady Evelyn, e, a única coisa que eu lamento é a senhora não estar do meu lado, neste dia que será tão especial. A senhora tinha razão em tudo que havia me dito, casamento não me parece mais aquele bicho de sete cabeças, e, eu prometo que farei de tudo para ser um bom marido para ela e, um bom pai para meus futuros filhos. Eu te amo e, em breve venho te visitar novamente, eu prometo.

Richard faz uma pequena oração. Lança um beijo para o túmulo e, volta a montar em seu cavalo. A toda velocidade, ele dirige-se para um bosque onde, Cameron deveria estar lhe esperando, junto com Lady Evelyn.

Não demora muito e, ele chega ao local em que havia combinado com o amigo, onde, ele já estava à sua espera, junto com sua futura esposa. Uma breve olhada para ele e, ele viu que ela estava linda, usava um vestido rosa bebê e, um chapéu que combinava perfeitamente com aquele vestido. Ele desce do cavalo e, aproxima-se dos dois.

Richard diz:

― Olá Cameron, Lady Evelyn.

Cameron diz:

― É bom vê-lo, Richard.

Richard beija a mão de Evelyn primeiro para então, aproximar seus lábios dos dela, em um beijo repleto de carinho. Cameron diz:

― Ei, ei, ei. Está certo que eu acoberto os encontros de vocês mas, já chega de beijos!

Os dois afastam-se.

Evelyn diz:

― Cameron!

Richard diz:

― E então, Cameron? O mesmo de sempre?

Cameron diz:

― Não, hoje não poderemos ficar muito tempo. Evelyn tem que ir a costureira para a última prova do vestido de noiva.

Richard oferece seu braço para Evelyn que, o aceita imediatamente. Os dois começam a passear e, Cameron, fica ali, de olho nos cavalos.

Quando os dois estão a uma boa distância de Cameron, Evelyn diz:

― Você não me parece muito contente hoje, Lorde Richard.

Richard diz:

― A polícia encerrou as investigações sobre o assassinato de mamãe.

― Eu sinto muito.

― Mas, não quero estragar nosso encontro falando sobre isso, meu anjo.

Ela sorri em resposta. Os dois começam a conversar sobre seus planos para o futuro. Evelyn começa a falar sobre, quando seus empregados começariam a levar seu enxoval para o castelo Elliot, que, dali a alguns dias seria seu novo lar. Richard lhe diz que providenciaria o mais rápido possível.

Mas, em York, no castelo de Sir Peter, William Lancelot aguarda ansiosamente o retorno de seu criado, Jake. Quando este chega, William diz:

― E então?

Jake diz:

― Trago boas e más notícias, meu senhor.

― Fale as ruins primeiro.

― Verifiquei em Londres todos os registros das terras dos Elliot, e, infelizmente, não há meios para que o senhor possa toma-las.

A expressão de William muda. Queria muito ser o senhor das terras dos Elliot, só para humilhar ainda mais seu inimigo, porém, ao que parecia, era impossível. Ele diz:

― Continue.

Jake diz:

― Os Elliot pagam todos os impostos corretamente e, não há uma única dívida atrasada, portanto, o senhor não poderá se apossar das terras.

― E as boas notícias?

― Foram encerradas as investigações sobre o assassinato de Lady Annie Elliot.

― E?

― Não foram encontradas provas sobre o assassinato.

William sorri e diz:

― Perfeito. E, como anda meu inimigo?

― Ele está de casamento marcado. A cerimônia se realizará no próximo sábado na capela das terras Elliot.

William pensa por um breve momento. Casamento marcado? Não se ele pudesse evitar. Ele diz:

― Sabe, Jake. Acho que o casamento de Richard Elliot será uma boa oportunidade para que eu possa dar continuidade a minha vingança.