Richard encontra-se com seu pai nos estábulos. Não estava com as vestes mais adequadas para cavalgar, pois vestia um terno de linho branco e, dependendo de onde fossem, sujaria suas vestes. Ele olha para seu pai e diz:

― Bom dia, meu pai.

Lorde Elliot olha para seu filho, pelo visto ela já se esquecera do dia anterior. Ele diz:

― Bom dia, Richard. Vou precisar de sua ajuda com os assuntos do escritório hoje.

― Sem problemas. Quando podemos começar?

― Agora, pois acabo de voltar de uma cavalgada.

Pai e filho dirigem-se para o escritório do castelo Elliot.

*****

Longe dos domínios do castelo Elliot, William está em uma floresta, esperando pacientemente por algo. Jake chega e diz:

― Tudo está preparado, Sir William.

William sorri sem nenhuma emoção e diz:

― Ótimo, o espetáculo está prestes a começar.

Dizendo estas palavras, William saca sua espada e a olha fixamente, um olhar de expectativa.

*****

Perto dali, Lady Annie segue em sua carruagem para a casa de sua amiga. Ela ainda está muito preocupada com seu filho, quando retornar ao castelo, tentará conversar com ele. Mas, no momento, sua amiga precisa dela, e, é seu dever ajudar.

O cocheiro está conduzindo a carruagem de lady Elliot quando, depara-se com uma gigantesca árvore, barrando sua passagem. Ele desce de seu lugar e, abre a porta da carruagem, dirigindo-se a sua senhora.

Annie olha para seu criado e diz:

― Qual o problema, Caleb?

― Uma árvore está bloqueando a passagem, minha lady. Creio que não conseguirei removê-la sozinho. Peço sua permissão para ir buscar ajuda na aldeia mais próxima.

― Pode ir, Caleb.

― Por favor, não saia da carruagem, minha lady.

Dizendo estas palavras, Caleb vai procurar ajuda, deixando sua senhora sozinha dentro da carruagem. O que ele não poderia imaginar é que estava sendo observado por Jake que, logo foi contar a seu senhor o ocorrido.

Jake encontra-se com William, que está com sua espada em sua bainha, olhando fixamente para ela. Jake diz:

― Sir William, até aqui tudo saiu conforme o plano. O senhor já pode agir.

William sorri de prazer antes de dizer:

― Ótimo, Jake. Você já sabe o que fazer.

― Sim, meu senhor.

Enquanto William segue na direção onde a carruagem de Lady Elliot está parada, Jake segue uma direção oposta. Ambos dando início ao terrível plano de William Lancelot.

*****

Na carruagem, Annie não consegue tirar os pensamentos de seu filho. Ele estava aflito, e, como mãe, a aflição de seu filho é a aflição dela também. Sua distração é tanta que quase não percebe alguém abrindo a carruagem por fora. Seria Caleb?

Porém, ela fica surpresa ao ver um homem totalmente estranho sorrindo para ela.

― A senhora é Lady Elliot, suponho? - diz o estranho, sem deixar de sorrir.

― E o senhor é?

William não conseguia deixar de sorrir. Ali estava seu momento de glória, só lamentava Elliot não poder estar presente para assistir a cena.

― Perdoe minha indelicadeza, milady. Sou William Lancelot, seu filho nunca falou nada a meu respeito? Que falta de delicadeza a dele.

Ao ouvir este nome, a compreensão chegou lady Annie, ali estava o motivo da preocupação de Richard, bem na sua frente. Sua surpresa fora tamanha que tentou soltar um grito de horror, porém este grito ficou preso, pois William Lancelot lança-se sobre Lady Annie, forçando suas grossas mãos sobre o pescoço da mãe de Richard.

Com um movimento brusco, William empurra Lady Annie para fora da carruagem, jogando-a com muita força contra o chão. Ela olha, com um olhar assustado para aquele homem que parecia estar adorando o que estava fazendo.

*****

Um pouco longe dali, Jake avista Caleb ao longe. Ele grita, tentando alcança-lo:

― Ei, ei você.

Caleb olha para o estranho. Enfim achara ajuda e poderia voltar para junto de sua senhora. Caleb olha o sujeito recém-chegado e diz:

― Bom dia, amigo. Estou procurando ajuda, será que você poderia me ajudar?

Jake sempre fora bom em representar, seria fácil enganar aquele cocheiro. Fazendo uma cara de preocupação, ele diz:

― Escute, acabo de ver uma senhora sendo atacada por um homem de cabelos ruivos e uma cicatriz na face.

― O que você disse? Tem certeza?

― Absoluta.

Caleb deixa Jake falando sozinho e corre em direção ao castelo Elliot, porém o caminho é longe. Neste momento, ele vê alguém se aproximando a cavalo. Olhando atentamente, ele reconhece Lorde Cameron Sullivan.

― Lorde Sullivan. - diz Caleb, de forma ofegante.

― Qual o problema, Caleb?

― Preciso chegar lorde Elliot, é urgente.

― Suba, eu o levo até o castelo Elliot.

Caleb monta no cavalo de Cameron e os dois rumam ao castelo Elliot, enquanto Caleb narra a Cameron o que o estranho lhe contara.

*****

Com um movimento muito lento, William saca sua espada e, a aponta para lady Annie, que está caída no chão. Ele ri alto. Como é doce o sabor da vingança. Ele olha para a mulher assustada a sua frente, ela tinha os mesmos olhos do filho. Os mesmos olhos que ele tanto odiava. Apontando a espada para o peito de lady Annie diz:

― Saiba que não precisava ser assim. Particularmente, não tenho nada contra milady. Seu único pecado foi colocar no mundo um ser odioso como Richard. Agora, infelizmente, você terá que pagar pelos crimes que ele cometeu.

Com um movimento muito rápido, William lança-se sobre lady Annie, desferindo um golpe com uma brutalidade tamanha que, lady Annie é lançada para trás, junto com gritos e lágrimas de dor. O sangue começa a escorrer de seu tronco ferido.

A dor é insuportável e, simplesmente não conseguia segurar aquelas lágrimas que vieram junto com a dor ter seu tronco ferido. Neste momento, em que certamente sua vida estava chegando ao fim, à imagem de seu filho veio-lhe a mente. Tudo o que gostaria é poder vê-lo ao menos uma última vez.

William continua avançando para lady Annie, ele estava muito feliz com este momento. Iria saboreá-lo bem lentamente. Desta vez, com a espada já banhada com o sangue da lady Annie, ele perfura, sem nenhuma piedade, uma das pernas da mãe de seu inimigo.

Annie grita de dor, enquanto aquele homem arranca com um golpe a espada de sua perna. Ele repete o ato na outra parte, a dor é tamanha que lady Annie caí no chão, seu sangue manchando a grama verde.

Sem nenhuma piedade, William pisa no estomago de lady Annie, que está ensanguentada e caída no chão. Ele aponta a espada para o pescoço dela, fazendo um corte superficial, o sangue jorra.

Annie olha, sem forças, para o assassino que está pondo fim a sua vida. Seu coração bate acelerado, embora, neste momento, o medo tenha deixado seu corpo. Tudo o que queria neste momento, é ver seu filho amado, e que, este louco termine com este sofrimento logo de uma vez.

Reunindo suas últimas forças, ela apenas sussurra:

― Ri... Richard...

Ao ouvir este nome, a fúria toma conta de William, ele iria demorar um pouco mais. Porém, já bastava.

Pegando sua espada pela última vez, ele sorri para lady Annie antes de dizer:

― Adeus, lady Annie Elliot.

E, com estas palavras, William desfere um golpe mortal no coração de lady Annie, enquanto mais lágrimas banham o rosto dela e sangue começa a jorrar de seu coração.

*****

No castelo Elliot, Richard e Simon ainda estão no escritório quando Cameron entra sem ao menos bater na porta. Ele diz:

― Richard, temos um problema. É melhor você vir comigo.

Richard olha assustado para Cameron. Pelo visto a coisa era séria. Ele diz:

― Qual o problema?

― No caminho eu explico, tomei a liberdade de pedir a Adam para preparar seu cavalo e um para lorde Elliot.

Simon diz:

― Deve ser mesmo sério, é melhor irmos, Richard.

Os três homens começam a cavalgar na maior velocidade em que seus cavalos conseguem. Depois que Cameron contou o que sabia, o desespero caiu sobre Richard. Tudo que queria era encontrar sua mãe o mais rápido possível.

Vinte minutos depois, os três chegam ao local em que a carruagem está parada, mas não encontram ninguém. Eles descem dos cavalos.

Richard diz:

― Onde ela pode estar?

Simon observa o chão e encontra pegadas. Ele diz:

― Por aqui.

Osa três seguem as pegadas e, em uma pequena clareira, tudo o que eles encontram é o corpo sem vida de lady Annie.

Richard fica paralisado ao olhar, atônito, para o corpo mutilado, ensanguentado e sem vida de sua amada mãe.