Richard olhou para seus pais atônito. Uma coisa era começar a se acostumar com ideia de casamento, outra bem diferente era seus pais aparecerem com uma noiva assim do nada.

― Não podem estar falando sério. – disse, por fim.

Annie olha para seu filho com uma expressão séria antes de dizer:

― Estamos falando muito sério, Richard. Já está mais do que na hora de você desposar uma dama e continuar a linhagem dos Elliot. E, seu pai já conversou com o pai da dama em questão, e, ele lhe concederá a mão de sua filha.

É claro que o pai da tal dama estaria de acordo, pensou Richard, quem em sã consciência iria querer recusar a ele?

― O que sua mãe está querendo dizer, Richard, meu filho, é que amanhã à tarde nós três iremos tomar o chá das cinco com a família de sua noiva, para que você possa conhecê-la.

Quando seus pais falavam deste jeito, Richard bem sabia que não tinha escapatória. O único jeito era aceitar o seu martírio.

― Será que posso ao menos saber qual foi à dama que vocês escolheram para eu desposar?

Simon simplesmente respondeu:

― A filha de Lorde Antony Sullivan.

Richard estava pasmo. Como os pais pensaram em casá-lo com uma criança?

― Isso só pode ser piada. Tudo bem que vocês queiram me casar, mas daí a me fazerem desposar uma criança é outra história.

Annie olha para seu filho intrigada antes de dizer:

― Richard, meu filho, quantos anos você acha que a filha de Lorde Sullivan tem?

― Ora, minha mãe. Cameron sempre mencionou a menina como “minha irmãzinha”, então eu deduzi que a menina deve ter uns cinco ou seis anos.

Simon não consegue conter o riso. Richard fica sem entender.

― Qual a graça, meu pai?

― Richard, acho que você está mal informado sobre a filha de Lorde Sullivan.

― É mesmo? E pode-se saber por que, meu pai?

Annie olha para seu filho com reprovação. Simon, ainda sem conseguir conter o riso diz:

― Lady Evelyn Sullivan acaba de completar vinte anos.

― Idade perfeita para casar. – diz Richard, com a cara no chão.

Annie levanta-se, e segura uma das mãos de seu filho antes de dizer:

― Richard, querido, não estamos querendo te obrigar a nada. Só achamos que está na hora de você sossegar, de formar sua família. E, não encontrará uma noiva melhor do que Lady Sullivan.

Quando sua mãe colocava as coisas daquele modo, Richard ficava desconcertado. Sua mãe sempre tinha um irritante talento de fazer com que ele concordasse com tudo que ela queria. Como ela conseguia isso, ainda era um mistério para ele.

― Eu sei, minha mãe. Não se preocupem, amanhã estarei pronto para irmos ao castelo dos Sullivan para que eu possa conhecer a dama que irei desposar.

― Ótimo. – diz Annie.

― Agora se me derem licença, vou para meus aposentos.

Dizendo isto, Richard retira-se, deixando seus pais sozinhos. Antes de chegar à escadaria que leva a seus aposentos, ouviu seu pai dizer:

― Querida, como você consegue?

Richard subiu direto para seus aposentos, jogou-se na cama e começou a pensar que, amanhã a esta hora, estaria conhecendo sua futura esposa. Preferia mil vezes a guerra, ao ter que enfrentar isto.

*****

York, Inglaterra, noite do mesmo dia...

No castelo de Sir Peter, William olha para a cama, onde seu amigo acabara de falecer. Estava muito triste, pois, a única pessoa que podia chamar de amigo não estaria mais com ele. De agora em diante, ele estava sozinho, mais uma vez. Sozinho e, graças sir Peter, mais poderoso do que jamais sonhara na vida ser.

Tinha que enxugar suas lágrimas e seguir em frente. Sir Peter não iria gostar de vê-lo deste jeito. Como o próprio Sir Peter dissera, queria que ele continuasse com sua vida, e, finalmente começasse sua vingança.

Dez anos haviam se passado, mas, a hora finalmente havia chegado. O maldito Elliot iria pagar muito caro por pelo que lhe fez há dez anos. Primeiro, irá tirar dele tudo o que ele ama para que ele sofra bastante e depois, irá mata-lo da forma mais dolorosa possível.

Sir Peter, onde que estivesse, iria vê-lo triunfar, no fim das contas.

William cobriu o corpo de seu amigo com um lençol e saiu do quarto, desceu as escadarias do castelo e, encontrou-se com um dos empregados, Jake.

― Jake, sabe que a partir deste momento, sou o senhor deste castelo.

Jake apenas olhou para seu novo senhor antes de responder:

― Sim, meu senhor. A partir deste momento, irei servi-lo como servia antigamente sir Peter.

― Está disposto a fazer uma viagem em meu nome?

― Sim, meu senhor. Imagino que vá querer que eu viaje até Kent.

― Como sabe?

― Ora, meu senhor. Sir Peter me contou tudo a seu respeito. Quero que saiba que pode contar comigo para tudo que precisar.

William sorri antes de dizer:

― É bom saber disso, Jake.

― E então, meu senhor, o que quer que eu faça em Kent?

― Quero que descubra tudo o que puder sobre meu inimigo, Lorde Richard Elliot.

― Sim, meu senhor.

*****

Kent, Inglaterra, tarde do dia seguinte...

No castelo dos Elliot, Richard está pronto para ir com seus pais até o castelo dos Sullivan, para conhecer sua noiva. Para seus pais não terem do que reclamar, ele colocou uma de suas melhores vestes para a visita. Depois compraria vestes novas para o noivado oficial, mas, queria impressionar a dama. Só não queria que Cameron estivesse presente pois, tinha a nítida impressão de que o amigo ia arranjar um jeito de fazer algum comentário inoportuno, e, não queria decepcionar sua mãe e seu pai.

Richard desceu as escadas e encontrou seus pais prontos para partirem. Seu pai estava vestido com vestes pretas e formais, já sua mãe estava usando um lindo vestido azul turquesa, que deixava-a deslumbrante. Se tivesse sorte, talvez sua noiva fosse tão bonita quanto sua mãe. Se bem que era uma coisa que duvidava pois, em toda sua vida, nunca conhecera uma dama tão bonita e elegante como sua mãe.

― Estou pronto, meus pais.

Annie deu um sorriso caloroso para seu filho antes de dizer:

― Ótimo, a carruagem está nos esperando.

Os três saíram em silêncio do castelo e entraram na carruagem. Simon deu ordens ao cocheiro e os seguiram para o castelo dos Sullivan. A cada minuto que se passava, Richard estava mais curioso para conhecer sua noiva.