A Vingança escrita por MisuhoTita


Capítulo 2
Uma Notícia Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Olá para quem estiver lendo!
Espero que goste!



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Kent, Inglaterra, 1458

Dez anos haviam se passado desde que Richard Elliot evitara que William Lancelot matasse o rei Henry, e, desde então, ele nunca mais ouvira falar no traidor.

Agora, com seus trinta anos, Richard tornara-se muito mais maduro, no momento, junto com seu pai, administrava as terras da família, preparando-se assim para o momento em que seu pai lhe passaria o comando da família Elliot.

Ao contrário de muitos homens da cidade, Richard era um exemplo de responsabilidade, durante o dia, cumpria as ordens dadas por seu pai, e, à noite, reunia-se com os rapazes solteiros da cidade em uma taverna, onde, jogavam conversa fora e bebiam vinho. Richard sempre foi uma pessoa muito comunicativa, e, por conta disso, sempre teve muitos amigos, seu melhor amigo é o Lorde Cameron Sullivan, dois anos mais novo que Richard, Cameron é o filho mais velho de Lorde Antony Sullivan e Lady Mary Sullivan. A família Elliot e a família Sullivan são as mais poderosas de Kent.

Assim como em tantas noites, Richard e Cameron estão na taverna tomando vinho. Richard, como sempre, com seu tom despreocupado.

― Sabe Cameron, a muito não acontece nada de interessante por esta cidade. Soube que em Londres sempre acontecem coisas interessantes.

― Sim. Como você sabe, Richard, estive em Londres semana passada a pedido de meu pai. Conheci umas belas moças.

Richard caí na gargalhada perante o comentário do amigo.

― Bem, mulheres são bonitas para serem apreciadas, não é algo com que eu queira me envolver no momento.

― As moças daqui são todas loucas para te fisgarem, meu caro amigo.

― Então elas vão continuar loucas, casamento não é uma coisa que esteja em meus planos.

― Claro, Richard Elliot tem aversão a casamentos! Ouça o que digo, casamento pode ter lá suas vantagens.

Richard olha para Cameron com um olhar questionador:

― Se o casamento tem lá suas vantagens, meu caro amigo, então por que você não desposa uma das moças da cidade?

― Acredite, amigo, vou desposar. A vida conjugal sempre me agradou. Porém, acho que meus pais devem primeiro querer casar minha irmãzinha.

Richard sabia que os Sullivan tinham uma filha, porém, nunca chegou a conhecer a menina, nas vezes em que visitou a propriedade dos Sullivan, a criança nunca estava em casa, ou então, Lorde Sullivan não queria ver sua menininha no mesmo ambiente que um homem.

― Sorte a sua, Cameron, então você ainda aproveitará muito a vida de solteiro.

Cameron sorriu.

― Quem sabe.

― Mas chega deste papo horrendo sobre casamento. Que tal marcarmos uma boa cavalgada no domingo?

― Claro, claro. Como se eu pudesse convencer você do contrário!

Os dois amigos começam a rir. Cameron olha para o grande relógio na parede da taverna e diz:

― Está ficando tarde, Richard, é melhor nós irmos.

― Tem razão.

Os dois amigos terminam suas taças de vinho e se despedem.

 

 

*****

 

 

York, Inglaterra...

Em um castelo nas redondezas desta cidade, um homem idoso padece. Em seu leito de morte, um único homem está a seu lado, este homem possui olhos negros, pele acobreada e cabelos ruivos, em sua face esquerda, uma grande cicatriz, este homem é William Lancelot.

O homem idoso levante-se da cama e olha para William antes de dizer:

― William, eu morrerei em breve.

William segura a mão do senhor idoso antes de dizer:

― Não diga isso, Sir Peter, o que farei sem o senhor?

― Ora, William, eu deixarei tudo, para você. Minhas, terras, meus bens, meus homens.

― Sir Peter, sabe que o que quero realmente é...

― Ora, e como sei William. Nos cinco anos que passamos juntos na prisão, era só sobre o que você sabia falar. E, mesmo depois, quando ganhamos nossa liberdade, você nunca o esqueceu, não é mesmo?

― Não.

― Quando eu morrer, William, meu poder será seu poder. Com meu dinheiro, minhas terras e meus homens, será muito fácil para você destruir e vinga-se de seu inimigo.

― Não entendo, Sir Peter. Por que o senhor me deixaria tudo?

― Isso é simples, William, quando estávamos na prisão, durante aquela briga com um dos prisioneiros, você levou uma facada no rosto e conseguiu esta cicatriz em sua face, somente para me defender. E depois, quando ganhamos a liberdade, ao invés de seguir seu caminho, você veio comigo e, me ajudou a recuperar minhas terras e meu dinheiro. Você, mais do que ninguém merece tudo que é meu.

William olhou para seu amigo, nos cinco anos em que passara na prisão, Sir Peter fora seu único amigo, o único que não zombara de seu desejo de vingança, para ele, não fora nenhum sacrifício segui-lo quando ambos ganharam a liberdade.

Depois que saíram da cadeia, Peter o treinou na arte da espada, e o instigou a ter paciência, há esperar o tempo certo para vingar-se. E agora, o único homem que realmente o entendia, estava morrendo, não queria perder seu companheiro. Queria que Peter estivesse a seu lado quando finalmente tirasse tudo do maldito Elliot.

― Você não irá morrer, Sir Peter, eu continuarei cuidando de você.

― Não, William. Eu vou morrer, e, quando isso acontecer, comece sua vingança. Você precisa destruir seu inimigo.

― Descanse, meu amigo.

O velho Peter deitou-se e, rapidamente adormeceu.

William observou seu amigo por um breve instante, mesmo em seu leito de morte, estava do seu lado. Sim, o momento de começar sua vingança estava cada vez mais próximo.

 

 

*****

 

 

Kent, Inglaterra, tarde do dia seguinte...

Richard está tomando o chá das cinco com seus pais. Estava achando estranho pois, os dois estão agindo de maneira cuidadosa nos últimos dias, como se estivessem escondendo alguma coisa. Fosse o que fosse, Richard previa que não seria uma boa coisa, pelo menos para ele.

Simon Elliot olhou para seu filho antes de começar.

― Sabe, Richard, eu e sua mãe andamos conversando.

― Sobre? – É claro que Richard sabia que os dois andavam tramando, agora iria descobrir o que era.

Annie Elliot toma um pequeno gole de chá antes de dirigir-se ao filho:

― Richard, você já está com trinta anos, seu pai e eu achamos que você já pode tomar a frente das terras e dos negócios de nossa família.

Menos mal, pensara Richard, aliviado. Achara que seus pais iriam jogar uma bomba em cima dele, e, ao invés disso, estavam falando em passar para ele o comando da família.

― Acham mesmo isso?

― Claro que sim. – disse Simon de modo tranquilo. – Você já é um homem, Richard, já tem condições de cuidar do nome e reputação de nossa família.

― Sinto-me honrado pelo senhor pensar assim de mim, meu pai.

― É claro, meu filho, que, para que você possa assumir os negócios de nossa família, você precisa estar casado. – disse Annie.

Richard não poderia ter ficado mais surpreso.

― Não pode estar falando sério, minha mãe! Tenho apenas trinta anos.

― Exatamente, Richard, você já tem trinta anos. – disse Simon – É sua obrigação perpetuar a linhagem dos Elliot.

Visando por este lado, seu pai tinha razão. Não poderia deixar o nome de sua família acabar, e, casar não deveria ser tão ruim, seus pais sempre foram felizes, a seu ponto de vista.

― Meu pai, minha mãe, acho que vocês podem estar certos. Talvez já esteja mesmo no tempo de eu desposar uma donzela.

― Estamos felizes por você ter compreendido depressa, Richard. – disse Annie.

Poderia aceitar facilmente, até porque, até seus pais encontrarem uma donzela de boa reputação e negociar o noivado com a família da noiva, poderia ter mais um ano de vida de solteiro para aproveitar.

― Sim. Espero que encontrem uma donzela de boa família. Sabe, meu pai, não precisa ter pressa quanto a isso. Sou perfeitamente capaz de esperar o tempo necessário.

Simon e Annie se olharam antes de voltarem-se para seu filho. Simon diz num tom sério:

― Na verdade, Richard, você não precisará esperar muito.

Richard estava com a estranha sensação de que não iria gostar do que ouviria a seguir.

― E por que não vou precisar esperar muito, meu pai?

―  Sua mãe e eu já encontramos uma noiva para você. As negociações de seu casamento já estão em andamento.


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Notas finais do capítulo

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