William Lancelot tira sua espada da bainha e a aponta para seu inimigo, Richard Elliot, que também está com sua espada, pronto para o duelo. Atrás dele, quatro homens, provavelmente para dar cobertura ao miserável, depois diz que quer um duelo justo.

― Você se diz um homem honrado e anda com uma escolta feito um cão sarnento. Não, é, Elliot? – a voz de William Lancelot é puro ódio.

Simon Elliot e Cameron Sullivan passam pelos dois guerreiros e não até Evelyn, desamarrando as mãos dela.

― Você está bem, Lady Evelyn? – pergunta Simon Elliot.

― Agora estou. – responde a Lady, sentindo um alivio em seu coração, porém sem conseguir tirar seus olhos de seu amado Richard.

Richard olha para sua esposa. Queria muito abraça-la e dizer que ficará tudo bem, que ela não precisa mais ter medo. Mas antes, tem contas a acertar com William Lancelot. Ele diz:

― Lorde Sullivan, Cameron, levem minha esposa para minhas terras, eu me encontrarei com vocês mais tarde.

― Tudo bem, Richard, meu genro. – responde Antony Sullivan. – Vamos, minha filha.

― Mas, papai. – diz a lady – E quanto a Richard?

― Eu ficarei bem, Evelyn. – responde Richard – Agora vá com seu pai e seu irmão. Ficarei mais tranquilo quando você estiver segura em minhas terras.

Antony e Cameron tiram Evelyn dali, enquanto Richard e William continuam parados, um apontando sua espada para o outro. Os olhos de William são puro ódio enquanto os de Richard mostram o quanto aliviado está por encontrar sua esposa bem, sã e salva.

― Meu pai, Adam, peço que não interfiram neste duelo. – diz Richard – Esta luta é minha.

― Sua vontade será feita, meu filho. – diz Simon Elliot.

― Cale a boca e vamos lutar, Richard Elliot, seu maldito! – diz William, a voz carregada de ódio.

― Vamos. – diz Richard – Mas não aqui, nesta barraca. Vamos lutar lá fora, teremos mais espaço.

Os dois saem da barraca, prontos para darem início a este duelo, sendo observados por Simon Elliot e Adam.

William Lancelot parte para o ataque e, desfere em Richard um violento golpe, que é defendido com destreza pelo Elliot. Porém, a força que Lancelot colocou no golpe foi tanta que Richard foi jogado alguns metros para trás.

O Lancelot volta a investir contra o Elliot, tentando desferir vários golpes com sua espada. William está furioso e não enxerga nada além de Richard, seu nível de tensão é grande pois todos os seus golpes são bloqueados pelo Elliot.

William toma distância, e mais uma vez parte para a ofensiva, dando golpes sucessivos em Richard, que os defende ao mesmo tempo em que tenta ataca-lo.

Em um movimento muito rápido, Richard consegue desferir um golpe que acerta a testa de seu inimigo, fazendo com que o sangue de Lancelot manche de vermelho a lâmina de sua espada.

William sente a dor do golpe recebido, dá uns passos para trás, e usa sua mão livre para limpar o sangue que escorre de seu ferimento.

O rosto do Lancelot é de pura fúria, e, sem tempo para descansar, ele parte para mais um ataque, usando muito de sua força nesta nova investida, seu objetivo é atingir o coração de Elliot. Porém Richard é mais rápido e em questão de segundos desloca seu tronco para trás, desviando do golpe fatal, mas William continua seu ataque e, em outro golpe, consegue atingir o ombro esquerdo de Richard, causando um grave ferimento no Elliot.

Richard solta um uivo de dor, enquanto o sangue pinga continuamente de seu ombro, suas vestes sendo tingidas rapidamente de vermelho pelo seu líquido vital.

Aproveitando-se de sua vantagem, William Lancelot continua atacando Richard Elliot, com vários golpes sucessivos. Porém, o Lancelot encontra dificuldades em encontrar uma simples brecha na defesa de seu inimigo, mesmo ele estando com o ombro esquerdo machucado.

Os dois tomam distância, Richard colocando a mão em seu ferimento, sentindo a dor do mesmo.

Mais uma vez, o Lancelot parte para o ataque, Richard esquece a dor e parte para o contra-ataque, as duas espadas se chocam em movimentos perfeitos dos dois espadachins.

― Você jamais vencerá este duelo, Elliot, seu maldito. – diz William, sem deixar de ataca-lo.

― Não seja idiota, William Lancelot. – responde o Elliot, colocando mais força em sua espada – Você perderá não só este duelo, como também a sua liberdade.

― Não diga asneiras, Elliot!

― Não estou dizendo asneiras, Lancelot. Estou dizendo a verdade. Estou dizendo a verdade.

― Cale a boca, Elliot!

O Lancelot então coloca mais força em seu ataque, fazendo Richard recuar alguns passos, a dor de seu ferimento ainda o incomodando.

Sem tempo para sentir dor, Richard vê seu inimigo se aproximando novamente, e parte para o ataque, sem se importar com seu ferimento.

As espadas mais uma vez colidem, provocando estrondos tamanha a força e a brutalidade dos espadachins.

É uma luta equilibrada, pois nenhum dos espadachins dá alguma brecha para ataque. E, mesmo ferido, Richard ainda tem grande habilidade.

― Devo admitir que você melhorou sua técnica de luta desde a última vez que nos enfrentamos, Lancelot. – diz Richard em meio a um ataque.

Em meio à fúria, William Lancelot desfere um golpe violento contra o Elliot, atingindo com brutalidade o tórax de seu inimigo. Richard sente a dor e coloca a mão em seu ferimento, onde seu líquido vital começa a fluir sem parar, manchando rapidamente de vermelho vivo o tecido branco de sua camisa.

A dor é quase insuportável para Richard e de um impacto extremo, dificultando sua respiração. O sangue pingando cada vez mais e em grande quantidade. Mesmo assim, o Elliot revida o golpe, e, com um movimento furioso, consegue atingir com sua espada o braço direito de seu inimigo, cortando os tendões dos músculos bíceps e tríceps braquiais.

Com a dor do golpe recebido, William quase deixa cair sua espada, porém ele a segura com a mão esquerda, aquele golpe lhe incapacitara de usar a espada com o braço direito. Aproveitando sua vantagem, Richard dá mais um golpe, desta vez, acertando os tendões do braço esquerdo de William, fazendo com que o Lancelot deixe a espada cair no chão.

― Desista, William. – diz o Elliot – Eu destruí os tendões de seus músculos bíceps e tríceps braquiais, você não conseguirá segurar uma espada novamente.

― Cale a boca, Elliot, seu maldito! – diz William, furioso – Eu me recuso a perder para você!

― Você já perdeu! A guarda real aparecerá aqui em breve para prendê-lo!

― Não mesmo, Elliot! Recuso-me a perder para você! Prefiro a morte! – e, dizendo isto, o Lancelot faz um esforço tremendo e pega a espada com as duas mãos, e, dá um golpe em seu próprio coração, acabando com sua própria vida.

Richard olha espantado, enquanto seu pai e Adam aproximam-se dele. O Elliot deixa a espada cair no chão e coloca uma das mãos no ferimento em seu tórax, que não para de sangrar um instante de quer.

― Richard, meu filho. – diz Simon Elliot – Você precisa de cuidados médicos.

― Eu sei, meu pai. – responde Richard – Mas, eu também preciso voltar a nossas terras para ver Evelyn e me assegurar de que ela realmente está bem.

― Sim, meu filho. – diz Simon – Adam, vá na frente até o posto médico e peça ao médico que vá até as nossas terras pois Richard precisa de cuidados médicos urgentes.

― Como quiser, meu lorde. – diz Adam pegando seu cavalo e saindo em disparada.

Simon ajuda seu filho a levantar-se, pois Richard sente dificuldades por conta de seus ferimentos, para voltarem ao castelo Elliot. Richard, tirando um verdadeiro peso de suas costas. Sem William Lancelot e sua vingança, poderá recomeçar sua vida ao lado da mulher que escolheu. Ele olha o nascer do sol que traz um novo dia e também um novo começo para sua nova vida.