Cheguei super atrasada para a aula de matemática e meu inspetor falou que eu não poderia mais entrar no primeiro tempo. Retruquei com ele mas acabei aceitando. Não tinha mais nada o que fazer. Sentada na coordenação, esperando o tempo passar comecei a perceber algumas coisas que nunca tinha parado para reparar. Reparei que o chão da coordenação era um verde musgo que não combinava nada com a parece azul no final da sala. Não havia nenhum professor lá, muito menos coordenador. Comecei a desconfiar. Nunca havia ninguém na coordenação, mas nesse dia tudo estava muito quieto.

  Do nada aconteceu. Todos os professores se agrupavam na sala pequena da coordenação. Eu não entendia o porque, mas sabia que logo descobriria. Meu professor de historia me perguntou o porque de eu estar ali há àquela hora e eu não o respondi. Fiquei impressionada com a roda de professores e curiosos que havia se formado perto da mesa da diretora. Foi quando o vi. Pensei que era alucinação ou alguma coisa parecida, mas não era. Eu realmente tinha o visto. Ele estava ali na minha frente fazendo a inscrição para entrar no meu colégio. Ele me olhou e sorriu. Depois tentando sair da multidão que o cercava, e eu ainda não sabia o porque, ele sentou ao meu lado e falou: ‘Você estuda aqui? É, mas eu já sei a resposta.’. Eu sorri para ele e perguntei o porque dele estar ali. Ele não respondeu muita coisa. Só me disse que precisa estar comigo a qualquer custo, e não poderia mais me perder de vista. Nunca. E o que uma garota faz numa situação dessas? Não sei. Eu sei que eu sorri.