Eu cheguei em casa e fui direto para o computador com o gravador em mãos.

Abri uma página em branco no Word e coloquei "play" na fita de áudio. Eu sabia direitinho quem tinha dito o que, até porque não fazia nem 30 minutos que eu sai de lá.

-Ele é TÃO idiota! Nem deve ter gostado de mim de verdade! Espero que a Mandy não me peça a gravação, se não eu estou ferrada! Vou para a rua na certa! -eu conversava comigo mesma enquanto ele dizia que tinha gostado de mim pelo gravador.

Tirei o papel que ele tinha me dado do bolso da calça e li o que estava escrito:

"Me liga!" -e o número do celular dele.

-Vai sonhando! Eu NUNCA vou ligar para um idiota como esse! Ele vai morrer esperando a minha ligação! -coloquei o papel em cima da mesa.

Comecei a digitar a entrevista, claro que eu tirei as partes que o Tom falava aquelas idiotices e a parte do nome deles, que eu custei a decorar.

Demorei duas horas até acabar de digitar e imprimir a entrevista para a chata, digo para a minha chefe Mandy.

Olhei no relógio e ainda eram 7 da noite. Senti meu celular vibrando no meu bolso.

"Você quer sair?" -sorri ao ler a mensagem do Edu.

"Quero!" -digitei como resposta.

Não demoro muito e ele me mandou outra:

"Troque de roupa que nós vamos à uma boate! Pode ser?" -ele me perguntou.

"Pode!" -eu respondi.

"Te pego as 9!" -ele me mandou como resposta.

Tomei banho e vesti o melhor vestido do meu armário com uma sandália preta de camursa.

Ele não demorou muito para chegar e me buscar. Entrei no carro e o beijei.

-Já decidiu aonde vamos? -eu perguntei.

-Já! -ele deu partida no carro e saímos.

-Pra onde?

-Uma boate nova que inaugurou na cidade! -ele me olhou. -Algum problema com isso?

-Não, não! Tudo certo! Pode ser essa boate mesmo! -sorri para ele.

20 minutos depois estávamos chegando na boate. Descemos do carro e entramos de mãos dadas.

O lugar estava cheio e a música estava bem alta. A ponto de termos que conversar no ouvido um do outro para sermos escutados.

O Edu me puxou pela cintura e nos beijamos.

-Amo você! -ele disse no meu ouvido.

-Também amo você! -respondi.

Eu estava com os braços nos ombros dele e ele me segurava pela cintura.

-Vou buscar as bebidas, OK? -ele me disse.

-OK, vai lá! -me soltei dele e me ele se afastou.

Senti alguém respirando pesadamente atrás de mim. Não era possível o Edu já ter voltado! Me virei sorrindo para a pessoa atrá de mim, quando eu vi quem era, meu sorriso sumiu.

-O que você está fazendo aqui, Tom? -eu perguntei séria para ele.

-Eu também não posso me divertir? -ele me respondeu bebendo o que ele segurava.

-Pode, mas fica longe de mim! -eu me virei e dei as costas para ele.

Ele me puxou e colou seu peito nas minhas costas, me dizendo:

-Isso vai ser meio difícil! -ele fez "ah" bafando no meu ouvido.

Puxei meu braço de volta e ele me soltou, continuando atrás de mim....