POV Jane

Aquela inútil é burra sim, mas não porque é loira, já que também sou, mas tudo bem.

“Tanya, eu disse pra você beijar o Edward!” Falei irritada.

Realmente, se você quer uma coisa bem feita, faça você mesmo. Não da mais para confiar nos outros.

“Mas Jane, aquela vaca da Rosalie jogou energético no meu cabelo!” Odeio essas patricinhas nojentas. “Eu tive que ir lavar, não ia dar para beijar Edward Cullen com o cabelo azul, hello!”

Tive que me controlar muito para não lhe dar um soco nesse instante.

Mas eu teria minha vingança, e ela seria doce como mel.

“Mas tudo bem Tanya, como você se esforçou eu vou te dar o que prometi.” Era mentira é claro, mas fazia parte do meu plano. Ela ficou com os olhos brilhando.

“Serio Jane?” Ela perguntou maravilhada.

“Sim Tanya, me encontre aqui mesmo, em duas horas.” Falei e então sai do vestiário das lideres de torcida.

Aquele lugar me dava nojo.

Fui até a farmácia em frente à escola, a aula tinha sido tão sem graça hoje, amanhã seria bem melhor.

Entrei na farmácia e a vendedora veio para cima de mim com aquele sorriso falso que todas as atendentes costumam ter.

“Posso ajudar?” Ela perguntou, sua voz era fina e fazia a minha cabeça doer.

“Um pote de azul de metileno, por favor. Ah, e violeta genciana também.” Pedi com carinha de anjo.

Ela foi até uma prateleira atrás do balcão e pegou um pequeno potinho azul. Fui até outra prateleira e peguei um pote de creme para hidratação.

“São seis dólares.” A moça do caixa falou com uma voz de sono.

Paguei e fui para a minha casa.

Despejei o azul de metileno inteiro no pote de creme, e logo depois a violeta genciana. Misturei com uma colher velha e fechei o pote.

Tirei o rotulo do creme e coloquei um outro que eu mesma havia feito no computador e impresso agora mesmo.

Tanya nunca iria desconfiar.

Fui até o vestiário das lideres de torcida na hora combinada, com o creme nas mãos.

Um convite do meu aniversário estava caindo do meu bolso, tirei do bolso e coloquei na minha Chanel.

Meu aniversário seria no sábado, eu iria dar uma grande festa, mas de jeito nenhum eu convidaria Tanya.

Só convidei aquela chata da Bella porque minha mãe me obrigou só porque ela namora o Edward.

Tanya apareceu saltitante um pouco depois, tive que me segurar muito para não rir.

“Esta aqui.” Entreguei o pote de creme para ela. “Seu cabelo vai ficar super macio e brilhoso, como diz no rotulo, é italiano, só vende lá.”

“Mas então como você conseguiu?” Ela perguntou curiosa, admirando o pote em suas mãos.

Eu sorri. Já tinha tudo planejado.

“Fui para a Itália nessas férias, comprei vários desse.” Ela sorriu. “Não se esqueça de seguir as instruções do rotulo, tem que ficar quarenta minutos no cabelo. Ele mancha um pouquinho a mão, mas isso sai na hora de enxaguar.”

“Ok.” Ela falou. “Obrigada Jane.”

E então eu novamente sai daquele vestiário, eu mal posso esperar para vir a escola amanhã.

Nem me importava se tinha faltado o ballet hoje.

POV Bella

“Tem certeza que quer ir hoje Bells?” Charlie perguntava pela centésima vez.

Eu já tinha faltado à aula ontem para dar uma força para meu pai. Mas eu realmente queria ir hoje.

“Esta tudo bem pai, eu vou.” Ele sorriu e me abraçou. “Te vejo a noite depois do ballet.”

Ele acenou e entrei no carro de Edward que já estava ali me esperando.

Quando cheguei na escola, percebi uma certa confusão no corredor, eu e Edward me aproximamos para ver melhor.

Tanya estava lá, ela usava uma boina e seu cabelo estava todo por dentro da boina.

Jane também estava lá com a inspetora nariguda. Que novidade, Jane em confusões.

“Que eu saiba Tanya, é proibido usar boinas, bonés e chapéus em geral na escola.” Jane falou com o nariz empinado.

“Cuide do seu próprio nariz Jane!” Tanya falou irritada.

“Na verdade, senhorita Denali, a senhorita Cullen esta certa.” A nariguda falou com sua voz de homem, desculpe, mas é verdade. “Tire essa boina agora.”

Enquanto Tanya tirava a boina, a inspetora começou a fazer uma advertência para ela.

Mas quando a loira tirou a boina, tivemos uma surpresa. Seu cabelo estava azul!

Todos começaram a rir, inclusive eu e Edward.

“Hey Tanya! Acho que você gostou do que eu fiz com você semana passada né?” Rosalie falou, tendo que segurar sua barriga de tanto rir.

Me aproximei, deixando Edward lá atrás.

“Nossa Tanya, até que esse azul te deixou com um estilo bem melhor!” Eu falei.

Todos riram muito.

“Senhorita Swan, senhorita Hale e senhorita Denali, as três para a minha sala, já!” A nariguda falou e saiu com o nariz empinado, até parecia a Jane.

Fomos para a sala da inspetora Clarisse de má vontade, Edward me olhou com uma cara de desaprovação. Desculpe mas eu não consigo segurar minha língua.

Quando chegamos a sala da inspetora eu quase falei alguma coisa maldosa.

Mas fala serio aquilo era brega.

As paredes tinham um papel de parede em tons claros, parecia a parede de um quarto de bebe. Era a coisa mais ridícula que eu já vi em toda a minha vida.

Sem falar que os livros que tinham na estante eram todos de auto-ajuda.

Se eu conheço alguém que precisa de ajuda, esse alguém é a inspetora/nariguda/Clarisse.

Clarisse se sentou em sua cadeira e nós nos sentamos nas três únicas cadeiras de frente para a sua mesa.

Seus cabelos meio castanhos e meio cinzas amarrados em um coque e um óculos preto caído perto do nariz a deixavam com um aspecto velho, não que ela já não fosse.

“Então senhoritas, é muito feio ficar aprontando!” Ela falou com sua voz masculina, segurei uma risada.

Juro que a voz dessa mulher parece gás do riso.

“Eu não fiz nada!” Disse Tanya.

“Então porque seu cabelo esta azul?” Vixe a inspetora se pagando de fofoqueira.

“Foi a Jane Cullen, ela fez isso comigo!” Ela apontava para a própria cabeça que nem uma retardada. “É tudo culpa dela. Ela me deu um negocio falando que era creme de hidratação italiano.”

Eu ri.

“Como você acreditou no que aquela cobra disse?” Perguntei.

A inspetora me lançou um olhar irritado.

“Senhorita Swan, não é a sua vez de falar.” Ela disse.

Cruzei os braços e bufei.

“Bem, senhorita Denali, não podemos fazer nada quanto isso, em assuntos pessoais nós não podemos nos meter.” Ela falou.

Ainda bem né? Imagina se ela aparece de manhã lá em casa me mandando escovar os dentes. Cruz credo.

 Clarisse pegou um bloquinho de papel.

Ela andava com aquele bloquinho para cima e para baixo. Ele já era meu amigo intimo. O bloquinho de advertências.

“E vocês.” Ela apontou para mim e Rose. “Vão receber uma advertência por fazer comentários maldosos com a colega de vocês.” Ela anotou alguma coisa em dois dos pedaços de papel azul.

 “E Swan... Mas o que é isso!” Ela disse lendo a minha ficha enquanto ia anotar a minha advertência. “Isso é pior do que a ficha criminal do maior dos bandidos. Pai do céu, menina quantas advertências, quantas suspensões. Que horror!”

Eu sorri pra Rosalie, ela sabia das milhares confusões escolares em que eu me metia.

“Mais uma e você leva outra suspensão!” Ela falou e entregou nossos papeis. “Quero isso assinado amanhã. Podem ir.”

Nós três saímos daquela sala/quarto de bebe. Paramos na porta e encaramos umas as outras.

“Eu mato aquela Jane vaca.” Tanya falou, pude ver quantidade de raiva absurda em seu olhar.

Nesse mesmo momento tive uma idéia.

“Tanya, Jane tentou ferrar com nossas vidas.” Ela assentiu, Rosalie apenas nos observou. “O que você acha de ferrarmos com a dela também? Se chama dar o troco sabe.”

Tive que explicar né, ela é loira, sei lá. Nada contra loiras, apenas contra a Tanya mesmo.

Mas nada melhor do que se juntar a um inimigo pequeno para destruir um grande.

Cara, isso foi profundo, pelo menos vindo de minha parte.

Tanya sorriu.

“Adorei a idéia, quando começamos?” Ela perguntou, novamente escondendo o cabelo com a boina.

“Já!” Eu falei.

Sabe quando você coloca suas mãos a frente do corpo esticada, tipo os três mosqueteiros? Então, eu fiz isso.

E Tanya colocou a mão, e para minha surpresa, Rose também.

“Ela nunca me fez nada, mas eu adoro ferrar com a vida dos chatos.” Nós rimos.

Missão numero um, tirar aquele azul do cabelo da Tanya, eu até que curto um cabelo colorido, pensei até em pegar o creme da Tanya emprestado, mas ela estava histérica e implorando para eu tirar aquilo.