My Destiny Is You escrita por Nyh_Cah


Capítulo 99
Capitulo 99




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Acordei na manhã seguinte, sem a Esme ao meu lado. Ela já se encontrava acordada e estava sentada na poltrona a prestar atenção à televisão que estava num som baixo. Sorri perante isso. Ela tinha ficado a noite toda comigo.

– Bom dia. – Disse ao fim de um bocado, percebendo que ela estava demasiado concentrada na televisão para perceber que eu já estava acordada.

– Bom dia, querida! Como estás? – Perguntou preocupada.

– Estou melhor. Obrigada, Esme. – Agradeci sinceramente.

– Não tens que me agradecer, querida. Sabes que eu vou estar sempre aqui para ti. Mas sabes que agora precisamos de conversar sobre isso.

– Eu sei. – Respondi cabisbaixa. A Esme dizia que falar sobre as coisas fazia com que compreendêssemos melhor o que se estava a passar e assim poderias ultrapassar estas más fases. Durante muito tempo, esta foi a minha rotina. Ir a correr para o colo da Esme, chorar tudo o que tinha para chorar e depois falar sobre o assunto. Resultava quando era pequena, até o momento em que os meus pais faziam algo pior do que anteriormente tinham feito e eu voltava outra vez a correr para o colo da Esme. Ela nunca me negou a ajuda e sempre foi o meu porto segura e acho que muitas vezes não valorizava isso como devia valorizar, uma vez que ela esteve sempre aqui para mim e sendo duro admitir, conhecia-me melhor que a minha própria mãe. – Eu não tinha consciência que ainda ansiava a aceitação do meu pai como quando era pequena, Esme. De certa forma, nem sei porque fiz isto tudo por ele, se pela Cynthia se pela esperança de ele perceber que mesmo tendo-me magoado muito, eu ainda estava ali para o ajudar e assim, ele poderia aceitar-me. Nem sei porque anseio tanto pela sua aceitação. Ele nunca gostou realmente de mim, nem se esforçou para esconder esse facto. Além da minha mãe dizer que ele no fundo quer ver-me feliz e que gosta de mim, eu acredito cada vez menos nisso. Ele nunca foi um pai para mim, não sei porque é que ao fim destes anos todos ainda espero que ele comece a ser.

– Alice, no fundo, todos queremos ter um pai que se preocupe connosco. Não é errado desejares tanto que o teu pai comece a ser um verdadeiro pai para ti. Mas tens de perceber a pessoa que ele é, Alice. Não estou a dizer que ele algum dia não se arrependa como a tua mãe e a tua irmã se arrependeram, mas conhecendo-o como o conheço acho difícil e eu não te quero ver a sofrer por causa disso. Independentemente dele não te ter amado e educado como um pai deve educar um filho, tu cresceste e tornaste-te uma mulher forte e independente, que não tem medo de seguir os seus sonhos mesmo depois de tudo o que passou. A verdade é que ele entrando na tua vida agora, não vai mudar em nada aquilo que tu és. E ele é que perde em não conhecer a filha maravilhosa que tem, Alice. Ele é o único que perde. – Disse a Esme. – Se ele se arrepender e vier ter contigo e desculpar-se, melhor. Mas enquanto ele não fizer isso, não te quero ver a sofrer com a esperança disso acontecer. Ele já te magoou muito, não quero que ele o volte a fazer. – Confessou a Esme. Eu percebia o ponto da Esme e de certa forma concordava com ela. Era normal, eu querer o meu pai na minha vida, mas se ele não queria, não tinha que sofrer à conta disso, tinha que continuar a viver a minha vida, como tenho feito. Tenho pessoas óptimas na minha vida, neste momento e apenas tenho que aproveitar a presença delas na minha vida, porque são essas pessoas que não posso perder. Se ele algum dia se arrepender e vier ter comigo, eu depois lido com a situação mas até esse momento, tenho que ser feliz ao lado das pessoas que me amam e me querem ver felizes.

– Tens razão, Esme. Não devo sofrer mais por causa disso. Mereço ser feliz, tenho que fazer por isso.

– Gosto de ouvir-te falar assim. Não desanimes, querida, tudo vai ficar melhor. – Disse ela sorrindo carinhosamente.

– Espero que sim. – Respondi. – Agora só quero sair deste hospital e começar a preparar a minha loja.

– Sempre vais abrir uma loja de roupa para crianças? – Perguntou a Esme entusiasmada.

– Sim, eu e o Jasper encontrámos um espaço ao lado da loja da Rose que por agora é perfeito para o que eu quero fazer. Ao princípio vai ser um negócio pequeno mas com o tempo vai melhor. – Comentei sorrindo. – Não vejo a hora de ter a minha própria loja.

– Estou tão orgulhosa de ti, querida! Mas tão orgulhosa! – Comentou ela com os olhos um pouco marejados.

– Ei! Não vale chorar, Esme! – Comentei num tom de brincadeira, abraçando-a ao mesmo tempo.

– Está bem, eu não choro! – Disse ela rindo-se.

Ficámos mais um bocado juntos mas depois a Esme teve que ir, visto que ontem à noite saiu disparada de casa sem explicar nada ao Carlisle e o Jasper devia estar quase a vir o que significava que devia e pôr as crianças em casa dela. Ela despediu-se de mim com um beijo na testa e um sorriso no rosto e foi-se embora. Como estava à espera não demorou muito para que o Jasper aparecesse.

– Bom dia! – Disse ele sorrindo, brilhantemente.

– Bom dia! – Respondi, beijando-o de seguida. – Que saudades! – Comentei.

– Vimo-nos ontem, Alice! – Disse ele rindo.

– Eu sei, mas não posso ter saudades do meu marido? – Perguntei.

– Claro que podes, mais do que isso, deves ter saudades do teu marido porque o teu marido morre de saudades de ti. – Comentou ele beijando-me carinhosamente de seguida. – Passou-se alguma coisa? – Perguntou. – Quando cheguei a casa da minha mãe ela não estava lá e o meu pai disse que ela tinha saído ontem à noite para vir ter contigo, mas que não sabia de mais nada. – Explicou ele quando viu a minha cara de confusão.

– Nada demais, já está tudo resolvido. – Respondi-lhe.

– Tens a certeza? – Perguntou preocupado, acariciando-me a bochecha.

– Certeza. Foi apenas coisas idiotas que eu estava a pensar sobre o meu pai, mas já está tudo resolvido.

– Está bem! Sabes que estou aqui para ti, se precisares! – Disse ele beijando-me a testa.

– Sei que sim, Jazz. – Respondi, sincera. – Amo-te, muito mesmo!

– Também te amo, linda! – Disse ele beijando-me ternamente de seguida. – A tua irmã já veio cá hoje? – Perguntou.

– Não. – Respondi. – Ela esteve cá ontem ao fim da tarde, mas não esteve muito tempo. Ela descobriu que ia ter uma menina. – Comentei. – Da Bella é que ainda não se sabe nada pois não? – Perguntei.

– Não, ainda não. Provavelmente, só vão descobrir quando nascer. – Disse rindo-se ao mesmo tempo. – O que deixa o Edward com os cabelos em pé. A Bella está bastante calma.

– O Edward é que é sempre um stressado. Mas também já não falta muito para ela ter o bebé por isso, já não tem que esperar assim tanto.

– Sim, também é verdade! Mas sabes como ele é! – Disse o Jasper.

– Jasper, quando é que poderei ir para casa? Já não tenho febre a alguns dias e nem tenho tantas dores. Podia ir recuperar o resto para casa.

– Não sei, Lice. Temos de perguntar ao médico quando ele vier cá.

– Está bem. – Respondi, suspirando.

Passei o resto da manhã, aconchegada ao Jasper a vermos um filme que estava a passar na televisão. O médico ainda não tinha passado o que me estava a pôr impaciente. Queria saber se poderia ir para casa ou não. Só queria estar na minha casa, ao pé dos meus filhos e do meu marido. E assim também poderia começar com o projecto da minha loja. Não vejo a hora de começar.

Por volta da hora do almoço, trouxeram-me o meu almoço e o Jasper foi até à cafetaria para poder comer alguma coisa. Depois de almoçar, o Jasper voltou para o pé de mim, até que a hora de visitas começou. Tive uma surpresa a ver a Rose e o Emmett tão cedo. Sorri alegremente para eles assim que os vi.

– Como estás, Alice? – Perguntou a Rose preocupada.

– Estou melhor! Não vejo a hora de poder ir para casa, já não aguento este hospital. – Respondi, fazendo todos rirem-se.

– Deve estar quase, não te preocupes.

– Mas não deviam estar a trabalhar? – Perguntei.

– Deviamos, mas decidimos sair mais cedo para estarmos um pouco contigo. As nossas visitas têm sido muito rápidas, mal dá para saber como estás. – Disse a Rose. Tal como a Esme, a Rose também se tem apresentado preocupada, não só com o meu estado de saúde. Elas sabiam perfeitamente o que me atingia, mais do que eu. O Jasper e o Emmett perceberam que a Rose queria falar mais à vontade comigo e por isso saíram, dando a desculpa que iam beber café. Assim que eles saíram, a Rose olhou-me com preocupação.

– O que se passou? Eu sei que se passou algo, mas a minha mãe não me quis contar. – Disse ela. – Eu estava com a sensação que te irias abaixo depois da cirurgia por causa daquele homem, tenho quase a certeza que foi isso que aconteceu. A minha mãe disse-me que não contaria nada, tu é que tinhas que contar se quisesse.

– O que se costuma passar quando decido fazer algo estúpido para chamar a atenção do meu pai. – Respondi simplesmente.

– O que fizeste não foi estúpido, Alice! Nunca mais digas isso! Tu salvaste a vida de uma pessoa! Não interessa quem seja, mas tu salvaste alguém e é isso que tens que te lembrar! – Disse a Rose.

– Mas fiz pelas razões erradas, Rose! Faço sempre isto, não sei como ainda não aprendi! Ele não me ama, não me considera uma filha, não sei porque continuo a tentar. – Desabafei. – Mas eu já percebi que não vale a pena, nunca vai valer. Só tenho que seguir em frente. Como a Esme disse, nunca precisei dele, não vai ser agora que vou precisar.

– Fazes bem, Alice! Só não sofras mais por isso. Não vale a pena. – Disse a Rose. Sorri para ela e ela acabou por sorrir para mim.

– Mas agora mudando de assunto, como vão os meus sobrinhos? Há tanto tempo que nãos os vejo! – Comentei.

– Estão óptimos. O Peter está cada vez mais traquina e leva o Ray e a Amy para o mau caminho. O Ray, Alice! Aquela criança era tão calminha antes e com a Amy e o Peter não pára quieto. – Comentou a Rose fazendo-me cair na gargalhada.

– Reclamas, mas ama-los mais do que tudo! – Disse.

– Sim, é verdade! Eles são a minha vida, Alice! – Disse ela intensamente. Sabia o que os meus sobrinhos significavam na vida da Rose. Mesmo a Amy e o Peter não sendo filhos biológicos da Rose, ela amava-os como tal. Não me admirava nada que daqui a uns anos ela adoptasse mais algum. A Rose adorava crianças e desde nova que sonhava em ser mãe. Era triste que o sonho dela tenha sido parcialmente destruído com uma simples queda, mas ficava feliz por ela ter um coração tão grande para conseguir amar duas crianças que não eram dela biologicamente. Era um dos únicos ponto que eu via o quão ela era tão parecida com a Esme. Eram as duas bondosas e com um coração enorme para amarem todos.

Ficámos as duas a tagarelar mais um bocado, até os nossos maridos voltarem e juntarem-se a nós. Passado um pouco, o Edward e a Bella também acabaram por chegar e ficámos os seis no quarto entre conversas e brincadeiras. Há tanto tempo que não estávamos assim! É interessante como a vida muda. Quando éramos mais novos passávamos o tempo todo colados uns aos outros e na casa uns dos outros. Todas as memórias, todos os bons e maus momentos, são sempre com eles ao meu lado. Mas ao crescer cada um seguiu o seu rumo, mesmo que esses rumos estejam interligados em vários pontos, uma vez que uma amizade como a nossa nunca acabaria do nada, era mais do que óbvio que os nossos rumos nunca se iriam desencontrar. Deixámos de ser crianças, crescemos, amadurecemos, à força ou com o fator tempo, mas todos crescemos e agora, não temos a necessidade de estar todos juntos para saber que estamos lá uns para os outros. Acho que temos essa necessidade quando somos adolescentes, acho que precisamos de confirmar sistematicamente que temos alguém connosco. Mas agora não, e acho que isso é a beleza de ser adulto. Temos as pessoas mais importantes connosco e sabemos que neste estágio da nossa vida, é raro as pessoas irem embora. Estamos tão interligados que sabemos que a nossa vida não faz sentido sem a presença dessas pessoas. E é isso que me deixa feliz, estar com eles e saber que aquela gente é a minha família.

Eles acabaram por ir embora ao final da tarde, uma vez que a Esme se encontrava com todos os netos em casa e já devia estar a enlouquecer. Fiquei com o Jasper e não demorou muito para que a minha mãe e a minha irmã me viessem visitar. Já estava a estranhar elas ainda não terem vindo, elas vinham todos os dias. Bem sei que elas me fizeram muito mal quando era criança mas agora era diferente. Elas são a prova viva que as pessoas podem mudar com o tempo, mudar para melhor. Por mais que elas me tenham feito tanto mal quando eu era pequena, agora não conseguir ver o meu futuro sem elas ao meu lado. É engraçado como fiz um ato destes como forma de ser percebida pelo meu pai, querer ser aceite por ele, mas enquanto eu não via a minha vida sem a minha mãe e a minha irmã, que se redimiram e eu as perdoei com todo o meu coração, eu conseguir ver uma vida feliz sem o meu pai a participar nela, talvez porque ele nunca tenha participado ou porque ele não é assim tão importante como eu penso. Talvez tenha feito este ato por ser algo que fiz a minha vida toda, algo que sempre me acompanhou, talvez pela ínfima esperança de o ter na minha vida finalmente, ou talvez pela minha irmã. Não sei e talvez nunca vá saber, mas sei que salvei um homem e esta situação fez-me perceber que tenho a minha família ao meu lado e que não tenho que sofrer para ter as pessoas na minha vida, ou melhor dizendo, para que as outras pessoas me aceitem na vida delas. Neste momento, sei quem é importante para mim e sei para quem eu sou importante. E isso basta-me e deixa-me feliz.

Na manhã seguinte, o meu médico veio ao meu quarto de manhã, muito cedo e deu-me alta. Passou-me todas as recomendações e que ainda tinha que estar em repouso uns tempos em casa mas que como a infecção já tinha passado, não valia a pena continuar no hospital. Mal o médico saiu do quarto, liguei imediatamente para o Jasper para lhe contar a novidade. Assim que ele soube, disse que ia ligar à Esme para ficar com os nossos filhos e vinha-me buscar. Estava tão contente por ir para casa. Levantei-me da cama, fui tomar um banho com cuidado e depois vesti um vestido levezinho, ainda tinha pontos por isso tinha que ter cuidado com a sutura, e fiquei à espera do Jasper. Mal ele chegou, fomos falar com o médico mais uma vez e depois fomos para casa. Não via a hora de chegar lá e ficar rodeada pelos meus pequenos, era tudo o que eu mais queria neste momento. Quando cheguei a casa, entrei e fui imediatamente abraçada pelas minhas princesinhas e pelo meu homenzinho. Fiquei o resto do dia com eles e isso bastava para me fazer a mulher mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Sorry, eu sei que estou muitissimo atrasada, mas a universidade ocupa tanto tempo meu que não tenho tanto tempo assim para escrever. Vou postando quando consigo, espero que compreendam e que não deixem de comentar por isso. Este é o penúltimo capitulo, vou tentar postar o último o mais rápido que conseguir, não prometo nada porque não sei se vou conseguir cumprir! Espero que compreendam!
Beijinhos
S2



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