My Destiny Is You escrita por Nyh_Cah


Capítulo 88
Capítulo 88




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Senti os olhos da Esme em cima de mim. Dei conta que ainda estava parada no hall de entrada a olhar para o local onde vi a minha mãe a abração a Cynthia. Não consegui reagir de imediato, foi um choque ver a Cynthia aqui. Não estava à espera. Era para ser o meu almoço de formatura com a minha mãe aqui. A Esme ainda olhava preocupada para mim e já estava mais próxima.
- Alice? – Chamou relutante pegando a minha mão. Sabia que tinha que reagir. Não me podia ir abaixo. Era para ser um dia especial, um dia só com felicidades, não me podia ir abaixo com isto, por mais que me machucasse. Queria que a minha mãe estivesse cá, mas se ela quis ir com a Cynthia, tinha que aceitar, por mais que magoasse.
- Está tudo bem, Esme. – Respondi, dando um sorriso incerto. Ela olhou desconfiada para mim, sabia que iria ser difícil convencer a Esme disso. Ela conhecia-me demasiado bem. – Está mesmo tudo bem, só fiquei surpresa com isto tudo. Vamos continuar o almoço, as crianças já devem estar com fome. – Disse. A preocupação não desapareceu, mas ela aceitou aquilo que eu disse e não perguntou nada. Fomos as duas até à cozinha mas demos conta que já estava tudo na mesa. A Rose e a Bella já deviam ter levado tudo. Fomos chamar as crianças para lavar as mãos e depois irmos almoçar.
- A Evolet? – Perguntou a Rose, reparando que ela já não estava cá. Não tínhamos dito a ninguém o que tinha acontecido.
- Teve que ir embora. – Respondi simplesmente fazendo com que todos entrassem em silêncio. Acho que estavam à espera de mais explicação, mas eu não estava pronta para dar. Não antes de controlar o choro. – Falta a pinça para a salada. – Disse como desculpa para ir até à cozinha, para ficar um pouco sozinha. Encostei-me ao balcão de granito e controlei-me. Não iria estragar o almoço. Tinha o resto da minha família comigo, por isso, não iria estragar tudo.
- Alice, não precisas de trazer outra pinça. Descobrimos a da salada, o Thony, o Peter e o Will esconderam-na. – Comentou a Rose entrando na cozinha. Levantei os olhos para ela e sorri para o que ela disse. Aqueles três estavam sempre a tramar alguma. – Estás bem? – Perguntou ela, olhando para mim com a mesma preocupação que a Esme me olhou. Calculei que a Esme lhes tinha contado tudo.
- Estou. – Respondi, tentando parecer convincente. Ela continuou a olhar para mim. – Estou mesmo, Rose. Ou pelo menos vou ficar. Temos um almoço pela frente, vamos? – Perguntei-lhe sorrindo um pouco. Ela também sorriu.
- Vamos.
Fomos as duas para a sala e sentámo-nos nos nossos lugares à mesa. Eles já estavam a conversar sobre outro assunto qualquer e vi a Esme a repreender os três por teres escondido a pinça da salada debaixo do sofá. Eles eram uns traquinas. Continuámos o almoço num momento animado. Quando chegou as sobremesas, tivemos que arranjar bastante espaço na mesa, porque havia muitas. O Emmet encheu o prato com um bocadinho de cada uma para provar. O Peter estava naquela fase de imitar tudo o que o pai fazia, o pai para ele era o seu herói, o que deixava a Rose com um pouco de ciúmes uma vez que ele sempre foi muito agarrado a ela, desde bebezinho. Assim, o Peter pediu para encher o prato igual ao do pai.
- Peter, vais ficar com dores de barriga e não vais conseguir comer tudo. São muitos doces. – Avisou a Rose para ele. Mas ele não ligou muito, tentando insistir com o Emmet. Claro que o Emmet fez a vontade ao filho e deu-lhe um prato com um bocado de cada sobremesa. O Peter começou a comer animado mas com o tempo foi diminuindo o ritmo e fazendo cara de choro.
- Mamã. – Chamou ele choroso.
- Sim, querido? – Perguntou ela já preocupada. Não existia mais mãe galinha que a Rose. Ela era sempre extremamente preocupada com os filhos.
- Dói-me a barriga. – Disse ele com a sua mãozinha esfregando a sua barriga.
- Anda cá. – Pediu ela. Ele saiu do seu lugar e foi até à Rose que o pegou ao colo e encostou a cabeça dele perto do seu coração e massajando a barriga dele ao mesmo tempo. – O que é que a mãe disse? Eu sabia que ias ficar assim. – Disse ela docemente para ele.
- Desculpa, mamã. Nunca mais vou comer tantos doces. – Respondeu ele ainda um pouco choroso mas já conformado com o carinho da mãe. Este meu sobrinho era um mimado. Quando ele melhorou, voltou a brincar com o Will e o Thony que não paravam de pregar partidas aos outros. Depois de todos acabarem de almoçar, fui arrumar as coisas na cozinha. Estavam uma confusão autêntica. A Esme, a Rose e a Bella vieram-me ajudar. Claro que nenhum dos homens veio ajudar. Ficaram todos na sala a falar sobre algo e a ver um jogo qualquer na televisão. Pusemos a loiça toda na máquina e depois arrumámos as sobremesas e a comida que sobrou. Fiquei todo esse tempo à espera que a minha mãe ligasse para me dizer algo, ou que voltasse para passar o resto do dia comigo. Fiquei nessa esperança o resto do dia, mas com o passar das horas essa esperança ia desaparecendo dos meus olhos e o meu abatimento ficava cada vez mais explícito.
- Alice, o que foi? – Perguntou o Jasper preocupado, assim que conseguiu falar comigo a sós. Eu apenas o abracei pela cintura e encostei a minha cabeça ao seu ombro. – É por causa da tua mãe, não é? – Perguntou ele acariciando a minha bochecha. Afirmei com a cabeça.
- Eu pensava que ela iria voltar, ou ligar, dizendo qualquer coisa. Mas ainda não fez nada. Era para ela estar aqui, connosco. Eu queria a minha família toda comigo. – Expliquei.
- Eu sei, Alice. Tenho a certeza que daqui a nada ela vai dizer alguma coisa. Deve ter sido algo importante para ela não voltar. Sabes que ela estava entusiasmada com a tua formatura, até foi ela que te incentivou a estudar. Não te lembras? – Perguntou.
- Lembro. – Respondi simplesmente. Ele não ia compreender porque eu estava verdadeiramente assim. Ela não estar aqui, só porque a Cynthia apareceu, era como se ela me rejeitasse outra vez. Como se ela escolhesse primeiro a Cynthia e só depois me escolhesse a mim. E isso magoava-me porque fazia lembrar-me o meu passado, onde eu era completamente desprezada pelos meus pais enquanto eles mimavam a Cynthia.
- Ela vai ligar, Alice. Está bem?
- Está bem. – Respondi simplesmente.
- Agora, quero ver um sorriso no teu rosto. É dia para ficares feliz. – Disse ele fazendo-me sorriu minimamente. – Muito melhor. – Disse ele assim que me viu sorrir. Voltámos de seguida para o pé dos outros. Eu tentei aproveitar o momento com eles, mas não parava de pensar quando é que a minha mãe me iria ligar ou vir cá a casa. Eu só queria ter a certeza que ela não me tinha rejeitado outra vez, só isso. O resto do dia passou a correr, pedimos pizzas para o jantar e depois dele, foram-se todos embora para descansarem. Por mais esperança que eu tive, a minha mãe não ligou nem veio cá a casa, o que me fazia sentir pior. Ela não disse mais nada. Assim que só ficámos eu, o Jasper e os meus filhos em casa pedi ao Jasper para ir deitá-los enquanto eu arrumava as coisas na cozinha. Estavam nos pratos e talheres sujos para pôr na máquina e os limpos estavam por arrumar. Arrumei todos lentamente, para ter um motivo para ficar à espera do telefonema. Ele não veio e quando me vi sem mais nada para fazer, percebi que ela não iria ligar e já estava muito tarde para ela vir cá a casa. A tristeza abateu-se sobre mim. Fui até ao jardim para espairecer um pouco e sentei-me num dos baloiços que estavam no parquinho. Eu só queria sentir o vento no meu rosto, na tentativa de levar toda a tristeza com ele. Mas isso não aconteceu. Ela só aumentava e o medo de perder a minha mãe outra vez também. Fechei os olhos e continuei a sentir o vento, até que senti alguém sentar-se no baloiço ao lado do meu. Abri os olhos e deparei-me com o Jasper.
- Amor, antes de mais nada, eu só quero dizer o quão orgulhoso eu estou. Eu tenho imenso orgulho em ti. Tu és incrível e incrivelmente corajosa e lutadora. A tua formatura não poderia ter sido um ensinamento melhor para as nossas princesinhas e o Will. Eles vão se espelhar em ti quando quiserem muito uma coisa porque tu mostraste-lhes que quando se quer muito algo e se luta arduamente por isso, acabamos por ter sucesso e conseguimos chegar ao que queríamos. Também mostraste à Amber e à Liv que as mulheres são fortes, que elas podem ser mais fortes por os homens e é isso que vais deixar os seus maridos babando por elas. – Disse ele. Eu sabia que ela estava a tentar animar-me. Sabia que o que ele tinha dito era sentido, mas ele queria que eu deixasse de pensar na minha mãe e ficasse um pouco mais feliz. Eu compreendia o lado dele, mas eu não conseguia. Ele beijou-me a bochecha, mas eu continuei em silêncio. Percebi que o meu silêncio o estava a preocupar, mas eu não sabia o que dizer. – Estás cansada? – Perguntou. – Vamos entrar, foi um dia bastante agitado. E que tal eu preparar um banho gostoso como tu gostas? Eu prometo que te faço uma massagem, há semanas que estou para te fazer uma, não é? Hoje, é o teu dia, Alice. Mereces ser mimada e como tal, vou faze-lo. O que achas? – Perguntou ele. Afirmei com a cabeça. Ele estava a esforçar-se tanto que eu sentia-me mal por o estar a preocupar. Mas eu ainda continuava quieta no baloiço. – Alice, o que foi? – Perguntou ele finalmente transparecendo toda a preocupação que estava a sentir. Senti-me realmente mal pelo que lhe estava a fazer, mas eu não conseguia reagir. Eu apenas pensava em como a minha mãe ainda não tinha dito nada.
- Nada, Jazz. – Disse por fim num tom baixo. – Estou bem, como disseste, só estou cansada. Vou adorar o banho! – Disse tentando sorrir um pouco no final mas acho que saiu apenas uma pequena careta. Percebi que ele não acreditou que eu estava bem mas não disse mais nada. Entrámos os dois dentro de casa e fomos até ao nosso quarto para o banho. Enquanto eu me despia, ele preparou a banheira com a água quente e com alguns sais tal como eu gostava. A ideia do banho realmente pareceu uma boa ideia agora. Ele entrou na banheira antes de mim e depois chamou-me para me deitar ao pé dele. Entrei na banheira, sentindo a água quente a relaxar os meus músculos. Aninhei-me nele como eu gostava e deixei-me ficar quieta, sentindo o efeito do Jasper e da água em mim. Realmente estava a relaxar-me.
- Conheço o bastante de ti, Lice, para saber que algo está extremamente errado contigo. – Diz ele devagar enquanto me acariciava as costas. – Não queres falar? – Perguntou por fim. Eu sabia que esta pergunta viria e eu não sabia se conseguiria exprimir por palavras aquilo que realmente sentia, a tristeza e a mágoa que me provocavam uma dor dentro do coração. Senti a vontade de chorar a voltar e desta vez não me contive e chorei nos braços dele. – Lice, diz-me o que tens. Estou seriamente preocupado contigo. Por favor, Alice. Eu não suporto ver-te assim. – Disse ele angustiado.
- Vou perder a minha mãe outra vez, Jazz. – Digo chorando violentamente. Pôr isso em palavras ainda me magoava mais. Eu não conseguia controlar o choro.
- Como? – Perguntou ele realmente confuso com a minha declaração.
- A minha mãe voltou porque a Cynthia a rejeitou, não queria mais se relacionar com ela. Mas agora, ela voltou, então não irá haver mais lugar para mim. A minha mãe vai voltar a preocupar-se com a Cynthia e deixar-me. – Expliquei. – Eu estava a gostar tanto ter uma mãe. Eu não sabia o que isso era até há pouco tempo mas eu estava a gostar tanto. Ela incentivou-me a estudar, ama verdadeiramente os netos, abraça-me quando eu me encontro frustrada e diz-me palavras doces quando eu estou triste. – Disse entre soluços. – Eu sei que poderás não compreenderes como isto tudo é importante para mim, uma vez que cresceste rodeado do carinho da tua família. Mas eu só tive isto agora, Jazz.
- Lice, tenho a certeza que a tua mãe não voltou para ti só porque não tinha mais a Cynthia. Ela está contigo, está do teu lado porque te ama, verdadeiramente. Quem é que não te amaria? Tu és realmente maravilhosa, Lice. – Disse ele.
- Ela não me achou maravilhosa o suficiente no passado, para não se importar comigo por imensos anos. Cynthia sempre foi melhor que eu, pelo menos para ela e para o meu pai, Jasper. Cynthia sempre foi perfeita e eu não. E tu só estás a dizer estas coisas porque queres sexo! – Disse eu, saindo da banheira rapidamente. Peguei no meu roupão e fui para o quarto, deitando-me na cama. Percebi o que tinha dito ao Jasper o que fez com que eu ficasse mais desesperada do que o que eu estava. Eu disse aquilo da boca para fora, eu estava desnorteada com a ideia de perder a minha mãe e ele só me queria ajudar. No final, magoei-o também e estou em risco de perder o Jasper também, a pessoa que me ama acima de tudo e só me quer ver bem. Eu sou uma idiota!


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Notas finais do capítulo

Bem, eu acho que prometi a algumas pessoas que iria desvendar o que se tinha passado com a Cynthia neste capitulo, desculpem mas não deu. Ele tornou-se maior do que eu estava à espera. Para o próximo de certeza, vai aparecer, o que aconteceu à Cynthia. A parte deste capitulo também é importante para perceber como a Alice se sente insegura. Espero que tenham gostado e espero os vossos comentários!
Beijinhos
S2



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