My Destiny Is You escrita por Nyh_Cah


Capítulo 55
Capítulo 55




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Alice
Acordei aconchegada ao Jasper. Ele já estava acordado mas ainda estava ao meu lado. Ele estava a afagar-me os cabelos de uma forma carinhosa.
- Bom dia! – Disse sorrindo.
- Bom dia. – Disse ele. – Dormiste bem? – Perguntou.
- Muito bem. – Respondi. – Que horas são?
- São quase onze da manhã. Está na hora de tomares o pequeno-almoço.
- Sim, estou com fome. – Disse sentindo aquela dorzinha, que temos no estômago quando temos fome. O Jasper levantou-se da cama e foi chamar uma enfermeira para me trazer o pequeno-almoço. Passados uns minutos, tinha o pequeno-almoço no quarto. Comi satisfatoriamente e depois fiquei com o Jasper a ver um pouco de televisão. Mas não por muito tempo, pois alguém bateu à porta do quarto. Era a Rose.
- Rose! – Exclamei quando ela entrou no quarto.
- Então, como estás? – Perguntou carinhosamente.
- Estou bem. – Respondi um pouco vagamente. – Ontem, peguei no Will ao colo! – Disse-lhe.
- Pegaste? Já o desentubaram? – Perguntou a Rose também entusiasmada.
- Não, mas a Alyson começou a trabalhar aqui e ela deixou-me pegar um pouco nele. – Respondi. Como eu queria que o meu homenzinho já estivesse desentubado. Não gostava de o ver assim. Mas eu sabia que ele ia melhorar e daqui a uns dias já está aqui comigo, no quarto.
- Já o viram, hoje? – Perguntou a Rose.
- Não, acordei há bocado. Vamos lá à tarde. Eu gosto de passar a tarde com ele. Como estão a Liv e a Amber? – Perguntei.
- Estão bem, dentro dos possíveis. A Amber ainda está um pouco assustada e com medo de isto tudo. Ela já entende algumas coisas, Alice. Mas eu insisto sempre que ela vá brincar ou ver televisão para se esquecer um pouco dos problemas. A Liv anda bem. – Respondeu a Rose. Eu queria estar com as minhas princesinhas. Elas precisavam de mim. Sentia-me tão impotente em relação a tudo. Não podia ajudar o Will e não podia ajudar as minhas princesinhas.
- Estou com tantas saudades delas. – Desabafei.
- Eu sei, mas daqui a uns dias já estás em casa com elas e o Will. – Encorajou a Rose.
- Espero que sim. – Respondo sorrindo fraco. Voltaram a bater à porta. Quem seria? A esta hora não era normal visitarem-me sem ser a Rose que aproveitava quando as crianças ainda dormiam. – Entre. – Disse para a pessoa que bateu à porta. Entrou a Esme e de seguida entrou a pessoa que eu nunca esperaria ver. A minha mãe, Evolet. Desde aquele encontro no parque que eu não a via e não fazia questão de a ver. Ela magoou-me muito. Desde que eu nasci, ela fez a minha vida num inferno e fez a questão de me dizer que não me queria e que me odiava. O que é que ela estava a fazer aqui? Vi o Jasper e a Rose a posicionarem-se ao meu lado como se quisessem me proteger de algo que ela poderia fazer.
- Alice, a Evolet queria falar contigo. – Explicou a Esme. Para que é que ela queria falar comigo? Para quê? Para me magoar ainda mais? Para me espezinhar? Eu não queria falar com ela. Estava farta de ser magoada.
- Filha… - Começou ela como se tivesse algum direito de me chamar de filha. Em toda a minha vida ela não em tinha tratado como tal porque é que agora vinha com “filha”.
- Não precisas de dizer mais nada! Saia! – Disse rudemente. Eu queria distância daquela mulher. Distância, e quanto maior ela fosse, mais aliviada eu ficava. Eu não podia permitir que ela me magoasse outra vez.
- Mas Alice…
- Não ouviu o que eu disse? Quero que saia do meu quarto imediatamente! – Levantei um pouco a voz. As máquinas a que eu estava ligada demonstravam o estado em que eu estava, nervosa.
- Eu estou arrependida, Alice. Dá-me uma oportunidade. Dá-me a oportunidade de falar, de explicar as coisas. – Pediu ela aproximando-se mais um pouco de mim.
- Dar-lhe uma oportunidade? Sabes quando é que eu já lhe dei? Desde criança que perdoou e voltou a perdoar tudo o que me fez. Tudo. Sempre soube que a culpa era minha e sempre sofri com isso, mas agora não. Agora, esse passado não me diz nada e não quero que ele volte! Por isso, saia imediatamente! – Gritei tentando conter as lágrimas que queriam escapar-me dos olhos. Estava difícil controlar-me. Eu não queria chorar à frente dela, mostrar-lhe o quanto eu sofri com o que ela me fez e o quanto sofro.
- Eu sei, Alice. Eu sei que te magoei e que provavelmente me deste imensas oportunidades para resolver tudo e nunca as aproveitei. Mas agora é diferente. Eu mudei. Dá-me apenas mais uma. Mais uma apenas! – Suplicou. As lágrimas conseguiram escapar e já rolavam pelas minhas bochechas. Eu já não me estava a conseguir controlar. Já estava a ser demasiado para mim.
- Saia! Por favor, saia daqui! Apenas saia e desapareça da minha vida! Eu não a quero ver mais! – Gritei descontrolada. – Não a quero ver mais na minha vida. Não quero! Saia daqui! – Não sei de onde veio, mas apareceu uma enfermeira no quarto que me injectou alguma coisa que me fez acalmar. Devia ser algum sedativo, pois deu-me vontade de dormir. Acabei por dormir um pouco mas não por muito tempo. Voltei a acordar um pouco depois, mas deixei-me estar de olhos fechados, não queria correr o risco de os abrir e ela ainda estar lá.

Narrado na Terceira Pessoa
Mal a enfermeira deu o sedativo à Alice, pediu para que se retirassem do quarto para a Alice descansar um pouco. Saíram as três mulheres do quarto, o Jasper ainda ficou um pouco com ela, para a ajeitar melhor na cama. As três mulheres foram para a sala de espera que estava inesperadamente vazia.
- Vá-se embora, por favor. Já fez estragos suficientes! – Pediu a Rose fria. Ela sabia o quanto Evolet tinha magoado a Alice. Tinha assistido a algumas das vezes que isso acontecera. Sempre tentava animar a Alice em relação a isso, mas era difícil ser-se feliz quando os nossos próprios pais não gostavam de nós.
- Desculpe. – Pediu Evolet sendo sincera. Evolet nunca esperara aquela reacção da Alice. Espera a rejeição, sim, mas nunca algo como isto. Ela sentia que a própria filha a odiava e sabia que não deixava de ter razão. Evolet olhou pesarosamente para Esme e depois dirigiu-se à saída do hospital. Não valia a pena tentar falar outra vez com a Alice. Não queria ver a sua filha naquele estado outra vez. De certa forma, também lhe doía ver a Alice assim, tão magoada, tão desamparada.
- Mãe, porque é que fizeste isso? Porquê? Sabes o mal que aquela mulher fez a Alice? Sabes? – Perguntou a Rose num tom elevado para a mãe quando a Evolet saiu do pé delas. – Aquela mulher estragou a infância e a adolescência da Alice. Aquela mulher fez com que a Alice se sentisse um lixo, que sentisse que ninguém gostaria dela. Porque é que a trouxeste mãe?
- Rose, sei disso tudo. Sei disso tudo há muito mais tempo do que tu! E também sei que aquela mulher está arrependida de tudo.
- Como é que podes ter tanto a certeza, mãe? As pessoas não mudam assim. Porque é que agora, a Evolet já gosta da Alice? Já a vê como uma filha? Desculpa, mãe mas eu não consigo acreditar.
- Eu sei que é difícil, querida! Quando a vi, ao princípio também não acreditava, mas agora acredito. Ela separou-se do marido. Ela tem uma nova vida e tomou consciência daquilo que fez com a Alice.
- Mãe, eu não quero mais aquela mulher ao pé da Alice. – Disse o Jasper chegando-se ao pé da mãe e da irmã. – Aquela mulher só fez mal à Alice. Magoou-a demais.
- Querido, deixa-me explicar.
- Não, mãe. Não quero explicações e não quero voltar a ver aquela mulher à minha frente nem ao pé da Alice! – Disse o Jasper quase gritando, retirando-se da sala de espera para voltar para o pé da Alice. Esme foi atrás dele. Esme queria explicar o quanto Evolet estava arrependida e que não queria magoar a Alice mas sim ajudá-la.
- Jasper! – Chamou Esme. – Jasper, eu amo a Alice, eu amo a Alice como se ela fosse minha filha. Conheço-a desde que ela nasceu e sem muito bem que a Evolet e o marido dela nunca quiseram a Alice. Evolet chegou mesmo a cogitar a ideia de abortar mas não teve coragem para isso. Quando a Alice nasceu tinha tido a Rose há alguns meses. Nessa altura, nós éramos vizinhos da Evolet e do seu marido e eu via a Alice com a ama todos os dias. Todos os dias ouvia a Evolet a gritar com a ama porque não queria ver a Alice à frente e a Alice chorava. Como a ama tinha que ir embora, eu trazia a Alice para nossa casa. Ela parecia sempre tão feliz lá em casa. Como ainda tinha muito leite nessa altura, dava-lhe de mamar e ficava um pouco com ela ao colo. Um bebé precisa de amor e carinho e era o que eu tentava dar à Alice mesmo não sendo a mãe dela. A Alice percebia tudo o que se passava à volta dela. Ela sabia que eu não era mãe dela mas que mesmo assim dava-lhe o que ela precisava e sabia que a mãe dela não a queria. Lembro-me de ela ter uns dois ou três anos e perguntar-me porque é que eu não podia ser mãe dela. Quando olho para a Alice, vejo-a como minha filha mas na realidade eu não sou mãe dela. Não sou, Jasper, e ela precisa de uma mãe. – Explicou Esme tristemente. Ela nunca tinha comentado isto com ninguém sem ser com o seu marido. Jasper percebeu o quando errou e exagerou ao gritar com a mãe. Ele não tinha conhecimento da situação toda, ele só não queria ver a Alice a sofrer como ela estava no quarto quando viu a Evolet.
- Mãe, desculpa. Eu não devia ter falado assim contigo. Eu não tenho conhecimento de toda a situação mas é difícil acreditar que a Evolet mudou.
- Eu sei que é, mas acredita, ela mudou. Eu não a trazia para ver a Alice se não acreditasse mesmo nisso, querido.
- Eu sei, mãe. Mas é a Alice. Eu não suporto vê-la sofrer. Ela já passou por muito, não precisa de vir agora mais nenhum problema. Ela não precisa de mais problemas.
- Filho, o facto de a Evolet ter errado, e muito, com a Alice não altera o facto de a Alice precisar de ter uma mãe. De precisar de ter um porto seguro. De alguém que a compreenda incondicionalmente e a ame incondicionalmente como uma mãe faz. Precisa de alguém que esteja com ela nos momentos maus e nos momentos de felicidade. Quando eu te liguei e tu me disseste que estavas no hospital com a Rose porque a Alice tinha tido um acidente, eu vim para vocês. Eu e o teu pai viemos para vos reconfortar. Para estar ao vosso lado. Imagina que não tinhas nenhum de nós. Como te sentirias?
- Acho que não teria aguentado. Sentir-me-ia muito assustado e com muito medo. – Respondeu o Jasper ao fim de pensar um pouco e perceber onde a mãe queria chegar.
- A Alice esteve a vida toda dela só. Sem mãe nem pai. Já reparaste que ela anda mais calada e sorri menos? Ela está triste, está abatida mas tenta fingir para não ferir os teus sentimentos. Ela não tem ninguém a quem contar como se sente, ela se sente só. Ela sabe que se contar à Rose, tu ficarás a saber e não te vai contar porque não te quer ver triste e magoado.
- Mãe, eu estou com tanto medo que a Alice se aperceba que a culpa é toda minha e me deixe.
- Filho…
- É verdade mãe! Fui eu que deixei a mulher que amo por uma atracção e olha ao que isso nos levou. A Maria atropelou a Amber, raptou a Li e tentou várias vezes matar a Alice e o Will. Fui eu que trouxe a Maria para as nossas vidas. Se eu não me deixasse levar pela estúpida atracção, agora estaria em casa com a Alice a curtir o fim da gravidez. E a Alice e o Will não estariam nesta situação. Tenho medo que ela perceba que andei a brincar com os sentimentos dela, quando me envolvi com ela e depois comecei a namorar com a Katherine. Ela diz que me desculpa de tudo e que até se culpa um pouco por ter saído assim de casa, mas tenho medo que se o Will não consiga sobreviver, ela não queira mais nada comigo. Eu amo-a demais mais, preciso dela na minha vida.
- Querido, a Alice também te ama e muito e não te vai deixar. A Alice tem a capacidade de conseguir esquecer, a capacidade de pôr os maus momentos para trás das costas e viver os momentos felizes que tem. Desde pequena que ela é assim. A Alice é uma pessoa tão boa, por isso, queria conseguir devolver-lhe algo tão bom como o amor de mãe. A Alice merece isso.
- Eu tenho medo que a Evolet lhe faça mal outra vez. – Desabafou o Jasper.
- Eu falei com ela Jasper, como eu disse tudo mudou. Desde aquele encontro no parque que ela andou a pensar como tinha errado com a Alice e desde aí tem tentado melhorar a sua vida. Ela separou-se do marido e mesmo com a outra filha contra ela, ela ergueu-se e continuou a viver. Ela tem acompanhado a vida da Alice. Todos os dias vai ao centro comercial para ver a Alice a trabalhar. Ela apareceu no casamento mas o Edward não a deixou entrar. Evolet quer passar a fazer parte da vida da Alice, ela quer começar a ser mãe da Alice. O Edward falou com a Alice e ela disse-lhe que se sentia triste por a sua família não estar presente na sua vida e na vida dos vossos filhos.
- Mas mãe…
- Filho, eu quando a vi ao princípio, também fiquei furiosa. Contei-lhe tudo pelo que a Alice passou, contei-lhe tudo o que sabia sobre quando a Alice esteve em Seattle sozinha. A Evolet mal se conseguia controlar. Não era um choro falso. Eu conheço-a, há muito tempo para saber que ela não estava a fingir. A Evolet está verdadeiramente arrependida.
- O que aconteceu com a Alice quando ela esteve em Seattle? – Perguntou o Jasper sempre protector. Ele sempre soube que a vida da Alice em Seattle não foi muito boa mas a Alice nunca lhe contou o que aconteceu.
- Ela viveu num apartamento minúsculo e sem condições os primeiros tempos que esteve lá. Mesmo grávida, ela trabalhava de manhãzinha à noite para conseguir juntar dinheiro para as coisas que precisava para a Amber. Quando a Amber nasceu, ela largou o emprego para tomar conta dela. Ela recebia subsídio de desemprego, mas aquela quantia de dinheiro não dava para nada, já gastei a mesma quantia de dinheiro nuns sapatos. Quando ela veio para Port Angeles o dinheiro só dava para a renda do apartamento, para um pouco de comida e os medicamentos da Amber. A Alice deixou de se alimentar como deve de ser para conseguir pagar os medicamentos da Amber. – Esme arrependeu-se instantaneamente de ter dito isto ao filho ao ver o seu rosto coberto culpa.
- Lembraste da parte de esquecer o passado? É o que a Alice quer. Podes sempre compensá-la no futuro amando-a e dando-lhe a chance de ela ter uma mãe.
- Está bem, mãe, mas primeiro preciso de falar com a Evolet.
- Compreendo, querido. Vai que eu fico aqui com a Alice até voltares. – Prometeu a Esme. Jasper abraçou a mãe e saiu em direcção à morada que a Esme lhe tinha dado.


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Notas finais do capítulo

Para começar, queria dedicar este capitulo à Mamita e voltar a agradecer-lhe por toda a ajuda que ela me está a dar. Eu sei que lhe agradeço em praticamente todos os capitulo mas ela merece! :p Muito obrigada Mamita!
Agora, quero saber o que acharam do capitulo. Acham que a Evolet está mesmo arrependida? O que acham que vai acontecer? Quero saber o que pensam sobre os capitulo! :p
Tambem vou agradecer a todas as leitoras que comentam, elas merecem! (:
Fico à espera dos vossos comentários deste capitulo!
Beijinhos
S2



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