My Destiny Is You escrita por Nyh_Cah


Capítulo 48
Capítulo 48




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A Maria não apareceu no mês seguinte mas isto normalmente significava que ela estava a preparar alguma coisa o que me deixava extremamente assustada. Tinha pesadelos praticamente todas as noites em que dormia, e havia noites em que não conseguia dormir. Eu estava com tanto medo que ela fizesse algo com a minha família. Já tinha pensado em afastar-me do Jasper para ninguém sair magoado mas eu era demasiado fraca para isso. Eu não conseguia fazer isso. Sabia o quanto custava estar longe dele e não queria voltar a passar por isso. Outra das razões era também por causa das minhas princesinhas e do Will, eu não podia afastar-me deles ou afastá-los da família. Seria demasiado doloroso. Não havia alternativa, a única solução era apanhar a Maria, o que estava difícil de conseguir. Ela sabia o que estava a fazer, ela era discreta e metódica. Fazia o que queria e desaparecia para ninguém a encontrar. Deixava poucas provas para a incriminarmos, mas claro que tinha cometido alguns deslizes.
Hoje, era domingo e tinha dormido muito mal de noite. Levantei-me cedo e fui preparar algo para comer, visto que estava esfomeada. Depois de comer, fui para a sala ler um bocado. Como era cedo ainda estavam todos a dormir. Só passadas algumas horas é que fui ver da Liv, porque ela acordava sempre cedo também. Quando entrei no quarto dela, ela já estava acordada mas estava a brincar, sentada na cama. Abri os estores do quarto dela e depois levei-a para baixo.
- O que queres comer, amor? – Perguntei-lhe carinhosamente.
- Torradas, mamã. – Disse ela amorosamente. Preparei-lhe o pequeno-almoço e depois ajudei-a a comer. Depois de ela acabar de comer, fomos as duas para a sala, ver televisão. Sentei-a no meu colo o melhor que consegui e ficámos a ver desenhos animados. – Mamã, quando é que o Will vai sair da tua barriga? Quero vê-lo e brincar com ele. – Disse ela acariciando a minha barriga, sentido o Will chutar.
- Ainda vai demorar algum tempo. Um mês e meio, em princípio.
- Estou tão ansiosa para vê-lo. – Disse ela entusiasmada.
- Também eu, princesinha. Vais ver que o tempo vai passar rápido.
- Espero que sim. – Ficámos, de seguida, em silêncio a ver os desenhos animados até a Amber acordar. Ela veio ter connosco à sala mas depois fui preparar-lhe o pequeno-almoço. Ela já estava com fome. Ela comeu rapidamente e veio para o pé de nós, ver televisão. O resto da manhã passou-se calmamente. Ficámos a ver televisão. O Jasper só acordou, era quase uma da tarde e eu já estava a começar a preparar o almoço.
Depois do almoço quando estava a arrumar a cozinha o Jasper veio ter comigo.
- Alice, vamos ao parque com a Amber e a Liv, está bem? – Perguntou ele. Ele sabia que depois do que tinha acontecido no parque, eu nunca mais tinha ido, nem eles. A Maria poderia estar lá e fazer alguma coisa. Eu não queria que mais nada acontecesse. – Elas estão fartas de estar em casa, Alice. Precisam de sair.
- Mas Jasper… a Maria pode aparecer… - Disse com medo.
- Alice, se pensarmos assim, nunca mais saímos de casa até ela ser detida. – Constatou o Jasper.
- Jasper, por favor, não me faças isso. Sabes muito bem que não consigo ir até ao parque e muito menos consigo ficar em casa a pensar que vocês estão lá e pode-vos acontecer alguma coisa. Tenta compreender, Jasper. – Pedi-lhe.
- Eu compreendo, Alice. Mas tens de compreender a parte delas. Elas adoram o parque e querem ir lá.
- Elas podem brincar no parque cá de casa. Por favor, Jasper. – Pedi desesperada. Eu nem conseguia pensar nelas lá e a Maria a aparecer. O Jasper dizia que compreendia mas ele não compreendia. Ele não viu como a Maria me falou naquele dia. Ela estava a ser verdadeira. Ela iria matar-me. Eu sabia disso, ela era louca suficiente para isso. Ela só estava à espera da melhor oportunidade. Ninguém percebia o medo que eu tinha dela, porque ninguém viu como ela falou, ninguém viu como ela estava naquele dia e ninguém tinha a perfeita noção do que ela poderia fazer.
- Alice, não achas que estás a ficar um pouco paranóica com isso. Tu não sais sozinha de casa, tu não gostas de estar sozinha em casa, não queres sair de casa para o parque. Estás a deixar de fazer a tua vida, por causa da Maria. Estás a privar as tuas filhas, de saírem de casa e fazerem uma vida normal. – Disse ele um pouco exaltado. Percebi que o Jasper não compreendia a minha posição, percebi que ele não compreendia o meu medo, ele apenas dizia que o compreendia. Se ele o compreendesse não dizia que eu estava paranóica. A Amber e a Liv eram a minha vida, se uma delas morresse eu morreria junto. Nada lhes podia acontecer, eu não podia permitir isso. Não queria que mais nada acontecesse com elas.
- Jasper, sei que não percebes como me sinto, sei perfeitamente, não foste tu que estiveste com ela naquele dia do parque, não percebeste o quão louca ela estava. A Amber e a Liv são a minha vida. Eu não quero que nada lhes aconteça. Eu morreria se algo lhes acontecesse. Porque é que não percebes isso? – Gritei.
- Eu percebo, Alice.
- Não, não percebes, Jasper. Tu nunca percebeste o quanto eu me esforcei para dar uma boa vida à Amber e à Liv. Tu não sabes pelo que eu passei. Não sabes o quanto eu fiz para nada lhes acontecer e não é agora que vou deixar que a Maria venha e que lhes faça algo. Elas são muito importantes para mim. – Continuei a gritar.
- Alice, acalma-te. – Pediu ele. – Eu percebo que não as queres perder, que não queres que nada lhes aconteça. Mas, Alice, isso já não é medo. Tu já estás paranóica com a Maria. – Disse ele um pouco mais calmo. Mas ele não percebia. Eu sabia disso. Ele nunca passou pelo que eu passei, ele simplesmente não sabia o que eu estava a sentir.
- Não, Jasper, não percebes. Sobre perdas, o que sabes sobre isso? Tu não sabes o que é nada disso. Já alguma vez perdeste alguém? Sabes o sofrimento que isso causa? Se alguma coisa acontecer com a Amber, a Liv e o Will, tu ainda terás a tua família. Tu ainda terás motivos para viver, para continuar. E eu? O que tenho? Não tenho nada, as pessoas que supostamente deviam amar-me acima de tudo, abandonaram-se, deixaram-me sozinha. E medo, Jasper? Tu alguma vez sentiste medo, de verdade? Aquele que nos paralisa, que bloqueia-nos o pensamento e impede de agirmos racionalmente, de fazermos alguma coisa. Não foste tu que entraste num autocarro no final da madruga, grávida, sozinha, sem dinheiro, sem o amor da tua vida, sem nada. Não foste tu que tiveste num hospital sozinha com um bebé no colo, a perguntar-te se eras capaz de cuidar dele, de lhe dar uma boa vida. Não foste tu que perdeste o que mais amas. Tu não sabes pelo que eu passei, Jasper. Por isso, não me julgues. Não digas que eu estou a ser paranóica quando nunca sentiste o que eu estou a sentir. Espero que algum dia o percebas.
- Alice, sei que não passei por isso tudo. Mas achas mesmo, que eu não iria sofrer se algo acontecesse aos meus filhos? Achas que os amas mais do que eu? Eles são a minha vida Alice. – Disse ele agora exaltado.
- Não foi isso que eu quis dizer. Eu só queria que tu soubesses, que eu não estou paranóica Jasper. Estou com medo, muito medo. Eu só quero que tu percebas isso? Porque não és capaz disso? – Disse um pouco exaltada. Eu só queria que ele percebesse. Só queria que ele compreendesse.
- Alice, acalma-te um pouco. Estás muito nervosa. – Disse ele, agora preocupado.
- Como queres que eu me acalme? Como? Tu não percebes que a Maria está à espera do momento certo para fazer alguma coisa, para me atingir. Ela quer que eu me afaste de ti, ela quer que eu me vá embora e se calhar é o melhor a fazer. Já prejudiquei demais a tua vida e a vida da tua família. – Exclamei exaltada, virando as costas para pegar a minha bolsa e ir-me embora.
- Alice, não vás embora. – Pediu ele.
- Toma conta delas. – Pedi saindo pela porta da rua. Ainda ouvi ele a chamar o meu nome e vir atrás de mim. Enfiei-me no carro o mais rápido que consegui e dirigi para longe. Quando já estava longe, comecei a chorar. Era o melhor para eles. Ele podia tomar conta delas melhor do que eu. Eu não iria conseguir dar-lhes uma vida decente e ele sim. Não era definitivo, ainda. Apenas queria um tempo para pensar. Queria um tempo para estar sozinha para perceber o que se estava a passar comigo. Senti o Will agitado na minha barriga. – Está tudo bem, pequenino. Vai ficar tudo bem. – Solucei acariciando a minha barriga. As lágrimas já estavam a embaciar-me a vista, decidi encostar. Encostei na berma da estrada, onde tinha vista para uma floresta muito bonita. Saí do carro e sentei-me num dos bancos que existia lá. Fiquei a pensar, a admirar a vista. O que se tinha passado? Porque é que tínhamos discutido? Tudo por estupidez. Eu fui tão bruta a falar para ele. Mas porque é que eu fui assim? O que se passa comigo? Porque é que não consigo livrar-me do medo como os outros fazem? Porque é que o medo se entranha nos meus ossos e não quer sair, não me quer deixar? Porque é que algo tinha que acontecer?
Só queria que tudo voltasse ao normal, só queria estar agora em casa com as minhas princesinhas e o Jasper. Agora, não conseguia voltar para casa, não tinha coragem, não depois de tudo o que lhe disse. Odeio-me tanto. Porque é que eu fiz aquilo? Porquê? Recomecei a chorar. Queria que fosse possível voltar com o tempo atrás. Queria remediar tudo o que tinha feito. Mas não era possível, infelizmente. Tinha que viver com aquilo que tinha feito.
O Will continuava imensamente agitado. Não sei o que se passava com ele, mas ele não parava quieto, parece que sabia que algo se tinha passado. Voltei a acariciar a minha barriga para ver se ele acalmava. O tempo passava rapidamente. Já estava a escurecer e eu ainda não tinha saído dali. O meu telemóvel tinha tocado a tarde toda mas eu não atendi, não queria falar com ninguém.
Por volta do fim da tarde já não podia ouvir o toque do meu telemóvel. De cinco em cinco minutos, tocava. Tirei-o da mala e vi que tinha imensas chamadas não atendidas. Muitas do Jasper e outras da Rose. Quando ia apagar as chamadas, o telemóvel voltou a tocar. Era a Rose.
- Atendo ou não atendo? – Suspirei. Não sabia o que fazer. Premi o botão para atender a chamada e meti o telemóvel ao ouvido. – Estou?


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Notas finais do capítulo

Oláa gente! Então o que acharão do capitulo? Tenso, não? O que acham que vai acontecer a seguir? Acham que ela volta para casa, ou foge? Acham que eles fazem as pazes, ou acabam por separar-se? Espero que tenham gostado deste capitulo. Os próximos vão ter muita tensão e emoção. Estou ansiosa de postá-los!
Quero dedicar este capitulo à mamita que me ajudou muitoo! (: (: Obrigada mamita! Foste essencial!
Espero mesmo que gostem! Ahh e não se esqueçam de comentar! :p
Beijinhos
S2