Luck Sevenfold P.O.V

- Luck, você está vinte minutos atrasado, levante-se! – Ouvi meu pai dizer da porta do meu quarto batendo na mesma constantemente fazendo minha cabeça estourar.

Levantei-me da cama e fui para o banheiro, tirei minha roupa, liguei o chuveiro e entrei embaixo dele.

E aí você me pergunta como é que eu troquei Melissa, Taylor, Bruno e Camilly entre si, certo? Pelo fato de eu ser um misturado eu aprendi vários feitiços com a minha mãe, e ela me deixou alguns livros sobre isso na biblioteca de casa. Aquele feitiço foi de improviso, eu estava com raiva, mas aí em menos de uma semana meu pai e o resto da cidade descobriu e mandou eu retirar o feitiço. E lá fui eu, a contra gosto, fingindo ser o melhor ser da Terra, e no final das contas acabei com uma namorada. A Kate... Não demorou muito até ela achar que eu sou estranho e quase descobrir que vivo em uma cidade cheia de vampiros, aí, para o bem da minha cidade e da minha vida, eu terminei com ela.

Claro que depois que completei 18 anos fiz muitas tatuagens, criei um pouco de juízo e também coloquei um piercing no lábio inferior. Agora eu uso óculos escuros, já que meus olhos mudam de cor. Também uso boné, que é para eu me acostumar mais com o sol no mundo dos humanos.

E se querem saber, não, eu não tenho mais contato com aqueles quatro emos... Pelo que eu soube, mudaram de cidade.

Saí do banho e me sequei com uma toalha qual quer, vesti minha roupa, calcei meu tênis, sequei meu cabelo com uma toalha deixando-o arrepiado de qual quer jeito, coloquei meu boné e meus óculos escuros e desci as escadas da velha mansão e fui à cozinha.

- Você me deixou atrasado. – Meu pai me disse.                                        

- Não importa, ninguém vai apedrejar o senhor por abrir a padaria às 07h20min e não as 07h00min. – Eu disse pegando uma garrafa de suco e colocando o líquido em um copo.

- Vai beber isso? – Perguntou fazendo uma careta.

- Vou. – Respondi simplesmente, logo depois bebendo o suco. – O que foi? Não sou um vampiro por inteiro. Não acho sucos ruins.

- Tudo bem, então vamos logo.

Coloquei o copo na pia e a garrafa na geladeira, subi as escadas para escovar os dentes e depois desci correndo aos berros do meu pai. Então fomos até a floresta e atravessamos o portal, fomos para a padaria no mundo mortal e lá eu ficaria trabalhando o resto do dia dessa quinta-feira maldita, junto a mais dois ou três mortais.

Suzan Hall P.O.V

“Eu estava saindo da aula de alemão, já era tarde da noite, eu estava sozinha, minhas amigas precisaram ir embora antes. O caminho até em casa era comprido. Já passava de dez e meia da noite, o vento soprava frio os balanços de um parquinho para crianças, o que fazia um barulho meio sinistro. Eu estava sem casaco, apenas segurava meus cadernos e um pequeno estojo. Algumas luzes da rua em que eu estava andando falhavam, até que todas apagaram juntas e senti alguém me puxar pela cintura.”

Eu gritei me sentando na cama rapidamente, era outro sonho estranho que eu tivera. Já era a terceira vez que eu sonhava com a mesma rua essa semana. Olhei para o relógio do meu quarto e esse marcava 06h50min, hora de tomar banho para ir à escola.

Saí do meu quarto para ir ao banheiro no final do corredor e encontrei minha mãe saindo do quarto dela.

- O que foi filha? – Perguntou ela com uma face triste.

- Nada mãe... – Respondi. – Só outro pesadelo. É a terceira vez que eu sonho com o mesmo lugar essa semana, isso nunca me aconteceu... Mas então... Vou tomar banho, tá?

- Vai lá, filha. Vou preparar seu café-da-manhã.

Sorri amarelo para ela e entrei no banheiro, liguei o chuveiro e entrei debaixo da água quente, aquilo sempre me fazia bem todas as manhãs, me fazia esquecer a maioria dos meus pesadelos na noite que se passara. Vinte minutos se passara, desliguei o chuveiro e me sequei, fui ao meu quarto e vesti o uniforme escolar, calcei meu all star, sequei meu cabelo e o penteei, desci as escadas e a campainha tocava. Abri a porta e era Beatriz, Claire e Jimmy. Toda manhã eles vem a minha casa tomar café-da-manhã comigo.

- Estou com fome! – Beatriz disse em meio de risos indo até a cozinha.

- Eu também! – Exclamara Claire seguindo Bea. - E aí tia Vic, o que a senhora preparou de bom hoje pra gente hoje?

- Bom dia pra vocês também. – Eu disse.

- Bom dia Su! – Disse Jimmy sorrindo e me abraçou, retribui o abraço.

- Bom dia Jim.

- O que aconteceu? – Perguntou me olhando nos olhos com uma face preocupada. Ele sempre sentia quando eu estava ruim ou algo assim...

- Outro pesadelo, só isso... Mas... Vamos comer?

Então fomos até a cozinha, tomamos o café-da-manhã e Bea sempre querendo me animar com suas lindas palavras... “Que cara de defunto é essa amiga? Vamos, amanhã é sexta-feira se anima!”, “Toma pelo menos o suco né Su! Se não você vai ficar mais doente do que você já é!”... E as maravilhosas frases de Claire sempre me emocionando... “Coma alguma coisa Suzan! É por isso que você não arruma namorado!” “Vamos Suzan, desse jeito nem o Jimmy vai te querer!” “Se anime senhorita Hall! Amanhã é sexta-feira e vai ter festa do pijama aqui na tua casa!”... Como se eu tivesse convidado alguém pra festa do pijama...

Depois nós fomos para a escola, todas as piores aulas que você imagina, eu tive... Depois das 16h00min fomos para a casa do Jimmy, fizemos trabalho escolar, depois fomos ajudar ele e seu pai em uma loja de artigos esportivos.

Luck P.O.V

Voltei do trabalho as 22h00min com meu pai e fui até meu quarto tirando a camiseta. Quando cheguei ao meu cômodo vejo Clark e Alec em cima da minha cama, conversando.

- O que vocês estão fazendo no meu quarto, seus veados? – Perguntei enquanto tirava o tênis e jogava em um canto qual quer do quarto.

- Assim você me magoa Luck, sinceramente! – Exclamou Clark. – Viemos fazer uma visitinha agradável pra você!

- Estamos jogando baralho... – Alec disse e riu de lado.

- Vieram pra minha casa pra jogar baralho em cima da minha cama? – Perguntei pegando uma toalha limpa do meu guarda-roupa.

- Quase isso. – Respondeu Alec. – Hoje é dia de caçar, lembra? – Perguntou. Pois é, nós conseguimos ficar três a cinco dias sem nos alimentar. Clark, Alec e eu caçamos duas vezes por semana, segunda e quinta-feira. – Viemos aqui esperar você voltar do seu trabalho, você estava demorando muito então pegamos um baralho seu e começamos a jogar.

- Oh, sim, imprestáveis... Vou tomar banho e nós já vamos.

- Quando você voltar vai ter que tomar outro banho! – Clark exclamou.

- Não tem problema, gosto de ser higiênico! – Eu disse.

- Tá, então vai logo tomar seu banho antes que eu te agarre, você sem camisa é uma tentação.

- Ah, Clarkzinho, já disse que você não faz meu tipo. Sou hétero! – Eu disse em meio de risos e fui até o banheiro para tomar banho. Essas conversas bobas entre eu e Clark são completamente normais. Às vezes até rola abraço, mas nada de mais. Eu e Alec também fazemos essas idiotices às vezes, acho que somos os únicos vampiros que não leva as coisas tão a sério aqui.

Tomei banho e troquei de roupa, coloquei meu sobretudo preto assim como os outros dois e então fomos caçar. Fomos a uma cidade próxima e pequena, era assombrada, mas ainda sim algumas pessoas moravam lá. Três humanos foram suficientes para saciar nossa sede, sugamos tanto o sangue dos pobres coitados que eles ficaram mais pálidos do que o normal depois da morte.

- E agora? – Perguntei, minha camisa estava encharcada de sangue e o mesmo escorria pela minha boca. – Aonde é o portal dessa cidade?

- Ótima pergunta, eu não sei não. – Alec disse e limpou o sangue de sua boca na manga no sobretudo.

- Eu sei. – Clark disse e sorriu mostrando suas presas agora ensangüentadas. – É na entrada dessa joça.

Então fomos até a entrada da cidade, e como Clark disse, havia um portal. Passamos por ele e caímos em um lugar obscuro, diferente da cidade aonde morávamos.

- Porra, aonde a gente tá, Clark Roberts? – Alec perguntou se levantando fuzilando Clark com o olhar.

- Era pra gente estar em Gorgoroth agora... Mas pelo visto estamos em... Werewolves. – Respondeu parecendo apavorado no final da frase.

Pois é, meu grande amigo idiota nos mandou para a cidade dos lobisomens e não pro mundo dos vampiros... IDIOTA! Aqui no sub-mundo vampiros e lobisomens tem uma rixa grande... ESTAMOS FODIDOS! Quando nossas faces começaram a aparentar um pouco de pavor, um filho da puta apontou o dedo pra nós, gritando “VAMPIROS” e aí a porra da polícia chegou e nos mandaram pro xadrez. Graças a Deus que não havia nenhum lobisomem na nossa cela, não havia ninguém. Ficamos mais de uma hora bufando jogados no chão.

- Vocês três aí! – Disse um policial batendo nas grades com um cassetete, nós olhamos para ele. – Porque estão aqui?

- Fomos caçar em uma cidade assombrada e não sabíamos aonde era o portal, aí o nosso amigo aqui... – Alec apontou com raiva para Clark. – Disse que sabia onde era o portal certo e viemos parar aqui...

- Uma cidade assombrada? Vocês foram praticar caça em uma cidade nossa! A cidade assombrada mais próxima é a nossa cidade de caça!

- Não sabíamos de nada e... – Tentei dizer algo mais fui cortado pelo delegado.

- Ei Dornel! Deixe que eu cuido desses aqui.

- Sim senhor. – Disse o policial e se retirou do local.

- Bom, aqui em Werewolves nós punimos os vampiros. – Disse o delegado, fazendo Clark arregalar os olhos. – Só os que fazem mal a nós. Vocês caçaram em uma cidade nossa. Tiveram conhecimento disso?

- Não... – Respondemos cabisbaixos.

- Estão liberados, da próxima vez irão ficar aqui até seus pais pagarem fiança. – Disse abrindo a cela, nós dissemos obrigado e saímos sorrindo. – Temos um portal aqui. É ali. – Apontou para uma porta e então passamos por lá e nos encontramos novamente em Gorgoroth. Começamos a andar em direção a nossas moradias.

 - Sabe Clark... A SUA IDIOTICE ME SURPREENDE! – Berrei quando estávamos próximos as nossas casas. – Quase que nós vamos presos para o resto de nossa morte em Werewolves, seu desgraçado! Da próxima vez quem escolhe a cidade sou eu! Tchau pra vocês e boa noite. – Disse entrando em casa e batendo o portão velho de metal.

- Boa noite pra você também Luck, sonhe comigo! – Alec exclamou e riu, Clark murmurou algo indignado como “ele tem que sonhar comigo, não com você” e então eu entrei em casa murmurando coisas inaudíveis indignado.

- O que aconteceu Luck? – Perguntou meu pai, esse estava lendo um livro em frente à lareira.

- Clark nos mandou entrar em um portal e acabamos em Werewolves... – Respondi enquanto ia em direção às escadas – Fomos pra cadeia e depois de quase duas horas nós saímos de lá.

- Vocês caçaram em alguma cidade deles? – Perguntou meu pai tirando seus óculos e direcionando o olhar a mim.

- Sim. Clark é um idiota. – Respondi.

Subi as escadas e fui tomar um banho, depois me joguei na cama, peguei meu relógio que apontava meia noite e dez e ajustei para despertar de manhã. É claro que não podia me atrasar de novo e acordar aos berros do meu velho.