O Menino que Sobreviveu escrita por gelmo


Capítulo 9
Um Dia de Domingo




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Alheio a tudo isso, as famílias Weasley, Potter (e para deleite do Sr. Weasley), Granger, desfrutavam o último fim de semana de férias na casa dos Potter. Tiago havia finalmente aceito a proposta da Black Lupin, e eles agora comemoravam. Sirius e Lupin trouxeram uma vassoura Silverlight de presente para Tiago, mas eram os garotos quem se divertiam com ela.

O Sr. Granger respondia pacientemente as perguntas de Arthur Weasley sobre as “escadas rodantes” e “electriquicidade”. Remo ouvia a conversa, divertindo-se com a curiosidade do Sr. Weasley. Do outro lado da sala, as mulheres conversavam com fisionomias preocupadas. Lilian, torcia as mãos aflita:

- Acho que não devíamos ter permitido essa loucura Molly.

- Calma Lily, tenho quase certeza que poderemos consertar qualquer estrago que possam fazer.

- Vocês realmente não precisam se incomodar conosco, - disse a senhora Granger – Martin e eu não estamos acostumados a almoçar, apenas jantamos. – Seu estomago resolveu contradizê-la nesse momento, roncando alto.

As três trocaram um olhar divertido e então caíram na risada:

- Tudo bem, eu admito que esteja com fome, mas meu medo é maior. – riram novamente, mas foram interrompidas por Tiago, que vinha da cozinha com uma grande travessa nas mãos, um chapéu de mestre cuca torto na cabeça e um avental cor de rosa com flores bordadas:

- Muito bem pessoal, o almoço está pronto.

- Abram alas, abram alas – Sirius vinha equilibrando com a varinha, varias panelas e travessas menores. Tiago depositou a bandeja na mesa e convocou pratos e talheres da cozinha. Depois apontou a varinha para a própria garganta e sussurrou:

- Sonorus. – então emendou – Crianças, venham almoçar.

Sua voz amplificada chegou até onde jogavam uma partida de quadribol. A fome, momentaneamente esquecida enquanto se revezavam na nova vassoura. Mas assim que a palavra “almoçar” foi ouvida, lembraram-se da barriga vazia, e entraram rapidamente:

- Que será que mamãe preparou para o almoço? Estou faminto.

- Cara, sua mãe manda muito bem com aquela torta de carnes – disse Rony salivando só de pensar na iguaria.

Ao entrarem na sala de jantar, deram de cara com os dois cozinheiros ainda com os aventais manchados de gordura e molho.

- Oh Deus! – Gemeu baixinho Hermione.

Quando se sentaram a mesa, Rony não se conteve e perguntou:

- Vamos ter de comer isso mesmo?

- Tenha modos Rony. – ralhou a Sra. Weasley – Foi muita gentileza Tiago e Sirius cozinharem para nós toda essa comida. Tenho certeza que está maravilhoso.

O Sr. Weasley parecia não compartilhar o ponto de vista da esposa, mas uma rápida troca de olhar com ela e decidiu manter-se calado.

- Não precisa ter medo Rony – Disse Lilian.

- Obrigado pelo apoio querida... – Agradeceu Tiago

- Essa gororoba dificilmente vai matá-lo – Continuou a Sra. Potter – Minha experiência com a culinária desses dois, me diz que no máximo você perderá os dentes, mas com um pouco de sorte, não deve passar de uma forte dor de barriga.

- Hei – protestou Sirius com cara de ofendido – Aquilo foi um acidente.

- Em todo caso, eu sou curandeira Rony querido, - tornou Lilian sorrindo- Tenho todo tipo de poções para nos ajudar depois.

A comida no entanto, ao contrário do que todos esperavam, estava maravilhosa. Desde o assado de carneiro, até a sobremesa, que consistia em pudim de sorvete.

Após a lauta refeição, Jorge e Fred desafiaram Harry e Rony para uma partida de Snap Explosivo, as garotas foram assistir aos rapazes jogar. Subiram todos para o quarto de Harry.

O clima tornou-se mais sério entre os adultos, passaram a falar sobre as medidas de que tomariam no dia seguinte, primeiro de setembro, durante o embarque no Expresso de Hogwarts.

- O que me lembra uma coisa. – disse Tiago franzindo a sobrancelha.

- O que querido?

- Isso. – procurando numa pilha de jornais na estante, sacou o exemplar que procurava e mostrou a todos a noticia da qual falava.

 

Dâmocles Belby foi encontrado morto em sua residência esta manhã, segundo testemunhas, havia sinais de luta, depois de morto, o professor de Defesa contra as artes das trevas, de Hogwarts, teve seus olhos arrancados, fato que chocou esta repórter. Foi gravado a fogo em sua testa um “H” com uma serpente entrelaçando a letra, formando um “S”.continua na pagina 3”.

 

O jornal era de uma semana atrás.

- Quem será que Dumbledore vai contratar agora? - Perguntou Sirius, logo após ler a noticia – Quer dizer, foram três professores em três anos, não deve ter uma fila muito grande de gente se candidatando.

- Pra falar a verdade. Ele me convidou para o cargo. – confessou Lupin, surpreendendo a todos.

- Sério? Por que você não nos contou?

- Por que não aceitei – disse simplesmente. - Mesmo com a Finite Selenia, muita gente do nosso povo ainda não confia nos de minha raça. Iria ter todo tipo de preconceito e protesto. Hoje, eu e Sirius estamos financeiramente bem com a empresa, não vejo motivo para voltar a sofrer esse tipo de preconceito.

Os Granger olhavam de um para outro, sem entender a conversa, Sirius apontou o dedão para Lupin e disse a guisa de explicação:

- Ele tinha a mania de ser lobisomem.

Ambos pareceram assustados, mas Tiago os tranqüilizou.

- Não se preocupem, Lily e Ranhoso curaram a todos os lobisomens que quiseram ser curados.

- Como assim, “que quiseram”? – perguntou o Sr. Granger – Teve aqueles que não queriam?

- Infelizmente. Tem alguns que gostam de ferir as pessoas. Gente que luta ao lado das trevas. – explicou Lupin – Ainda existem muitos lobisomens na Inglaterra.

- Mas voltando ao assunto – tornou a Sra. Weasley – Se você não aceitou o cargo Remo, quem vocês acham que Alvo vai contratar?

- Ouvi dizer que ele ia convidar Olho Tonto, - disse Tiago - mas com Rufus Scrimgeour, sendo nomeado Ministro; Moddy é agora o Chefe do departamento de Aurores.

- Vocês não vão acreditar, - entrou na conversa pela primeira vez o Sr. Weasley - mas eu sei quem Dumbledore contratou.

- Quem? – perguntaram todos em uníssono.

- Augusta Longbottom.

- Você deve estar brincando Arthur, - disse Sirius incrédulo. – Depois do que houve com seu neto naquela escola?

- Creio eu, que esse é justamente sua maior motivação. Penso que ela quer honrar a memória do neto; ensinando pessoalmente, outras crianças a se defenderem das artes das trevas.

- Como você teve acesso a essa informação?

- Devido ao evento que o ministério esta preparando para esse ano, e mais as medidas de segurança extras que estão sendo tomadas. Dumbledore teve de passar ao ministério, uma lista de todo o corpo docente, e demais funcionários da escola. Foi assim que eu vi o nome dela, como nova professora de defesa.

- Ela já sabe da atual condição do garoto? – quis saber Remo. – Alguém a avisou que seu único neto agora é um cadáver ambulante?

- Dumbledore cuidou disso. – tornou o Sr. Weasley – Mas vocês sabem qual é a parte mais estranha dessa história toda? Realmente havia mais candidatos; mais duas pessoas se candidataram ao cargo.

- Quem?

- Ignoto Peverell foi o primeiro.

- Não é desse homem que o ranhoso falou outro dia? – intrigou-se Tiago

- Esse mesmo, - continuou Arthur – O que me aborrece, é que eu já vi esse nome antes, mas não me lembro onde, fiz uma busca minuciosa nos arquivos do ministério para saber de quem se tratava, e não achei registro algum de nenhum Peverell.

- Pelo tom de voz que Dumbledore falou sobre as opiniões dele, deve ser algum bruxo muito poderoso. – refletiu Lilian – E o outro candidato? Quem era?

- O Ranhoso, digo, Severo Snape.

- Severo? Mas nós temos muita pesquisa em andamento no St. Mungus. Por que iria querer abandonar o emprego para lecionar? Ele nunca demonstrou aptidão para o ensino. Que estranho.

 

 

No andar de cima, Harry acabara de perder pela terceira vez consecutiva no Snap Explosivo:

- Tome Harry, aceite essa bala como prova de que não quis te humilhar. – Disse Jorge, com um sorriso de triunfo no rosto.

- Não acredite nele. – tornou Fred – Ele quis humilhar você sim.

Harry pegou a bala da mão de Jorge e foi se sentar junto às meninas, enquanto mastigava o doce com ferocidade, ficou pensativo por alguns instantes se seria muito baixo de sua parte botar fogo nos fundilhos de Fred como vingança.

- Não ligue pra eles – disse Gina – Só estão te provocando, você pode ter perdido o jogo, mas ganhou isso como prêmio de consolação...

A garota ajoelhou-se junto dele e com uma das mãos, segurou com determinação sua cabeça; enquanto a outra abraçava suas costas e o puxava para junto de si. Os lábios ficaram a poucos centímetros um do outro; Harry pode sentir seu hálito cálido e quente por sobre os seus e então ela o envolveu com um beijo cinematograficamente demorado. O garoto podia sentir o cheiro suave de sua pele, exalando um leve odor floral. Ele finalmente cedeu por completo à sensação deliciosa, e esquecendo as outras pessoas no quarto, juntou Gina pela cintura e a deitou no chão, balbuciando palavras de carinho, sem desgrudar por completo de seus lábios carnudos e molhados.

Foi quando percebeu o pássaro mais esquisito que já vira na vida voando sobre sua cabeça. Ele tinha o corpo de um pardal, mas o pescoço terminava em uma cabeça de tamanho desproporcional, com o mesmo tamanho do corpo, mas era a cabeça do Jorge, e lhe dizia com voz de falsete:

- Nas versões Bala, Bombom e Barra de Chocolate, realize seu desejo mais profundo por apenas vinte sicles.

Seus olhos saíram de foco por alguns segundos, e quando deu por si, estava deitado no chão, beijando uma menina que não estava lá. A baba lhe escorria ligeiramente, a língua ainda meio pra fora da boca e os braços abraçando o vazio. No outro lado da sala, Fred, Jorge e Rony rolavam no chão em meio as gargalhadas. Ao seu lado, Gina e Hermione seguravam o riso o máximo que podiam:

- Você está bem Harry? – perguntou Hermione.

- O que você me deu seu retardado? – indagou Harry sentindo seu rosto ficar roxo-púrpura instantaneamente.

-Apenas uma bala “Realize seu Sonho” – respondeu Jorge ainda rindo – Inofensiva. Apenas faz você vivenciar seus desejos mais secretos. Agora nos conte. Quem era a... Como foi que ele disse mesmo Fred?

- “A mais bela entre as belas, o amor infindável de minha vida, a mulher com a qual quero viver”

Harry pensou ter visto ciúmes nos olhos de Gina, mas não conseguiu encará-la por mais que alguns segundos, e baixou seus olhos rapidamente para o chão. O rosto queimando mais do que nunca.

- Otário. – foi à única coisa que conseguiu dizer sem gaguejar

- Qualé Harry, precisávamos testar em alguém, - defendeu-se Fred - e você deve ter se sentido nas nuvens, pelo menos era o que seu rosto demonstrava. – e voltou a cair na gargalhada.

Naquela ultima noite de férias, Harry demorou a pegar no sono, ficou relembrando a cena, ainda podia sentir o perfume da pele de Gina. Mas os gêmeos não podiam estar certos, ele não sentia nada por Gina. Ou sentia? Seus cabelos macios e sedosos roçando-lhe a face. NÃO, era por culpa do feitiço da bala. Esse não podia ser o desejo secreto de seu coração, Gina era como uma irmã para ele. E ficou tentando se convencer disso, mas uma voz chata e impertinente ainda dizia na sua cabeça:

-“Mas se o beijo fosse de verdade... Você seria agora, a pessoa mais feliz do mundo, não seria?”

E quando finalmente adormeceu, sonhou com ele e Gina voando nas costa de um pardal gigante, enquanto se beijavam apaixonadamente.

 


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