O Menino que Sobreviveu escrita por gelmo


Capítulo 10
Voldemort faz planos




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Lord Voldemort raras vezes em sua vida esteve tão furioso. Logo após recuperar seus poderes, praticamente todos os comensais em liberdade haviam respondido a sua convocação. Os que não estavam em Azkaban e não retornaram imediatamente, foram sistematicamente caçados e mortos. Seus planos começavam a engendrar. Havia conseguido dois homens importantes no Ministério; e fora particularmente difícil lançar uma maldição imperius, em Belby. O velhote havia se cercado de todo tipo de proteção. Mas Voldemort sempre conseguiu o que queria. E finalmente tinha em suas mãos um espião dentro de Hogwarts.

Mas numa noite, alguns meses atrás, tudo começou a dar errado. Ele estava com Belatrix e mais dois comensais em Londres, quando seus homens sentiram suas tatuagens arderem, sendo convocados, por ninguém menos que ele próprio.

Pobre Bela. Se o Lorde das Trevas conhecesse o sentido da palavra amizade, talvez tivesse se arrependido de ter mandado sua fiel serva investigar aquilo. Mas quando seu corpo moribundo retornou, com olhos e língua removidos; completamente mutilado, tudo que seu mestre sentiu foi ódio e espanto, mas não pela mulher que gemia aos seus pés, e sim pela caixa que a acompanhou. Voldemort a reconheceu de imediato, fora nela que ele encerrara sua primeira Horcrux. E o anel fora roubado. Quem ousara fazer aquilo com algo que lhe pertencia, realmente não fazia planos de ter uma vida longa.

- Tragam-me Belatrix, - disse o Lorde Negro com voz Fria - ainda há um serviço que você possa me prestar Bela.

Usando de Legilimencia, Voldemort visualizou tudo que Belatrix Lestrange havia vivenciado. Ele jamais admitiria isso, nem pra si mesmo, mas o que Voldemort sentiu naquele momento, foi o mais puro medo. Ele sabia agora qual era o inimigo que teria de enfrentar. Teria de duelar consigo próprio. E não existia inimigo mais poderoso.

Durante vários minutos, estudou o corpo agonizante em sua frente, e uma idéia formou-se em sua mente, ele apontou sua varinha para a mulher e sentenciou:

- Tempus Avada. – Um jato de luz azul saiu da ponta de sua varinha e atingiu Belatrix bem no meio do peito. Sua respiração cessou no mesmo instante. Os aposentos pareciam estranhamente silenciosos sem os gemidos moribundos. – Levem-na, seu corpo deve ficar em segurança até eu precisar dele. A morte se encontra instalada em seu coração, por isso deve manter-se assim, congelada no tempo; mais dois ou três suspiros e ela não mais me será útil, portanto tenham cuidado.

Após essa noite fatídica, seus planos começaram a ser frustrados um a um. Metade dos comensais nunca mais retornou, agora obedeciam a um novo senhor. Dois dias depois que seus homens no ministério conseguiram por uma maldição Imperius em Fudge, o ministro fora brutalmente assassinado. Em questão de dias, Belby também fora morto.

Mas as coisas parecem finalmente estar entrando nos eixos novamente. Seus informantes haviam lhe informado de um ataque ao jovem Riddle, no qual ele não saíra ileso. Ninguém soube informar quem foi seu atacante, mas era consenso geral que não fora ninguém da ordem da fênix. Eles não guardavam troféus. Isso significava que seu rival estava lutando uma guerra de quatro fronts. Riddle lutava contra a Ordem da Fênix, o ministério, esse estranho homem cinzento e contra o próprio Voldemort.

- Lucio.

- Sim Milorde.

- Seu novo amo desconfia de você?

- Milorde!!!! – Lucio Malfoy parecia chocado – Jamais terei outro mestre além do senhor.

- Não seja abjeto Lucio, e responda a pergunta.

- Não meu senhor, ele acha que lhe sou totalmente fiel. Que ainda respondo aos chamados do Lorde das Trevas, apenas para espioná-lo e levar-lhe informações.

- Em outras palavras, ele acha que você é espião dele, e esta me enganando? É isso Malfoy?

- Sim Milorde.

- Mas isso não é verdade... É Lucio? – A malícia em sua voz, serviu apenas para aumentar mais ainda o temor que Lucio tinha de seu mestre.

- Jamais Meu Lorde. Minha vida não teria sentido se não fosse para lhe servir.

- Muito bem, queremos que continue assim não é Lucio? Portanto tome cuidado, sei que ele é excepcional na arte da legilimencia. Agora, preste atenção às minhas palavras, pois você as vai repetir para ele amanhã. Diga-lhe, que estou extremamente irritado por perder meu agente em Hogwarts, pois esperava que ele pudesse ficar vigiando minha terceira garantia, que esta escondida no castelo.

- Que garantia senhor?

- Não lhe interessa Lucio, se teme por sua vida, não se intrometa nos assuntos de Lord Voldemort. Aquela aberração vai entender do que se trata, e se eu estiver certo, ele vai cometer a loucura de tentar invadir o castelo. Tudo que preciso fazer é deixar que Dumbledore saiba disso.

- Batalhas em Hogwarts, milorde?

- Sim Lucio – o homem com feições ofídicas encarou seu servo por vários segundos, então sorriu malevolamente – Por que Malfoy? Teme por seu filhinho querido? Fique tranqüilo homem; aquele arremedo de Voldemort preza tanto quanto eu o Sangue Puro, se Draco não fizer bobagens, nada lhe acontecerá. Agora vá, e faça exatamente como lhe instrui.

O aposento estava na penumbra, ouvia-se apenas o crepitar da lareira, o Lorde das trevas estava sentado num canto afastado do fogo. Com uma das mãos ele rodava distraidamente sua varinha e com a outra afagava a cabeça da cobra colossal enrolada em seu colo; o animal sibilou baixo.

- Eu sei Nagini, mas não irei correr riscos. Ele foi a segunda Horcrux que fiz. Com certeza se lembra que eu planejava fazer mais quatro. Sua memória no entanto, só o levaria até o anel. Foi apenas depois de preparar o diário que tive aquelas longas conversas com Helena Ravenclaw. Ele não faz a mínima idéia de que consegui o diadema perdido de Rowena Ravenclaw.

Após alguns minutos de silenciosa meditação, ele pareceu tomar uma decisão:

- Yaxley, traga nossa convidada, quero ter uma entrevista com ela.

- Sim meu Lorde.

O comensal demorou menos de dez minutos e trouxe consigo uma mulher muito maltratada. Sua pele macilenta estava pálida, como se fizesse muitos dias que não saia ao sol. Profundas olheiras deixavam-na com ar ainda mais doentio. Havia um filete de sangue seco no canto de sua boca, traço de recente espancamento, assim como os hematomas espalhados por toda parte onde sua pele era visível.  

- Ande seu lixo inútil, o Lorde das Trevas quer falar com você. – ele vinha cutucando suas costas com a ponta da varinha; e cada vez que fazia isso, ouvia-se um chiado baixo, o ar impregnava-se do cheiro característico de carne queimada. A parte de trás das vestes, reduzida a tiras, deixavam ver varias bolhas de um feio tom de vermelho.

A bruxa cambaleou e sem mais forças para prosseguir, despencou ajoelhada no chão, aos pés de Voldemort. A cobra em seu colo levantou a cabeça e sibilou em ameaça, deslizou para o chão e foi se enrolar no canto mais escuro da sala.

- Então mulher? Está pronta para unir-se a mim? – ela o encarou apaticamente, sem dizer nada. Seus olhos passavam a impressão que nada mais no mundo lhe importava, que podiam fazer com ela o que quisessem, já tinha sofrido tudo que um ser humano pode suportar – Ou devo estender o mesmo tratamento a sua filha de sangue ruim?

Ele sentiu prazer em ver a expressão da mulher mudar, Lord Voldemort sempre achava um meio de causar mais dor às suas vitimas. Da apatia ao desespero, a mulher se lançou gritando e chorando com o rosto no chão:

- Não, ela só tem dois anos, deixe-a em paz.

- Eu não levantarei um único dedo contra aquela porquinha. Você irá fazer isso. Irá repetir na carne dela, tudo que fizemos em você.

- Eu jamais farei isso. – gemeu a mulher em meio às lágrimas – Nunca torturaria minha própria filha.

- E como você espera me desobedecer depois que eu lhe lançar uma maldição Imperius? Não que isso vá fazer diferença pra sua filha, ela não entende nada de maldições, entende? Com essa idade, a única coisa que entenderia, é que sua mamãe estaria se divertindo enquanto lhe causa dor.

- Pare, eu imploro. Eu faço o que você mandar, mas não toque em minha filhinha. Eu faço o que me mandar fazer.

- Sim mulher, você fará o que eu mandar. - com essas palavras, o bruxo apontou-lhe a varinha e ordenou – Imperio.

Os soluços cessaram no mesmo instante; o medo estampado em sua face deu lugar a uma expressão de indiferença.

- Levante-se Burbage Charity, você volta amanhã ao seu cargo de Professora de Estudo dos Trouxas em Hogwarts, e vai explicar à Dumbledore, que foi capturada e torturada por Riddle, e que antes de conseguir fugir, o ouviu fazendo planos para atacar sua preciosa escola. Você me entendeu?

- Sim milorde.

A mulher se levantou com naturalidade, fez uma inclinação para o novo mestre e pediu:

- Posso me retirar agora senhor?

- Pode professora, mas antes, - o bruxo pegou de uma estante, um pequeno livro encadernado em couro, e lhe entregou. – Leve isso.

A profa. Charity tomou o livro em suas mãos com ar de indagação.

- Escreva um relatório todos os dias nessas paginas, e suas palavras aparecerão nesse outro volume, - e apontou um livro idêntico, que estava sobre o console da lareira – Uma última instrução. Não use tinta para escrever. Use sangue.

Quando a nova comensal se retirou, Yaxley pareceu reunir toda coragem que possuía e disse:

- Milorde, posso fazer lhe uma pergunta?

- Faça.

- Se o senhor ia colocá-la sob a maldição Imperius de um jeito ou de outro, por que a torturamos até ela concordar em fazer o que o senhor queria?

- Simples, meu caro Yaxley... Por que foi divertido.

A risada fria tomou conta da sala e ecoou noite adentro.

 


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