Cap:1

Marlene certamente não estava esperando velo naquele dia, muito menos nas circunstâncias em que se encontravam.

Ela estava sentada em uma das poltronas da sala de estar de James, quando ele apareceu sem avisar parado na porta que dividia o cômodo com o hall de entrada. E para piorar não estava sozinho, do seu lado uma garota com os cabelos curtos e escuros, estatura media, olhos claros, ate que bonita, mais como se pode dizer... muito simples.

E bastou um olhar para Marlene perceber que ela poderia viajar o mundo, rodar de ponta cabeça, que o sentimento nutrido por Sirius estava cravado em seu peito e nunca sairia dali.

- Você... ? - Disse Sirius confuso, ao olhar diretamente sem disfarçar para Marlene.

- Eu não te contei Sirius, mandei uma carta para a Lene a convocando. – Falou James tentando amenizar o clima que pairou na sala.

Marlene não conseguia dizer nada, não conseguia se movimentar, ficou parada na mesma posição torta sentada na cadeira com a xícara de chá em uma mão e o pires em outra, olhando para Sirius como se nunca mais fosse poder fazer isso em toda a vida, porem disfarçando esse sentimento com um olhar vazio.

Quase o mesmo fez Sirius, a não ser pelo fato de que não estava disfarçando e olhava-a em um misto de tristeza, surpresa e felicidade.

E percebendo a tenção no ar, James levantou-se, para cumprimentou Cassie, e se colocou ao lado do amigo com um braço em seu ombro.

- Não fique parado ai Sirius, é só a Lene, lembra a velha e boa Lene? – Disse quebrando o transe de ambos.

- Não vai me apresentar? – Marlene disse colocando a xícara sobre o pires na mesinha a sua frente, e se levantando. – Prazer Marlene McKimoon. – Falou estendendo a mão para a noiva de Sirius.

- Cassie Bernall.  – As duas se cumprimentaram com uma aperto de mão e um sorriso mais feliz da parte de Cassie, antes de Marlene se virar para James.

- Jay já esta na minha hora, tenho realmente muitas coisas para fazer la em cima. Te vejo mais tarde. – Ela disse dando um beijo no rosto de James e lançando um tchau com a mão breve para Sirius e Cassie. – Tchau para vocês.

- Ok. Mais tarde eu passo la pra te dar boa noite.

E ela saio em disparado. Passou pela porta principal, e ao fecha la só conseguiu encostar na parede e respirar fundo varias vezes ate que seu coração se acalmasse e parasse de bater tão rápido. Quando ela estava quase totalmente calma, ouviu a porta do apartamento se abrir e sentiu uma mão quente e um pouco tremula segurar a sua.

Marlene fechou os olhos, não queria enfrentar o rosto dele novamente, não agüentaria ficar sozinha com Sirius nem que fosse por um minuto sem que o buraco de dor que existia  dentro dela se abrisse novamente.

- Porque você voltou ? – Sirius falou ficando na frente dela com os braços esticados e as  mãos exaustadas na parede uma de cada lado da cabeça de Marlene – O que você veio fazer em Londres?

- Eu não te devo satisfações. – Disse ainda com os olhos fechados e a respiração descompensada.

- Eu só quero saber o porquê agora? – A vontade que ele tinha era de segura-la pela cintura e beijá-la como a tempos vinha desejando.

- O que você quer dizer com agora? -  Ela disse abrindo os olhos e os fixando nos dele.

- Você nunca vai entender não é mesmo? Raios Marlene porque com você tudo tem que ser tão difícil? Me diz. – Sirius se aproximou ainda mais apoiando seus cotovelos na parede. Milímetros os sapavam .

- Ok chega. – Ela disse colocando as mãos no peito de Sirius o movendo dois passos para traz. – Eu não voltei por você Sirius, e acho que não lhe devo explicações da minha vida.

- Então é assim que vai ser? – Disse dando mais um passo para traz e cruzando os braços nas costas. – Você nunca vai me perdoar, é isso? Por Deus Lene já se passaram dói anos.

Marlene respirou fundo, aonde ele queria chegar com essa conversa.

- Eu te perdoei. – Ela mentiu.  – Não guardo mais magoas. Superei tudo aquilo.

- Ótimo. – Ele disse com um sorriso mio torto no rosto.

- Realmente agora eu tenho que ir. – Ela desgrudou da parede, mais assim que deu três passos e estava prestes a ultrapassar Sirius e chegar a porta da escada, ele a segurou pelo pulso.

- Apesar de tudo foi bom te ver. – Ele sussurrou no ouvido dela antes de depositar um beijo em sua bochecha e partir para dentro do apartamento novamente.

- Ei! – Ela falou abrasando-o pelas costas. – Está tudo bem?

- Claro, porque não estaria? – Sirius disfarçou, dizendo na voz mais normal possível.

- Não sei. Dês de que nos voltamos da casa do James, você não disse uma palavra. – Cassi disse se soltando e parando na frente dele. – Eu devo começar a me preocupar?

- Cass, não fala assim. – Sirius depositou as duas mãos no rosto dela. – Isso é coisa da sua cabeça meu bem. – E a deu  um selinho saindo do closet em direção ao quarto.

- Ok não vou mais tocar no assunto, só me fala porque você nunca a tinha mencionado antes. – Ela foi para o quarto, sentou na cama de casal e ficou olhando enquanto Sirius pegava alguns papeis e colocava em uma bolsa transversal de pano cinza.

Ele parou por um minuto de mexer nos papeis, mais não saio do lugar.

- Não achei necessário, você é minha noiva, é com quem eu estou agora, ela foi uma pessoa do meu passado que eu deixei no passado. – Quando ele queria, conseguia mentir deslavadamente, e sustentar o sorriso mais encantador de toda Londres. – Vai ler alguma coisa, fazer sei la o que, e para de colocar minhocas na sua cabeça Cass.

- É eu estou exagerando mesmo. – Ela se levantou passou por Sirius e saio do quarto, ainda com a porta aberta gritou. – Vou comprar alguma coisa para cozinhar no jantar.

- Ei. – Sirius correu ate a porta do quarto. – Quando você voltar eu acho que já vou ter ido para a Ordem.

- Sem problemas, te espero para o jantas.

- Tchau. 

Sirius  ouviu a porta abrir e logo depois bater,  se sentou no chão, e ficou olhando para um lugar qualquer na janela. Não era fácil mentir daquele  jeito, muito menos conviver com todos pensamentos que voltaram rondando sua cabeça.

X

- Vai Lene me conta o que aconteceu pra você estar assim toda transtornada. – Lili estava sentada na poltrona de frente para a penteadeira do quarto de Marlene, tentando desembaraçar seus cabelos.

- Lili já te disse não estou transtornada. - Ela andava de um lado para o outro com meia dúzia de vestidos nos braços, e sapados espalhadas por praticamente todo caminho do armaria ate a cama de casal que por sua vez  estava abarrotada de sacolas.

- Imagina, eu que pirei supostamente do nada, comprei o shopping enquanto deveria estar em casa arrumando os outros “shoppings” que vieram de Paris. – Lili parou de arrumar o cabelo e virou-se para Marlene que também parara de zanzar pelo quarto, desistindo e se jogando no chão. – O que está acontecendo? Pode me contar tudo agora moçinha.

- O James, aquele primo ingrato, e seu namorado, isso sim que aconteceu. – Lene disse com desanimo.

- Que? Como assim o James, Lene. O que o paspalho fez dessa vez?

- Me mandou uma carta estúpida, e eu mais estúpida ainda considerei a proposta e voltei para Londres, e quando eu fui avisar que finalmente cheguei aquele amiguinho dele apareceu no apartamento do tapado, e eu não quero mais falar disso. – Ela se levantou chutando algumas sacolas e roupas do caminho. – Você viu onde eu coloquei uma sacola amarela? Minha poção para dormir estava la dentro...

- MARLENE COMO ASSIM VOCÊ NÃO ME CONTOU QUE VIU O SIRIUS.  – Lili berrou tapando depois a boca escancarada, com as mãos e descruzando as pernas.

- AHH, quer me matar do coração? – Lene disse levando uma mão ate o peito e outra ate a testa, depois se jogando na cama, na esperança de que o monte de roupas a engolisse, e fizesse com que ela não fosse obrigada a responder ao questionário de Lili.

- Não, não, não espertinha. Nem pensar em se enterrar nesse mundaréu.  – Lili pulou na cama, sentando-se com as pernas em indiozinho. – Quando você o viu? Vocês se falarão – Ela levou a mão a boca. – Vocês se beijaram não foi? Ai meu deus vocês se bei...

- Não Lili – Lene se reergueu, sentando-se na beirada da cama, com um semblante transformado de entediada e revoltada para triste e sarcástica. – Agente não teve essa oportunidade porque ele estava com a Cassie, que vejamos... A lembrei é a noiva dele. – Ela tentou dar um sorriso forçado, mais só consegui embolsar um rasgo no rosto por 3 segundos.

- Lene me desculpa eu queria te contar, mais... – Lili começou a falar, mais Lene logo a cortou.

- Não Lili, eu sei, você não tem que me explicar nada.

- Não Lene eu tenho sim. Eu era a única que sabia, quer dizer sei o quanto você sofre pelo Sirius.

- Eu não sofro por ele – Lene retrucou, fingindo desinteresse.

- Que seja, eu deveria ter te contado, eu quis contar, mais o James me convenceu do contrario, ai quando ele te mandou a carta eu quis te contar mais você veio tão rápido que acabou não dando tempo.

- Lili está tudo bem, foi melhor assim. Ele seguiu com a vida dele mais rápido que eu só isso. – Marlene levantou-se e continuou a procurar por alguma coisa. – Vamos mudar de assunto ok. 

- Raios não consigo achar uma roupa decente e muito menos minha

poção para dormir. – Lene continuou, vasculhando toda superfície do chão.

- Pelo amor de Deus, olha para esse tanto de roupa – Lili segurava um punhado de vestidos, calças, blusas e sabe-se la mais o que. – E dês de quando você toma poções para dormir? Ta variando já é?

- Ei não seja tão dura comigo, Essas roupas – Ela apontou para as pesas espalhadas por toda a cama. – Não me servem, eu estou muito gorda...

- Não vou comentar esse surto psicótico seu.

- E minhas poções, são naturais nada de química, servem pra me deixar relaxada. – Ela deu um sorrisinho falso.

- Ok agora você esta me assustando, falou igualzinha sua mãe! – As duas começaram a rir como a tempos não faziam.

- Eu senti muito sua falta Lili. – Lene se esticou para abrasar a amiga. – Bom mais chega dessa ladainha toda não é. – Ela sorrio. – Eu estou morrendo de fome, que tal pizza?

- Que horas são? – Lilian perguntou, olhando pelo quarto em busca de um relógio.

- Não sei, espera vou ver na sala. – Ela se levantou e foi correndo ate a sala de onde gritou para Lili. – Seis e quarenta.

- Caramba o James vais me matar. – Ela falou já pulando da cama, enquanto Marlene entrava no quarto novamente. – Eu combinei de ir jantar no James hoje, mais você podia ir comigo não é?

- Mais é claro... que não. – Ela voltou a se sentar na cama. – Eu não tenho vocação pra vela Lili.

- Ai deixa de frescura, vamos vai ser divertido. – Lili disse já com a bolsa vermelho verniz nas mão e em frente a porta do quarto.

- Eu passo, realmente eu tenho muita coisa pra fazer nesse apartamento. – Ela deu uma boa olhada em volta. O quarto decorado em branco e tons pasteis estava realmente uma zona, e ele não era o pior de todo apartamento, a sala, cozinha, os 3 quartos de hospede estavam abarrotados de caixas fechadas. – Mais espera que eu vou descer também.

- Onde você vai posso saber? – Lili se encostou no batente da porta enquanto Marlene pegava um vestido de alcinha verde e uma echarpe rosa clara, e depois de vasculhar entre algumas sacolas no chão encontrou uma sapatilha do mesmo tom da echarpe e a causou.

- No mercado, sua curiosa. Vamos estou pronta. – Ela disse passando por Lili.

X

- Ok, vejamos. – Ela olhou dentro do carrinho que carregava. Duas garrafas de vinho Italiano, uma baguete de pão, azeite, um caixa de chocolate Lady Godiva, um galão de água, sal, pimenta e açúcar. – É peguei tudo.

A fila para pagar estava fazia, também quem iria fazer compras no mercado em plena sexta feira a noite?

- Merda, como você foi inteligente Marlene. Carregar tudo isso ate em casa sozinha, a esperteza passou longe em. – Ela disse para si mesma olhando para as sacolas e seus bracinhos minúsculos.

Não sei o que é pior, o peso dessas sacolas ou a dor nas costas que eu vou ficar de ter que carregar tudo isso ate la em cima. Ei espera... Com certeza o James pode fazer esse pequeno favorzinho para mim.

E lá foi ela pensando enquanto atravessava a esquina,  largando todas as sacolas na porta do prédio e apertando o interfone do apartamento de James.

- Vai James atende. Para por um minuto de se atracar com a Lili e vem aqui me ajudar seu...

- Pois não.

- Quem está falando. – Ela não reconheceu a voz do outro lado.

- Quem está falando eu que pergunto. – Ele respondeu com um sorriso. 

- O James está por favor.

- Espera um minuto. - E ela ouviu quando o rapaz gritou – Pontas é a Lene. – Marlene arregalou os olhos, o que aquele garoto estava fazendo dinovo no apartamento do seu primo?

- Lene? - James pegou o interfone.

- Jay, você pode descer aqui e me ajudar com algumas sacola?

- Espera um pouquinho – Ele fez uma pausa – Estou mandando o Almofadinhas. – Disse bem rápido e desligou o interfone.

- JAMES. – Ela apertou o botão do interfone. – James por favor, eu não gosto desse tipo de brincadeira. – Ela disse em voz alta olhando para a janela da sala de James logo a cima de sua cabeça.