- E eu posso conhecer eles? - ela se animou. Ela quer conhecer eles agora, o que eu respondo?

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Seth

Bati minha pata no chão uma vez, respondendo que sim. Sam já ia mesmo contar a ela sobre nós, então não via problema prometer isso.

- Que bom! Onde ele estão? - ela perguntou animada. - Opa! Desculpe, esqueci que você não pode responder. Posso vê-los hoje? - ela quis saber. Tá aí uma pergunta que eu não sabia responder. Me sentei nas duas patas traseiras. Não posso prometer isso a ela sem falar com o Sam. - O que foi, precisa falar com eles primeiro?

Bati a pata uma vez.

- Ah, entendi. - ela ficou em silêncio por alguns segundos. - Você tem irmão, ou irmã? - ela perguntou. Bati a pata uma vez respondendo. - Mais de um? - bati duas vezes. - Sua família é muito grande?

Ficamos conversando sobre o bando durante um tempo. Infelizmente a maioria das perguntas que ela queria fazer não se respondia com apenas um “sim” ou “não”.

- Você tem uma fêmea? Quero dizer, companheira? - ela perguntou encostada em mim. Bati a pata um vez. Sim, tenho. Tenho a companheira mais linda do mundo. Pensei enquanto olhava para ela. Eu estava deitado no chão, Lena estava deitada apoiando na minha costela.

- Você a ama? Quero dizer, não sei como funciona isso entre vocês. - ela disse, quase se embolando. Bati a pata uma vez. Lena sorriu antes te voltar a encostar a cabeça em mim. Ela ficou em silêncio por alguns minutos. - Lobão, me promete uma coisa? - Lena pediu quebrando o silêncio. Ela não estava me olhando. - Nunca a magoe. - ela pediu em voz baixa.

Vi uma lágrima cair do canto de seu olho. Senti meu coração doer. O que eu fiz com ela? Coloquei minha cabeça em seu ombro. Me desculpe, Lena. Pedi rezando que ela escutasse.

- O que foi, Lobão? Ta chorando? - Lena parecia surpresa. Ela passou a mão no meu rosto. - Por favor, não fica assim. - ela disse encostando a cabeça na minha.

Eu precisava dar um jeito nisso, não podia deixar ela assim pensando que eu tinha feito algo que não fim. Levantei minha cabeça e a encarei.

- O que, quer que eu levante? - ela quis saber. Bati a pata uma vez, o que fez ela sorri antes de se levantar, eu a acompanhei. - É, acho que já esta ficando tarde, mesmo. Meu primo vai pensar que fugi. - ela disse limpando a roupa. - Você pode me dar uma carona? - claro!

Chegamos mais rápido do que ontem, ela não tinha ido tão longe dessa vez. Ela desceu de mim sem muita dificuldade.

- Obrigada, Lobão. - ela me abraçou. - Você pode vir mais tarde? - ela me largou e me olhou nos olhos. - Queria muito te vê, pode? - bati a pata confirmando. Ela sorriu. - Então até mais tarde. Tchau, Lobão. - ela disse e correu em direção a casa do Sam. Agora eu só tenho que me preparar para morrer.

Troquei antes de sair da floresta. Aproveitei que estava perto da casa do Sam e fui falar com ele.

- Lena, o que você está fazendo aqui fora? - perguntei assim que me aproximei da casa. Pensei que ela tivesse entrado. Ela estava sentada na entrada da casa. Lena se levantou rapidamente. O coração dela acelerou.

- Nada, é que eu não sei se quero entrar.

- Por que? - quis saber. Ela comprimiu os lábios, quase pensei que ela estava prendendo o riso.

- Hã... estou com medo do que vou encontrar lá dentro. - ela admitiu.

- Medo, medo do que?

- Er... deixa para lá. Eu vou entrar, vou ter que fazer isso algum dia. - ela disse se virando para entrar em casa.

- Lena, espera. - pedi, ela se virou de vagar. Fui até ela. - Me faz um favor? - pedi, mas ela não respondeu, só me olhou. - Pede ao Sam para ir até a casa do Jake o mais rápido possível. - falei. Ela balançou a cabeça, de vagar, confirmando. - Obrigado. - agradeci e sai antes que ela me expulsasse.

- Seth! - ela me chamou. - Hã... a Sue esta bem? - ela perguntou. Me virei para vê-la. Ela estava mordendo os lábios.

- Sim, obrigado por perguntar. - disse e esperei para vê se ela ia falar mais alguma coisa, mas não falou, a única coisa que escutei foi seu coração bater forte.

Sei que pudia ser cedo demais, ou talvez eu podia esta arriscando muito alto, mas não resisti. Fui até ela e a beijei. A principio ela ficou paralisada, talvez não sabendo o que fazer, mas não demorou muito para ela se entregar. Ainda bem!

Senti ela colocar os braços em volta do meu pescoço. Eu a tirei do chão trazendo ela um pouco mais para perto. O que esse beijo significava? Ela me perdoou? Tentei parar de pensar, não queria saber disso agora, eu queria aproveitar enquanto ela estava em meus braços.

Fui com ela até a parede perto da porta e a encostei ali. Ela agarrou minha nuca, segurei em sua cintura com uma mão, enquanto a outra a sustentava do chão. Mas senti algo molhado em seu rosto e abri os olhos. Uma lágrima tinha escapado de seus olhos. Eu a machuquei?

- Lena? - tentei falar, mas ela encostou dos dedos em meus lábios.

- Shh... por favor... não fala nada, eu estou tentando. - ela disse com os olhos fechados. Encostei minha testa na dela. Talvez esse não seja o melhor momento para tentar explicar. - É melhor você ir, Seth. - ela sussurrou tentando se afastar, eu deixei, não queria forçar nada.

- Ta, só não esqueça do recado, por favor. - disse, ela concordou. - Tchau. - me despedi e sai da entrada da casa, mas não sai de perto da casa, tinha esquecido de uma coisa. - Lena! - gritei para ela, que virou rapidamente. - Eu te amo! - gritei. Ela deu um leve sorriso e entrou. Ela me ama.

Corri para casa do Jake, mas me lembrei que que era melhor reuni todo mundo e contar de uma vez. Passei pela casa de cada um para chamar. A ultima casa foi a minha.

- Você vai ou não? - perguntei a Leah, que estava na sala trocando de canais, entediada.

- Para que você quer essa reunião? - ela perguntou sem me olhar, eu ainda estava na porta.

- Se fosse para falar assim eu não reuniria o pessoal, não acha? - disse. Ela revirou os olhos.

- Ta, daqui a pouco eu vou. - ela falou.

- Só não demora. - pedi antes de sair. Dessa vez fui direto para casa do Jake.

- E aí, Seth. - Jake abriu a porta.

- Chamei o pessoal para vir até aqui, tem problema? - perguntei entrando.

- Você pergunta depois de chamar? - ela fechou a porta.

- É, foi mal, esqueci de te perguntar. - cocei a nuca. Ela sorriu.

- Tudo bem, deve ser importante, você nunca fez isso. - ele disse se sentando no sofá.

- Onde esta o Billy? - perguntei notando que ele não estava em casa.

- Na casa da Ester, ele só vive lá agora. - ele zombou. Me sentei.

- E Bella? Pensei que fossem aproveitar a casa vazia. - disse sorrindo. Ele sorriu também.

- E vamos, só que mais tarde. Ela teve que resolver uma coisa com Charlie. - ele respondeu.

- Ô de casa. - Matt apareceu na porta.

- Não precisa chamar, pode ir entrando. - Paul abriu a porta de qualquer jeito e entrou.

- Se você quebrar eu vou te usar como porta – Jake avisou. Pau deu de ombros.

- Tanto faz, assim vou ficar mais perto da Rachel. - ele retrucou.

- E onde ela está? Pensei que fosse vir com você. - Jake disse.

Rachel estava com Paul na casa dele. Paul quase me jogou o vaso de plantas quando eu apareci em sua casa avisando que ia ter reunião.

- Não, ela foi para casa do Sam ficar com as garotas. - ele respondeu.

- Espero que essa reunião seja por um motivo serio dessa vez. - Leah apareceu resmungando.

- Não dói dizer bom dia, Leah. - Quil entrou depois dela.

O pessoal foi chegando aos poucos. Sam foi o que mais demorou a chegar.

- Desculpem pela demora. - ele entrou se desculpando.

- Querem saber o por que nosso grande Alfa se atrasou tanto? - Embry estava com sua cara diabólica.

- Se não ficou satisfeito por eu te quebrado só um braço, eu quebro o outro para fazer par. - Sam disse ao se sentar.

- Não precisa, nunca gostei de número par. - Embry retrucou.

- Afinal, quem pediu essa reunião? - Jared perguntou.

- Eu. - me levantei. Sam juntou as sobrancelhas.

- Por que? - ele estava desconfiado. Respirei fundo.

- Antes que eu comece, preciso que saibam de uma coisa, principalmente você, Sam. Isso foi uma mera coincidência, não tive culpa. - avisei. Sam cruzou os braços. Voltei a respirar fundo. - A Lena quer conhecer minha família. - soltei logo de uma vez. Eles me olharam não entendendo.

- Lena ta maluca? Ela já conhece sua família. - Paul falou.

- Er... não é bem a minha família que ela quer conhecer, é a do Lobão.

- Ele bebeu? - Embry perguntou a Leah.

- Para de enrolar e diz logo o que você esta tentando falar. - Jake pediu.

Me sentei e contei tudo o que aconteceu a eles, desdo início.

- Seth, acho que é agora que você tem que dizer: “é brincadeira pessoal”. - Matt sugeriu, depois de um breve momento de silêncio.

- Até diria, mas não é. - disse. Sam esfregou a testa com os dedos, isso não era um bom sinal.

- Alguém tira esse moleque da minha frente. - Sam pediu baixo, mas dava para senti que ele estava nervoso.

- Sam, não...

- Cala a boca, Seth! - Sam rosnou me interrompendo. Já fazia bastante tempo que não me mandavam calar a boca. - Você tem alguma noção do que poderia ter acontecido com a Lena se você tivesse se descontrolado? - ele se levantou irritado. Ele tinha razão.

- Eu disse que ele estava aprontando. - Quil falou.

- Não fiz de propósito, ela apareceu na floresta gritando. Eu tentei fazer ela ir, mas não queria que ela ficasse com medo de mim. - tentei explicar.

- E então você resolveu virar o cachorinho dela? - Leah ironizou. Mais ou menos.

- Não, eu só tentei fazer com que ela não tivesse medo de mim, já esta bem difícil vê ela decepcionada.

- Então era por isso que você não queria que Sam contasse. - Jake entendeu.

- Faz quanto tempo que ela já sabe disso? - Sam voltou a falar.

- Dois dias. - respondi baixo. Ele assentiu, não que isso fosse uma coisa boa.

- O vamos fazer? - Jared perguntou.

- Vamos mostra a família do Lobão. - Embry zombou.

- O que você acha, Sam. A gente deixa ela nos vê? - Jake perguntou.

Algumas horas mais tarde...

Lena

Eu estava indo me encontrar com o Lobão. Saí pela janela, de novo. Sam não tinha voltado da casa do Jake, e com certeza Emy não ia deixar eu sair sem um relatório completo de onde eu ia. Então não tive escolha, tive que sair pela janela. O que eu ia dizer? Ah Emy, eu ali me encontrar com um lobo gigante e já volto. Sam e ela iam me internar.

Já tinha entrado na floresta, só não sabia onde eu ia me encontrar com o Lobão, a gente não tem um lugar certo. Andei mais um pouco, mas vi que não ia adiantar ficar entrando na floresta, precisava chamar por ele.

- Lobão! - gritei enquanto andava, mas ela não respondeu. - Lobão, onde você ta?

Escutei um barulho atrás de mim, me virei para vê. Era ele, o Lobão.

- Lobão! - exclamei sorrindo. Ele veio até mim. - Você esta bem? - eu o abracei. Ele encostou a cabeça em meu ombro. - Senti sua falta. - disse baixo. Ele fez um barulho em resposta. Era estranho, eu sentia mesmo a falta dele. Lobão me soltou e olhou em meus olhos. - O que foi?

Ele olhou para trás de mim. Ouvi um barulho de galho se quebrando, antes de me virar para vê o que era. Por alguns segundo achei que tinha alguma coisa atrás de uma das árvores. Voltei a olhar para o Lobão, ele fez um ruido e apontou com a cabeça para direção das árvores.

- O que foi? - perguntei antes de virar.

Ele voltou a fazer um ruído, ainda virado para as árvores. O que foi, ele não gostou das árvores?

Grande engano o meu, iria preferir mil vezes que fosse isso do que ter visto o que eu estava para ver. Uma pata enorme preta sair de trás da árvore. O que é isso? Dei um passo para trás, assustada.