[POV Tony]

Cheguei ao colégio e todos vieram me cumprimentar. O que achei muito estranho, pois, até semana passada, apenas os meus amigos vinham falar comigo.

Entrei na sala e logo veio Chris me dando um tapa na cabeça. A minha vontade, naquela hora, era de dar um soco nele.

-E aí, Tony?Ficamos sabendo que você desmaiou. – Chris me disse rindo.

-Ah, Johnny já espalhou? – desgraçado. Irei acabar com ele quando o ver!

-Não fique assim. Pelo menos ele não contou para o colégio inteiro, só para nós.

-Não faz diferença alguma... – me sentei em minha mesa.

Ficou aquele silencio por toda a sala. Era estranho, tudo estava estranho pra mim. As pessoas, os olhares, aquele silencio. Parecia que faltava alguma coisa. Claro, depois da morte de uma das estudantes, e que era minha ex, era obvio que todos ficariam desse jeito.

Anna era amiga de todos, não tinha inimigos. Estava sempre alegre, conversando com suas amigas. Era isso que faltava, a Anna.

O sinal finalmente tocou, e o professor entrou na sala. A aula começou, mas eu mal conseguia prestar atenção no que o professor falava.

Fiquei lembrando o dia em que conheci Anna. Ela era tão tímida, e linda... Saudade.

A aula acabou, e eu nem tinha percebido. Parecia que tinha se passado apenas alguns minutos.

Johnny entrou na sala, ele havia se atrasado. Agora eu o mato!

-Olá, Tony. Dormiu bem ontem? – disse sorrindo e vindo em minha direção para me cumprimentar.

-Seu desgraçado!  Já andou espalhando para todo mundo, não é? – também ri, e o cumprimentei.

-É então... Alguma novidade? – disse levando sua mão para trás da cabeça.

Continuamos com as conversas. As únicas coisas que me distraiam, eram as conversas idiotas e as cantadas dos meus amigos que sempre falhavam.

E assim continuou a minha manhã. A aula começava, e eu não conseguia me concentrar no que o professor dizia. O sinal tocava e vinham as conversas, e daí a aula começava de novo. Até que, finalmente as aulas acabaram e eu fui direto pra minha casa. Cheguei em casa, e meu celular tocou, era Jenny, minha namorada. Não nos falamos o dia inteiro, estudamos em salas diferentes.

-Oi. Tony, você está bem? – me perguntou com uma voz preocupada

-Claro.

-Eu não te vi o dia inteiro, fiquei preocupada...

-Não precisa se preocupar, estou bem.

-Ta bom. Onde você está?

-Eu to em casa. Vou dormir um pouquinho.

-Tudo bem, depois eu dou uma passadinha aí. Beijos – desligou.

Fui para o meu quarto e deitei na minha cama, não tomei banho e nem troquei de roupa. Eu estava muito cansado, com sono e sem vontade de fazer nada. Pra falar a verdade, eu nem queria que Jenny viesse...

Fechei os olhos, e continuei deitado. Passou uns minutos e o telefone começou a tocar.

-Será que é a Jenny de novo?! – pensei. Atendi o telefone. – Alo? Quem é? – ninguém respondia. Perguntei novamente quem era, mas ninguém respondeu. Pensei que era um trote e desliguei.

O telefone tocou novamente, e mais uma vez, ninguém respondeu. Desliguei.

Deitei na cama e o telefone tocou de novo – Ah, quer saber? Não vou atender essa droga de novo! – Continuei deitado e deixei o telefone tocando. Passou um minuto e ele finalmente parou.

Ouvi aquela mesma voz da noite passada, me chamando. Abri os olhos, e vi Anna do meu lado. Me levantei da cama e sai de perto tropeçando em tudo.

-Isso só pode ser um sonho. É, é isso, apenas um sonho! – eu disse gaguejando

-Tony. – disse chegando mais perto de mim

-Sai daqui! Você não é de verdade. Você morreu. Eu te vi lá no caixão! – Anna chegou mais perto de mim. E eu, já não tinha mais como me afastar. Eu já estava encostado na parede.

-Calma Tony, eu só vim te ver – Anna sorriu. Ela tinha um sorriso lindo, mas estava morta. E eu, sonhando.

A Campainha tocou, e Anna foi se afastando de mim.

Me levantei da cama assustado. É, era mesmo um sonho...