The Only Exception escrita por Andy


Capítulo 2
Uma exceção? A explicação da lenda!


Notas iniciais do capítulo

Enquanto estiver lendo este capítulo, se encontrar alguma palavra japonesa ou alguma coisa marcada com asterisco (*), procure nas notas finais do capítulo.



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  Pensei a noite toda (é, não dormi), e mesmo assim não entendi. Ainda não falei a respeito do que aconteceu com ninguém, porque tinha esperanças de conseguir compreender isso sozinho, mas terei de me dar por vencido: não tem explicação! Resolvi que vou falar com o Shigure (o “chefe” da casa onde moramos e o cão da história) hoje mesmo. Posso aproveitar que é um domingo e ir falar com o Hatori também, se for o caso (mas preferia não ter que ir lá)...

  Fiquei o tempo todo no telhado (por sinal, meu lugar preferido na casa) até a hora do almoço, quando tive que descer. Tohru fez peixe hoje (meu prato favorito), o que eu acho que foi de propósito, porque eu estava agindo estranho desde ontem (ou ao menos devia estar, não tenho certeza); ela sempre foi assim: preocupada com tudo e com todos.

  Depois do almoço, Yuki e Tohru saíram para fazer compras ou coisa parecida, e fiquei sozinho com o Shigure, já que a estagiária dele estava ocupada dando desculpas à editora por mais um atraso. Era a hora perfeita para perguntar. Fui até o escritório, onde ele devia estar escrevendo, mas o peguei no flagra fazendo origamis.

  – Ah... Ahnm... Shigure... Tem um tempo? – isso seria complicado. Embora Shigure seja adulto, ele é mais imaturo que a Tohru.

  – Hnm? Kyo? Claro, tudo bem... – ele me olhou com uma surpresa fingida tão exagerada que chegava a ser ridícula.

  Eu entrei e encostei-me à parede, cruzando os braços. Ele se virou para olhar para mim.

  – E então...?

  – Bom, ontem eu... Na escola... Eu encontrei uma garota... Diferente... – eu lutava para conseguir encontrar as palavras certas.

  Pelo visto, não consegui, porque logo em seguida ele juntou as mãos e disse naquele típico tom de deboche dele:

  – Ah! Então você está... Apaixonado!

  Ele disse a palavra bem lentamente, o que fez parecer que ela tinha o dobro do tamanho, como se pronunciasse “A-a-pa-a-i-xo-o-na-do-o” ou algo assim. Senti meu rosto arder, não sei bem porque, e logo me pus a gritar com ele:

  – Quê???? Claro que não! Ouça a história toda antes de tirar conclusões, droga!!! 

  Ele sorria, e eu estava a ponto de voar nele e tirar aquele sorrisinho cínico do rosto dele à força. Mas me contive. Afinal, eu precisava de uma explicação. Esperei até que ele parasse um pouco de rir da minha cara e continuei:

  – É que... Ahnm... – eu não sabia bem como explicar.

  – É que...?

  Eu suspirei. Não tinha jeito: eu ia ter que contar a história toda, do contrário não teria como ele entender. Então comecei: Nós entramos no segundo tempo e assistimos às aulas, na hora do almoço...

  Quando eu finalmente terminei de contar a história toda, Shigure não disse nada, ficou apenas me olhando, a testa vincada numa mescla de confusão e preocupação. Por fim, falou:

  – Você tem certeza de que ela não é parenta?

  – Não, eu nunca a vi antes. Se ela fosse da família, teria ido à Festa de Fim de Ano pelo menos uma vez...

  – Então eu realmente não entendo... – ele estava sério. Não estou brincando! Shigure estava sério! Realmente, isso deve ser muito preocupante...

  – Graaaaaande ajuda! – eu disse, sarcasticamente.

  – Acho melhor falarmos com Ha-san sobre isso... Ele deve saber algo, afinal conhece bem a lenda da família.

  – Mas e o Akito? – essa era a parte que verdadeiramente me preocupava.

  – Por enquanto, não lhe diremos nada... Será melhor assim.

  – Certo, vamos logo encontrar o Hatori então e... – eu estava impaciente. Queria explicações e as queria logo!

  – Não! Vamos esperar que a Tohru-kun e o Yuki cheguem primeiro.

  – Deixe recado! Vamos! – quando percebi, estava gritando de novo. Ele era mesmo muito irritante.

  – Kyaaaa... Estou com medooo... Tá bom, eu vou, antes que o Kyo-kun resolva me bater... – ele estava me zoando de novo! Eu tinha mesmo vontade de bater nele!

  Shigure deixou recado, e nós saímos, indo para a casa principal da família. No caminho, ele resolveu puxar assunto:

  – Então... Essa garota... Como ela é?

  Ops! Eu não prestei muita atenção nisso; fiquei vidrado naqueles olhos e não conseguia desviar o olhar. E, depois, eu estava em estado de choque, não estava em condições de prestar atenção...

  – Hnm... Sinceramente, não sei. Não prestei muita atenção nisso.

  – Sério?!

  – É. Por quê? Isso importa?

  – Sim, importa. Talvez você tenha que encontrá-la... – ele ainda estava sério, mas logo depois sorriu – Além disso, você devia se lembrar do rosto dela, já que foi amor à primeira vista...

  – Eu já disse que não gosto dela!!! – novamente, senti meu rosto ardendo; novamente, não entendi por quê. Para disfarçar meu rubor, abaixei a cabeça, concentrando-me em olhar para os meus pés.

 

  Shigure ficou me zoando com essa história até chegarmos ao nosso destino... Maldito vira-lata! Quando finalmente chegamos à casa principal, fomos logo ao consultório, atrás de Hatori (eu sei que deveria ter dito isso antes, mas Hatori é o médico da família, e o dragão do grupo dos 12 – que na verdade se transforma num cavalo-marinho).

  Shigure chegou daquele jeito escandaloso dele, assustando o Hatori... Bom, tanto faz.

  – Ha-saaaaaaan! – ele foi logo gritando, enquanto entrava no consultório, sem nem mesmo ver se o médico não estava ocupado.

  Felizmente, ele estava apenas lendo algo que eu não faço a mínima ideia do que era.

  – Hnm? O que foi, Shigure? – ele disse, antes de me ver. Quando ele me viu, acrescentou rapidamente: – Aconteceu algo com o Kyo?

  – Sim, ele se apaixonou por uma garota do colégio dele, e... – não o deixei terminar, atingindo-o com um soco na cabeça.

  – Eu já disse que não estou apaixonado!!! – eu gritava novamente com ele, para ver se conseguia colocar isso na cabeça oca dele! Mas, mais uma vez, senti meu rosto queimando, e ainda não entendia o porquê disso.

  – Uma garota...? – Hatori parecia meio entediado ao dizer isso; acho que estava pensando “E daí?”.

  – É! Eles se esbarraram no colégio, e agora o Kyo quer pedir ela em casamento! – Shigure disse, com aquele irritante sorrisinho dele. Eu lhe dei outro soco.

  – Deixa que eu explico!!! – ralhei com o vira-lata idiota e depois, tentando sem sucesso me acalmar, me dirigi ao Hatori: – Bom, é uma longa história, mas vou ter que contar tudo para que você possa entender... Eu briguei com o Yuki hoje e por isso nós três nos atrasamos, perdemos o trem e tivemos que ir correndo para a escola... Nós entramos no segundo tempo e assistimos às aulas, na hora do almoço...

  Quando finalmente terminei, Hatori ficou apenas me olhando, com o mesmo olhar de surpresa que anteriormente o Shigure fizera; pensou um pouco e depois disse:

  – Isso é realmente muito estranho... Tem mesmo certeza de que ela não é uma Sohma?

  – Tenho. – eu suspirei; parecia que ele também não tinha a resposta que eu queria.

  – Bom, vamos ver se diz alguma coisa no livro da família...

  – Ahnm? Livro da família? – eu perguntei, minha esperança voltando. Mas que livro é esse? De onde ele veio?

  – É... O original está com a Akito, mas existem várias cópias dele... Quando um Sohma completa 20 anos, ele ganha uma delas. Shigure, você o tem, não é mesmo? Podia ter olhado nele antes de vir aqui... Se bem que, se não tiver nada escrito nele, não poderei fazer nada. – ele disse, procurando o tal livro em sua enorme estante.

  Eu olhei para o outro, esperando uma resposta.

  – Eu tenho? – Shigure disse, parando um pouco para pensar, pondo a mão no queixo.

 

  FLASHBACK ~ SHIGURE [ON]

  Dia 31 de dezembro, grande limpeza anual da casa.

  Mitsuru (estagiária do Shigure): Sensei, aonde eu ponho este livro aqui? *mostrando o livro da família, o qual tinha uma capa com os doze animais desenhados, mas nada escrito*

  Shigure: Ahnm? O quê? *olha* Hnm... Põe em qualquer canto aí da estante, esse livro não é importante!

  Mitsuru: Hai, sensei!

  FLASHBACK ~ SHIGURE [OFF]

 

  Depois de um tempo, ele exclamou – assustando a mim e ao médico:

  – Eu tenho! Quem diria... – por algum motivo desconhecido, ele parecia se divertir com isso.

  – O quê? Você me fez vir aqui à toa??? – mais uma vez, eu estava gritando com ele. Simplesmente não consigo evitar me irritar com ele toda vez que abre a boca.

  E o que o vira-lata fez? Começou a rir da minha cara! Rir da minha cara! Tive vontade de bater nele, mas Hatori gritou para que eu me controlasse, e infelizmente me vi obrigado a obedecer, porque ele tinha encontrado o livro.

  Esperei impacientemente enquanto o médico folheava o livro, procurando alguma explicação que fizesse sentido. Ele parecia tão calmo que chegava a irritar. Depois do que pareceram séculos, ele pôs o livro aberto sobre a mesa e nos contou:

  – Aqui diz que até hoje não houve nenhuma exceção à lenda... – disse isso sério, olhando para mim e ignorando o Shigure, que, por sua vez, nos ignorava, parecendo estar “no mundo da lua”.

  Essas palavras me desanimaram bastante; eu abaixei a cabeça, taciturno. Quer dizer, então, que eu não iria entender mesmo?

  – Contudo... – ele continuou, e eu ergui a cabeça para olhá-lo – ...diz também que um dos nossos ancestrais acreditava que, se uma pessoa possuísse uma grande influência de seu signo nela, tendo características do signo e também do animal, e porventura encontrasse o Sohma do grupo dos 12 que representava esse signo e o abraçasse, ele não se transformaria. Mas ninguém deu crédito a ele, porque isso nunca aconteceu, nunca houve sequer uma exceção. Também, as condições são muitas e bem específicas... As chances de isso acontecer eram de 0,001% ou menos!

  – Mas então existe uma possibilidade. – não era uma pergunta.

  – Sim, a possibilidade existe. Talvez você possa descobrir se isso é mesmo verdade, conversando com essa garota. Mas não revele o segredo de nossa família, certo?

  Eu assenti. Finalmente tinha entendido tudo... Então aquela garota seria a única exceção? Eu precisava encontrá-la. E em algum lugar dentro de mim eu sentia que queria encontrá-la.


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Notas finais do capítulo

Bom, este é o segundo capítulo da minha fanfic. Primeiramente, obrigada a quem leu o primeiro.
Eu espero que tenham gostado deste capítulo, e que estejam gostando da fanfiction.
Desculpem pelo capítulo novamente pequeno, mas como eu já tenho a fanfic pronta aqui no meu computador não há como fazer alterações... De qualquer forma, os capítulos vão ficando maiores à medida que se aproxima o fim da fanfic.
Adoraria se comentassem para eu saber se está ficando boa; tanto críticas quanto elogios são sempre muito bem-vindos!

Obrigada por lerem!
SakuraHime