Antes de tentar ir, fiquei pensando em possibilidades. E se não me reconhecerem? E se as coisas não forem tão maravilhosas como eu relatei? E se eu não conseguir sair de lá? Essa era a que mais me preocupava. Mas, se eu consegui sair quando era pequena, com certeza voltarei pra casa dessa vez.

Parei de ser pessimista e decidi ir logo. Desci sem fazer barulho, mas quando ia saindo de casa encontrei no tapete da porta uma garrafa com um liquido rosa, e do lado um bilhetinho.

“Beba-me.”

Sem pensar nas consequências bebi o líquido, mas me senti caindo, cada vez mais... Parecia que todos os móveis da minha casa estavam crescendo, mas era eu que caía. No final estava minúscula, com alguns centímetros de altura, e com um vestido azul. Fiquei apavorada. Antes que eu fizesse qualquer coisa, vi Dinah se aproximando. A gata já estava velha, mas sei que se visse uma pessoa do meu tamanho, poderia achar que é um brinquedo dela.

Antes de achar um esconderijo, peguei a carta que estava no chão, com um pouco de esforça, já que agora era pequenininha. Fui para a cozinha, bem ao lado, e me escondi debaixo da mesa.

Dinah parecia exausta, procurando um lugar para dormir. Olhei para a carta em minhas mãos. Já estava na hora de lê-la.

  “Se quiser ir para o País das Maravilhas te aconselho a seguir o rastro de pedras brancas que deixei bem em frente da sua porta.”

Quem será que me escreve essas cartas? E, um rastro de pedras? Tenho certeza que pela porta eu não consigo passar, mas talvez pela janela...?

Dinah estava deitada no tapete da sala, então o caminho estava livre. Saí do meu “esconderijo” e ia direto pra janela. Mas como chegar até lá? Pensei em algumas possibilidades, horríveis por sinal. A melhor de todas era tentar escalar da pia pra janela, sem me machucar.

Então comecei o plano, com muito esforço subi até a pia. Na ponta dos pés cheguei perto da janela, mas nem tudo é perfeito. Não havia notado o controle remoto, e sem querer pisei no botão que liga TV. Dinah se assustou, procurando alguém. Minha irmã apareceu na sala, estava bem assustada.

- Alice? Foi você? Alice, cadê você? Que brincadeira é essa menina? – e começou a procurar por todos os lugares da casa. Saí pela janela que já estava aberta, mas tive que pensar em como chegar até o chão. Usei a mangueira pra chegar no chão, apenas pisando com cuidado em cada lugar.

Encontrei o rastro de pedrinhas e comecei a seguir. Ele me levava até a floresta. Ah não, era só o que faltava o rastro me levar ao buraco, onde eu ia dês do início. E levou. Depois de andar devagar, encontrei um outro bilhete.

“νσcê poderia descobrir o caminho daqui sozinha, mas só quis ajudar.”

E um biscoito com um bilhete “Coma-me”. Apenas fiz o que os bilhetes mandavam, e o biscoito me deixou no meu tamanho real.

O que precisei fazer foi pular.