- a Porta do Destino escrita por Bella_Hofs


Capítulo 8
- Um herói vem me ver




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Me permiti olhar uma última vez para trás e segui, lágrimas febris saltando de meus olhos e abri a porta que ele queria que fosse aberta. Uma porta grande, decorada com uma serpente e feita de ouro, com uns entalhes estranhos. Abri a porta e ela se iluminou, juntamente com a pedra negra, que brilhava estranhamente, cintilando. Entrei na sala, as mãos dele nas minhas que me deixou desconfiada. Tudo estava escuro, como se ali nunca tivesse sido aberto, o cheiro de guardado me envolvendo. Foi aí que o meu cordão novo começou a brilhar, ainda mais, como se fosse abrir uma estrela ali, e então eu vi.

Eu estava vestida de branco, uma túnica branca, num campo de lavandas. Meus cabelos trançados em fios de ouros, o cordão preso em meu pescoço. Luke estava lá também, vestido de preto, me esperando perto de uma colina. Comecei a correr e fui ao encontro dele, mas por mais que eu quisesse andar, meus pés não se moviam. Ele sorriu, mas ao notar isso, ele começou a correr também. “Ellie, não” vozes do vento me alertavam e eu pisquei com força. Tudo se dissolveu e quando eu vi tinha um garoto, de cabelos negros, pele morena e olhos brilhantes bem ali na minha frente. “Ellie, acorde, por favor” ele me sacudia mas eu não conseguia acreditar. Nico estava ali, o sorriso de sempre, como se nunca tivesse ido embora.

Estava feliz demais para me mover. Sério, meu cérebro não tinha processado isso ainda, parecia que estava farto de ser enganado pelos deuses, ser enganado pela vida, estava só feliz. Ele estava ali, Percy devia estar bem, todos os que eu amava estavam vivos. “Ah não, você já acabou com meus planos uma vez, seu filhinho de deus” Luke sussurrou e a foice dele apareceu do nada em suas mãos. Nico e Luke agora lutavam, ambos em perfeita sincronia e eu estava ali, parada. A ação só veio quando Nico foi cortado pela ponta da foice, o que me deixou enfurecida. Tentei me aproximar e lutar, mas o tempo borrava e eu me via em câmera lenta. Só podia fazer uma coisa, uma coisa que salvaria a todos nós. Andei até Luke, os olhos em chamas e pronunciei as palavras que iriam me salvar “Luke, eu te amo” sussurrei com os olhos em brasa, maléfica, poderosa, como se eu tivesse ganhado o mundo.

Ele se virou, um sorriso no rosto, e colocou a foice de lado, porque Nico já estava no chão caído, quase desmaiando, passando a mão na minha bochecha, arrepiando minhas costas,  me puxando em um beijo quente, as mãos descendo minhas costas. Nico me olhou com uma cara de nojo, como se eu tivesse beijado o irmão dele ou coisa parecida, mas eu pisquei para ele e olhei para o lado. Ele pareceu entender, porque puxei Luke para mim, me encostando na parede, as minhas mãos em seus cabelos cor de areia, quando Nico desferiu um golpe de foice, cortando  a cabeça dele, em um movimento. Só a cabeça dele ficou em minhas mãos, eu joguei por cima do corpo e cuspi nela. “Eca, nem acredito que você beijou aquele cadáver” Nico olhou para mim, mas se deteu em olhar para a minha mão. “Erm, Ellie, tem algo errado com você” ele apontou e foi aí que eu notei: eu tinha um corte enorme na mão esquerda que jorrava muito sangue.

Olhei mais uma vez para Luke, onde uma névoa espessa saia dele, como se a alma maléfica de Cronos tivesse saído dele, as feições joviais curadas, ele agora era apenas Luke. Olhei para o meu cordão que estava vermelho, pronto para apanhar minha alma quando eu deixasse. Queria que Luke voltasse, mesmo não o conhecendo. Queria que ele sorrisse e fosse conversar conosco, queria que ele voltasse para casa. Peguei minha mão, juntando tudo que eu conhecia nesses anos todos e toquei onde o corte da cicatriz ficava e meu sangue limpou a cicatriz. Depois passei a mão em seu pescoço, juntando a cabeça com os ombros e com uma última gota de sangue eu coloquei em sua boca. Ao fazer isso, os olhos dele tremeram e se abriram, como se ele tivesse somente dormido. “Ah, eu não te conheço” ele abriu um sorriso e olhou para Nico, que estava de pé, mas totalmente espantado com o que eu fiz. “Você ressuscitou o nosso pior inimigo” ele me olhava agora enjoado.

Corri para ver como ele estava, mas não tinha forças suficientes, mesmo assim, andei até o quarto onde o rei asqueroso estava morto, passei pelo guarda, que também estava morto e fui até o lugar onde estávamos presos. Cortei o cadeado e senti a força sair de mim “Ellie!” eles disseram num coro alegre, mas isso acabou quando eu caí de cara no chão e mundo escureceu ao meu redor. Me senti tão fraca que nem abrir os olhos eu conseguia muito menos me mover. Me lembrei de quando eu quase morri na nossa última missão e que alguém deu a vida por mim. Agora eu dei minha vida por um menino que eu nunca veria de novo. Senti alguém me carregando e me pondo num lugar gelado, meio molhado e pude sentir a minha energia voltando. “Ela vai ficar bem, relaxem, o pior já passou” Percy sussurrava em minha bochecha. Consegui abrir os olhos e ele sorriu gloriosamente “Percy, ah, temos um pequeno problema” Annabeth gritava do cômodo onde eu havia colocado um pouco da minha vida em Luke. “Me leve, eu posso explicar” ele assentiu e me tirou da banheira onde eu estava deitada, no banheiro de Midas. 

“Para trás, minha vez de acabar com esse canalha” Percy me passou para Grover, que passou o meu braço em seus ombros de menino. “Percy pare. Eu sei que ele parece o nosso inimigo, mas na verdade não. Depois de morto, Cronos o abandonou, ele voltou a ser o Luke de antes. Ele nem se lembra porque está aqui, nem se lembra de vocês. Podem começar do zero com ele” olhei para Annabeth e a vi corar. “Deu uma parte da sua vida só para poder dar uma segunda chance a ele” Percy olhou para Luke com escárnio “Ele não merecia” ele olhou para mim relutante e depois ajudou Luke a levantar “Ah. Eu me chamo Luke e quero saber o que está acontecendo aqui” ele pegou a mão de Percy e olhou para nós com medo “Quem sou eu? Ah, tá Luke. Mas o que eu estou fazendo nesse lugar?” ele olhou para nós e todos sorrimos.


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