A Missão Final escrita por Gaia
Imediatamente, guiado pelo instindo e ódio que o consumiu na mesma hora, Sasuke correu em direção a Madara, completamente possuído pelos seus sentimentos.
Madara se sobressaiu com os movimentos do outro Uchiha, achava que ele pensaria antes de agir, como sempre.
– Sasuke, Sasuke. Você está esquecendo os passos básicos… Não me surpreende que não esteja mais na Akatsuki. – ele disse, achando graça.
O moreno parou subitamente e o fitou, enfurecido.
– Cala a boca, maldito! – gritou pegando suas facas rapidamente.
- O que vai fazer, me atacar? – Madara perguntou, ainda com o sorriso sombrio fixo em seu rosto. – Você sabe que não é mais forte que eu, sobrinho querido.
Sasuke bufou enojado e o olhou com escárnio.
– Talvez não mais forte. Mas não diria o mesmo sobre inteligência. – ele disse, de repente calmo. Apesar de manter o olhar fixo em Madara, olhava de lado para a Sakura a cada minuto, tentando ignorar o que aquela imagem provocava. Precisava manter a calma, não podia se deixar levar pelos seus instintos.
Madara gargalhou, enquanto Sasuke tentava manter-se indiferente.
– Você se acha mais inteligente? Essa é boa… - ele dizia, entre as risadas.
O outro se aproximava lentamente, pensando em um plano. Sabia que não podia vencer Madara em um combate corpo-a-corpo, então pensava em um plano para enganá-lo.
De repente, outro corpo surgiu ao lado de Madara. Sasuke rolou os olhos e se com a presença de Itachi, perfeitamente calmo, ao lado de seu inimigo. Com mais raiva do que nunca, ele desviou o olhar.
Então suas suposições estavam certas, Itachi tinha mesmo traido os outros, tinha mesmo fugido e ficado ao lado de Madara. Tais pensamentos o enojavam tanto, que não conseguia mais fitar o irmão nos olhos.
– Sasuke…
- Não dirija a palavra a mim. – ele ralhou, com a voz fria e alterada.
Itachi sorriu e olhou para baixo.
– O que você quer? – Sasuke perguntou a Madara, percebendo que aquela era uma luta que não poderia ganhar. Suas chances já eram mínimas antes, agora, com a presença de Itachi, eram nulas.
- Tenho um trato para propor. – Madara disse, ficando sério. – Eu deixo a sua amada em paz para sempre, nunca mais a toco, nem a persigo, se você fizer parte da minha nova organização.
– Me pergunto qual foi o preço de Itachi. – Sasuke disse erguendo as sombrancelhas, mas sem fitar o irmão. – Madara, você sabe que eu prefiro a morte.
– E você sabe que eu adoraria te matar. – o outro respondeu, perdendo a paciência. Nunca suportou os joguinhos dos irmãos Uchiha e já não aguentava mais ter que lidar com esse tipo de assunto. – Mas você sabe que eu não quebro promessas.
Sasuke franziu o cenho.
- Você foi idiota o bastante para prometer não me matar? Madara, você está esquecendo os passos básicos. – disse, irritando ainda mais o outro. Desviou o olhar para Sakura, não podia demorar mais, ela já estava perdendo muito sangue.
– Eu não prometi nada sobre não matá-la. – Madara respondeu alterado, com uma faca apontada para a cabeça rosada pendurada ao seu lado.
– O que te faz pensar que eu me importo? – Sasuke respondeu, fazendo o outro gargalhar.
- Você devia matá-la da primeira vez que teve chance, Sasuke. Agora ela é a sua maior fraqueza. E então, vai colaborar? – ele perguntou, aproximando-se de Sakura.
O menor bufou.
– Mate-a. Eu já disse que não me importo. – Sasuke disse, tentando não olhá-la, para não dar indícios de suas mentiras. – Mas me pergunto o que fará a seguir, Madara. Você não pode me matar, e eu posso te caçar e te torturar até a morte.
Madara riu de novo e se aproximou ainda mais de Sakura, que permanecia inconsciente. Itachi continuava parado, olhando para baixo, deixando Sasuke ainda mais inconformado.
O Uchiha mais velho contornava a rosada com sede de sangue, enquanto Sasuke o olhava com escárnio e desdém. Precisava de mais tempo enrolando-o para aprimorar o plano que estava formando desde o começo. Sabia que ele mataria Sakura sem hesitar.
- Me diga, o que você disse para os assassinos da Akatsuki para convencê-los a sair? Achei que as provas de que você está doente fossem suficientes para eles te desprezarem.
– Sasuke, você me faz rir. Sempre me subestimando… – ele respondeu, voltando a sua atenção ao outro. – Eu conheço a fraqueza de cada verme daquela organização. Você não faz ideia de como os princípios se esvairecem tão facilmente quando se ameaça alguém.
Sasuke sabia, muitas vezes fez o papel de quem ameaçava. Por nunca ter fraquezas, não entendia como alguém podia se desfazer tão facilmente de um princípio por causa de alguma banal, mas ele finalmente entendia.
– Você está certo… - afirmou. – Mas você sabe que precisa de alguém para ameaçá-los… Quanto tempo você ainda tem de vida mesmo?
Esse comentário acabou completamente com o pouco de paciência que ainda restava a Madara. Ele, completamente dominado pela fúria e ódio, correu em direção a Sasuke, que apenas ficou parado, triunfante.
- Seu merda! Cala a boca! – ele berrou, com a faca apertando a garganta de Sasuke, que não tentava resistir.
Itachi pigarreou e ergueu a cabeça.
– Madara… - chamou, em tom autoritário.
Madara virou o rosto, enfurecido e gritou:
- Sabe de uma coisa, Itachi, você não vale tanto a pena assim para eu deixar esse pequeno pedaço de merda vivo!
Sasuke ergueu as sombrancelhas e finalmente entendeu tudo. Ainda surpreso, não reagiu quando Itachi correu em sua direção, golpeando Madara nas costas.
– Eu só estava esperando a hora certa. – Itachi disse, de repente. Conseguiu prender seus dois braços e prender as pernas de Madara, o mantendo no chão.
O outro estava ainda em estado de choque para fazer alguma coisa.
- Sasuke, vai logo, tira Sakura daqui e foge! – Itachi exclamou, tentando manter Madara parado.
– Itachi, você não consegue lutar com o….
– VAI LOGO! – Itachi berrou, impaciente.
Sem pensar muito, Sasuke correu em direção a Sakura e a desamarrou. A pegou no colo e saiu da casa abandonada, indo direto para a rua. Imediatamente, chamou um táxi e a colocou dentro, dizendo para o motorista a levar o mais rápido possível pra o hospital mais próximo.
Ignorou os protestos do motorista e voltou correndo para o jardim, não ia abandonar Itachi. Sasuke finalmente tinha percebido o que o irmão tinha feito por ele. Finalmente tinha entendido que talvez ele era a prioridade e não a organização, como sempre acreditou.
Quando chegou no jardim, ofegante, se deparou com Itachi inconsciente no chão e Madara pronto para golpeá-lo novamente.
Dessa vez, não parou para pensar na melhor situação, ou para enrolá-lo e planejar alguma coisa. Simplesmente partiu para cima do Uchiha mais velho e o atacou.
Madara, na mesma hora, o evitou com as pernas e o impulsionou para trás. Sasuke, prestes a cair, rolou e levantou-se rapidamente, voltando a correr na direção do inimigo.
Dessa vez, ele levava duas facas pequenas na mão e, apesar de saber que não era capaz de ferir o ex-líder da organização, tinha certeza que podia pensar em um modo de prendê-lo onde Sakura estava anteriormente.
Quando estava prestes a colidir com Madara, Sasuke abaixou-se e pegou a corda que havia cortado do galho. O outro, mais rápido, jogou duas pequenas facas, prendendo um pedaço da corda no tronco da árvore.
Já com esse movimento previsto, Sasuke soltou a corda e fingiu raiva, indo novamente em direção a Madara, que apenas riu, achando que estava em vantagem.
O menor jogou algumas facas e errou de propósito, fazendo com que fincassem em um tronco de outra árvore, que estava de frente a anterior. Novamente, fingiu desgosto e pulou para trás, evitando um golpe de Madara.
Depois, fingiu outro ataque e conseguiu ficar de costas para o inimigo. Conseguindo a chance que queria, o empurrou para trás e conseguiu o ferir com as facas fincadas no tronco da árvore. Com a corda presa, o amarrou enquanto estava agonizando e rapidamente, preparou uma armadilha, na qual conseguiu conectar a corda que estava amarrada com as facas que estavam presas na outra árvore.
- É, acho que realmente sou mais inteligente. – ele disse, quando Madara tentava se desvencilhar da corda. – Se você tentar demais, aquelas facas atravessam seu pescoço, chefe. – completou, apontando as facas que estavam na outra árvore, agora ocultas pelo seu mecanismo complexo de armadilha.
Madara cuspiu de desgosto e gritou alguns palavrões. Sasuke, triunfante, andou em sua direção e ralhou, enojado:
- Eu não vou te matar, mas não acho que quando Itachi acordar, ele vai concordar com a minha ideia.
Ignorando os xingamentos, prendeu a boca de Madara com uma ponta da corda e correu em direção a Itachi que ainda parecia inconsciente. Tentou ver o que havia de errado com o seu corpo, mas não parecia ter nenhum ferimento.
Checou os batimentos cardíacos e, felizmente, estavam normais. Sasuke bufou e saiu do jardim, aliviado, mas sem saber o que pensar. O que tinha acontecido? Seria verdade que Itachi só concordou em ir para a organização de Madara, se este prometesse não matá-lo?
Sasuke não conseguia parar de pensar em todos os momentos que passou com Itachi e como sentia que a organização sempre fora a sua prioridade, antes do próprio irmão. Agora, já não tinha tanta certeza disso.
Confuso, entrou em seu carro e correu o máximo possível até o hospital mais próximo. Por sorte, sabia onde ficava e conseguiu chegar em poucos minutos.
Entrou correndo e apoiou-se no balcão da recepcionista, furando fila.
- Sakura Haruno. – falou, ofegante.
A mulher o olhou de cima a baixo e disse, gentil, ao notar as manchas de sangue:
- O senhor não quer se sentar? Parece cansado. Posso trazer um médico para examiná-lo?
Sasuke revirou os olhos, impaciente. E lembrou-se de quem era sua falsa personalidade.
- Não, muito obrigada. – respondeu, com o seu melhor sorriso falso. – Escute, eu preciso muito ver essa pessoa, ela é muito importante pra mim, você entende, senhorita?
Piscou só com um olho e a recepcionista não resistiu ao seu charme.
– Segundo corredor a direita, sala 4. Mas entenda, a paciente não poderia estar tendo visitas… - a recepcionista disse, piscando de volta.
Sasuke sorriu em retribuição e fechou a cara assim que virou-se. Finalmente chegou no quarto e entrou sem se preocupar em ser visto.
- Sasuke! – Sakura berrou assim que focalizou o olhar em quem tinha entrado. – Eu achei que… Achei que…
Ele pegou sua mão e interrompeu suas lágrimas que estavam prestes a descer.
– Eu nunca vou te deixar sozinha de novo. – murmurou, insatisfeito consigo mesmo. Por se sentir culpado, por ser sincero, por ser fraco, mas principalemente, por fazê-la sofrer.
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Nyah! Está comendo minhas notas D: