A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 39
Julgamento




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Os dois conseguiram sair rapidamente da organização mesmo com a perna machucada de Sasuke. Este já se acustumara com a dor e não ligava mais.

- Pra onde vamos? – Sakura perguntou, quando se viram livres da grande mansão.

O Uchiha a fitou, pela primeira vez não sabia por onde começar. Onde Itachi estaria?

- Para a sua casa. – Sasuke disse, pensando subitamente em um aspecto que já havia esquecido  e que certamente ainda assombrava a outra.

Sakura não entendeu, mas acenou com a cabeça e o acompanhou até o lugar onde o carro estava estacionado. Entraram roboticamente e foram em silêncio até a casa de Sakura, ambos imersos em seus pensamentos otimistas que os iludiam.

Ela se perguntava o que fariam em sua casa em uma situação como aquela, então lembrou-se da cena que havia deixado e sua garganta fechou junto com a sua expressão.

Sakura hesitou ao entrar no elevador, mas o Uchiha a puxou pela mão, sabia do que ela tinha receio.

– Eu não quero entrar. – ela declarou, quando já estavam na frente de sua porta.

Ele ignorou e abriu a porta, a puxando para dentro. Teria que superar aquilo.

Sasuke olhou com escárnio para o corpo de Kakashi deitado no sofá, enquanto a rosada virava o rosto, já com lágrimas nos olhos. Era horrivel demais ter que passar novamente por toda a descarga emocional de antes.

O Uchiha checava os bolsos do morto, enquanto Sakura, paralisada, tentava não soluçar.

– Desde quando o Gaara é da organização? – perguntou, tentando amenizar o clima e mudar o assunto.

– Desde sempre, como eu. Ele foi um dos poucos que conseguiu fugir e sobreviver. – Sasuke respondeu, tentando, obviamente, ocultar as partes que sensibilizariam a outra ainda mais.

- Desde sempre? Como alguém nasce em uma organização de assassinos? – ela perguntou, indignada. Nunca soube desse lado de seu vizinho, agora entendia a causa de todo o seu mistério.

- Eu não sei, Sakura. – mentiu, finalmente achando alguma pista de onde Madara poderia estar. Agora, tentava decifrar o que estava escrito em um papel que achara em um dos bolsos de Kakashi. Sempre fora bom em criptografia.

- Lógico que sabe. – respondeu. Já sabia quando ele tentava esconder alguma coisa por medo de magoá-la, mas não se importava, não tinha como ficar pior do que já estava. – Eu preciso saber, acho que a Ino vai querer investir nele…

A rosada corou e fitou o moreno, que ainda se concentrava em descobrir o que havia escrito no papel. Ele ergueu seus olhos e a fitou, não queria deixá-la ainda mais deprimida, mas já conhecia bem sua teimosia. Bufou.

- Ele foi deixando na porta da organização quando tinha aproximadamente oito anos pelo seu tio, que alegou que Gaara tinha matado a própria mãe.

Sakura soltou um gritinho e levou as mãos a boca. Gaara seria capaz de fazer isso? Seu vizinho, com apenas oito anos? Aquilo não era possível.

- Como alguém mata a mãe com essa idade? – ela perguntou, completamente incrédula e horrorizada.

– Itachi pensou a mesma coisa e foi checar a história. Descobriu que era verdade e que a mãe dele era doente, por isso não conseguiu se defender. Sabendo disso, Madara aceitou Gaara, dizendo que ele tinha “vocação” e que ia treiná-lo todos os dias.

A rosada sentou-se, completamente inconformada e continuou de olhos arregalados enquanto Sasuke continuava, com tamanha tranquilidade, que assustava-a.

- Ele se tornou um dos melhores assassinos da organização e nunca soltava uma palavra, apenas quando ajudava a fazer planos de ataque. Até que um dia, soube que seu tio foi assassinado, Gaara fugiu e ninguém conseguiu achá-lo, pelo que eu soube, ele foi se vingar pela morte do tio e até fez uma tatuagem em sua homenagem…

- Aquele símbolo na testa dele… - Sakura lembrou-se. – Significa “amor”.

Ela suspirou e levou as mãos na testa. Não compreendia as histórias horríveis daquela organização sanguinária. Como pessoas podiam se tratar daquele jeito? Como podiam viver daquele jeito? Era doentio. Por que alguém mataria a mãe sendo apenas uma criança?

– Sasuke… Quando essa guerra acabar e a gente achar o seu irmão, me promete que você vai sair da Akatsuki? – ela perguntou, sabendo que aquilo era em vão. Ela sabia que o Uchiha estava lá para honrar o nome de seu pai e não sairia porque ela pediu.

Sasuke não respondeu, bufou e voltou seu olhar ao papel, finalmente conseguindo decifrar o que estava escrito. Primeiro, tinha o endereço de Sakura e logo embaixo, tinha outro, que parecia ser para onde Kakashi tinha que ir após terminar o serviço.

- Vamos. – ele disse triunfante, guardando o papel no bolso.

– Espera… Você pode tirá-lo dai? – Sakura perguntou, contendo as lágrimas. Não conseguiria vê-lo de novo.

O Uchiha a fitou direto em seus olhos esmeraldas. Finalmente teve noção do quanto aquilo tudo estava a afetando, ela não estava acostumada a ver pessoas mortas como ele, nem de presenciar lutas com as da Akatsuki.

Se aproximou e colocou as mãos em seus ombros, sem desviar o seu olhar penetrante.

- Era o que ele queria Sakura. Kakashi não estava satisfeito com a sua vida faz um bom tempo, ele se refugiou para fugir mais de si mesmo do que dos assassinos da Akatsuki. Finalmente ele conseguiu fugir. – Sasuke disse, sério.

– Ele… Ele não fugiu. – Sakura replicou, de cabeça baixa. – Ele estava se salvando, parando de fugir… - repetiu as palavras lidas na carta de despedida.

O moreno suspirou e disse, o mais calmo possível:

- Suicídio não é salvação e nunca vai ser.

– Você não entende… - ela murmurou, segurando o seu pingente de cereja, que lhe trazia tantas memórias ruins. Sasuke percebeu o gesto e finalmente compreendeu o que aquele pingente significava.

– Eu provavelmente sou a pessoa que mais entendo, Sakura. – Sasuke respondeu, com a voz alterada.

Imediatamente, a rosada também entendeu o que ele quis dizer e apertou os olhos, não queria entrar naquele assunto.

Ambos desviaram o olhar para baixo e ela deu alguns passos para se confortar nos braços do Uchiha, que tentava esquecer suas emoções importunas que surgiram de repente.

Ele a abraçou de volta, era impressionante como aquele simples gesto o confortava e lhe tirava de sua barreira emocional que criava para ser perfeitamente indiferente. Se soubesse que poderia ter isso, que poderia ser capaz de se sentir assim, daria uma chance ao amor antes.

Seus olhares se encontraram novamente e eles compartilharam a dor da perda de uma mãe e um pai. Ela o beijou e logo, seus lábios estavam molharam com as lágrimas que escorriam de seu rosto.

A mágoa, que ela tentou tanto manter dentro de si, tornava aquele beijo mais único e significativo do que qualquer outro. Sasuke entendeu, sentiu.

Se afastaram e Sakura apertou a mão dele e sairam da casa.

- Eu tiro ele dai quando voltarmos. – Sasuke sussurrou.

Ela acenou com a cabeça em profundo agradecimento e o abraçou de lado, perguntando-se o que fariam a seguir. Percebeu que realmente não importava, desde que estivessem juntos.

– O que você descobriu? – ela perguntou no carro, quebrando o silêncio que permanecia desde que sairam do apartamento.

Sasuke entregou o papel para ela e ligou o veículo, pronto para achar Itachi e descobrir o que o fez fugir.

- Pode ser uma armadilha… - Sakura murmurou, preocupada.

– Você tem outra alternativa? – Sasuke perguntou, já um pouco impaciente. Não aguentava mais ficar imaginando o seu irmão como um traidor. Aquela raiva o consumia de tal jeito que afetava o seu senso de direção e tempo.

A rosada suspirou, não tinha. Ela teria que confiar mais uma bem no bom senso do Uchiha, não sabia que ele estava tão afetado pelo ódio.

Em minutos, que mais pareciam uma vida, chegaram no local indicado no papel. Sasuke estacionou algumas quadras antes e saiu do carro, inquieto.

– Fique aqui. – ele disse para Sakura, que lhe soltou um olhar e saiu do carro. Precisaria falar de novo tudo aquilo?

Ele entendeu e se conformou, não queria ter aquele tipo de conversa no momento, mas depois certamente a convenceria de suas certezas.

Sorrateiros, andaram até uma casa pequena no fim da rua, que indicava o número “43” escondido atrás de algumas plantas que cresceram demais.

- É aqui. – ela sussurrou, sendo interrompida pela mão dele, que tapou sua boca e depois fez sinal de silêncio.

Ele a puxou para trás e arranjou um jeito de contornar a casa, afim de entrar pelos fundos. Não queria chamar atenção.

Tentando ser invísivel, os dois conseguiram chegar no quintal de trás da casa, encontrando apenas um terreno mal cuidado e algumas plantas mal cuidadas. Sakura soltou um pigarro, enojada e virou-se para a porta dos fundos. A casa parecia abandonada e a porta, de tão velha, possuía poeira e teias-de-aranha que a cobriam completamente.

- Acho que não tem nin… - ele a interrompeu novamente, agora fazendo uma careta e outro gesto para que ficasse quieta. Ela não entendeu, como teria alguém em um lugar como aquele?

Sasuke pisava no chão com força, tentando achar alguma parte oca, que poderia possuir uma passagem para o porão, mas parecia que o quintal era só o que aparentava.

Depois de procurar por cada mílimetro do ambiente, virou-se para a porta, teria que entrar se queria achar mais pistas. Olhou para a rosada, que olhava confusa em volta, e bufou. Não queria a colocar em perigo.

Sem que ela percebesse, abriu lentamente a porta, que apesar dos grunhidos, não dispertou Sakura de seus pensamentos intrigantes.

Estava tudo escuro e não se via, nem ouvia nada. O pouco de luz que entrara com a abertura da porta, fechou-se rapidamente junto dela. Felizmente, ele estava acostumado com esse tipo de situação, e imediatamente colocou seus óculos de visão noturna.

Ainda tentando não chamar atenção, olhou em volta, estava em um cozinha velha e suja, sem nenhum indício de que alguém morara ali. Mas por que a porta estaria aberta?

Intrigado e com duas facas em mão, Sasuke procurou por pistas, sempre atento a algum ataque que poderia vir de trás. Depois de um bom tempo dedicado a cozinha, estava prestes a ir para a sala, quando ouviu um grito feminino que reconheceu no mesmo instante.

Em instantes, correu para fora da casa abandonada e se deparou com uma cena que marcaria sua mente por muito tempo.

Sakura, inconsciente, estava presa pelos cabelos em um galho de uma árvore, com os pulsos e tornozelos amarrados entre si. As duas cicatrizes de sua face estavam sangrando, assim como a sua barriga, que parecia ter um corte profundo no meio.

– Você me decepcionou Sasuke, não aprendeu a regra número um da nossa organização? – Madara ralhou, ao vê-lo surpreso olhando para a rosada. – Nunca deixamos rastros.


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Notas finais do capítulo

Geeeeente, nem sei por onde começar a me desculpar. EIAUOAHSE *apanha

Desculpa meeeeeesmo pela demora, esse mês de junho foi beeeem complicado por causa da escola, tive vários trabalhos e provas antes das férias. T___T

Mas prometo que vou compensar vocês, nas férias vou tentar postar o máximo possível antes de eu viajar. E como a fic está acabando, pretendo finalizá-la até o fim de agosto/setembro. (:

Muuito obrigada a todos que ainda estão acompanhando, vocês me dão razão pra ligar meu computador às 1h da manhã pra escrever, EAHOEA