A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 41
Consequências




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Ela olhou para a janela atráves do vidro translúcido do hospital e viu as flores prontas para abrir, era o fim da frieza do inverno e início da estação das flores. Involuntariamente, levou as mãos até o seu colar de cereja e memórias incontroláveis tomaram a sua mente.


- Aqui está uma cereja, vinda da melhor cerejeira do mundo, Sakura. – ouviu a voz de sua mãe biológica claramente.

Era pleno inverno e a rosada, com apenas cinco anos, estava sentada na frente da lareira, brincando com suas medeixas coloridas.

- Mamãe, mas como você sabe que é a melhor? – ela perguntou ao pegar o pingente.

- Porque você merece a melhor, seria injusto se fosse diferente, não é? – a mulher respondeu sorrindo.

Sakura acenou graciosamente com a cabeça e colocou o pingente em uma corrente de ouro que possuía no pescoço.

- Sempre que sentir saudades de mim e de seu pai quando formos viajar, pegue essa cereja e lembre-se que estamos sempre com você, assim como o tom rosa das flores de cerejeira, que nunca desbota. – sua mãe disse, acariciando sua cabeça.

- Assim como o meu cabelo! – a garota exclamou, feliz com sua descoberta.

A outra acenou e deu um sorriso triste, que Sakura não notou na época. Ela iria viajar naquela noite e ficaria um bom tempo fora. Já não aguentava mais ter que viajar por seu trabalho e deixar sua filha para trás.

Mas, apesar de tudo, nenhuma das duas sabia que aquele era o último dia juntas
.”

Sakura afastou suas memórias ruins, mas continuou segurando firmemente seu pingente. Lágrimas escorriam suavemente pela sua face, era inevitável.

Continuou olhando para o vazio, quando ouviu um movimento ao seu lado e viu que Sasuke levantara sonolento do sofá, no qual passara a noite toda. Assim que ele se aproximou, sentiu o calor de sua mão afastando suas lágrimas, carinhosamente.

Ao vê-la segurando seu colar, entendeu imediatamente o que se passava, já a conhecia bem.

Sakura não disse nada, apenas voltou o olhar para ele e suspirou, soltando finalmente o pingente. Sasuke pegou sua mão, agora desocupada, e a acariciou.

Não precisava falar, apenas seu olhar, cheio de sutilezas, já sugeria bastante conforto. Sakura se aproximou e beijou-lhe ternamente, tentando ignorar as dores de seus ferimentos recém fechados.

- E Itachi? – ela perguntou, com a voz falha. – Você o encontrou?

Sasuke desviou o olhar imediatamente, ainda não queria ter que admitir que o irmão estava do seu lado o tempo todo, que só foi para organização de Madara para que este não o matasse.

A rosada notou a expressão do Uchiha e não insistiu.

– Eu não vou sair da Akatsuki, Sakura. – ele disse, de repente.

Ela entendeu imediatamente o que ele quis dizer com isso, mas não se importava.

O fitou com o olhar indiferente e sorriu.

- Eu sei. – respondeu. – Você vai ser líder daquele lugar e massacarar a organização de Madara.

Sorriu e apertou sua mão, realmente acreditando em suas palavras. Apesar de seu receio, ela sabia o quanto a Akatsuki era importante para Sasuke e sabia dos sacrifícios que ele estaria fazendo ao continuar nela.

Ele a fitou e admirou seu otimismo.

- Sabe, se você quiser ir ver Itachi… Eu já estou bem. – Sakura disse, gentilmente. Ela sabia que, apesar de sua aparente indiferença perante ao assunto, ele estava preocupado com o irmão.

Era verdade. Sasuke queria falar com Itachi, queria entender, já não aguentava mais a mistura de informações que colidiam e faziam a sua mente ficar extremamente confusa.

O Uchiha a fitou novamente, como se disesse “eu voltarei o mais rápido possível” e ela acenou, o encorajando.

Sasuke saiu do quarto hesitante, não queria a deixar sozinha, mas não tinha escolha. Precisava de esclarecimentos. Pela primeira vez, estava cansado dos joguinhos, dos mistérios…

Ele sabia exatamente para onde tinha que ir, foi direto até seu carro e, sem se preocupar em parar nos sinais vermelhos ou nos sinais de advertência, chegou rapidamente na mansão.

Já sabia o que encontraria. Com certeza muitos corpos feridos, até mortos, e a completa destruição de sua sede, que, apesar de tudo, continuava sendo sua casa.

Assim que entrou na garagem, recebeu vários olhares julgadores de seus parceiros. Como tinha saido sem aviso prévio, a maioria achava que ele havia fugido, assim como Itachi.

Ignorou os olhares e olhou em volta, analisando o ambiente. Pela falta de movimentação, Sasuke percebeu na hora que a guerra tinha acabado.

– Uchiha! – alguém berrou no meio da aglomeração que surgia no meio do lugar. Era Gaara, que lentamente ia aparecendo entre a multidão. – Os inimigos fugiram, pelo jeito não tinha mais quem liderá-los.

Sasuke bufou. Ridículo.

– Quantos feridos? – ele perguntou, para evitar responder a pergunta óbvia que Gaara estava pronto para perguntar.

Os dois andaram para dentro da mansão, enquanto o ruivo lhe contava os detalhes da batalha. Aparentemente não tiveram muitas mortes, mas muitos feridos.

Ele falava os nomes dos homens que se destacaram e o nome daqueles que haviam fugido. Sasuke permanecia indiferente e seguia calmamente até a cozinha, onde certamente estariam os corpos.

Quando chegou, a primeira coisa que lhe chamou a atenção não foram os corpos feridos no chão, nem os mortos. Foi o olhar desesperado de Naruto. Este estava prestes a entrar em colapso e Sasuke entendeu, com aquele olhar, o que Sakura tinha dito antes. Ele não está pronto.

- Naruto. – o Uchiha o chamou, indiferente. – Você está demitido.

- O QUÊ?! COMO ASSIM? EU FIZ TUDO QUE… - Naruto berrava descontrolado, enquanto outros homens tentavam o acalmar.

– Eu vou te pagar o ano inteiro. – Sasuke respondeu, sabia que era naquilo que Naruto estava pensando.

O loiro não estava ouvindo, pois continuou xingando e berrando, vermelho.

- Tranquem ele no escritório, eu já vou. – Sasuke comandou para os homens que o seguravam.

Naruto, apesar dos protestos, não conseguiu se livrar dos três homens que o seguravam firmemente.

Sasuke bufou, impaciente e virou-se para Gaara, que mostrou-lhe os homens mais feridos e os mortos. A cada olhar vazio que o Uchiha fitava, a fúria o consumia cada vez mais, assim como a sua sede de vingança.

Quase se arrependeu por não ter matado Madara quando teve a chance, mas estava certo que Itachi não pensou como ele. Torceu para que o irmão tivesse acordado e não tivesse piedade.

Incomodou-se com seus pensamentos e voltou a observar a situação.

– Gaara, você vai voltar oficialmente para a Akatsuki? – o Uchiha perguntou, tentando afastar os próprios pensamentos.

O ruivo acenou com a cabeça e continuou providenciando kits de primeiro-socorros, enquanto Sasuke subia as escadas para ir lidar com Naruto, que certamente ainda não havia se acalmado.

Assim que entrou no escritório, recebeu um soco no nariz, que o fez o seu olhar indiferente ficar fulminante e raivoso.

- NARUTO! – berrou, indignado. – Qual é o seu problema?

- Você é um babaca! – Naruto berrou em resposta, deixando Sasuke ainda mais furioso. – Por que me demitiu?!

Sasuke bufou, impaciente e tentou se acalmar. Não era uma boa hora para perder o controle, ainda mais com alguém como o loiro hiperativo.

- Se você quiser continuar, continue. Não me importo. – ele disse indiferente. Não queria lidar com a teimosia de Naruto, tinha mais o que fazer.

- Mas a Akatsuki mudou de objetivo, e eu duvido que você concorde. – uma voz disse por trás de Sasuke, que a reconheceu imediatamente.

Ele virou-se e deparou-se com Itachi, completamente machucado e aparentemente exausto. Não conseguiu conter um meio sorriso de alívio. Mas mesmo sob o olhar bondoso do irmão, ainda se sentia envergonhando e humilhado por ter caido em um truque tão patético.

-  Eu topo tudo! – Naruto disse, furioso, sem notar a tensão do olhar de Sasuke.

- Naruto, você não entendeu. Você não será mais útil. – o Uchiha menor disse, ainda olhando para o irmão, que se sentara com dificuldades. – Precisaremos de assassinos dessa vez. Gente que realmente mate.

Naruto protestou, mas os dois Uchiha não ouviram. Ambos estavam planejando coisas complexas demais para serem ditas. Sasuke percebeu, com o olhar de Itachi, que Madara tinha fugido.

– Eu não vou embora! Eu não mato, mas posso ajudar com outras coisas! – o loiro insistia, desesperado. Ninguém entendia? Ele precisava do dinheiro. – Eu não sou burro, entendi o que querem fazer! Ir atrás de Madara, não é?!

Sasuke já não aguentava mais ouvir a voz estridente do loiro, queria silêncio, precisava planejar sua vingança.

- É. – respondeu Itachi, que era mais paciente. – Certo Naruto, tenho uma última missão pra você. Se você obtiver sucesso nessa missão, você pode continuar na Akatsuki, senão eu te pago o ano inteiro e você vai embora sem reclamar, entendeu?

Naruto se exaltou e sorriu, aquilo era melhor do que esperava.


– Você vai recrutar cem homens para entrar na Akatsuki. – Itachi ordenou, sabendo que era uma missão impossível.

O loiro sorriu abertamente e respondeu, feliz, já no corredor fora do escritório:

- Claro! Eu vou trazer mil para você!

Sua voz sumiu e os irmãos ficaram sozinhos no lugar, que se tornara hostil de repente.

Sasuke não sabia o que dizer e Itachi ainda estava aperfeiçoando um plano. O ar estava rarefeito e a tensão era quase palpável. Ambos sabiam que as palavras que viriam a seguir eram definitivas. Nada mais os impedia de falar a verdade. Finalmente tudo se esclareceria.


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Notas finais do capítulo

Oooi lindos, desculpa memso pela demora.

Eu avisei que ia viajar nas notas do outro capítulo, mas o Nyah! comeu elas. D:

Então, demorei porque fui viajar, mas já tá ai. O penúltimo capítulo da fic, espero que gostem.

O último já está quase pronto e promete, viu? Alguns de vocês vão me matar, mas tudo bem. EAUIHOAEH Ainda tem o epílogo pra eu me remediar com vocês, hihi

Reviews?

:*