A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 34
Salvação




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O caminho passou despercebido por Sakura, ainda perdida em pensamentos românticos em relação a Sasuke. Após algum tempo, finalmente notou que o carro parou e o Uchiha bufou ao olhar para fora.

A rosada acompanhou seu olhar e se deparou com Naruto correndo na calçada e parando subitamente ao ver o carro. Ela ergueu as sombrancelhas surpresa, não sabia nem por onde começar a apontar as coisas estranhas naquela cena, se era Naruto correndo ou Sasuke parando por sua causa.

Em instantes, o loiro estava debruçado no vidro aberto do motorista, ofegante e vermelho.

- Sasuke! Você tem que ir até… - atropelava as palavras quando seu olhar encontrou o de Sakura. – Ah, olá Sakura-chan!

Ainda perplexa, não respondeu, apenas continuou a observar a bizarrice de tudo aquilo.

- Madara mandou seus homens para a Akatsuki! Itachi está tentando controlar a situação, mas não aguentará por muito tempo. – exclamou rapidamente, ainda achando que Sakura já soubesse de sua situação. – Vamos!

O moreno cruzou as mãos embaixo do nariz, como sempre fazia quando pensava em um plano. Em segundos, ignorando a expressão de completa surpresa de Sakura, virou-se e ordenou, dando-lhe as chaves do carro:

- Vá para casa e, se Kakashi ainda estiver lá, mande-o para a Akatsuki.

Ela sabia o quanto era difícil para ele engolir seu orgulho e pedir auda a quem alegou que nunca mais queria ver em sua frente. Mas, mesmo assim, estava mais preocupada com o fato de Naruto falar com tanta naturalidade sobre tal assunto.

- Naruto, volte para lá e diga a Itachi que fui buscar reforços, ele sabe sobre o que eu estou falando.

Prontamente, o loiro voltou a correr e logo desapareceu no horizonte. Sasuke estava prestes a deixar o carro nas mãos de Sakura, quando esta o pegou no braço e o fez encará-la.

- Uchiha, como Naruto sabe da Akatsuki? – perguntou, séria.

Ele notou imediatamente o tom e percebeu que ela estava realmente irritada, nunca o chamava de “Uchiha” em seu estado normal.

- Faça o que eu disse. – disse simplesmente, saindo do carro. Não tinha tempo para discutir naquela situação.

- Não vou a lugar algum sem antes você me falar o que Naruto tem a ver com tudo isso. – ela falou determinada, enquanto ele se debruçava no vidro aberto, ocupando o espaço de Naruto.

Sasuke suspirou, já sabia o quanto ela era teimosa e pensou que perderia mais tempo se tentasse convencê-la de que aquela não era a melhor hora do que se contasse tudo.

- Ele precisava de um emprego e a Akatsuki, de trabalhadores. – respondeu, tentando resumir ao máximo, enquanto ela escorregava para o banco do motorista para ouví-lo melhor.

- Então você ofereceu o emprego de assassino?! Bem o Naruto, Sasuke? – Sakura perguntou nervosa, elevando a voz. – Como você pôde colocar alguém tão inocente em uma posição tão… Suja?!

Sasuke revirou os olhos, realmente não tinha tempo para aquilo.

- Eu ofereci o trabalho, ele aceitou, em momento algum o forcei a fazer nada. E ele é só um ajudante, chega a ser patético, ele é incapaz de machucar alguém. – explicou, tentando ao máximo manter sua paciência.

- Ah, certo, porque agora tudo bem. Ele só ajuda um assassino, bem melhor mesmo! – ironizou inconformada. – Não acredito que você o convenceu a fazer isso! E nem vem me dizar que não, porque conheço bem a sua capacidade de persuasão.

- Eu não o convenci Sakura, você acha mesmo que eu iria querê-lo como meu aprendiz ou ajudante? – perguntou. – Ele que insistiu, queria dinheiro por causa da nova namorada dele… E o Naruto não é tão idiota como você pensa.

Sakura bufou. Ainda brava, rolou os olhos, estava inconformada com o pensamento do Uchiha.

Sasuke não conseguiu esconder o seu divertimento perante a expressão da rosada e deu um meio sorriso, ele sabia que ela havia percebido que estava errada. Então debruçou-se e lhe deu um selinho.

Tal gesto a acalmou, mas mesmo assim se fingiu de emburrada e ligou o carro bruscamente, tentando ignorá-lo.

- Você é inacreditável. – falou antes de dar partida e o deixar na calçada, achando graça.

Sakura acelerou e continuou indo em direção a sua casa, mesmo sabendo que Sasuke estava certo em alguns aspectos, não entendia o que levou Naruto a aceitar um trabalho tão incorreto. Teria que falar com ele depois.

Não demorou muito para chegar em casa e se deparar com a visão tão familiar de seu prédio.

Assim que entrou no apartamento, deu um grito estridente de terror e as lágrimas escorreram lentamente pela sua expressão horrorizada e tensa. O chão de repente parecia a atrair como um imã e logo ela já não conseguia controlar seus joelhos, que a decepcionaram, fazendo-a cair sentada.

Não conseguia fazer seus olhos desviarem da cena tão desconcertante a sua frente. Lá estava Kakashi, logo a cima de uma cadeira tombada, pendurado pelo pescoço por uma corda esticada. Seu único olho aparente estava aberto, esboçando o terrível vazio da morte.

Sakura tentou se confortar abraçando suas pernas, com receio delas não se moverem mais se tentasse levantar. Apertou os olhos com força, torcendo para que aquilo sumisse quando os abrisse, mas foi em vão, a frieza e solidão ainda estavam presente na sala de estar.

Não soube quanto tempo havia passado ali sentada apenas chorando entre os soluços quando finalmente conseguiu arranjar forças suficientes para levantar-se e ir ao encontro de Kakashi.

Sem parar de chorar, o desamarrou e o deitou no sofá, sem saber o que faria com o corpo, não conseguia pensar em nada além do pesar que palpitava em seu coração.

Ao arrumar a cadeira e desamarrar a corda do lustre, encontrou um pequeno papel dobrado escrito “Sakura” em letra cursiva. Percebeu imediatamente que se tratava de uma carta de despedida e seu coração apertou um pouco mais.

Abriu o papel lentamente, receando o que iria encontrar, e a medida que seus olhos rolavam de um lado para o outro, suas lágrimas se intensificavam.

“Sakura, você estava certa.

Realmente, nada que Madara ou qualquer outra pessoa me ofereça vai conseguir tirar esse vazio de dentro de mim, que me consome dia-a-dia. Depois de muito tempo tentando descobrir o que poderia me ajudar, hoje finalmente percebi que a parte vazia é muito maior que a parte que tem esperança de que alguma coisa vai mudar.

Sasuke vai dizer que eu desisti ou fugi, que nada justifica o que estou prestes a fazer, mas eu sei que você vai entender quando digo que não estou fugindo. Estou finalmente aceitando o meu destino, estou de fato, parando
de fugir. Finalmente poderei ser feliz.

Obrigada Sakura, espero que você salve Sasuke dele mesmo, assim como fez comigo. Mas não se preocupe, ao contrário de mim, ele tem um bom motivo para continuar com a sua vida.

Adeus,

H. Kakashi.”

Sakura terminou de ler e derrubou involuntariamente a carta no chão, manchada pelas suas lágrimas que ainda não cessaram. A culpa a reprimia de tal modo que já não conseguia abafar seus soluços.

Deixou-se cair novamente e dessa vez não se preocupou em levantar. Ele se fora por sua causa. Ela entendia, mas mesmo assim não conseguia aceitar nem assimilar as informações na sua cabeça, era tudo muito horrível.

Por muito tempo, ficou sentada em choque, não conseguindo pensar em nada a não ser que tudo aquilo era sua culpa. Que se Sasuke não tivesse descoberto a verdade sobre o motivo de quererem ela morta, não estaria arriscando sua vida para salvar a organização. Se ela não falasse aquelas coisas para Kakashi, ele não estaria morto. Se não fizesse Naruto sair com Hinata, ele não estaria na Akatsuki.

Ela sentiu o peso do mundo em seus ombros, a castigando. Por um instante, olhou para a corda e sentiu o impulso de subir na cadeira e pendurar-se também, mas os olhos ônix de Sasuke a impediram ao aparecerem tão nitidamente em sua mente.

Cansada de se sentir tão miserável, resolveu ir até a Akatsuki para ver se lá seria útil. Sabia que se ficasse mais um minuto naquele ambiente, não aguentaria.

Cambaleou até a porta e saiu, enxugando suas lágrimas. Para sua surpresa, encontrou Gaara no corredor, sentando na frente de sua porta.

- O que está fazendo ai, Gaara? – perguntou com a voz fraca.

Ele a fitou e pensou se iria responder.

- Esqueci as chaves. – respondeu num murmúrio que lembrou o jeito de Sasuke, fazendo Sakura dar um pequeno sorriso sofrido.

Ela quase ofereceu para que ele ficasse em sua casa, mas lembrou da situação.

– Por que não chama o porteiro?

O ruivo não respondeu, revelando outra característica semelhante a Sasuke. De repente, uma idéia veio a mente da rosada, e por mais absurda que fosse, ela resolveu levar adiante.

- Gaara, você se importa de ir me ajudar em um lugar? – perguntou, imaginando-o perfeitamente como mais um dos assassinos sangue-frio da Akatsuki.


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Notas finais do capítulo

Oiiee, capítulo fresquinho para vocês (:

Espeero que gostem. EHIAUHOAE eu sei que alguns de vocês vão me matar, mas eu precisava fazer isso gente, me desculpem.

Podem me xingar, eu deixo, haha.

Beeijos :*



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