Capítulo 9

Pesadelos

Imagina só, uma garota como eu, que acorda pela manhã, faz o café e pega um táxi para ir para a escola dos infernos. O que ela faz lá? Tem suas aulas e é ameaçada de morte 5 vezes ao longo do período escolar. Vai pra casa, toma um banho, prepara tudo para o dia seguinte e aproveita pra ler um livro ou assistir um filme e depois... sono. Hora de ir pra cama e ter lindos sonhos. Lindos sonhos? Ao que tudo indica, isso é exatamente o que deve acontecer, depois de um dia longo tudo o que você quer fazer é mergulhar no mundo dos sonhos. Qual é! Isso não existe pra alguém como eu. Eu vivo com assassinos, acha mesmo que eu vou ter sonhos lindos? Conta outra. Geralmente são pesadelos normais do tipo, pessoas com cabeças sendo arrancadas, tomando um tiro, sendo queimadas vivas. Mas o que eu sonhei naquela noite não como um pesadelo normal. Foi algo mais "realista", por assim se dizer. Aquela não era pra ser eu, era como se eu estivesse fora de mim ou que tivesse sido possuída. Era impossível que eu fosse capaz de tal coisa tão... macabra. Bom,

"Lembro como se estivesse vendo tudo de uma visão panorâmica. Eu coseguia ver todas as pessoas a minha volta, exalando um odor que me fazia sentir incrivelmente e loucamente feliz. Eu senti meus lábios formando um sorriso enorme. Era como um filminho divertido e colorido, eu me perdia como uma criança dentro dele. Aquele cheiro era como uma droga pra mim, um vício que eu não conseguia largar. Mas não era só o cheiro, mas também os sons, eram como música para meus ouvidos. Eu me sentia muito, muito bem. De repente, ouve-se um baque forte. Eu conseguia sentir o movimento do som, como se ele passasse lentamente por mim e eu o pudesse ver como meus olhos. Um tiro. Vários tiros. De repente, um som suave como se algo deslizasse. Eu conseguia ouvir seu movimento também. Um faca golpeando um corção. Em seguida, uma voz incrivelmente elevada. Um grito de desespero. As pessoas a minha volta, caíam lentamente no chão. Algumas cabeças rolavam, algumas línguas, braços, pernas e olhos voavam, e os girtos sofridos em desespero ecoavam. Era como uma bela música clássica pra mim. Agradável e suave. O sangue jorrava por todos os lados e de repente me vi rodando em círculos com os braços aberto sentindo o líquido cair sobre mim. Senti novamente o cheiro e percebi que vinha do sangue. Não era como se eu fosse uma vampira que quisesse bebê-lo, mas era com se aquilo me fizesse sentir muito, muito, muito bem. A morte era como uma... melodia."

Foi nesse instante que acordei em um girto. Pude ouvir os latidos do cachorro ao longe, onde eu o acordara. Eu estava completamente ofegante, pudia sentir cada segundo do meu peito se enchendo de ar e soltando. Eu nunca tivera uma pesadelo daquele antes e posso dizer que realmente me assustou. Nem em todos esses anos naquela escola eu havia sonhado com algo do tipo. Era como se eu estivesse mesmo lá, curtindo o festival de sangue e membros voadores.

- O que está acontecendo comigo? - Foi a única coisa que me veio a acabeça naquele momento. Mas o que me esperava a seguir, não possuia palavras para explicar.