- É hoje, é hoje! – chegou Giovana gritando na sala de estar.

- É hoje o que filha?

- Que saí o listão do vestibular! – disse e mordeu o lábio inferior demonstrando o quanto estava nervosa.

- Relaxa maninha... Eu tenho certeza que você passou. – disse Douglas chegando à sala, acompanhado de Daniela.

- Eu também. – disse Manu, que estava sentada do lado de Clara, sorrindo.

- Oi família, bom dia! – disse Carlos entrando pela porta da frente, em suas mãos estava com um jornal.

- O listão está nessa edição do jornal, certo? – perguntou Giovana ansiosa. Ele assentiu. - E o senhor não olhou, não é?

- Não! Deixei para que todos vicem juntos. – disse tranquilamente entregando o jornal para a filha. Esta tremia, pegou o jornal e com certa dificuldade abriu o jornal e procurou a página, onde estava o tão esperado listão do vestibular, assim que achou foi até a letra G e começou o procurar pelo seu nome.

– Eu não estou achando, eu não passei! – disse quase chorando. Todos olharam em dúvida. O pai então pegou o jornal e procurou novamente e ali estava o nome da filha: Giovana Campos Ferreira. Sorriu.

- Você passou filha! Veja, aqui está o seu nome. – disse mostrando para ela, assim que ela terminou de ler o seu sobrenome começou a gritar e a pular.

- Paaaaaaaaasseeeeeeeeeeeei! Paaaaaaaaaaasseeeeeeeeeeeei!

- Parabéns Gi! – disse Manu indo abraçá-la sendo seguida pelos de mais presentes na sala.

E a comemoração e as congratulações não pararam por aí. O telefone não parou de tocar, todos queriam parabenizar a nova caloura pela sua conquista. Alexandre quando vira o nome da namorada no jornal pegou seu carro e fora para a casa dela, no caminho comprou um buque de rosas e chocolates. Chegou a casa e assim que tocara a campainha fora recebido por sua namorada eufórica.

 - Passei amor!

- Eu vi meu amor. Parabéns! – disse entregando as rosas e os chocolates, a garota olhou para aquilo comovida e beijou apaixonadamente o namorado.

E assim fora o dia todo, repleto de visitas e telefonemas para ela. Quando a noite chegou à família fora jantar em um famoso restaurante, lugar escolhido pela garota, ela estava radiante, o sorriso não saía de seus lábios que volta e meia recebia um beijo do apaixonado namorado.

Um mês havia se passado, Gustavo e Manu, Douglas e Dani e, Alexandre e Giovana. Todos estavam a caminho da praia, passariam cerca de uma semana na casa que a família possuía em uma das mais belas praias do estado.

- Quando o seu irmão volta da Itália, Manu? – perguntou Daniela, assim que desceram dos automóveis e estavam retirando as malas deles.

- Daqui a um mês.

- Ah, que bom! Você deve estar muito ansiosa para vê-lo.

- Estou sim, não vejo à hora dele retornar para o Brasil. – as duas sorriram.

- Vamos meninas! – disse Giovana passando pelas cunhadas e entrando na casa, não demorou muito para que elas fizessem o mesmo.

- Onde estão os homens dessa casa? – perguntou Daniela assim que entrou pela porta e não os avistando.

- Adivinhem. – respondeu Giovana revirando os olhos.

- Eles já vão pra praia? – ela assentiu. – Não acredito! – disse Manu.

- Acostume-se querida. O seu namorado não pode ver o mar... – disse Gi sorrindo.

- Já percebi isso. – disse enquanto analisava a sala de estar. – Quantos quartos essa casa tem?

- Quatro.

- Finalmente vocês resolveram entrar. – disse Gustavo chegando à sala, vestindo apenas uma bermuda e segurando uma prancha. Parou ao lado da namorada e depositou um selinho em seus lábios. – Vai trocar de roupa amor e vamos para a praia aproveitar o dia.

- Tá. – disse a garota se retirando, porém depois de poucos passos parou e se virou com uma expressão de dúvida em seu rosto. – Onde estão as minhas coisas? 

- Bom amor, eu deixei no meu quarto. – coçou a cabeça.

- E onde fica o seu quarto?

- Vem que eu te mostro. – deixou a prancha na sala e foi até a namorada entrelaçou suas mãos e passaram pelo corredor parando em frente de uma das portas. – Aqui. – abriu a porta. – Não demora muito, minha linda. – deu a beijou rapidamente e retornou para a sala. Manoela entrou, buscou por sua mala e logo que a localizou, abriu-a e retirou seu biquíni, uma saída de praia e uma canga, assim como um protetor solar. Trocou-se rapidamente e em menos de dez minutos estava novamente na sala.

- Estou pronta! – disse sorrindo. – Vocês não vão para a praia também? – perguntou para as duas garotas.

- Nós vamos mais tarde. Boa praia pra vocês. – a ruiva respondeu.

- Obrigada!

O casal caminhou alguns minutos até a praia. Ela estendeu sua canga sobre a areia e ele colocou a prancha no chão sentando sobre o tecido e puxando a namorada para que sentasse entre as suas pernas.

- O dia está perfeito hoje! – ela disse, o beijando.

- Sim está. – disse olhando o mar e depois voltou à atenção para ela. – Amor, desculpa não ter te perguntado se você se importava de ficar no mesmo quarto que eu. Mas enfim, se você não quiser tem o quarto dos meus pais e...

- Eu não me importo Gu. Eu confio em você.

- Eu sei que confia. Mas se eu não me comportar você sabe que tem para onde fugir. – disse brincalhão.

- Ah, mas o senhor irá se comportar, eu tenho certeza. – disse entrando na brincadeira. Ele a abraçou mais forte.

- É tão bom ter você aqui comigo. – disse a apertando mais e colocando o seu rosto na curvatura do pescoço dela. Sabe... Praia me lembra o nosso primeiro beijo... – ele disse beijando o pescoço dela, ela deixou escapar uma leve risada.

- Também me lembra aquele dia, sinceramente, ali, naquele momento, quando você me beijou eu não imaginava que fossemos ficar juntos.

- Ah é? Pois foi quando eu tive certeza absoluta que eu queria você comigo. Que eu queria ti proteger e ti fazer feliz, pois só com a sua presença você já me fazia feliz. – ela se virou e fez um carinho no rosto dele, o beijando em seguida. – Amor, você se importa se eu for surfar um pouquinho? – ele fez uma careta.

- Não, nunca te vi surfar quero ver se você é bom mesmo. – disse brincalhona.

- Você verá amor. – Disse já se levantando e pegando a prancha. – Prometo não demorar muito. – Ela apenas balbuciou um “tá bom” e ele entrou no mar. 

A garota passou seu protetor solar, ajeitou seu biquíni e deitou sobre a canga, aproveitaria esse tempo para se bronzear, já que não tinha mais nada para fazer. A praia aos poucos começou a encher, cerca de meia hora depois Manoela sentiu a presença de alguém ao seu lado, imaginou ser ou Giovana, ou Daniela, porém tivera uma surpresa assim que abriu os seus olhos.

- O que você faz aqui?

- Manoela, doce, ingênua, inocente e meiga Manoela. Eu veraneio nessa praia, queridinha. – disse sarcástica.

- O que você quer? – sentou-se na canga e a outra garota sem ao menos ser convidada sentou-se ao seu lado, Manu a olhou com cara de poucos amigos, porém a outra a ignorou.

- Sabe, estou surpresa em ver que o Gu ainda está se fazendo de rapaz sério e comprometido, mas sinto lhe informar que não demorará muito para ele se enjoar de você.

- Você não sabe o que diz...

- Claro que sei queridinha. Quanto tempo você acha que ele vai agüentar sem sexo? Pois duvido muito que vocês já tenham feito isso.

- Isso não é da sua conta. – respondeu entre dentes.

- Como eu pensei. – sorriu maldosamente a encarando. – Ele sempre fora um mulherengo que destruiu muitos corações. Você acredita sinceramente que ele irá lhe agüentar por muito tempo?

- Sim, ele destruiu vários, inclusive o seu. Eu não fiz nada para que ele terminasse com você, simplesmente nós nos apaixonamos, coisa que não aconteceu com vocês dois, você realmente foi apenas mais uma, e não pense que eu não sei do passado do meu namorado, sei muito bem quem é o Gustavo e que ele me ama.

- Eu não teria tanta certeza assim. Não vai demorar muito para ele cansar de brincar de bom moço e começar a se satisfazer com outras, e se ele me quiser de volta eu posso pensar no caso dele, sinceramente, sou muito melhor que você e ele um dia irá se dar conta disso.

- Saia daqui, agora!

- O que foi? A verdade é demais para você, orfãzinha?

- Eu já disse pra você sair daqui...

- Olha, como eu queria ver você perdendo o controle e demonstrando que não é uma menina tão pura e boazinha quanto parece. Afinal, pura você não é, né? Pelo que eu saiba você já sofreu dois estupros...

- Você fala como se eu tivesse provocado isso... E sinceramente, não vou me rebaixar ao seu nível.

- Vanessa, o que você está fazendo aqui, lambisgóia?

- Minha queria ex-futura-cunhadinha.

- Me poupe. Saí daqui, vai... Vaza!

- Você sabe bem que o Gu não vai ficar com essa aí por muito tempo e que ele vai correr pros meus braços de novo.

- Ah, vai... Sonha garota, é só nos seus sonhos que isso vai acontecer. Agora saí daqui e pare de incomodar a Manoela, por que senão é comigo que você vai se acertar, nós estamos entendidas? E eu teria o maior prazer do mundo em estragar essa seu rostinho de porcelana, agora vaza, antes que eu decida matar a minha vontade. – disse Giovana com um tom de voz baixo e calmo, porém ameaçador. A loira se levantou, olhou para as três garotas com nojo, jogou seus cabelos e rebolando mais que o necessário saiu dali. – Odeio essa garota.

- Quem é ela? – perguntou Daniela.

 - Uma das garotas que o Gustavo pegava antes de começar a namorar a Manu.

- Credo, então era com esse nível de garota que ele andava? – disse fazendo cara de nojo. Giovana assentiu em compensação a morena estava calada e cabisbaixa. – O que foi?

- Ela tem razão!

- Ah, não! O que aquela vaca te disse? – indignou-se Giovana.

- Só me disse a verdade, que o Gu vai se enjoar de mim, que ele não vai agüentar muito mais tempo sem fazer aquilo... Ham vocês sabem... – disse com a voz chorosa.

- Não, Manu. Ela não tem razão. Eu vejo como o Gustavo te olha, ele te ama. Ela é quem precisava desses artifícios para segurá-lo, pois para ele ela era apenas mais uma, ao contrário de você. – disse Dani, sentando ao seu lado e trazendo o rosto dela para o seu colo, acariciando os seus cabelos.

- Mas ele é homem...

- E ele é homem, e te respeita e vai te esperar.

- Manu, olhe para mim. – a garota olhou para a garota de olhos cor de mel. – Não dê ouvidos a nada que ela te disse, ela quer que aconteça exatamente isso com você, ela quer te deixar insegura. Eu conheço o meu irmão, ele mudou muito por você, e acredite isso não foi à toa.

- É vocês tem razão... – olhou encabulada para as duas, elas responderam com um sorriso sincero. – Posso fazer uma pergunta para vocês? – disse corando mais, as outras apenas assentiram. – Como foi à primeira vez de vocês?

- A minha foi com o Douglas há alguns anos atrás, eu tinha dezesseis anos e foi na casa onde vocês moram, me lembro que ele subornou a Gi e o Gu...

- E o Gu ainda entregou o Doug, eu me lembro que o Douglas quase o matou. – disse Giovana rindo.

- Pois é, mas na prática foi bom, um pouco dolorido, porém ele fora extremamente paciente e carinhoso comigo.

- Bom comigo, foi assim também na prática e faz mais ou menos um ano, que aconteceu.

- Vocês se arrependeram?

- Não! – as duas disseram juntas, se olharam e riram pelo coro.

As três ficaram conversando por mais um tempo, até os rapazes decidirem sair da água e então se encaminharam para casa para almoçar.

Continua...