Clara sorriu e parou ao lado do marido o abraçando pela cintura.

                - E a novidade é para você Manu! – disse Douglas sorrindo.

                - Para mim? – estava surpresa, como assim uma novidade para ela?

                - Sim, filha. – fora a vez de Clara se pronunciar.  – Quando o Carlos fora até o orfanato onde você vivia, na época você ainda estava no hospital. – a garota assentiu. – A diretora contou sobre o seu irmão... – ela olhou para o marido e o filho, os dois a incentivaram para que continuasse. – E desde então, nós estávamos tentando localizá-lo. – Manoela permanecia em silêncio, aguardando que ela continuasse. – E nós o localizamos.

                - Onde ele está? – perguntou a garota emocionada.

                - O casal que o adotou se mudou para a Itália, logo depois que conseguiram a guarda definitiva do Vitor, é esse o nome dele, não? – Manu assentiu. – Pois bem, entramos em contato com eles, e eles nos informaram que dentro de alguns meses irão retornar para o Brasil e então você poderá vê-lo, querida! – disse com um enorme sorriso, a garota olhou para Gustavo, depois para Giovana, os dois irmãos sorriam, e por último olhou para os três anjos que mudaram a sua vida, ajudando-a tanto. Atravessou a sala e chorando agradeceu com um forte abraço a cada um deles.

                - Obrigada por tudo! Obrigada! Não sei como poderei pagar por tudo que vocês fizeram e fazem por mim. De verdade, muito obrigada! – disse emocionada.

                - Que isso, pequena! Só o seu sorriso e a sua felicidade, já é o nosso maior pagamento. – disse Douglas a puxando para um abraço carinhoso.

                - Ah, Manu! Você já fez uma grande coisa: Graças a você o Gustavo está mais suportável. – comentou Giovana, fazendo todos rirem, exceto o garoto que revirou os olhos.

                - Cala a boca, Giovana!

                - Também te amo maninho! – disse a garota dos olhos cor de mel, mandando um beijinho no ar. Fazendo com que todos, incluindo Gustavo, caíssem na risada.

                Dois meses haviam se passado, era uma manhã de sábado, o verão se aproximava, aquele dia estava extremamente quente, além de lindo, o céu estava sem nuvens e o sol brilhava. Gustavo estava na piscina, enquanto Manoela lia um livro deitada na espreguiçadeira debaixo de um guarda-sol, ela vestia um short jeans e uma blusinha fresca.

                - Amor, vai colocar um biquíni e vem pra piscina, à água está uma delícia! – disse ele com os braços cruzados sobre a borda da piscina, olhando a namorada.

                - Mais tarde, Gu!

                - Por que mais tarde? – disse fazendo biquinho, ela então desviou a atenção do livro e o olhou, riu negando algo com a cabeça.

                - Vou terminar de ler o meu livro, senão não conseguirei terminar ele ainda nesse final de semana.

                - E vai perder essa manhã perfeita que pede essa piscina, com essa água e essa companhia maravilhosa aqui?

                - Bom, a manhã não será perdida, afinal ler não é perder tempo. Sobre a piscina, ela fica no pátio da casa onde eu moro sabia? Posso aproveitar sempre.

                - É, e a companhia? – sorriu de canto.

                - Eu tenho namorado, terei que recusar. Sabe, ele é muito ciumento! – murmurou brincando.

                - Ah é? – ela assentiu, voltando a atenção para o livro. – Acho que eu sou melhor que ele. – disse ele entrando na brincadeira. – Mas seja como você preferir. – disse mergulhando na água. Pouco tempo depois, ela continuava lendo o seu livro estava em uma cena muito emocionante, quando sentiu duas mãos envolvendo o seu corpo.

                - Para, amor. Você está me molhando!

                - Vai colocar um biquíni?

                - Mais tarde. – ele arqueou as sobrancelhas e sorriu. – Não, nem pense nisso. – O garoto a pegou no colo e ela começou a se debater. – Para Gu, não! – ele chegou à borda da piscina e pulou com a namorada em seus braços. – Eu te mato, Gustavo! – ele riu, ela retirou o cabelo molhado do rosto e o fuzilou com o olhar, se soltando dele e indo em direção a escada da piscina. Ele a segurou pela cintura. – Me solta!

                - Não! – a virou e foi a encaminhando até a borda da piscina, e então a prensou contra a estrutura fria, beijando-a. Não fora um beijo comportado, as mãos dele ganharam vida própria percorrendo todo o corpo da garota. A garota não se importou, estava gostando das novas sensações que as mãos gentis do seu namorado, estavam lhe proporcionando. Ele separou seus lábios do dela, porém não deixou sua pele, distribuindo beijos pelo pescoço dela.

                - Gu?

                - hã? - ele murmurou em resposta sem parar o que estava fazendo.

                - Acho melhor, eu sair da piscina. – disse percebera que ele havia se “animado” demais com aquilo. Ele parou o que fazia e a olhou nos olhos. Percebera que ela estava corada, e então se deu conta da situação em que estavam. Afastou-se um pouco.

                - Desculpa! As coisas saíram um pouco do controle. – disse um pouco desconcertado. Ela acariciou o seu rosto e disse docemente.

                - Não deve estar sendo fácil para você, não é?

                - Fácil, fácil, não é! Mas eu sei que você não está pronta e sei de tudo que você passou, não quero forçar nada. Vou esperar o tempo que você precisar. – ele depositou um selinho nos lábios dela e ela sorriu.

                - Obrigada!

                - Não tem que me agradecer amor! – juntou suas testas. Respirou fundo, tomando coragem para dizer o que algum tempo tinha vontade de falar para ela. – Tenho algo para te falar, algo que eu nunca disse para ninguém, e acho que se eu dissesse isso para alguém antes de você seria a mais pura mentira. Pois o que eu sinto por você Manu, não se compara a absolutamente nada do que já tinha sentido antes. Você me faz feliz com um único sorriso, ou um único gesto. Você me faz sentir vontade de afastar qualquer coisa que possa te fazer sofrer. Se isso não é amor, eu não sei o que mais o que é. – hesitou um momento, no entanto os olhos brilhantes de expectativa da garota a sua frente lhe deram a coragem que precisava para dizer as três palavras que tanto desejava. - Eu te amo, Manoela! – Ela sorriu e capturou os lábios do amado, começando um novo beijo, mais tranqüilo e mais calmo que o anterior.

                - Eu entendo o que você diz, eu sinto o mesmo. E acredito que isso seja, sim, amor. O mais verdadeiro e puro. Eu te amo, Gustavo! Você não pode imaginar o quanto... – Ele sorriu bobamente, e a encheu de beijos pelo rosto todo, arrancando risos dela.

                Depois de mais alguns minutos na piscina, o casal se retirou, Gustavo pegou sua toalha que estava sobre a mesa, abriu-a e envolveu Manu nela, secando o rosto dela de forma carinhosa e depois a enrolando. Ela então se secou um pouco, apenas o suficiente para não molhar o interior da casa, e entrou na residência para buscar outra toalha para ele. Ao chegar à cozinha se deparou com Daniela, porém até então não conhecia a ruiva.

                - Oi! – disse a morena, um pouco encabulada.

                - Oi! – respondeu sorridente a ruiva. – Você deve de ser a Manu, estou certa?

                - Sim, e me desculpa, mas quem é você? – a ruiva riu.

                - Eu sou a Daniela, prazer! – estendeu a mão para a morena, que aceitou e a cumprimentou. – Você é realmente muito bonita! O Douglas não exagerou. – disse admirada com a beleza da garota a sua frente.

                - Obrigada, você também é muito bonita. Aliás, Daniela...

                - Dani, me chame de Dani! – interrompeu.

                - Certo, Dani... Você é a nova namorada do Douglas, correto?

                - Bom, tecnicamente... Sim! Mas ainda não voltamos a namorar, oficialmente. Manu sorriu, gostou de Daniela, ela parecia ser tão diferente da Nicole. Sorriu gesto este que fora repetido pela ruiva. – Então, você namora o Gustavo, não é? – a morena assentiu. – Nossa, quando eu o conheci e, até quando eu me lembro, ele era um pirralho. E agora está namorando uma linda garota. Estou ficando velha! – as duas riram.

                - Mas que demora com essa toalha. – Gustavo entrara na cozinha, molhando todo o chão. Quando viu a namorada conversando com a ruiva, estranhou não a reconheceu. Porém, quando Daniela se virou para olhá-lo, ele a reconhece. – Daniela?

                - Gustavo? – perguntou divertida. – Nossa como você cresceu! – ele riu.

                - Você ficou ainda mais bonita com o tempo.

                - Obrigada! – olhou para Manoela. – Mas você também conquistou uma bela garota, hein?

                - Linda, não é? – disse aproximando-se de Manu e a abraçando por trás.

                - Sim, muito bonita. – olhou no relógio, notou que havia demorado muito ali, e que Douglas devia estar preocupado com a sua demora. – Bom casal lindo... Preciso ir, o Doug está me esperando. E se cuidem crianças. Não façam nada que eu não faria. – piscou e saiu da cozinha encaminhando se para o pátio, onde o seu “namorado” a esperava.

                - Você demorou! – acusou assim que ela abriu a porta do automóvel.

                - Estava conversando com uma doce garota de olhos verdes.

                - Você conheceu a Manu?

                - Sim, ela é encantadora.

                - Ela é... Mas acho que as ruivas têm um encanto e um charme a mais, sabe?

                - Ah é? Também acho! – os dois riram. O rapaz ligou o carro e os dois partiram rumo a um novo restaurante que inaugurara naquele mês e que estava sendo muito bem falado.

                Continua...