Herança – Parte 2

Kakashi e Naruto já haviam conversado Naruto agora sabia de tudo o que tinha acontecido depois de ter desmaiado, se passaram três dias desde a luta, Naruto se surpreendeu por ter ficado desacordado tanto tempo, Kakashi que ainda estava na sala, percebe que alguém se aproximava e se levanta.

Kakashi: Bom Naruto, até mais, acho que tem mais gente querendo conversar com você agora que acordou- disse dando um sorriso por debaixo da mascara, deixando na sala um Naruto confuso, que logo entendeu o que o jounnin dizia, percebeu que havia alguém na porta e decidiu se adiantar.

Naruto: Entre – não havia ao menos batido a porta ainda, mas Naruto sabia que não tardaria a bater.

Tsunade: Vejo que acordou Naruto.

Naruto: Hai. – disse cabisbaixo, mal Tsunade sabia o porquê de Naruto estar daquele jeito logo ao vela e nem imaginava o que isso poderia causar ao loiro.

Tsunade: Você não parece estar bem Naruto, você trouxe o Uchiha de volta, não apenas a Konoha, e sim ao caminho certo que um shinobi deve trilhar, acho que a promessa que você fez a Sakura está feita,deveria estar mais feliz eu acho, e Naruto ...

Naruto: .......

Tsunade: Como você conseguiu sair daquela ilha e porque saiu de lá, afinal você estava em missão, um shinobi não abandona uma missão.

Naruto : Você diz estas palavras mas, o que levou você a decidir me deixar de fora desta guerra Tsunade-sama?

Naruto: E se voce quer tanto saber, eu descobri por meio de um jutsu recém criado mas ainda incompleto, que Konoha me enviou para aquela ilha com intenção de me deixar de fora da luta, vocês não devem me achar forte o suficiente para lutar ao lado dos outros, afinal, eu sou especial, preciso ser tratado conforme o que tem dentro de mim, se acham que a Akatsuki e Madara vão me capturar facilmente, vocês estão enganados.

Tsunade: Naruto... – Ela sabia o que o garoto sentia, na hora que decidiu enviá-lo para aquele lugar, soube que não seria fácil se Naruto descobrisse algo, mas estava completamente decepcionada consigo mesmo, talvez Sakura estivesse certa, ela nada mais nada menos estava fazendo com Naruto, o mesmo que outras pessoas e os conselheiros faziam, tratando-o como um monstro, alguém que não merece ao menos o respeito de ser tratado como um shinobi comum.

Naruto que agora estava de pé foi em direção a janela e deu uma ultima olhada em sua ‘baa-chan’, um olhar vazio, e então pulou pela janela, aterrissando na rua, começando a caminhar calmamente com as mãos no bolso, olhando o chão.

Tsunade : “Voce seria um Hokage muito melhor do que eu Jiraya, voce deveria estar aqui agora, vivo, não eu, mas mesmo magoando o Naruto deste jeito, vou me redimir, afinal ele me ensinou uma coisa a muito tempo atrás, nunca desistir” – completou o pensamento, deixando uma lagrima escorrer.

Chegava até ser engraçado para quem pensava no assunto, o que muitos shinobis comuns queriam era se destacar entre outros, receberem tratamento especial, Naruto em parte recebia este tipo de destaque, mas não por ser considerado um bom shinobi, ganhava este destaque, pelo que havia dentro dele, embora algumas pessoas ainda o admirassem pelo que realmente ele era.

Naruto não entendia, mas desde o chuunin shiken, onde ele venceu o talentoso e promissor Hyuuga Neji, conhecido como garoto gênio de Konoha, muitas pessoas passaram a admirá-lo, ou ao menos, não ver o garoto mais como viam antes, e isto realmente animou o loiro, obteve reconhecimento de muitas pessoas importantes, logo após saiu para treinar com Jiraya, e quando voltou, estava muito mais forte do que antes, as pessoas agora já não o tratavam como antes, e mesmo as que ainda não o reconheciam, não lhe maltratavam mais como quando era pequeno, então foi ai que surgiram os ataques da Akatsuki, seu mestre morreu, o ataque de Nagato, a destruição total de Konoha junto da morte de milhares de shinobis e civis, mas ele conseguiu derrotar os corpos de Pain, e encontrar aquele que os controlava, após converssar com o mesmo, entendeu a dor que ele sentia e fez com que Nagato lembrasse de si mesmo, ao converssar com ele, e lembrou-se de  quando era criança, depositando sua esperança no loiro, Nagato usou o pouco que restava de seu chackra, para devolver a vida aqueles que matara no ataque, Naruto estava feliz, tinha conseguido superar seu mestre e impedir mais mortes, como também salvar aqueles que foram mortos, lembrou-se quando estava para cair de cansaço e Kakashi-sensei o ajudou, chegava aos arredores de Konoha, escutava gritos, parecia uma multidão comemorando algo, ao chegar no topo da cratera que tinha sido feita com o ataque de Nagato, viu aquelas milhares de pessoas gritando por seu nome, crianças o aclamando herói, seus amigos batiam palmas para ele, e uma certa rosada vinha em sua direção, fora pego de surpresa ao ser abraçado por ela, a sensação que tinha era tão boa ria como um bobo e chorava, tudo que ele queria era ser reconhecido por Konoha quando era pequeno, e também o reconhecimento de Sakura, que no passado o menosprezava, aquele sentimento que invadia seu peito, era tão bom, aquelas lembranças de quando era pequeno, os olhares de desprezo e raiva, eram trocados por alegria e orgulho da população.

Mas e agora, sentia-se novamente um lixo, Tsunade e os conselheiros não confiavam em sua força, achavam-no fraco para poder lutar como qualquer outro, de que adiantava ter treinado, se esforçado este tempo todo, para isto, as cenas que presenciara de Sakura, dizendo que não se importava com ele do mesmo jeito que se importava com o Uchiha, indo aos braços do Uchiha quando o mesmo queria destruir Konoha e matar cidadão por cidadão, e enquanto ele queria apenas proteger a todos, queria amá-la, queria receber dela, o mesmo sentimento que ela recebia dele, amor.

Naruto: Amor.....

Naruto: “Eu cresci sem o amor de meus pais, afinal nem os conheci, cresci sendo odiado por todos em Konoha, nunca recebi nada em troca do amor que dei as pessoas, claro que nunca pedi por nada, só queria ser tratado como alguém normal, e não como um demônio, mesmo depois de anos de luta, e ter conquistado respeito, ele parece ser tido arrancado de mim com uma das kunais mais afiadas, com estes ultimos acontecimentos”.. - pensava distante, enquanto caminhava

Naruto: Talvez... um demonio não possa amar nem ser amado.

Naruto: Mas eu prometo a mim mesmo, que irei fazer algo para ser respeitado e reconhecido por todos, para sempre, mesmo que alguns nem liguem, que eu tenha certeza que pelo menos um me reconheceu enquanto estava vivo, será bom demais, serei reconhecido do mesmo jeito que meu pai, o vovô e o Ero-sennin foram, porque, este é meu jeito ninja de ser, Dattebayo! – aquelas palavras deixavam Naruto com o seu sorriso de orelha a orelha que sempre dava quando estava feliz, mas algo que ninguém sabia, é que as vezes, mesmo estando triste, conseguia manter o sorriso, para não aparentar estar mal, pois queria que os outros lhe enxergassem, e achava que transmitindo alegria e diversão todos o notariam ora ou outra. 

Em uma sala de hospital, estava Sasuke, que desde que acordou, apenas lembrava-se, da vida miserável que viveu até agora, mas por incrível que pareça, o mesmo não se arrependia de nada, talvez se sentisse mal por ter matado Itachi sem ao menos procurar saber a fundo a historia do clã, mas tirando isto, não se arrependia de nada, pensava consigo mesmo se ele e Naruto teriam ficado tão fortes se ele tivesse continuado em Konoha, eles também graças a isso, cresceram muito como Shinobis, aprenderam e se transformaram agora, em shinobis incríveis e poderosos.

Ouviu batidas leves na porta, não respondeu, mesmo voltando para Konoha, e tentando voltar a ser o antigo Sasuke, não deixaria de ser frio e arrogante talvez isso nunca mudasse nele, a porta foi aberta e Sakura entrou, sabia que em algum momento ela iria aparecer para vê-lo, ele não tinha gostado de a ouvirela falando que o sentimento do Naruto não era tão importante quanto o dele, afinal, ainda mantinha um laço com ele, e ao ouvir que ela deixaria Konoha para ficar ao lado dele, sentiu raiva, um pouco até de si mesmo, como alguém abandonaria o lugar onde nasceu, viveu para ficar ao lado de alguém que mal ligava para a mesma, ela tinha tudo em Konoha, uma família, amigos, tinha o Naruto, sentiu raiva dela por deixar tudo isto, que obsessão grotesca ela tinha por ele, chegava até a dar nojo.

Sakura : Sasuke-kun, você acordou – disse surpresa ao entrar na sala e ver o garoto acordado, olhando para ela, o mesmo mudou seu olhar de direção e começou a olhar pela janela, podia ver a vila e as pessoas andando, comprando coisas nas lojas e nos vendedores ambulantes.

Sakura olhava para Sasuke, com um olhar meio triste no rosto, mesmo depois de todo este tempo, ele voltando para a vila, ela se declarando para ele quantas vezes fosse preciso, ele nem ligava para ela, pensava se merecia isso.

Sakura : Porque Sasuke-kun, porque você não liga para mim, você ao menos me considera uma amiga, mesmo eu te amando tanto, você sabe que só tenho olhos para você, e agora que voltou para a vila, eu achava que teria outra chance com você, e estou aqui, tentando falar como me sinto, nem para me olhar nos olhos – Sasuke mirou os olhos da rosada, a fitando seriamente, com uma ponta de desprezo que não passava despercebida – EU TE AMO SASUKE-KUN , EU PRECISO SABER, A QUASE 4 ANOS VOCE ME DEIXOU, DEIXOU KONOHA, MESMO DEPOIS DESE TEMPO TODO VOCE AO MENOS ME NOTA, SÓ ME DIGA PORQUE!?!

Sasuke : Sakura – a garota abriu um sorriso vendo que o moreno ia lhe responder, mesmo quando eram o time sete, ele raramente respondia as perguntas da rosada, qualquer pergunta que fosse, ele apenas continuava serio e saia andando, não ligava, mas agora não – acho que quatro anos atrás, quando disse que voce era irritante, me enganei sériamente.

Sasuke: Voce é na verdade Sakura, irritante e patética, são kunoichis como voce que sujam o nome dos ninjas, tenho pena do Naruto ter que te aturar todos estes anos, carregando voce e te protegendo, voce é um fardo para o Naruto, talvez nem perceba, mas voce faz mal ao Naruto, ele está todo corroído por dentro, destruído pela falta de carinho e amor, a mesma coisa que aconteceu comigo depois do massacre Uchiha, a única diferença entre nós é que eu preenchi este vazio com ódio e vingança, ele, a preencheu com sonhos e sorrisos, mas a cada soco e palavra que voce dirige a ele, abre um espaço no coração dele, eu percebi isto na nossa batalha se quer saber, e o motivo de estar falando assim e sobre este assunto com voce, é porque eu entendo o Naruto, e não quero o mal dele, afinal, ele foi quem me ajudou e apoiou quando precisei, ele entende minha solidão, ele ...

Sakura : ........

Sasuke : Ele é como eu.... – disse, voltando seus olhos a vila, lembrando de sua infância, mais precisamente depois do massacre Uchiha, quando já estava no segundo ano de academia ninja, e conheceu Naruto, eles na época eram rivais, Naruto era completamente um palhaço, mas muitas vezes fora da academia, um via o outro sozinho, e por motivo que nenhum dos dois sabia, faziam companhia ao outro, Naruto sempre gritando e falando, desde pequeno eles criaram este laço, de amigos e rivais, mas com simples brincadeiras e olhares, agora, escreviam a historia do mundo ninja, lutavam contra poderosos inimigos, e chegavam a luta final, contra um dos mais poderosos shinobis da história, Uchiha Madara, quem diria.

Sakura não dizia nada, seus olhos estavam marejados,as palavras de Sasuke martelando em sua cabeça, primeiro Tsunade, depois Naruto agindo daquele jeito, até mesmo o Sasuke, será que ela era mesmo assim, ela se via tão companheira e amiga de todos, não se via do jeito que eles falavam, mas quando ligava os fatos, ficava cada vez mais magoada, o que estava acontecendo, e aquilo que sentia agora, estava pensando em tudo que já fizera com Naruto, cada palavra dirigida, cada soco, cada convite para sair recusado, aquele sorriso de orelha a orelha que o dia da rosada vinha a sua mente.

Sakura : “Será que voce foi tão idiota desse jeito Sakura, aquele sorriso, como pude fazer tudo isto com ele, se algo acontecer e eu não puder me redimir, se Naruto não me perdoar, eu não conseguiria viver sem ele, sem seu sorriso, sua presença, sem seu ... amor”