Disse que não podia ficar.

            Narrado por Yago.

Podia sentir minhas cordas vocais congelar e meus olhos paralisarem, aquele olhar azul penetrava nos meus olhos, suspirei teria que falar algo, mas não consegui fiquei apenas aparado analisando aquela obra.

- Você está bem? – a menina tinha uma voz perfeita.

- Acho que sim, tirando o fato de eu precisar de um babador neste momento. – parei e analisei o que eu falei. – Ta, finja que eu não falei isso pra você agora.

- Tudo bem eu entendo. – ela me sorriu com aqueles belos dentes brancos.

Ela parecia estar envergonhada, soltou uma risada leve e graciosa. Só reparei o seu olhar se distanciando. Ela se levantou e encarou a parede.

- Yago, já vamos pra casa. – Yan gritou.

- Já vou. – respondi.

- Venha logo, não vou agüentar segurar a Tamires muito tempo, ta muito bêbada.

Não respondi, fui só ao encontro da garota. Ela estava com a mão passando em sua testa.

- Eu não posso mais ficar, minha amiga precisa de mim. – falei.

- Então tchau. – ela tentou sorrir pra mim.

- Dê-me o seu numero. – implorei

Ela pegou uma caneta porosa azul e escreveu o seu numero em minha mão, dei-lhe um beijo na testa e saí.

- Cala a boca Tamires. – fui rude, tentei levá-la no meu banheiro. – Deixa a gente te ajudar.

- Só você, não, não Yago é só você. – ela repetia.

- Só você o que garota? – gritei.

- Só você, - ela encarou meu irmão – Só você vai me levar lá pra dentro, não quero que ele entre. – falou com tom grosso.

 - Que seja. – Yan saiu com raiva.

Dei um banho nela, e deitei-a na minha cama, depois tomei o meu e fui para a sala, Yan tava sentado supostamente assistindo televisão, sentei ao seu lado.

- Você consegue me explicar o que aconteceu agora?

- Não. – ele fitou o chão.

- Olha Yan, você é meu irmão, mas ela também minha irmã ok? É melhor você falar. – cuspi as palavras.

- Não sei Yago, quando eu cheguei fiz que nem você foi procurar minha galera, comecei a me divertir, depois não vi mais a Tamires, quando eu comecei a dar em cima de uma menina eu pude ver a Tamires me olhando, então ela foi pro bar. Depois disso eu só a vi de novo depois de eu ter ficado com a menina e ela ter ido embora, ela chegou perto, bêbada e gritando: “você é um idiota” e coisas parecidas, depois eu te chamei pra ir pra casa.

- Não, não, não! – arfei – Não pode.

- O que Yago? Ficando doido?

- Ela ta afim de você! Não acredito! Ela não me falou nada! Claro, eu sou seu irmão! Ah, não acredito! O que eu faço agora? – falei sozinho enlouquecidamente.

- Calma! – ele gritou – Claro que não, a gente praticamente mora juntos, ela tem até escova de dente aqui!

- E por que ela teria ficado desse jeito?- falei nervoso.

- Olha, ela tava bêbeda! Ela só fez isso por isso.

- Espero.

- Ah, mas valeu a pena, ela era muito gostosa. – ele sorriu.

- Com quem você ficou?

- Edine, você conhece né?

- Ah! Está explicado, Tamires odeia essa menina, apesar dela ser muito gostosa. – eu sorrir – e beija bem, estou certo Yan?

- Ah cachorro, tu já pegou? – ele riu.

- Claro, você que é atrasadinho. Aposto que foi ela que chegou em ti, mole.

- É, pra falar a verdade. – ele fitou o chão.

- Ainda bem que existe a mim, para honrar a família. – brinquei.

- Olha, ta bom demais, mas tenho que ir dormir, estou cansado e com dor de cabeça, durma bem cara.

Eu apenas sorri e fiquei no sofá, já que eu tinha cedido minha cama. Fitei o teto. Eu sabia que Tamires não iria ficar assim apenas por não gostar de Edine. Tinha algo a mais, suspirei leve. Olhei para o meu braço que eu não tive coragem de lavar, estava lá o seu numero. Gravei no meu celular. Eu vou roubar essa mulher pra mim, pensei. Dormir pensando em seus belos olhos.

Não consegui dormir, era quase na hora do almoço e já estava de pé. Entediado, fui ver como estava Tamires. Sua pele branca se perdia nos lençóis brancos. Tomei meu banho rapidamente, ao voltar por meu quarto a vi olhando para o teto.

- Bom dia. – dei um sorriso animador – Sente-se melhor?

- Não. – afogou sua cara no travesseiro.

- Hoje é meu dia de cuidar de você, fique ai vou trazer algo pra você ficar melhor.

Fui na cozinha tentar preparar algo, o Maximo que consegui fazer foi amassar as bananas e colocar leite em pó. Peguei alguns remédios para melhorar as dores, sentei ao seu lado na cama.

- Olha a mordomia, café da manhã na cama. – brinquei.

- Vixe, mas tem muita coisa saborosa ai? Tipo, banana com leite, como consegui preparar isso? – soltou o primeiro sorriso do dia.

- Reclame não, o máximo que eu sei fazer. – dei o remédio para ela.

Teve um certo silêncio enquanto ela comia.

- Você não quer me explicar o que aconteceu ontem? – quebrei o gelo.

Percebi a banana parando em sua garganta, arregalou os olhos e forçou a descer.

- Ontem o que? – se fez de desentendida.

- O que você falou para meu irmão. – falei sério.

- Não sei, eu estava bêbada. – forçou um sorriso.

- Ah, - percebi que ela não queria falar. – você sabe que as pessoas bêbadas fazem coisas que querem fazer sóbrias, mas não têm coragem.

Saí fui para onde os meninos estavam comendo, Yan estava comentando sobre a festa e não era algo que não queria lembrar naquele momento. Não sei o porquê, mas algo estava me expulsando da minha casa, fui fazer o que me acalma ir à praia. Vesti meu short vermelho e deixei-me meu peitoral a mostra. Sentei na areia quente, estava em um horário perfeito para pegar um câncer de pele. Relaxei olhei para o mar, tentei não pensar nela, minha desconhecida. Levantei minha cabeça e fechei meus olhos eu podia sentir alguém sentando ao meu lado não liguei muito. Senti suas mãos macias nas minhas costas e seus lábios em meu pescoço. Delirei por um momento, mas continuei de olhos fechados, ela foi passando seus lábios pro meu rosto, bochecha, até chegar em minha boca, ao retribui o beijo eu abri meus olhos e fitei os dela, hesitei e me afastei.

- Não são os olhos dela. – tremi. – Bia, o que você está fazendo?

- Calma amor, você parece tenso, eu te faço relaxa. – deu um sorriso irônico.

Beatriz era uma das meninas mais bonitas que já encontrei uma mulata bem feita e sedutora.

- Posso te fazer uma massagem? – ela perguntou

Apenas afirmei com a cabeça, ela ficou atrás de mim e começou leve, suas mãos macias me fizeram relaxar até o momento dela de novo tentar me agarrar, dessa vez eu aceitei beijei-a. Um beijo sem gosto e rápido.

- Desculpa, não estou afim.

Levantei-me e fui para minha casa.