Capitulo Nove

                    Enfrentamos Alguns Porcos Espinhos

          Continuamos andando em direção ao banheiro da ala oeste da rodoviária. Andamos apenas uns dois minutos, e quando olhei para trás, os homens de preto não estavam mais nos seguindo. Comecei a achar que havíamos nos enganado e eles eram apenas humanos super góticos e estranhos.

          Entramos no banheiro feminino. Me senti super mal por estar lá, e sabia que os outros garotos também, pelas suas expressões. Eu até poderia rir se não estivesse na mesma situação. Mas tudo bem! Já havia passado por isso quando conheci Rachel na Represa Hoover, onde ela me obrigou a entrar no banheiro feminino para me esconder de alguns esqueletos assassinos.

          - Hey! Vocês não deviam estar aqui! – reclamou Karen, olhando para o precioso espelho (é como ela os chama).

          - Nós sabemos! – disseram todos os garotos (inclusive eu) que estavam ali.

          - Acho melhor saímos daqui. Não vai adiantar muito nos escondermos aqui!  - disse Annabeth, e todos concordaram. 

          Adivinha quem praticamente obrigaram a sair na frente? EU! Coloquei a mão no bolso, segurando Contracorrente. Olhei para um lado, mas era sem saída (pra variar) e no lado onde ficava a porta para o resto da rodoviária, estavam os “homens”. Ao todo eram oito, e usavam roupas pretas, que percebi serem fardas, e congelei quando vi o símbolo marcado: era uma bandeira roxa com uma foice. Percebi alguns dos outros enrijecerem ao meu lado, mas não pude saber quem era. Estava muito perturbado. Cronos ainda tinha um exercito? Pensei que todos haviam morrido! Não era possível. Na verdade era, porque muitos fugiram no final da batalha, pelo que Nico me contou.

          De repente vi um projétil vindo em minha direção, e me abaixei, o que fez com que quase batesse em Phoebe. Ela me olhou com uma cara meio que homicida, mas preferi fingir que não vi aquilo. Foi quando vi que era um espinho o “projétil”. Eu já havia visto aquilo, mas não lembrava de onde.

          Mais espinhos vieram em minha direção e na dos outros, mas desta vez consegui desvia-los com a espada. Abri minha mochila e peguei o relógio que estava dentro dele. Apertei-o e ele se transformou em um escudo, o que Tyson havia feito para mim há quatro anos.

          Olhei para os homens e vi que todos eles faziam um barulho parecido com o de uma catapulta quando soltavam os espinhos. O que me fez me lembrar: Dr. Streppe. Aqueles monstros eram manticoras. Quando olhei em seus olhos, percebi que eram bicolores. Eles começaram a atirar mais espinhos, e um deles passou zumbindo no meu ouvido. Eles começaram a chegar mais perto, nos encurralando. Eles eram muitos, mas já havia enfrentado coisas piores.

          Olhei para Nico, que estava do meu lado direito, e tivemos um entendimento mudo. Ao meu lado direito estava Annabeth, olhei para ela e fizemos o mesmos contato, e assim foram passando de um para o outro, e atacamos. A não ser por Alan, Karen e Travis, cada um lutou com uma manticora. Mesmo eu sendo indestrutível, não me separava do meu escudo. Ele me ajudava não soa me proteger, mas também a lutar. Como naquele momento. Mas meus instintos me diziam tudo o que fazer; abaixar, cortar, desviar. E acabei logo com a manticora. Não é tão difícil matar uma quando já se mergulhou no Rio Stix. Olhei ao redor á procura de alguém precisando de ajuda, e Connor estava com bastante dificuldade pelo que pude ver. A manticora havia acertado um espinho no braço dele. Corri ate ele e o ajudei. Logo acabei com ela, e vi que todos já haviam terminado também. 

          Todos estavam meio estressados. Não havíamos saído do Acampamento Meio-Sangue há nem cinco horas e já fomos atacados por oito manticoras! Fala serio! Mas também, onze meio-sangues (pelo que eu sabia, Brina e Phoebe também eram meio-sangues) juntos não poderia dar em boa coisa.

          Brina, que pelo que falou era filha de Apolo, ajudou Connor. Mesmo odiando os garotos, ela tinha um coração e não podia deixar ele morrendo de dor.

          - Não pensava que seriamos atacados tão cedo! – falou Travis.

          - Mas o que esperava? Onze meio-sangues juntos, no mesmo local! O que você esperava? – respondi.

          - Eu não gostei de ser atacada! Da medo! E eu tenho traumas de espinhos desde que eu machuquei minha mão em um. Nunca mais quero ver uma coisa daquela. – falou Karen assustada, quero dizer, desesperada.

          - Por mim tanto faz, contanto que não me machuque. – falou Alan.

          Assim que Connor já estava melhor, só esperamos as meninas arrumarem o cabelo, para não parecerem que haviam acabado de sair de uma luta.

          Voltamos para o saguão principal e faltava dois minutos para o ônibus sair. Fomos correndo para o embarque e entramos no ônibus.

          Com uma onda de pressentimento, percebi que as manticoras foram um pequeno problema perto do que estava por vir.

          Annabeth sentou-se ao meu lado e encostou o cabeça em meu ombro. Esperava que essa viagem não fosse igual a ultima que fiz de ônibus, quando três Fúrias atacaram a mim, Grover e Annabeth.

          O ônibus deu a partida. Agora sim poderíamos considerar que nossa missão estava realmente começando, em destino ao Delaware.