Dead Radio Fm escrita por DeadTeam, Oyundine, Cargenih


Capítulo 18
[Capitulo Extra] Dead´s Yesterday


Notas iniciais do capítulo

o/ oi povo
aqui eh o Kouta [Gandolfi], tivemos alguns problemas para decidir quem ia postar o proximo cap [culpa minha] então para compensar eu vou postar esse capitulo extra aqui, enquanto o Daisuke escreve o proximo cap [ eh eu se o que vocês estão pensando "ele de novo"]
...Enfim o cap fala um poco sobre o meu passado e sobre os meus amigos, espero que vocês gostem


... Boa leitura



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Dead´s yesterday

                Já era madrugada e eu estava no  segundo turno da guarda juntamente com Albert, os outros dormiam no carro como de costume. Estávamos no acostamento da estrada, a dez quilômetros da entrada da próxima cidade, uma cidade grande e com alguns riscos, portanto o mais sábio era passar a noite na estrada.

                Eu estava sentado no teto do carro vigiando o caminho por onde viemos e apoiava as minhas costas nas do velho amigo de meu tio, ele vigiava a o caminho para cidade e foi quem puxou assunto

                - Você não fica cansado de dirigir aquele quadriciclo todos os dias?

                - Você não fica cansado de dirigir o carro todos os dias? – Respondi com outra pergunta

                - Quando me canso eu divido com Steven  - Respondeu o meu interlocutor que parecia sentido com a minha rispidez

                - Eu estou bem, dirigir ajuda a não lembrar – Disse levantando a cabeça para as estrelas que brilhavam lindamente na noite. Tive vontade de ser uma delas, assim permaneceria lá no meu lugar, mesmo que a terra fosse dominada por zumbis, eu continuaria indiferente no céu

                - Concordo – revelou o meu companheiro de vigília – E por que você tem forçado risadas e sorrisos? È para não lembrar também ?

                - Nada passa despercebido para ti, não é? – Comentei surpreso

                - Não só para mim, todos perceberam, mas acharam melhor não falar nada

                Fiquei olhando para o céu, esperando que a noite me revelasse a resposta

                - Não sei – talvez seja por que eu estou tentando imitar os meus amigos:  A coragem de Akira, a alegria de Takeshi, o altruísmo de Nami e a gentileza de Yuka

                - Por que você não me conta sobre eles

                - Se você quer ouvir – Respondi alegre por finalmente poder falar sobre o que me atormentava – Vou te contar como nos sobrevivemos depois que isso começou...

Eram duas da tarde e eu estava deitado na grama olhando para o céu, aquele céu azul e límpido me fascinava. Eu devia estar estudando, mas quem liga para isso? Se eu soubesse os segundos preciosos que perdi observando as nuvens. Seu eu pudesse volta no passado e gastar esse tempo com os meus amigos, mas como eu ia adivinhar que eles só tinham mais quatro dias de vida ?

                 - hey Kouta, seu vagabundo – Era Takeshi que me chamava  -  Já resolvi tudo que precisava no clube, vamos ?

                - Vamos – Respondi enquanto me levantava

                Era dia de atividades nos clubes,  eu estava deitado na grama esperando que Takeshi fosse liberado de seu clube.

                - Certo agora só precisamos passar no dojo  e  arrastar o samurai  para a casa  da Yuka – Lembrei  enquanto  caminhava com meu amigo em direção a saída da escola

                - E quanto a Nami e a Hitomi  ? -  Perguntou  o amigo que conhecia a mais  tempo -  Agente não tinha que passar na casa delas ?

                - Não – Respondi -  Hitomi não vai, ela disse que ta com uns problemas...

                - Eu sei muito bem quais são os problemas dela, eles tem até nome:  Tanaka-senpai  - Meu companheiro  disse com um sorriso sarcástico, ele se referia ao namorado de Hitomi – Mas e a Nami ? Ela não vai também ?

                - Ela já esta lá, Yuka me ligou avisando

                - Falando em Yuka, você viu aquela menina nova do 1º D ?

                - Nossa nem me fala, ela é muito linda, parece que o Hajime  vai dar uma festa na piscina, já posso até ver um monte de Homem com o nariz sangrando

                - Você fala como se o seu não fosse sangrar

                E assim nossa conversa continuou assim, falamos de coisas fúteis  durante todo o caminho até o dojo do mestre Osato, ao chegarmos lá vimos Akira conversando com seu sensei e o seu senpai , Akihiro.

                 Quando nos viram  os três nos cumprimentaram.  O aluno avançado aproveitou a oportunidade para me convidar  para voltar a treinar kendo. Eu recusei com muita educação e meio sem jeito.  Eu não tinha a determinação necessária e nem a disposição para trilhar o caminho da espada, isso sem contar com o tempo que eu gastava na loja do meu tio.

                Akira colocou nas costas a sua sacola, que continha uma espada de madeira(bokuto) e uma espada de bambu (shinai), e seguimos em direção a casa da yuka, deixando o mestre e seu aprendiz conversando na entrada do local de treinos

                Descemos a rua, viramos a esquina. Na nossa frente caminhava um casal de namorados, os dois estavam de mãos dadas e riam alto.

                Quem poderia imaginar o futuro daqueles dois? Ninguém

                Um homem com a camisa ensangüenta, olheiras profundas, pele azulada  e uma mordida no braço, dobrou a esquina. Soltou um grito em uma de língua além tumulo e pulou  no namorado apaixonado, derrubando-o e mordendo o seu peito. A garota ficou paralisada e vendo o seu amado sendo subjugado

                Akira  pegou sua bokuto, correu em direção ao atacante e quebrou o pescoço dele com um único golpe, aplicado com a força certa, no local certo.

                A ação inesperada do meu amigo me surpreendeu muito , fiquei olhando atônito, assim como todos os outros . Outros seres iguais aos  primeiros viraram a rua.

                - Corram para o dojo! – Ordenou o artista-marcial – Eu seguro eles

                Corri para a sacola, peguei a shinai e gritei para Takeshi:

                -  Ajude os dois, que eu ajudo o nosso samurai

                Cada vez, mais  coisas chegavam,  Akira se lançava para elas e dava ataques em pontos críticos. A confiança do garoto era tão grande que ele n parecia ter medo da morte. Essa atitude me entusiasmou e eu corri para a batalha com o mesmo espírito, porem minha  arma e minha  habilidade eram muito inferiores e meus ataques surtiam menos efeito, sendo assim só conseguia afastar os agressores

                Estávamos quase cercados quando o espadachim gritou:

                - Não vai dar, vamos correr!

                Obedeci sem pestanejar, corri  o mais rápido que pude.  Quando chegamos no local de treinamento mestre e seu discípulo nos esperavam  de armas em punho. Entramos e eles fecharam a porta.  Meu amigo já estava lá dentro  ao lado da menina que cuidava de seu namorado. Foi ela quem perguntou o que todos queria saber:

                - Que merda foi essa?  Quem são esses caras que apareceram do nada e  morderam o Masaki ?

                Todos nos olhamos assustados para ela e depois os olhares se dirigiram mecanicamente para o mestre, a única pessoa que poderia ter a resposta.

 O momento foi interrompido por um ruído vindo da porta. Batidas faziam-se ouvir, os zumbis queriam entrar.

                -Akira, Takeshi, váo até a sala de equipamentos e tragam tudo o que puder ser usado para barricar a entrada –  Disse Osato-sensei  - Akihiro,  pegue kusarigama e se prepare para capturar um deles e você Kouta, vai abrir a porta quando eu mandar, vai deixar um deles entrar e depois vai  fechar de novo, Certo ?

                Os dois discípulos responderam que sim com um grito e foram correndo fazer o que lhes tinha sido ordenado, enquanto eu caminhava lentamente para porta, dando tempo para o senhor mudar de idéia. Ele não mudou

                O aluno avançado retirou de um estojo preto uma curiosa arma que era constituída por uma haste de metal, presa a uma empunhadura de ferro presa a uma bola de madeira por uma corda, uma versão para treino de uma das armas samurais mais antigas, a foice com corrente. O artista-marcial se posicionou em frente a porta e ao seu sinal eu à abri

                Um morto vivo entrou correndo, e quando viu em sua frente um pedaço de carne fresca grande e suculento avançou  com o braço esticado. Com a destreza que apenas muito treino poderia proporcionar Akihiro jogou a bola de madeira no braço direito do atacante, ela deu duas voltas e assim enrolou a corda no braço dele. O inimigo continuou avançando e assim quando estava bem próximo o homem armado puxou a corda enquanto deu meia volta, desse modo ficando atrás de seu oponente e prendendo o braço dele em suas próprias costas, em seguida ele passou a corda em volta do zumbi varias vezes, assim prendendo os seus dois braço.  Para finalizar  ele deu um puxão para a esquerda e chutou a perna  agressor para a direita fazendo com que ele fosse ao chão, com um movimento rápido ele ajoelhou em cima dele e colocou a haste de metal em baixo do queixo do infectado desse modo o impedindo de abrir a boca.

                Enquanto isso eu lutava para fechar a porta, mas não tinha força para tal e duas mãos já  conseguiam passar , vendo isso  o homem idoso pegou sua katana, com um golpe certeiro cortou os braços e eu pude fechar a porta.

                 A essa altura os meus dois amigos já voltavam com um armário pesado e assim a porta foi barricada.

                A menina e o seu namorado olhavam espantados sem conseguir entender direito tudo o que tinha acontecido.

                - Parabéns  vocês executaram bem as minhas ordens – nos parabenizou o mestre – agora vamos ver com o que estamos lidando

                - Sensei ele parece mo...morto – afirmou o habilidoso espadachim

                Todos chegaram perto e constataram  que apesar de estar se mexendo  e de tentar a todo momento se soltar o homem estava morto.

 Eu estava prestes a cutucar o corpo, só para ter certeza, mas algo chamou a minha atenção. O japonês de cabelo loiro tingido,  namorava uma menina de cabelos igualmente loiros, estava tossindo sangue, da ferida em seu peito não escorria mais sangue  e seus olhos estavam distantes

- Kimio-Chan ! – gritava a menina loira enquanto segurava o rosto do namorado com as duas mãos

- Mi...Chi...ko  - Respondeu ele com dificuldade

- Eu estou aqui amor

Kimio  já podia ver coisas proibidas aos vivos e sussurrava palavras sem sentido.  Percebendo o futuro do garoto todos se afastaram rapidamente. Eu me juntei  a meus amigos, Takeshi perguntava a Akira sobre o movimento de seu senpai:

- Cara isso foi incrível!!

- Isso é normal por aqui, este foi o terceiro kata um pouco alterado, se não me engano

- Foi tão bom que até deu saudade dos treinos – Disse entrando na conversa

- Você bem que podia voltar a treinar

- Só se o sensei me emprestar aquela katana

Nenhum de nos tinha se dado conta da real situação, mas todos sabíamos que algo serio estava acontecendo e isso nos dava medo, muito medo.  Como não tínhamos coragem de encara de frente a situação falávamos besteiras.

Meu celular começou a tocar, peguei o e vi no identificador  “Yuka”, coloquei no viva-voz e atendi

- Kouta! Kouta você esta bem? E os meninos estão ai?

- Calma estamos todos aqui e você esta no viva-voz

Os outros dois cumprimentaram a amiga

- Onde vocês estão?

- Estamos aqui no dojo, tivemos alguns problemas para sair daqui...

- Então vocês já sabem. Os mortos estão andando!! – a voz metálica que sai do aparelho estava apavorada. Não sabíamos o que responder aquela afirmação absurda nos teria feito dar altas gargalhadas, isto é se não parecesse insanamente verdadeira

- É melhor vocês saírem daí logo ou se prepararem párea ficar por um bom tempo – Disse Nami, provavelmente arrancando o celular da mão da yuka – Na televisão eles estão tentando encobrir a historia, mas eu olhei na internet e parece que é uma epidemia zumbi. Eu sei que parece loucura e tudo mais, porem esta acontecendo igual ao filmes: Infectados mordem pessoas, as pessoas morrem e depois se levantam e mordem outras...

                Mecanicamente olhamos para o casal de namorados, o garoto já estava morto, o choro de Michiko denunciava isso

                -Na...Nami  quanto tempo  demora para alguém depois de morto... Você sabe se levantar – Perguntou meio sem jeito Takeshi

                - Aqui na internet não tem nada preciso, mas acredito que seja menos de uma hora

                - Alguém foi mordido?  Eu estou com medo – Disse Yuka

                - Certo! Não se preocupem nos estamos todos bem,  protejam a entrada da casa e dentro de  uma hora e meia estaremos ai com vocês – Disse decidido o aprendiz de samurai

                -Tem mais uma coisa, aqui diz que eles só morrem de verdade se danificarmos o cérebro. Até mais – responderam as duas em coro

                Desliguei o celular e vi Takeshi perguntar serio com eu nunca o tinha visto

                - Uma hora para ele levantar,  você esmagar o crânio dele com sua espada, meia hora para abrirmos caminho até  a casa da yuka, certo?

                - Tem idéia melhor?

                - Por que não vamos agora? – disse sem entender os motivos dos meus companheiros

                - Ele não vai acreditar e também precisamos ter certeza – respondeu o meu amigo artista marcial apontado para o seu instrutor

                Mesmo sem nutrir esperanças fomos falar  com o sensei, ele não achou um absurdo como nos esperávamos , ele apenas se limitou a  dizer

                - Vamos esperar e ver o que acontece,  Akihiro se prepare  para conter qualquer reação

                Depois fomos os três explicar a situação para a  menina que é claro falou que era tudo um absurdo, que estávamos loucos e que ela ia ficar ali com ele até ele acordar. Afinal ela não acreditava que ele estivesse morto

                Sem ter como discutir sentamos os três ao lado do mestre, a nossa frente ficou  o aluno avançado com a sua própria katana amarrada  na cintura.  Suor escorria pelo seu rosto e ele estava com todos os músculos tensos, segurava com força a empunhadura da espada. Acreditava em nos e portanto sabia  que estava prestes a matar dois seres humanos, talvez apenas um .

                No fundo da sala assistíamos a cena igualmente tensos, todos segurando uma bokuto .           

                Os minutos passaram e a tensão apenas crescia, até que subitamente o pranto da menina cessou .   

                -Amor  você estavivo – gritou a menina  sem acreditar no que dizia

                Kimio abriu os  seus olhos e fitou sua namorada inesprecivamente, colocou a mão no pescoço dela, entre seus dedos a pele suave da mulher que ele amou.  Lagrimas de alivio corriam pela face de Michico.

                A cena parecia tanto um manga romântico e por um segundo eu acreditei que tudo ficaria bem,  pensei que era loucura acreditar em zumbis  e que logo apareceria um político na TV dizendo: “ Tudo isso não passou de uma brincadeira de mau gosto de alguns jovens”

                Esse segundo passou. No seguinte vi  a garanta da menina ser rasgada pelos dentes de seu amado.  Akihiro sacou a espada e em um movimento continuo cortou as duas cabeças e enquanto elas rolavam ele embainhava a espada.

                O crânio da menina rodou e parou na minha frente, seu olhar espantado ainda estava lá e me gelou até a alma.

Percebi naquele momento como a vida era frágil. Aquela cabeça poderia ser a minha. Teria ficado absorto nessas considerações, se a voz firme do mestre não tivesse me chamado de volta a realidade

                - Muito bem Akihiro. Agora vocês jovens precisam se armar – Dizendo isso ele caminhou até a parede, onde ricas espadas japonesas estavam guardadas. Pegou uma katana e uma wakizachi e entregou a Akira que emocionado balbuciou:

- Não posso aceitar as armas de Yoshimoti-Sensei, não sou digno delas

- Não perguntei o que pensa, eu te  ofereço um presente e você aceita. Isto não é uma democracia, isto é bushido – Tornou o mestre com a seriedade costumeira.

                Sem ter outra alternativa o aluno pegou as espadas e prendeu-as em sua cintura. Osato  foi até o almoxarifado e voltou com duas bokutos e entregou uma a mim e outra a Takeshi.  Buscou, então, me seu material a sua própria  lamina tradicional e a fixou em sua cintura .

                Me aproximei dele  e falei:

                - Mestre, nos pretendemos  nos dirigir até a casa de nossa amiga, a dois quarteirões daqui, logo não poderemos acompanhar o senhor

                O Sensei olhou fundo nos meus olhos, era possível sentir a energia, que vinha daquele homem de idade avançada, fluir pelo meu corpo. Conforme  o segundos passavam a intensidade de seu olhar aumentava e eu sentia a minha espinha gelar, No entando devolvia com  a mesma intensidade. Finalmente, ele desviou sua  pupilas negras das  minhas e foi fitar Takeshi, este se surpreendeu com a força que emanava do japonês, baixinho de cabelo branco, a sua frente; no entanto  assim como eu devolveu um olhar tão decidido quanto se podia ser.    Por fim, foi até Akira e ali encontrou não o olhar do discípulo, que via diariamente nos treinos, mas sim o de um homem pronto para enfrentar a morte, se esta fosse honrada

                Foi ai que entendi o sentido daquela ação.  O espadachin estava nos testando, quando nos mirava, não queria ver nossos rostos, sua real intenção era ver os nossos espíritos.  Era como um comandante que passa suas tropas em revista. O mestre encontrou em nos, três descendentes de samurais , prontos para empreender atos tão heróicos, quanto nossos antepassados.

                Só  depois de terminar a inspeção ele disse:

                - Vocês podem seguir o caminho que quiserem,  estão prontos para enfrentar as conseqüências da trilhas que irão percorrer.

                Essas palavras me encheram de alegria e naquele momento acreditei, que nada poderia nos deter.

                Emocionados, mas cientes dos protocolos da hierarquia, nos curvamos, os três,  e gritamos a pleno pulmão:

                - Arigatou Gozaimashita ! – Muito obrigado

                A seguir, Akihiro abriu a porta do dojo.  E os cinco guerreiros, que ali estavam, pularam para a rua e ali já começam,os a desferir vários golpes mortais.

Inúmeros infectados nos cercavam, todos ferozes é claro. Anvaçavamos em forma de circulo, um protegendo as costas do outro. Descemos a rua sem grandes problemas e quando chegamos na encruzilhada Osato-Sensei e Akihiro viraram a esquerda. Nos continuamos seguindo rua a baixo.

A quantidade de inimigos não se modificou,  o sangue jorrava nas roupas que usávamos, meu uniforme branco, agora era da cor da morte. A lentidão com que avançávamos e a minha falta de preparo físico para aquela atividade, estava começando a minar meu animo, mas logo avistamos a casa de Yuka e o espadachim gritou:

- Vamos, Estamos quase lá!

Recebi  uma injeção de adrenalina.

A vitoria me pareceu tão certa, que já me via dentro da casa conversando com as meninas. Aumentei a  força dos golpes e acelerei o passo, em minha fúria não percebi, meus amigos não estavam me seguindo, minha espada de madeira já não agüentava a força dos impactos e a precisão dos golpes era mínima.

Acertei a cabeça de um zumbi e ao invés do crânio dele rachar, minha espada quebrou ao meio. Olhei atônito para o cabo em minhas mãos  e em seguida para o resto da espada no chão, levantei o olhar e vi o infectado na minha frente se aproximando, me virei pensando em correr, porem vi que o caminho estava bloqueado por mortos vivos que substituíam os seus semelhantes caídos.

Eu estava cercado, não podia chegar até a porta da casa e também não era possível alcançar os meus amigos. Tentava decidir o que fazer, nos  segundos mais lentos e desesperados de minha vida, teria  morrido enquanto tentava decidir o que fazer, se Akira não gritasse:

- Kouta abaixe!

Me joguei no chão, sem pensar duas vezes, agradecido por tomarem a decisão por mim.  Olhei para cima e vi a lamina da katana secular atravessar dois zumbis , que impedia a minha fuga.

Sem desperdiçar a chance,  me levantei , peguei a espada dos corpos sem vida e sai correndo, em direção ao meus amigos.  Enquanto corria pude ouvir o comentário de Takeshi, que apesar da gravidade do momento não perdera o seu senso de humor

- Ei Akira! Você deixou um passar, tem um desses animais correndo para cá e ele ta segurando um pedaço de madeira na mão

 Olhei para a minha mão e vi que ainda apertava o cabo da bokuto quebrada,  meu salvador gargalhava enquanto se defendia com a espada curta.

- Você vai ver, o que eu vou fazer com esse pedaço de madeira – Respondi

Novos mortos vivos desciam as ruas, muitos dos caídos estavam se levantando, culpa dos golpes ineficazes deferidos por mim e pelo comediante do grupo


Subimos a rua enquanto podíamos, e voltamos para a encruzilhada, na quadra de cima, fomos para o único local onde o caminho estava livre, o oposto do mestre Osato.

  Saímos em disparada, passávamos pela rua deserta tentando achar um abrigo, até que avistamos um prédio em construção, apenas as paredes internas estavam construídas juntamente com uma escada, que levava um piso totalmente vazio.  Entramos no local, sem nem olhar envolta. Subimos a escada e nos posicionamos envolta dela.

Akira, já com a espada em mãos, se preparava para cortar os inimigos, pois cetamente eles viriam.

Os primeiros  oponentes que tiveram a infeliz idéia de subir os degraus foram os trabalhadores da obra, vestido com o seu uniforme característico e o capacete de segurança. Eles tiveram suas cabeças separadas de seus corpos pela espada assassina do samurai moderno, este mantinha-se calmo e sorridente. Quem visse apenas a sua expreção facial diria que estava em uma tarde agradável no parque, as únicas marcas da batalha, que travava eram as manchas de sangue, elas iam do seu pescoço até sua testa. Seus braços já haviam, se tornado vermelhos, há muito tempo.

Na mesma velocidade com que os infectados subiam e erma eliminados, outros tomavam o lugar dos caídos, Depois de algum tempo, Akira mostrava-se exausto e não conseguia manter mais o ritmo, seus golpes tornaram-se  menos precisos  e estava claro que logo os zumbis passariam por cima dele.

Tentei  trocar de lugar com ele, mas ele recusou, mesmo cansado ele ainda era melhor que nos, com uma espada em mãos.  Olhei ao redor tentanco encontrar uma solução para o nosso problema, antes que fosse tarde demais.

Encontrei.

- Alguém  ai abe dirigir ? – Indaguei

- Esse não é o melhor momento para você exibir o sue triciclo, Kouta – zombou Takeshi

 - Já falei que é um quadriciclo – Devolvi  ofendido -  e eu estou falando serio, você ainda joga aquele simulador de caminhões?

- Não, Zerei faz tempo, desbloqueie faz tempo, liberei todos os veículos e todos os acessórios

- Por que vocês não calam a boca? Tem gente tentando matar mortos vivos, aqui – reclamou o artista marcial

Ignorei a ultima fala e continuei com o questionário:

- Um dos veículos era uma espécie de escavadeira, não é ?

- Você deve  estar falando da  pá carregadeira Liugong 835

- Pà carregadeira?

- São aquelas maquinas usadas para colocar coisas, como pedras, dentro dos caminhões – Explicou o gamer – com aquela belezinha eu passava por cima de tudo, ganhei até uma conquista por destruição...

- Eu não acredito em vocês dois! Discutindo sobre jogos, enquanto eu mato esses animais – Gritou o espadachim incrédulo

Ele esperava que eu respondesse á provocação, no entanto tudo,  o que fiz foi continuar olhando para eles, com um sorriso malicioso e um certo brilho maligno nos olhos.  Takeshi foi o primeiro a entender , o porquê da minha expreção e começou a rir histericamente .

O garoto que matava zumbis, com uma facilidade irritante, olhou para mim, nervoso por não entender nada. Eu me limitei a apontar para o veiculo amarelo, estacionado enfrente a construção

- Você não  esta pensando em... está?

- Lógico que ele está, seu samurai estúpido

- Alguém é contra? – perguntei

- Cem por cento a favor! – disse o comediante empolgado

- Qual é exatamente o seu plano? –  Quis saber Akira, que falava picadamente, pois as vezes era preciso parar para matar algum inimigo

- Nos pulamos encima do monte de areia,  eu e o nosso motorista pegamos as pás e picaretas para usarmos como armas, nos corremos até a Liugong 835 e se a chave  estiver no contato é só passar por cima desses cadáveres ambulantes e chegamos na casa da yuka em grande estilo. Nada pode dar errado, certo?

  Enquanto  Um de meus amigos aplaudia o outro fazia um facepalm

- O que te garante que a chave vão estar no contato? E que vai ter gasolina? E que vamos conseguir correr até o veículo? E...

- Daqui da para ver manchas de sangue no vidro da maquina, e como a porta esta fechada, isso significa que alguém ainda esta lá dentro, portanto  essa pessoa deve estar com a chaves, quanto ao resto...Acho que vamos ter que contar com a sorte

- Se tivéssemos sorte, não estaríamos nessa enrrascada – retrucou o matador sorridente, depois de transpassar a sua lamina na garganta de um atacante

- Se não tivéssemos sorte, estaríamos mortos – concluiu Takeshi

Vencido, o  nosso colega falou:

- Ta bom, vamos fazer isso,  mas se der  errado a culpa não é minha, è do Kouta

- Que seja – Disse empolgado e dei o comando - Venham comigo “Gloria ou morte!”

Corri e pulei do prédio, para aterrissar de joelhos no  monte de areia.  Depois de um instante de hesitação, os dois me seguiram

- Porque eu acho, que já vi essa cena em algum anime? – Perguntou para o ar o gamer e depois gritou enquanto pulava – Cawabunga!

- Tartarugas Mutantes Ninjas, esse meu senpai é inacreditável – Resmungou Akira enquanto corria para o fim do prédio – Banzai!

Quando o ultimo a pular, chegou ao chão, me viu usando uma picareta, para acabar com o crânio de um zumbi  e  o segundo a saltar correndo para  a pá carregadeira.

Assim que chegou em frente a porta  ele abriu e viu um homem em meio a uma poça de sangue, ele ainda respirava, mas era possível ver que já não conseguia se mecher., haviam múltiplas mordidas em seu  corpo

- Me ajude–  Pude ouvir o operário balbuciar, quando cheguei no carro

- Nós precisamos para o sangramento – Falou Takeshi

-Me...

- Ele foi mordido – explicou o artista marcial

- Mas ele esta vivo – Rebateu meu mais velho amigo

-... Ajude...

- Temos uma promessa a cumprir – Lembrei, quando tomei minha decisão

- Salvar as meninas é a nossa missão e nada mais importa, você sabe disso Senpai

- ...Eu...

- Nós não podemos simplesmente deixar ele aqui , vão comer ele vivo –Explicou o comediante, que  se recusava a abandonar aquele desconhecido

- ... Imploro

- Se não agirmos agora, eles vão nos devorar – Disse afastando meu amigo da porta – Desculpe – Ergui a picareta e fiz ela descer, em um movimento rápido, atravessei a cabeça do trabalhador e o puxei para fora do veiculo.

Estava feito, eu tinha matado um homem, um ato de piedade, talvez, mas mesmo assim era um assassinato.

O Motorista pulou o corpo, ainda quente, e  tomou o seu lugar na poltrona cheia de sangue.  Eu me apertei com ele na cabine e o praticante de kendo subiu no motor.

A chave girou, o pedal foi pressionado e a pá carregadeira se moveu, logo alguns infectados correram em nossa direção, mas não conseguiram acompanhar a velocidade, e quanto aos que estavam a nossa frente? Bem, ele eram jogados no chão pela pá e a esmagados pelas rodas ,que giravam por seus corpos, o sangue era espalhado  por todos os lados, membros voavam e o grito de fúria do home que operava a besta de quatro rodas se confundia com o dos cadáveres ambulantes.  Deixávamos um tapete vermelho sangue atrás de nos.

Quando viramos a esquina e vimos a ladeira, da casa da Yuka o Gamer gritou:

- Se segurem e se preparem para pular

A velocidade aumentou e  a cena só ficou mais horripilante,  quando a avistamos a casa de  nossa amiga, começamos a contagem

- Um...- Abri a porta-  Dois... –Joguei  a minha ferramenta no chão –  Três! – Pulei

Rolei no chão, corri para a minha arma  e enquanto a maquina descia a ladeira, desgovernada, corri para a porta, ao lado de  meus companheiros

Tocamos a campainha, segundos demoraram anos para passar, então ouvimos a porta se abrir, corremos para dentro  e enquanto Nami  trancava a entrada da casa, nos comemorávamos

                - A historia esta muito interessante,  mas você vai ter que parar um pouco – Disse Albert me trazendo de volta do passado – Eu estou morrendo de sono, já se passaram dois turno e se não dormimos, correremos sérios riscos amanha

                - Você esta certo – Disse um pouco decepcionado

                - Vamos não fiquei assim, manha você continua

                - Pode ser, mas amanha eu vou querer ouvir sobre o seu passado, pode ser?

                - Combinado, mas agora vamos dormir

Dead´s yesterday End


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Notas finais do capítulo

Antes que alguem queira me bater, jah vou avisar que vai sim ter uma continuação e que o proximo cap extra [ se tudo der certo] eh sobre o passado do Albert

... muito obrigado por ler

ateh a proxima



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