Dead Radio Fm escrita por DeadTeam, Oyundine, Cargenih


Capítulo 17
Citalopram


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, demorou muito mas ta ae, o capitulo 17 qu evia seguir a linha principal da historia. (não sei se o nome vai ser esse mesmo, eu preciso dar uma olhada com a escritora e etc)

De qualquer jeito, espero que aproveitem a leitura.



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Sempre pensei no meu futuro, de verdade, eu muitas vezes esqueci-me de viver o presente porque pensava no futuro.

 Se tudo estivesse normal seria mais fácil ver meu futuro, mas estava tudo tão fora de controle que eu não o via, eu não tinha algo para chamar de futuro. Então aprendi a viver o presente, mas o presente era outra coisa que posso dizer que eu não tinha.

 Então simplesmente me arrastava nos dias aceitando o que der e vier na esperança que as coisas podiam mudar talvez.

Citalopram

- Podemos abrir o vidro? – perguntei enquanto olhava o botão na porta.

- Não. - respondeu Albert rápido sem tirar os olhos da estrada.

- Grosso – respondi e subi minhas pernas para o banco. Olhei pra traz, parecia que estavam todos dormido... Quase todos. – Albert, o carro ta fedendo. - olhei de canto de olho pra ele, mas ainda olhando pra traz, e voltei rapidamente o olhar a tal coisa peluda. – Vou abrir o vidro – falei rápido, me virei pra frente e me arrumei pra apertar o botão, quando senti uma pontada nas costas.

- Ah! – olhei rapidamente pra traz e aquela menina da espada me olhava sem expressão. Ela era assim, menininha, pensava que era única e bla bla bla – looking for something sweet heart? - ela apontou pra fora, e eu segui a mão dela com os olhos.

- Chuva. – e o céu ficou branco do nada e voltou pra cor cinza, e as gotinhas continuaram a escorrer no vidro.

Ela continuou a me olhar, e eu não desviei a minha atenção. O silêncio tomou conta do lugar. Até que claro, o mais louco, e surtado, e irritante barulhos de todos saiu próximo a porta do outro lado.

- Roof.

Não... não... não. Eu lentamente olhei pro único ser vivo sentado no banco de traz acordado antes da menina, e eu o encarei. Meu corpo totalmente virado pra traz, sentado sobre as pernas, e minhas unhas apertando fortemente o banco, e somente fiquei naquela guerra de olhares com o aquele animal.

- Albert, porque temos que andar com isso no carro? – eu não virei o rosto, não me mexi. A menina continuava a me encarar – He stinks. – eu disse me apoiando mais pra frente tentando fazer de alguma forma que aquele cachorro entendesse o que eu falava. – S.T.I.N.K.S – eu disse letra por letra, e fiquei parado observando tal ser vivo repugnante e nojento.

- Steven, vira pra frente – Albert, ele devia saber, ele sabe.

- God must be testing me. – fiquei de cara emburrada e olhei pra frente.  E fiquei assim durante um bom tempo.

A chuva aumentava, mas nunca parava, ela podia até diminuir, mas continuava batendo em todos os vidros. Eu olhei pra traz, ignorei o cachorro e olhei através do vidro. – Será que o menino ta bem ? – na verdade eu não conseguia velo, somente as duas luzes do quadriciclo. Olhei pro Albert e esperei que ele fizesse alguma coisa, ele somente olhou pelo retrovisor e voltou a olhar pra frente.

Eu me ajeitei no banco, olhei pra frente apoiando os dois pés na frente e comecei a desenhar no vidro pouco embaçado com os dedões do pé.  Eu comecei a me animar desenhando no vidro e quase ditei no banco pra ter mais alcanço com os pés.

- Para com isso. Você ta sujando o vidro.- Albert disse bravo para mim.Claro que obedeci e parei de desenhar.

 O tempo passou e ainda estávamos com a mesma visão de nada de nenhum dos dois lados da estrada e pra frente ou pra traz não mudava nada. Eu esperei o vidro embaçar de novo e apagar meu desenho e eu coloquei os dois pés certinhos nele e tirei deixando a marca.  Quando fui fazer isso de novo Albert brecou o carro de forma brusca fazendo com que todos acordassem e eu caísse no vão onde minhas pernas deveriam estar.

- What the fuck, foi necessário essa brecada?!- eu me levantei e sentei corretamente no banco como deveria ter ficado desde o inicio e olhei para frente vendo uma arvore longe. – São arvores Albert porque parou?

O pessoal disse algo qual eu não tinha a mínima noção do que ser e Albert finamente abriu a porta e pediu pra que Kouta viesse ao seu lado.

O menino encharcado parando ao seu lado apontou pra placa logo a nossa frente e aprontou pro lado e Albert balançou a cabeça em sinal de afirmação, mas não voltou pra dentro do carro, ele continuou conversando com o menino que depois de um tempo colocou a mão encima dos olhos e tentou olhar melhor pra frente.

Eu passei a mão pelo maior espaço de vidro que conseguia para limpa-lo e olhar para frente. Isso provavelmente faria Albert ficar bravo, mas minha curiosidade foi maior.Os meninos que acordaram com a freada estavam conversando no banco de atrás  olharam para a frente para ver seja lá o que tinha ali.

Daisuke deitou pra traz e reclamou algo que não entendia, Hachiko parou de balançar o rabo e olhou pra Susumo que a abraçou.  Eu olhei pra Mika que continuava a olhar pra frente distraída e quando percebeu que eu a olhava virou seu olhar para mim. Quando percebi que ela havia notado que eu a olhava virei rapidamente meu olhar para Albert que já estava voltando para dentro do carro. Ele olhou o vidro e olhou pra mim com um suspiro profundo e eu constrangido pisquei rapidamente e me virei para frente.

- O que esta acontecendo? – eu disse querendo não entrar no assunto sobre o quão gorduroso o vidro do carro estava ficando pelo os meus desenhos.

- Aquilo não são arvores. – disse Albert acelerando e virando a esquerda onde Kouta tinha antes apontado. – São zumbis.

Oh, simples, zumbis, super normal.

- FUCK – Resmunguei imovel. A tensão no carro era obvia e após meu resmungo nenhuma palavra foi dita

Entramos na cidade e ficamos dirigindo por algum tempo até acharmos um bairro aparentemente vazio aonde Albert parou o carro e desceu. Susumo e Mika que estavam na porta fizeram a mesma coisa deixando ficamos no carro somente eu e Daisuke.

Mika abriu a porta e disse algo a Daisuke que fechou novamente a porta.

- Pegue a direção -  Daisuke disse e levantou o banco de traz pegando uma arma qualquer e colocando do meu lado. – Não coloque o cinto.

- O que eles estão falando? – eu disse apoiando a mão sobre o volante e observando o que os outros eles faziam atrás do carro.

Albert mexia nas coisas do porta-malas, enquanto conversava com Kouta sobre algo em japonês e Mika os observava.

Daisuke observava tudo pelo espelho lateral do carro até que ele ficou impaciente e desceu. Eu quis fazer o mesmo, mas naquele momento uma sensação horrível bateu desceu pela minha coluna.Eu não queria aquilo, não queria batalhar pra ter um futuro incerto e sozinho, eu não queria passar por nada daquilo.

 Eu ainda nego a possibilidade de que não tem nada de puro na cidade, no mundo, eu não acredito, eu só consegui acreditar que minha amada estava viva. Olhei para os lados, e minha cabeça começou a latejar, eu segurei fortemente o volante e apoiei minha cabeça nele. Minha vontade de gritar era muito forte, mas eu segurava tudo e esse tudo  era toda a minha falta de esperança, era fato de eu não conseguir ver nenhum futuro por causa da situação atual. Esse era o meu tudo, Poderia parecer pouco, mas isso na minha cabeça me atormentava.

Eu não parava de olhar para os lados, eu fazia isso e apoiava a cabeça no volante. Eu  não parecia estar louco porque fazia isso lentamente. Eu não entendia porque eu tinha que passar por isso, eu poderia simplesmente ir para outros pais, mas em algum lugar na minha mente eu sabia que todos os lugares teriam essa infecção. Não tinha saída nenhuma, mas eu não aceitaria que ficasse tudo assim.

Respirei fundo e fiquei parado como uma estatua no banco. Contei até dez de olhos fechados e pensei em alguma musica tentando me distrair e quando me senti melhor desci do carro. Susumo olhou pra mim e nos olhares se encontraram e ela fez sinal de ok e eu respondi com o mesmo sinal fazendo com que ela sorrisse.  Como uma menina tão simples poderia sorrir em tal situação?

Repentinamente toda a calma que eu tinha achado, foi embora e o desespero voltou. Antes que eu caisse me apoiei de costas no carro, mas com o tempo comecei a escorregar, e quando eu vi estava de joelhos com as duas mãos no chão. Eu estava passando mal, minha cabeça parecia que explodiria, mas a primeira coisa eu pensei em fazer foi olhar para os lados. Susumo não estava mais lá e ninguém me via em tal momento de fraqueza, mas eu Deveria estar feliz com isso?  Eu estava tão sozinho que somente a companhia de alguém igualmente sozinho já bastava? Não, não bastava, não pra mim, pelo menos não nesse momento.

 Eu passava mal, turbilhões de coisas passavam na minha mente, mas nada ficava, nada tinha força o suficiente pra se formar em algum pensamento concreto.

Eu passava muito mal e a próxima coisa que fiz foi correr ate a lata de lixo ainda de pé de uma das casas e colocar tudo o que tinha dentro de mim pra fora. O triste era que não tinha nada. Não era possível tirar nada de dentro de mim, porque não tinha o que se tirar, eu estava vazio e perdido dentro de mim mesmo. Antes de desmaiar  escutei algumas vozes que se aproximavam de mim e dois braços me segurarem .

Eu tinha perdido consciência e o turbilhoes de coisas havia parado. Eu parecia estar dentro de uma banheira cheia de água, mas o mais importante é que eu não precisava pensar e isso foi à melhor coisa de todas. Eu não tinha que agüentar os meus próprios pensamentos.

Abri os olhos e me dei de cara com o teto do carro que estava dentro por tanto tempo. Me levantei assustado e vi Albert sentado no banco da frente olhando pra mim pelo retrovisor.

- Bom dia.

-Desculpa. – eu não sabia o que falar.

Albert me olhou normalmente e me passou um lanche o qual eu comi todo.Assim que terminei de comer foi quando eu percebi que já era noite e que a maioria do pessoal não estava no carro, na verdade só estava eu e Albert.

- Você consegue ficar acordado?

- Consigo – respondi enquanto passava do banco de traz para o da frente onde eu tinha ficado a viagem inteira.

 Logo quando sentei Albert olhou pra mim, mas não fez perguntas,  ele somente tirou  do bolso tirou um maço de cigarros e me entregou um, mas quando eu vi a garrafa de whisky junto com mais algumas “compras”  ignorei o cigarro e peguei a garrafa.

 – Posso ?

- Esse é seu, - ele guardou o maço, e abaixou a janela. – Susumo que pegou.

- Ela é uma criança. Ela tem noção do que isso aqui é? – eu tentava abrir a garrafa que logo foi tomada da minha mão aberta e devolvida. – Obrigado. – Olhei para os lado a procura de algum copo quando me lembrei  “ah claro, teria um copo aqui.” Eu coloquei a garrafa na boca e voltei sem tomar.

- Ela não gosta que você beba.

- É, ela não gostava.

- Você é muito negativo.

O carro continuava parado, não falamos mais nada e eu continuei segurando a garrafa de whisky aberta mas intacta.

A questão de tomar ou não tomar: se eu tomasse, é como se eu estivesse confirmando a minha falta de fé. Mas que eu achava sim que estaríamos todos ferrados e por mais que eu realmente soube-se que estávamos sim ferrados, eu não podia beber por pensar que poderia talvez ficar tudo bem.

Eu olhei o Albert, que mesmo percebendo meu olhar não olhou pra mim e continuou a olhar pra frente com uma mão apoiada no volante e a outra no rosto.

Eu somente coloquei a garrafa no local de colocar copos do carro e deixei lá.

- Eu também estou passando mal, mas não tenho o que colocar pra fora. Então vamos tentar colocar algo pra dentro pra pelo menos poder colocar pra fora depois não é? -ele disse enquanto ligava o carro.

Eu não sei se ficava feliz ou se ficava triste por saber que ele talvez pudesse estar na mesma situação que eu. Seria egoísta ficar mais feliz por saber que não era o único, mas seria ruim, porque eu sei o quão péssimo é esta assim e saber que meu amigo esta daquela forma também é meio deprimente.

- Onde vamos? Onde esta o pessoal?

- Eles estão no hotel ali do lado. – ele indicou com a cabeça e voltou de novo a olhar pra frente.

- Então aonde vamos?

- Posto, abastecer. Daisuke deixou dinheiro se preciso.

A ida foi tranqüila, impressionantemente tranqüila, mas a volta é claro sempre tem algo a dar errado.

Pegamos as armas que estavam nos mesmos lugares de sempre. Eu sabia se procurássemos armas, significava que tinha algo em algum lugar que era perigoso e no momento não importava se fosse humano ou zumbi, a lei era do mais forte, ou mais bem equipado.

- Você não vai atirar – Albert disse enquanto pegava a arma mais próxima dele – segura a direção.

- O que?

Serio? Mesmo? Ele não ia deixar que eu atirasse?!

Eu olhei de um lado para o outro e ele já segurava a arma com uma mão enquanto a outra ainda segurava o volante. Ele olhou pra mim e eu continuei parado, ficamos nos olhando um para o outro com cara de desaprovação durante um tempo até que ele bruscamente brecou.

- OH BURN ! – Gritei de dentro do carro com raiva da criancice do Albert,s.

- Leve o carro Steven.

E assim eu fiz emburrado e extremamente puto. Eu troquei de lugar com ele, que abriu o vidro e ordenou novamente que eu acelerasse e passasse por cima de tudo.

 A arma na mão dele disparou algumas vezes e ele voltou pra dentro.

- Ok, volta.

- Volta pra onde? – eu disse, ele não falou nada, e eu pisei no frio da mesma forma que ele tinha feito comigo, e ele, igualmente a mim, havia pisado em algo estranho, apoiava a mão na parte da frente pra não bater a cabeça, e me olhava com cara de quem desaprova e se estressa.

- Pro posto.

E novamente, assim fiz eu. Voltava eu e ele ao posto.

- Direita. – eu virei esquerda e ele novamente fez cara de bravo pra mim – Volta pra rua principal. – eu continuei na rua na qual estávamos e ele começou a segurar segurava a arma com tanta força que mostrou que minhas provocações estavam funcionando. – Para de ser criança, e faz o que mando.

Pisei no freio de novo.

-Acelera. – Eu não acelerei, ficamos de novo, os dois olhando um pro outro. Ate que escutei algo batendo na parte de traz, e ao olhar pelo retrovisor vi novamente aquele bixos começando a cobrir o carro igual formigas.

Eu Pisei no acelerador já assustado, e Albert ainda me olhava com cara de reprovação.Eu estava realmente assustado, o que foi bom, pelo menos sabia que não queria morrer.

 Comecei a fazer o que Albert me mandava fazer e os bixos já não estavam mais sob o carro e nos tínhamos chegado no posto..

- Vamos explodir o posto. – Albert disse descendo do carro e eu o segui.

- Sabia que eu não gosto quando da ordens pra mim, né? – eu andava com ele para próximo as mangueiras de gasolina. – não é como se eu fosse uma criança. - ele parou e me olhou com reprovação. - Oh, não me olhe assim. – eu me escondi atrás dos meus braços para não ter que olhar pra ele e quando abaixei pude observá-lo próximo as bombas.

 Ele simplesmente começou encher um balde com gasolina, e a cercar o posto, nos deixando dentro. De um semi-circulo de gasolina.

- Suicídio agora? – eu só olhava de braços cruzados encostado no carro.

- Da pra a ajudar ou ta difícil? – ele disse já engrossando a voz mostrando estresse enquanto fechava os olhos e levava o balde para um lado.

Eu o ignorei, mas aceitei que deveria ajudar seja qual louca a idéia dele fosse.

Andei ate a lojinha  ignorando minhas más lembranças sobre elas e entrei para procurar qualquer coisa que pudesse colocar fogo e os isqueiros falsos que ali vendiam era perfeitos. Eu peguei o Maximo que consegui e sai.

Quando sai me vi em situação de desespero.

Albert enchendo o balde novamente, e atrás, bem lá traz, mas em alta velocidade, vinha um grupo, um grande grupo...

- ZOMBIES ! – gritei pro Albert.

Eu automaticamente, sem olhar pra ele corri para o carro e peguei uma das armas  mirei pra a multidão furiosa e apertei o gatilho. A cada bala era como se eu tivesse vivendo de novo e a adrenalina foi a mil.

Albert correu pro meu lado, e fez a mesma coisa, pegou uma arma e começou a atirar.

Os tiros eram sempre exatos, e eu me perguntava como eu ainda tinha tal habilidade, já que desde que Albert veio para o Japão brincar com as armas não era tão legal e eu as abandonei e me virei com o dinheiro que conseguia em empregos baratos.

- Devil must be having fun with this shit.

Aquilo não acabava, não parecia ter um fim. Eu matava um e aparecia dois, eu trocava de arma e nesse tempinho já tinha mais. De repente Albert arremessou a arma pra dentro do carro, pegou o balde e correu para o outro lado da saída.

- Vá pro carro. – ele dizia enquanto jogava o que ainda tinha no balde em cima das bombas.

Corri para o carro, abaixei todos os vidros e apoiei a outra arma na janela para melhorar a mira, mas continuava a mesma coisa, a multidão daqueles bixos não parava de chegar.

– Passa o isqueiro!- Albert gritou para mim

Embaralhei-me para tirá-lo do bolso e sem sair do carro joguei para o Loiro, que ficou parado com o isqueiro na mão, mas concentrado. 

Quando os Infectados pisaram no posto, ele ligou o isqueiro e o derrubou na gasolina. A chama provocada foi direto pra bomba e ele quando percebeu o erro, correu. É claro que o posto inteiro foi sendo incendiado, mas e Albert? Eu não via nada, o retrovisor só me mostrava o vermelho amarelo e barulhos estranhos,

-ALBERT ?- gritei uma vez pela janela, - ALBERT ?! – E na segunda quando eu já estava começando a ficar preocupado, ele sentou no banco do passageiro.

- Vai, vamos embora.

E assim eu fiz. inteligentemente ele que deixou uma parte sem fogo do posto sem fogo, mas o espaço parecia diminuir com o tempo fechando nossa passagem. Eu fiquei preocupado que nos não conseguíssemos sair, mas não tinha outro lugar pra passar. Eu pisei no acelerador, passei pelo fogo e o carro continuou a andar então estava tudo ótimo.

Ótimo até eu olhar pra Albert.

A mão dele sangrava, queimada. Vermelha, e ele pegava o casaco e passava por cima na tentativa ridícula de para de sangramento.

Andei com o carro até achar uma farmácia, e os barulhos do posto em fogo dava perfeitamente para escutar. Pensei agora, e se os garotos acordassem e vissem que não estávamos lá, será que eles pensaram que os abandonamos? Claro que eu não faria isso muito menos o Albert, mas será que eles também escutam o barulho do posto explodindo sem saber o que esta acontecendo?

Deixei o carro ligado e Albert desceu junto comigo pra dentro da farmácia pouco arrebentada.

- Vou procurar água e qualquer coisa que ajude isso ai.

Corri pela farmácia, até que achei uma pequena garrafa de água oxigenada jogada no chão e levei para ele. quando olhei, ele estava no chão, sentado do lado do carro.  Corri até ele e coloquei a água do lado a qual eu o vi pegando e abrindo com uma mão só enquanto eu voltava lá para dentro para pegar qualquer coisa que ajudasse.

Eu estranhei ele não ter entrado já que normalmente ele sempre faz as coisas e dificilmente ele fica parado. Talvez ele estivesse cansado ou passando um pouco mal...

Andei mais um pouco pela farmácia quando encontrei uma pequena caixa de bandagens surrada na prateleira. Peguei varias delas já que não tinha certeza de quando iríamos precisar de mais ou se a menina que me odeia tivesse faixas os suficiente já que ela sempre cuida da menininha que andava com aquele bixo fedido.

Peguei um monte de coisas que eu não tinha noção de para que serviam e levei para o Albert. Infelizmente eu não sabia cuidar de machucados então soltei tudo aquilo do lado do Albert que olhou pra mim e riu. Eu não entendia como ele conseguia rir, mas sabe sorrisos são contagiantes e eu sorri também.

– Eu não sei cuidar disso ai não – eu falava enquanto olhava pra mão dele queimada e ainda sangrando.

Ele pegou a garrafa de água jogo um pouco na mão e passou a faixa pela mão machucada.

- Pra não deixar sangrar tanto e segurar um pouco – ele disse  depois que ele enrolou tudo e olhou para as  coisas que tinham do lado e rio de novo – isso aqui é tudo remédio de mulher Steven.

- Será que devíamos levar para as meninas?

- Não, elas já devem ter os delas – ele riu de novo e eu só sorria. É meio ridículo eu pensar que elas não se cuidavam, elas eram mais cuidadosas que todos os meninos juntos.

Ele pegou uma caixinha escrita Citalopram e p ediu pra eu pegar mais dentro da farmácia  destruída.

- Cipramil, Procimax, Denil qualquer um desses, nem sei se tem desses por aqui.

Voltei para dentro da farmácia e procurei, mas infelizmente encontrei somente mais uma caixinha jogada pela farmacia. Voltei pra junto de Albert que já estava dentro do carro e coloquei a caixinha que tinha encontrado próximo a ele.

- Pânico. – ele disse enquanto segurava a caixinha levantada – Isso vicia, não tome muito. – ele abaixou o banco e quase deitou – Minha Irma teve quando era mais nova. - Eu não comentei sobre, mas eu já sabia daquilo. – Vamos voltar pra onde estão os meninos.

No meio do caminho Albert ordenou que parássemos o carro naquele instante assim eu fiz e pisei no freio. Ele rapidamente abriu a porta e colocou seja lá o que tinha dentro dele pra fora. Eu assustado, procurei uma garrafinha de água e encontrei  uma em baixo de um dos bancos e a entreguei para ele.

Ficamos parados ali naquela parte da cidade por um tempo descansando até que resolvi puxar assunto.

- Eu não sei o que fazer. – eu disse levantando a mão do volante a baixando de novo olhando pra frente.

- Só me deixa vomitar e já vamos. – ele disse ainda pra fora do carro.

- Eu tenho água... Quer? – ele estendeu a mão boa e eu a entreguei pra ele.

Assim que ele se recuperou voltou para dentro do carro e pediu que andássemos.

- Eu não consigo tomar remédios assim, eu passo mal. – ele disse e eu vi que uma das caixinhas estava aberta. – Não se preocupe, vou ficar bem.

Enquanto dirigia ele comia as coisas que estava no carro e olhava vagamente para rua. Depois de um bom tempo chegamos ao hotel vazio onde os outros estavam.

Daisuke e Mika estavam acordados sentados em sofás diferentes e não falavam nada, já que estavam quase dormindo sentados. Quando entramos Daisuke deu um pulo e Mika lentamente abriu os olhos que ao se encontrarem com a mão do Albert fez com que ela se levantasse e subisse para o quarto. Após algum tempo ela voltou trazendo uma malinha branca e apontou a mesa para Albert que se sentou lentamente em uma cadeira e ficou na cadeira na frente dele. Eu fiquei parado do lado dela olhando enquanto ela cuidava dos ferimentos e ela me encarou friamente.

Porque todo mundo fica me encarando?

Eu virei a sacola da farmácia na mesa e os remédios todos caíram do lado de Mika. Ela olhou, para todos os remédios pegou alguns e voltou a cuidar da mão do Albert. Em seguida  tirei da outra sacola as faixas que havíamos recuperado da farmácia.  

Ela olhou de canto de olho para mim e continuou a tirar as faixas ensangüentadas que estavam na mão do Albert. Ela soltou toda a faixa e me entregou.

- Limpe-a.- ela disse me entregando a faixa suja

Eu deixei os dois na recepção e fui até a pia de um dos banheiros. Quando liguei a água, Daisuke veio ao meu lado.

- O que aconteceu? - ele perguntou em inglês olhando Mika cuidar de Albert. – aqueles barulhos foram vocês?

- Sim, fomos abastecer o carro e quando estávamos voltando apareceram vários daquelas criaturas – eu olhei pra ele eu parecia escutar – ai, incendiamos o posto.

O silencio na sala foi de certa forma ruim, eu não gostava de silêncio, agradeci que pelo menos a água caia e eu fazia alguma coisa.Quando terminei de lavar, me virei e fiquei olhando junto com o Daisuke os outros dois.

Albert colocou a mão boa dentro do bolso e colocou uma das caixinhas perto da Mika em cima da mesa e simplesmente sorriu. Ela  ainda sem fazer nenhuma expressão  olhou para a caixinha e a levou até a malinha.

Ao terminar de fazer os últimos curativos eles começaram a conversar normalmente e de repente os olharam pra nós dois que viramos na mesma hora pra pia.

- Steven, você... ah, melhorou? – Daisuke perguntou enquanto sentava na cadeira mais próxima e olhava pelo saguão do hotel.

- Sim – suspirei e continuei de pé.

Mika  e Albert terminaram de conversas e ele subiu para o quarto e ela veio até mim perguntou algo pra Daisuke e subiu também. Ele riu um pouco e olhou pra mim.

- Já vou dormir, amanhã de manhã já vamos embora desse hotel. Você vai ficar no quarto numero três – ele me disse apontando para escada. - isso aqui era um hotel pequeno então não vai ser difícil achar seu quarto. Até amanhã.

Despedi-me dele e o observei subindo a escada. Após comer alguma coisa  fiz o mesmo que o garoto. Subi as escadas e Andei lentamente pelo corredor com todas as portas fechadas e as luzes apagadas.

Ao entrar no quarto lavei minha camisa na pia do banheiro e a coloquei pra secar próxima a janela, fiz a mesma coisa com as meias e me joguei na cama. Ao me virar pra luminária, eu vi a caixinha do Albert aberta. Sentei-me na cama e peguei a pequena caixinha e quando eu a abri tinha um bilhete.

“Ela tomava isso aqui. Eu nunca entendi e sempre achei que nunca ajudaria, mas acho que era porque nunca me dei bem com remédios. Melhoras pra você”

Deitei-me na cama e fiquei olhando o céu pela janela.

Albert passava mal e não conseguia tomar nada, ele entregou um pra Mika que aceitou sem falar nada. Ela guardaria pra todos, mas Albert não conseguia tomar. Ele não tinha o que fazer. Ele iria ficar sempre passando mal?

Mas de que adiantava eu ficar em pânico? Eu andava com meninos novos, que talvez pudessem acreditar em um futuro eu não podia fazer isso com eles. Eu não podia mostra a falta de futuro, eu tinha que mentir pra mim mesmo todo o tempo  e mostrar pra eles que tinha sim um futuro e quem sabe se eu voltasse a pensar assim eu voltaria a acreditar.

 Aquele desmaio, aquela loucura anterior foi somente um momento, mas os sintomas de falta de futuro continuavam. É claro que eu não passava mal, mas o mais importante é que eu não queria que o resto do pessoal ficasse assim também.

Enquanto eu pensava nisso eu dormi, mas eu acordei quando ainda estava escuro. Peguei um relógio na cabeceira da cama e olhei a hora. Cinco horas da manha.

Levantei-me e peguei a blusa ainda molhada e a levei lá pra baixo comigo. Quando desci as escadas escutei um barulho.

acho que alguém mais esta acordado.” Pensei comigo mesmo, mas não era alguém era algo muito perigoso pra mim.

- Bom Dia meu inferno particular – disse para o cachorro fedido enquanto ia até a pia.

E de repente a melhor idéia de todas me veio a cabeça.

Banho.

Eu abri a porta dos fundos e dei uma inspecionada no local que estava extremamente limpo e intacto. Não era gramado o que era bom, ele não ira se sujar logo depois de limpo.

Subi para meu quarto e fui ao banheiro e encontrei o clichê do patinho de plástico. desci correndo as escadas e passei na frente do cachorro que ao me ver animado se levantou e começou a abanar o rabo. Eu fiquei de costas pra ele e fui atrás da mangueira e um balde. Voltei de novo no quarto e peguei o xampu.

Desci e dessa vez ele já estava no quintal, eu fiquei somente com a calça jeans e me preparei.  Aquele era um momento de guerra.

Com balde cheio de água em uma mão e o patinho de borracha na outra. Eu apertei o patinho e o cachorro veio correndo muito rápido e quando ele estava na minha frente eu virei o balde de água nele que mesmo depois de molhando continuou a correr no local. Eu peguei a mangueira e comecei a tentar a molhá-lo e no meio disso tudo eu parecia mais molhado que ele.

Enquanto eu tentava acertar o cachorro eu escorreguei e bati o cotovelo no chão, minha jeans tinha rasgado, eu tinha arranhado o braço, meus pés estavam vermelhos e minhas costas me diziam que iriam começar a doer no dia seguinte, mas eu corria da mesma forma. O cachorro  derrapava no chão mas nunca bateu nas paredes diferentemente de mim, que escorregava, caia de bunda e me esborrachava nas paredes.

 Quando olhei na porta eu vi Susumo e Mika me olhando com cara de como se eu fosse louco , enquanto o cachorro corria até mim me derrubava no chão já escorregadio e ficava me lambendo. Eu ficava tentando levantar e tirar ele de mim, mas eu só escorregava, e quando conseguia me equilibrar ele me tombava no chão de novo.

As duas ficaram somente olhando a cena,  Susumo chorava de tanto rir enquanto  Mika com um sorriso na cara mexia a cabeça de um lado pro outro negativamente até que Susumo chamou o cachorro que foi até ela e sentou obediente. Eu fiquei pardo olhando com cara de besta para ela e Mika veio até mim pegou a mangueira e levou ate Susumo, que molhou o cachorro e se molhou um pouco, mas o cachorro a obedecia.

Mika voltou a mim e estendeu a mão, eu entreguei o xampu e ela voltou a Susumo entregou a ela que abriu e passou no cachorro que continuou parado. Ela fez bolhas e brincou também e o cachorro super educado com ela fazia tudo que ela queria e eu continuava parado olhando igual um idiota encharcado com o cabelo mais bagunçado e alguns lugares doloridos. Albert já estava acordado e estava na cozinha rindo junto com Daisuke e Kouta enquanto Mika falava sorrindo. Eles olhavam pra mim e riam. Eu fazia papel de palhaço ali.

Tudo terminou o cachorro estava limpo. Eu subi pro meu quarto e asssim que eu entrei Albert bateu na porta e entregou-me o Xampu dele ainda rindo. Eu peguei o xampu e tomei banho e quando voltei pro quarto eu tinha roupas secas, talvez Albert tinhvesse pegado na mala ou sei lá. Quando desci eles estavam me esperando.

- Vamos.- Eu disse

Entramos no carro e Kouta entrou no quadriciclo dele. Na rodovia não tinha nada igual daquela vez onde achei que eram arvore, estava completamente limpa. Dessa vez Daisuke dirigia, eu sentava atrás e Albert no passageiro.

-Que horas são? 7:30 ? – perguntei pro pessoal.

- Não, 11:00. – Daisuke disse.

Silencio.

- Quanto tempo eu fiquei fazendo papel de idiota?

Susumo disse algo que não entendi e de novo todos começaram a rir.

- ....

Todo mundo voltou a rir.

- Mais de 4 horas. – Albert disse tentando parar de rir.

- Susumo fez em... - Daisuke tentou falar, mas ele mal conseguia falar e dirigir - em 30 minutos ! –  ele continuava rindo e eu ficava com cara de trouxa.

Após mais algum tempo de todos rindo finalmente eles pararam.

- Posso abrir o vidro dessa vez?- disse olhando para o dia ensolarado do lado de fora

- Não é culpa do cachorro dessa vez.- Albert disse rindo

Eu simplesmente apertei o botão e o vidro desceu, eu coloquei a cara pra fora e todo mundo abriu o vidro também. E eu finalmente gritei.

- UAH !!! – mas não era de desespero, era por estar feliz por estar vivo.

- Roooooof.

Voltei pra dentro do carro e o cachorro do outro lado estava com a cabeça pra fora e latia pro nada.

Quando olhei pros meus pés vi a garrafa de whisky aberta mas ainda inteira. Eu a peguei e taquei pra fora.

Albert sorriu pelo retrovisor, e continuamos a andar.

E eu estava feliz, e parecia que estava todo mundo feliz, pelo menos em alguns momentos tudo parecia meio que normal. E acho que era isso que mantinha todo mundo vivo.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, e até a proxima.

Se gostou do cap na oesquece de deixar o comentario, isso anima o pessoal o/

ps: Eu dei uma revisada, mas como o cap é meio grande eu nao fiz a segunda revisao entao é quas ecerteza de que va iter alguns erros bobos, mas eu vou corrigir eles com o tempo



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