A première deu certo. Poucas semanas se passaram e a banda já estava com vários convites de entrevistas, sessões fotográficas, anúncios publicitários, e outras ocupações. E como vocalista, Gerard era o que mais chamava a atenção.

 Não demorou muito para uma legião de fãs aparecerem. Eles sempre tiveram fãs muito loucas. E quando um grupinho descobriu onde morávamos? Foi uma terrível falta de privacidade. Tanto os condôminos quanto os donos do prédio reclamavam muito para nós e para o produtor.

 Abrir as cartas das fãs era uma de nossas diversões no início. Recebiam de tudo: desde presentes 'indiscretos' como calcinhas e sutiãs, cartas com declarações de amor e propostas indecentes, até ursinhos de pelúcia e coisinhas fofas.

 Eu sabia que aquele assédio todo fazia parte da profissão deles, mas como eu não sou de ferro, sentia uma pontinha de ciumes. Principalmente quando saíamos e elas o abordavam e se declaravam para ele sem considerar minha presença. Quando saiamos, era imprevisível o que encontraríamos: algumas gritavam, pulavam, corriam, outras já eram mais calmas e ficavam tímidas. Chegaram até a atacar ele, coitado. Maus bocados.

 Diante do rápido sucesso que a banda obteve e dos convites, a maioria vindos de New York, tivemos de nos mudar. Fomos parar num flete, na Times Square. O lugar era um luxo, muito diferente do prédio em que morávamos antes. Mas a rua é uma loucura. Demoramos para nos acostumar com o barulho infernal que faz de noite.

 A mudança fez bem. Novos ares, novas pessoas. É incrível a diferença cultural de um lugar para o outro no mesmo país.

 Ele estava bem ocupado nessa época e por isso demoramos para 'estreiar' mesmo o flete. Mas na noite em que isso aconteceu, fizemos uma verdadeira premiação. Completa.

 Posso garantir uma coisa: depois da fama tudo mudou. Alguns fatores mudaram para pior e outros para melhor.