Pov Edward -

Quando os aparelhos anunciaram a morte de Bella, me desesperei. Não sabia o que fazer. Dimitre correu ate a porta para chamar alguém. Eu me levantei e peguei seu rosto.

- Bella não faz isso! Bella não me deixa, por favor. Isabella eu te amo, não me abandona assim. Acorda Isabella, abre os olhos! – Gritei desesperado. Passando a mão por seu rosto, por suas bochechas.

Beijei sua testa e bochechas desesperado, Implorando para que ela acordasse.

- Não me deixa, por favor. Eu te amo.

Então beijei seus lábios...

Pov Bella-

Acho que descreveria a morte como um... “nada”.

Era absolutamente isso, nada. Não sentia dor, não sentia alivio, não sentia nada. Era como se eu estivesse dormindo, mas de uma forma tão leve que parecia mais que eu estava voando, flutuando no vazio! Não conseguia pensar em nada. Em ninguém. Como se eu tivesse esquecendo-os, como se eles fizessem parte de uma época diferente, uma época que não existia mais. Não sei como as pessoas podiam não querer e temer tanto a morte. Era algo tão... normal. Minha mente ficou vazia, só isso...

Mas de repente pensei no que aconteceria.

Para onde eu iria? Será que ficaria assim por toda a eternidade? Demoraria muito para alguém me buscar? Para ver algo, para sentir algo? Ver uma luz branca no fim do túnel, ou sei lá?

Então se antes eu podia descrever a morte como um “nada”. Agora eu a descreveria com um “tudo”.

Era como se estivesse tudo na minha mente. Dentro de mim. Então eu sentia medo, um medo tão grande. E minha mente que antes estava vazia agora estava lotada ate demais. Pensava tanto no que aconteceria comigo, quanto no que aconteceria com as pessoas que deixei para trás. Não queria ter as deixado.

O medo de partir me invadiu, e percebi que não queria aquilo. Que queria voltar.
Queria minha família. Queria meus amigos. Queria Edward...

E me agarrei tanto a essa vontade. Que pouco a pouco comecei a sentir algo. Como se eu voltasse ao meu corpo. E senti algo tocando meus lábios. E não era qualquer coisa. Era Edward, porque eu conseguiria sentir a sensação do beijo de Edward em qualquer ocasião. Era único...

Abri meus olhos e o vi ali me beijando. Meu coração que parou de bater agora voltou a bater tão rápido e desenfreado querendo sair do peito que chegou a doer. Procurei por ar desesperadamente, e quando ele entrou pelos minhas narinas, parecia que estava queimando, entrou inflamando ate chegar em minha garganta. Tossi duas vezes.

Pov Edward -

Fiquei paralisado! Olhando Bella voltar. Seu peito se movendo de acordo com sua respiração. Olhei para os aparelhos para ter certeza. Depois me abaixei e coloquei o ouvido no peito de Bella, embora não precisasse, mas precisava sentir ele se mexendo. Sentir ela viva. Olhei para os lados para ver se mais alguém tinha presenciado isso.
Estavam todos na porta, tanto Dimitre, como Carlisle e alguns enfermeiros.
Todos meio que chocados.

Carlisle pareceu recobrar a consciência e se aproximou. Olhou para Bella. Depois para mim.

- Por quanto tempo o coração dela ficou parado?

- Não sei! Menos de 4:00 minutos eu acho.

Então os enfermeiros também se aproximaram. E começaram a examinar Bella.

- Ela parece bem. – Eu senti seus lábios se mexeram junto com os meus, foi pro uma fração de segundos, mas eu senti. – Edward, é melhor você e Dimitre saírem!

- Não, eu vou ficar aqui com ela. – Disse vendo Dimitre sair em silencio.

- Edward, é por pouco tempo. Você não pode ficar aqui!

Me aproximei dela e beijei sua testa.

Pov Bella -

- Edward... – Tentei dizer, mas minha voz saiu fraca e quase muda, por causa da falta de uso, pareceu bem menos que um sussurro.

Mas ele me escutou e me olhou sorrindo.

- Bella meu amor. Fala comigo...

- Calma Edward, ela acabou de acordar, não a canse muito. – Carlisle disse calmo.

- A única coisa da qual estou cansada e de ficar nessa cama. – Disse irritada, mas as pessoas mal podiam ouvir minha voz, quanto mais perceber que eu estava com raiva.

Edward se abaixou e me beijou. E não consegui pensar em nada a não ser retribuir. Beija-lo depois de todo esse tempo.

- Não sabe como me desesperei sem você aqui. Preciso de você. – Ele sussurrou entre meus lábios.

Eu nem me importava com a presença de Carlisle ali. Eu só queria Edward. Por isso não pensei duas vezes e retribui o beijo. Levantei minhas mãos, pesadas e moles, e coloquei em seu rosto enquanto meus lábios se mexiam junto com os dele.

Carlisle pigarreou. Parei o beijo meio constrangida.

Edward parou e se afastou sorrindo. Aquele sorriso de matar.

- Edward fica aqui! – Pedi com medo de que ele fosse embora.

- Não vou a lugar nenhum. – Disse ele segurando minha mão.

Carlisle saiu da sala e nós dois ficamos sozinhos.

- Do que você se lembra? – Ele me perguntou de repente.

Então parei pra pensar. Não conseguia me lembrar de muita coisa. Era tudo um borrão. E quanto mais eu me esforçava para lembrar parecia que eu me esquecia mais.

- Lembro de correr com a garota nos braços e de cair. Depois tudo se torna vago, não me lembro muito bem.

- Não escutou nada, não sentiu nada enquanto estava inconsciente?

Forcei de novo tentando me lembrar, mas tudo era longe de mais. Vozes ao fundo. Pessoas distantes. Sons estranhos. Rostos fora de foco. Tudo era uma confusão.

- Talvez, mas tudo é tão confuso.

- Tudo bem meu amor, não precisa se esforçar, você tem que descansar. – Ela falou beijando a palma da minha mão.

- Deita aqui comigo? – Pedi me afastando pro canto da cama.

Ele sorriu. E se deitou ao meu lado. Passou o braço por baixo do meu pescoço e eu deitei a cabeça em seu peito. Ele beijou minha cabeça e ficamos em silencio.

- Eu te amo. – Falei de repente.

- Eu te amo mais, mais que tudo. – Ele sussurrou.

Pov Edward –

Depois que Bella voltou do coma. Carlisle me mandou sair da sala. Mas não aguentei por muito tempo e logo voltei. Assim que entrei, estava conversando com Carlisle, ela falou. Num breve sussurro mais falou. E ouvir sua voz era a melhor coisa do mundo.

Vê-la se mexendo, vê-la viva.

E poder matar a saudade dos seus beijos, foi maravilhoso. Eu a amava tanto. Sentir seus lábios nos meus. Sentir seu gosto.

Queria que ela pudesse se lembrar de tudo que eu disse, mas era confuso para ela.

Ficamos deitados ali por um tempo. Apenas sentir seu cheiro, sua respiração era uma sensação deliciosa.

Algum tempo depois os pais dela chegaram e eu me afastei mais para eles poderem matar a saudade, depois ela seria só minha.

Era como se eu estivesse vivo de novo.

Ela sorria dizendo que estava tudo bem para os pais. E eu sorria por que sabia que estava tudo bem.

Tudo ficaria bem...